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História Right By Your Side - KiriBaku - A vida é um castelo de cartas.


Escrita por: xabellquinn

Notas do Autor


Demorei mas cheguei!

Então, esse cap não ficou nada como eu queria, mas creio que seja necessário.

Enjoy!

Capítulo 43 - A vida é um castelo de cartas.


Mesmo dia, 19:12 da noite.

Deitado sobre a cama, Shinsou permanecia concentrado no livro que há dias estava destrinchando. Algo sobre Neurociência e outras coisas cerebrais que Kaminari achava chato. O loiro terminou de vestir a calça de moletom após o banho e logo pulou junto do namorado na cama, deitando ao seu lado sob os lençóis, recostando-se sobre o peito nu com poucos pêlos arroxeados.

- Sabe, eu estava realmente querendo ser esse livro. - Sorrindo maliciosamente, Denki pousou beijos sobre a pele de Hitoshi, vendo-o arrepiar. - Você só dá atenção para ele de umas semanas para cá, estou começando a sentir ciúmes. - Inflando as bochechas, encarou seu namorado de perto.

Shinsou reconhecia que durante dias estava focado em estudos e pesquisas, afundado em informações sobre a eletroterapia transcraniana, procurando sem cessar métodos eficazes tanto para Katsuki quanto para Denki. Ele não havia falado nada para o loiro, nada sobre o que estava fazendo junto de seu pai, pois Aizawa prontamente se dispôs a utilizar de sua competência médica para arranjar um especialista na área de neuroeletricidade e malfuncionamento de individualidades. Era um campo muito escasso no entanto.

Ele não queria dar falsas esperanças ao amado, não queria lhe preocupar ou deixar-lhe ansioso, e por isso estava mantendo o sigilo da pesquisa.

- Hm... Vejo que lhe devo um pedido de desculpas. - Ele murmurou fechando o livro na página que ainda lia, largando-o cuidadosamente na mesa de cabeceira antes de se virar para atacar o namorado com beijos e cócegas.

Ele percorria os lábios por todo rosto de Kaminari, vendo-lhe gargalhar entregue ao momento, aquela risada alta e esganiçada que para Hitoshi era simplesmente perfeita.

Por vezes ele se pegava imaginando como seria sua vida sem o namorado, durante todos aqueles anos eles permaneceram juntos, quando Shinsou estava na deriva de sua própria mente e não conseguia confiar em si mesmo Kaminari surgiu como um barco para lhe salvar, lhe puxando do afogamento de pensamentos ruins... Incoerentes.

Eles foram moldados de uma maneira muito semelhante, toda a vida de Kaminari foi dentro de um hospital por causa de sua quirk, seus pais estavam no início da carreira como pro-heros em Tóquio na época e ele teve que muitas vezes ver a mãe partindo em missões, ou o pai lhe deixando na porta da UTI dizendo que obedecesse a enfermeira e fosse gentil com todos.

Da mesma forma era com Hitoshi, ele foi usado como um rato de laboratório durante os primeiros anos de sua vida, e até conseguir controlar a quirk, permaneceu sob o olhar super protetor de seu pai Aizawa, sempre debaixo de sua asa, trancado no escritório assistindo desenhos animados ou brincando com os bonecos de suas prateleiras.

Tanto para Shinsou quanto para Kaminari, a imagem do Hospital era algo semelhante ao conceito de casa.

Então quando Hitoshi se imaginava sem esse sorriso, sem esses olhos de um amarelo vívido, sem as conversas, o cuidado, o carinho, ele se via perdido completamente.

Precisava tanto de Denki quanto precisava respirar para viver.

Beijando-lhe na testa uma última vez antes de parar com as carícias, viu ele ofegar cansado pela brincadeira súbita.

- Está devidamente perdoado por me trocar por um livro. - O loiro sussurrou abaixo de si, agarrado ao pescoço do arroxeado, ele garantia o calor dos corpos unidos debaixo das mantas, e era tão bom.

