Depois da visita do delegado em minha casa e das respostas nada agradáveis eu não poderia ficar em casa enchendo a cabeça de dúvidas, tenho que sair e encontrar os outros pedaços desse "enigma" . Peguei meu celular e fui mandar mensagem pros meus amigos mas não tinha o número deles, estou aqui a quase três semanas e não peguei o número de meus amigos... Sai de casa e fui em direção a casa de Paul, pelas informações que me deram sobre o endereço de cada um, a casa dele é a que fica mais próxima. Nunca tinha reparado no tamanho dessa cidade, ela me parece muito grande, andei meio sem rumo, parece que me perdi...
- Perdido?! Kkk Me virei e vi Paul com un sorriso, certamente estava achando a situação muito engraçada.
- Um pouco. Eu disse meio sem jeito.. E esfregando a mão na parte de trás da nuca.
- Onde estava querendo ir??