- Melhor assim, afinal o que um livro tem de mais interessante? Acho que suas curvas com certeza superam as dele... - Hitoshi escorregou as mãos pelo corpo do outro, quando eles se conheceram há anos atrás Kaminari mantinha um físico atlético porém, com o passar do tempo ele aprendeu a ficar feliz com sua forma natural.

Ele tinha um peitoral liso e certamente muito convidativo à apertos, sua cintura delineava-se em algumas dobrinhas pois vinha recuperando o peso que perdera devido aos remédios, e junto disso, estrias e celulites desenhavam sua pele nas coxas, havia também algumas marcas na barriga. Denki ainda estava processando essas últimas, mas para Shinsou era perfeito.

Aquele corpo era o corpo que ele amava, e ainda que Kaminari ficasse totalmente diferente fisicamente, engordando ou fazendo tatuagens, emagrecendo ou colocando piercings por todo corpo, ele ainda iria amar da mesma maneira, pois a beleza exterior era apenas  uma extensão da personalidade maravilhosa que habitava ali dentro.

Tomando os lábios do loiro num beijo profundo, sentiu todo aquele amor palpável que borbulhava entre eles, o sabor da boca de Kaminari era uma mistura doce, seu cheiro era fresco e a pele macia.

- Sabe o que tenho percebido ultimamente, Hito? - Kaminari perguntou ao fim do contato com os lábios do namorado.

- Que você 'tá mais gostoso que o normal? - Em tom safado beijou a clavícula do arruivado, subindo os selos por seu pescoço enquanto aspirava do perfume que o sabonete deixara na derme de Denki.

- Não, bobo! - Riu tentando se desvencilhar do ataque de beijos que o arroxeado lhe proporcionava. - Minha individualidade... Desde que parei com os supressores ela permanece estável, sem sinal de instabilidade... Quase como se nunca tivesse existido falhas. - Dessa vez sorriu pequeno, acariciando os cabelos de Shinsou que agora lhe escutava pacientemente.

- Acha que existe um motivo especial para isso? - Repousando a cabeça no travesseiro ao lado do amado, viu-lhe dar de ombros.

- Não sei, mas eu estou feliz por enquanto. - Revelou sincero tratando de se agarrar a Hitoshi num suspiro. - Eu fico feliz por estar bem, sinto que de alguma forma as coisas vão começar a melhorar.

- Espero que esteja certo, meu amor. - Hitoshi novamente relembrou de suas pesquisas, ele nunca guardou segredo de Denki, desde o início do namoro até quando se propuseram a morar juntos na pensão de Torino, e mesmo que não lhe parecesse certo esconder aquilo do amado, ele o faria. Para o bem do seu namorado.

-X-

Olhando para o próprio corpo no espelho do banheiro após o banho, Bakugou Katsuki sentia-se extremamente deslocado, a pele que antes recobria os gomos de seu abdômen definido agora estava flácida e com uma enorme cicatriz de cima a baixo. O peitoral que antes era avantajado pelos exercício físicos simplesmente pareciam caídos, num murmúrio chateado ele apalpou o peito esquerdo frustrado.

Sua gordura da cintura estava mole, tateou o baixo ventre, pressionando as ancas insatisfeito. As pernas que ostentavam os grupos musculares totalmente ressaltados antes do acidente pareciam mais finas, assim como seus bícepes, chacoalhou o braço direito vendo a derme acompanhar o movimento sem firmeza alguma.

Riu achando impressionante a maneira que seu corpo estava totalmente irreconhecível, não era mal ou vergonhoso, era ele, seu corpo amado.

Ele emagreceu bastante ao ficar em coma, e ainda se adaptava as novas cicatrizes no corpo, passando as mãos pelos cabelos, ficou feliz que pelo menos não estavam como quando ele acordou, os fios dourados já cresciam emoldurando sua face novamente.

Por falar nisso, tinha também aquela barba incovenientemente rala que crescia desordenada pelo rosto como se ele ainda fosse um adolescente na puberdade. Lembrava-se que não teve pêlos faciais até os 18 anos, seu rosto era liso como o de um bebê e ele gostava, até o primeiro cabelinho chato surgir no seu bigode. Ele os removia assim que via, mas não ultimamente, com os hormônios desregulados e a quantidade de medicamentos que tomava.

A pele da sua face sempre foi muito fina e hidratada, graças a genética de sua mãe, sua derme no geral era muito bem hidratada, mas dessa vez o rosto mostrava algumas manchas sutís de espinhas e ressecamento, provavelmente culpa dos supressores que inibiam sua produção de nitroglicerina e efeitos dos diuréticos.

Katsuki suspirou lavando o rosto com um sabonete neutro, procurando limpar bem os cantos do nariz e olhos, também ensaboando as sobrancelhas e lábios, estes que se mostravam bastante rachados. Ao enxaguar, procurou na farmacinha um creme facial que lhe servisse, tendo que ler diversos dos rótulos, a maioria eram cremes para pés e Bakugou se perguntou o por que.

Acabou por pegar um específico para cicatrizes e com glicerina na composição, espalhando bem pelo rosto em movimentos circulares delicados, sob a área dos olhos, e na lateral das bochechas, onde surgia o famoso e indesejável bigode chinês. Ele cresceu ouvindo sua mãe falar que quanto mais cedo começar a cuidar da pele, mais tarde os sinais da idade aparecerão, e apesar de revirar os olhos quando ela falava, ele colocava em prática boa parte dos ensinamentos dela.

Procurando um hidratante labial, ele xingou Shouto e Deku por não possuírem um, sinceramente, como ele aguentava aqueles sem noção! Eles não tinham sequer um lipgloss, batom ou lipscrub! Indignado, foi até sua parte do closet, procurando pelas gavetas algo que pudesse usar nos lábios, encontrando enfim sua bolsa de maquiagem, ele sabia que podia contar consigo mesmo, afinal sempre foi vaidoso e podia não lembrar do que tinha na necessarie, mas devia ser melhor que os pobres cremes de Izuku e Todoroki.

Ele estava certíssimo, aproveitou para hidratar os lábios com um batom de manteiga de cacau rosado, puxou um produto da bolsa e constatou ser um pequeno frasco de perfume, muito cheiroso e aparentemente caro pela embalagem, ele não fazia ideia de quando comprou metade daquelas coisas, e algumas ele nem mesmo sabia para que serviam. Deu de ombros se perfumando e passando desodorante já caminhando entre os cabides a procura de uma roupa confortável e legal.

Ele conseguia distinguir o que era seu do armário pelo simples fato das vestimentas serem mais estilosas. Ele jamais se vestiria como um professor de meia idade como Shouto fazia, e muito menos usaria roupas de colegial como era do feitio de Midoriya, então as peças pretas com símbolos de bandas, Gucci ou qualquer outra marca esportiva cara, eram suas.

Optou pela amada camiseta dos Beatles, era uma clássica com a estampa do álbum Abbey Road, shorts folgados de tecido,  nem devia ser tão folgado como agora antes do acidente, relevou aprovando a própria aparência agora, ele não parecia mais um paciente de Hospital. Alguns de seus anéis mais legais nos dedos apenas por saudades dos acessórios, seu celular e estava pronto para descer.

Ele sempre gostou de usar pulseiras, relógios e até mesmo os anéis nas mãos, porém evitava devido a individualidade que na maioria das vezes esquentava o metal e queimava suas mãos, ou derretiam o material e estragavam a peça. Katsuki abriu a mensagem que enviara para Kirishima mais cedo, perguntando da audiência, pediu que mandasse notícias assim que pudesse. O ruivo apenas havia visualizado, sem deixar resposta alguma e aquilo preocupou o herói.

Descendo as escadas, deu de cara com Izuku e Shouto sussurrando um com o outro entre risadinhas, ele parou no pé da escada e apoiou-se na parede paralela a geladeira para obseevar os outros dois rapazes. Ver o sorriso do maldito nerd trazia conforto ao seu coração, assim como a feição relaxada de Todoroki significava que ele não estava pensando demais nas merdas que sua mente traumatizada elaborava. Bakugou conseguia ver a imagem borrada da adolescência, não suportava como tantas mínimas coisas eram claras para ele, e como outras necessitavam de explicações.

- Por que nós temos tantos cremes para os pés? - Como aquilo, e indagando finalmente, ele atraiu a atenção dos meninos para si.

- Fala sério, Kacchan? - Deku lhe encarou como se ele tivesse um terceiro olho no queixo, arqueando uma sobrancelha enquanto deixava os ingredientes do porco grelhado num pequeno bowl.

- Você tem uma sensibilidade erógena nos pés e gosta quando eu ou o Izuku fazemos massagens... Mastur-

- Amor, não seja tão gráfico. - Rindo da maneira técnica e quase didática, Bakugou parecia em choque com a notícia, mas que coisa estranha para ele, como podia não lembrar de algo desse tipo? - Mas o Shouto está certo, você é bem podólotra. - Voltando a picar uma cenoura, Midoriya lhe deu um olhar safado enquanto o loiro permanecia incrédulo.

Então por isso sua animosidade durante aquela massagem de Kirishima na sala de fisioterapia, que loucura, Katsuki pensava que era sensibilidade por falta de movimento, se é que isso existia. Relembrar do ruivo lhe alisando no entanto foi muito inconsciente, ele apenas associou a informação com a lembrança.

A campainha da porta tocou duas vezes, Bakugou já se encaminhando para atender quando Todoroki negou seguindo na frente, o bicolor abriu a gaveta existente num móvel do canto da sala e dali tirou uma pistola, a maneira que Deku também se posicionou defensivo atrás do balcão traduzia o quão neuróticos eles estavam desde o ataque a Agência.

Shouto deixou o cano contra a madeira da porta, mirando no olho mágico quem os perturbava naquela hora da noite, porém, abriu-a suspirando.

- Oh, oi Kirishima-Kun. - Sem esperar que fosse o médico, Todoroki deu passagem para que ele entrasse muito facilmente para alguém que se preparava para atirar há segundo atrás.

Quando as coisas sairam do prumo desse jeito?

Eijirou parecia fora de órbita demais para sequer expressar alguma reação e sorriu pequeno, o ruivo deixou as crocs no desnível da porta e logo mostrou o que segurava.

- Eu comprei uma vodka.

No repente, ele disse sem mais. Bakugou foi o primeiro a reunir forças para retrucar, devido a sua ansiedade por uma resposta na mensagem de mais cedo.

- Como foi a audiência? - O loiro perguntou caminhando até a sala curioso.

Quando Kirishima lhe mirou, foi como se os segundos no relógio se passassem lentamente, o tempo quase parou pelo contato visual. Eijirou sorriu pequeno respirando fundo, entregando a garrafa para Shouto.

- Todos concordamos que esse assunto fica melhor com Vodka, obrigado Kirishima-kun. - Todoroki disse seguindo para pegar copos e servir a bebida. Katsuki revirou os olhos com as mãos na cintura, ele sentou no sofá sinalizando para o ruivo lhe acompanhar, enquanto Eijirou não tinha olhos para outra coisa que não fosse o loiro. - Sem querer ser rude, devo perguntar onde conseguiu nosso endereço.

- Aizawa-Sensei. - De fato, após a audiência ele retornou a Hosu prontamente, passara num posto de gasolina para abastecer mas a garrafa de vodka na conveniência estava tão convidativa.

Ele lembrou de seu pai, Hyoga sempre comprava daquela nos finais de semana, e quando ele tinha 10 anos confundiu com água tomando bons dois goles, reclamou depois de algumas horas, dizendo que talvez o sistema de purificação do bairro estivesse com problema. Hyoga gargalhou lhe explicando, ele mostrara a bebida e disse em sua voz calma "Esta água é especial, só pode tomar quando for grande como o papai, numa comemoração ou festa, mas sempre com moderação. Entendido filhote?" Naquele dia Kaori se apavorou pensando que o menino entraria em um coma alcoólico pelo alto teor da bebida, mas Hyoga disse feliz que o sangue russo de sua família corria nas veias de Eijirou, e não tinham que se preocupar.

Em seu aniversário de 18 anos ele bebeu uma garrafa com a mãe, aos 20 anos comemorou a aprovação para residência médica com os amigos da faculdade... E bem, hoje ele achou conveniente para a ocasião. Mas ele não queria ficar só, podia ter comemorado com Kaori, Joseph ou os amigos do Hospital, mas seu âmago somente gritava para que estivesse com Katsuki, que pudesse lhe contar tudo o que aconteceu, ver seu sorriso, lhe beijar e agradecer por todo o cuidado que teve ao lhe manter vivo e seguro longe do fogo.

Mas aquele relatório ao mesmo tempo que servia-lhe como prova de competência profissional e inocência perante as acusações, era também uma das razões pelas quais eles deviam se afastar. Afinal, seria extremamente suspeito o fato de Ground Zero ter testemunhado a favor de seu médico, seu... Amante. Alguém que, inegavelmente, estava emocionalmente envolvido.

Dessa vez não era apenas o CRM de Eijirou na jogada, a licença de Bakugou podia ser caçada caso a justiça presumisse que aqueles relatórios eram falsos, ou caso Enji...

Kirishima sentia sua cabeça doer, por que vencer o processo era só um dos passos para colocar sua vida em ordem, um grande passo mas não todo o caminho.

Com o copo de vodka na mão, ele viu os três heróis lhe observando atentamente, esperando alguma resposta para suas indagações internas, ou coisa do tipo.

- Meu advogado recebeu um pacote no escritório dele há quase um mês atrás, era da polícia de Tóquio. - Começando a contar, virou o copo sentindo o ardor da bebida lhe aquecer de dentro para fora. - Você não pode beber isso, está em tratamento com diuréticos e a interação entre os medicamentos e álcool nunca é algo bom. - Ele alertou a Bakugou, que apenas concordou mais interessado na história do pacote do que nas recomendações médicas de Kirishima. - Ele ficou receoso mas logo descobriu que eram diversos relatórios da noite do incêndio, alguns não interessavam tanto quanto o... Do Ground Zero.

Agora os pares de olhos se dirigiram a Katsuki. O loiro suspirou sem esperar isso, sem saber o que significava.

- Tem certeza que eu não posso beber? Pode não ajudar na memória mas evita que eu comece a suar até chegar na parte da sua sentença. - Bakugou falou mais preocupado do que o que esperava demontrar, Eijirou riu sem vontade negando.

- Ele descreveu a noite em todos os detalhes... Eu impliquei com a quantidade de informações e comentários pessoais, mas o Kacchan é teimoso. - Midoriya falou também bebendo ansioso.

- Teimoso, mas salvei uma vida, de nada. - Presunçoso, Katsuki sorriu sarcástico para o namorado. - Desembucha logo, Eijirou, esse relatório serviu para tirar o seu cu da reta? - Estapeando o peito do ruivo, Bakugou se virou para ele no sofá.

- Bom, eu fui absolvido das acusações e o veto para praticar cirurgia foi revogado, porém... - Ele maneou a cabeça e mirou Todoroki. Shouto bufou já imaginando. - Seu pai tem o direito de entrar com um recurso de segunda instância.

O silêncio pairou sobre os rapazes, apenas o ruído da vodka caindo nos copos novamente e os goles ressoaram pela casa, enquanto Kirishima, Midoriya e Todoroki mais pareciam três idiotas encarando o nada, Bakugou se ergueu num rosnado chateado.

- Nós testemunhamos a favor de novo caso o Endeavor queira frescar com sua cara! Simples! - Katsuki exclamou raivoso.

- Você é meu paciente num caso posterior ao incêndio, seria no mínimo estranho. - Kirishima retrucou cansado. - Shouto, apesar de envolvido, tem parentesco com o acusador, o que o elimina do caso, o mesmo para o Deku já que ele é agregado a família Todoroki. Eu vou esperar o tempo que o juiz decretou para o advogado do Endeavor entrar com o recurso, aguardar a intimação.

Silêncio outra vez.

- Pode ser que ela nunca chegue. - Katsuki sussurrou relutante, mas nos olhos de Eijirou existiam uma desesperança que ele odiava. - Pode ser que ela nunca chegue! Sinceramente, eu mal me lembro do homem e já o odeio. - Ground Zero sentou-se de novo com o sentimento ruim de impotência.

- Eu sinto muito, Kirishima... O incêndio destruiu a vida de muitas pessoas. Minha família nunca foi uma perfeição, no entanto este problema com o Touya não está sendo fácil, ele sumiu há meses, estamos com medo de que ele já esteja morto ou... - Para Shouto era difícil, e Izuku lhe acariciou a mão completando.

- Ou reapareça de maneira indesejável, causando incêndios propositais como o de Nova York. - Midoriya sabia que o cunhando era perigoso a essa altura, mas contava que ele se mantivesse são e retornasse para casa. Se bem que com a situação nada lógica da gravidez de Hawks, Izuku não sabia muito bem o que esperar.

- Ah, Deus... - Preocupado, Kirishima esfregou a testa sentindo uma dor de cabeça chata. - E eu que vim aqui sem avisar apenas para descarregar meus problemas em vocês, desculpem eu... Já vou indo, não queria atrapalhar. - Ele se sentiu envergonhado, era o retorno de Bakugou para casa e o casal devia estar feliz com isso até sua chegada impulsiva.

No entanto um par de pernas em seu colo lhe impediram de levantar do sofá.

- Para de palhaçada, você vai ficar para o jantar. - Afirmando sem gaguejar, Katsuki tomou a frente, apertando o ombro tenso do ruivo dentro da camisa de botões, Eijirou estava tão gostoso naquela roupa e eles desperdiçado tempo numa conversa ruim como aquela. 

- Não precisa se preocupar, estamos todos ligados nessa história. - Midoriya também o tranquilizou sorrindo, ele levantou para retornar a cozinha. - Aliás, pode nos contar sobre sua especialidade cirúrgica, o Kacchan comentou mais cedo sobre suas mãos grandes serem perfeitas para ortopedia. - Numa pitada de malícia, o esverdeado jogou sem tempo para ver as bochechas rosadas de Kirishima.

- É, ele gosta de homens... Grandes. - Shouto riu concordando, deixou o ambiente no intento de ajudar o marido, ou deixar os dois rapazes a sós um momento. A relutância que Todoroki tinha em deixar Katsuki se aventurar em outros relacionamentos aos poucos era aplacada, e além do mais ele confiava em Eijirou.

Apesar de fingir estar com raiva, Bakugou deixou um sorriso surgir no canto dos lábios ao manter seu olhar baixo, ele inconscientemente analisou o pé do ruivo mais interessado em como os tendões apareciam sob a pele branca pela ausência de contato com a luz do sol. Percebendo, o médico acariciou sua panturrilha num reflexo carinhoso.

- Sabia que existe um nome estranho para cada músculo da planta dos pés?

Um minuto juntos e o mundo era só deles novamente.


Notas Finais


Yo, ainda tinha muita coisa que eu queria colocar, como um momento mais em família pros Kamishin, queria mostrar o lado do Endeavor nessa situação, e obviamente que eu queria mto um hot dos Kiribaku.

Porém o capítulo tomou um rumo muito explicativo, expondo os pensamentos do Shinsou, como o Bakugou está lidando com o corpo pós-internação, e apesar de não ser tudo como eu queria, foi necessário mesmo, afinal saber como Katsuki se sente com a fisionomia dele no momento é importante, a saúde mental do Kirishima, que sai de uma confusão e entra em outra, então acho que por enquanto o enredo se mantém coerente e isso que importa 💖 a qualidade do produto final para vcs.

Beijos, amo vcs! Até o próximo cap!


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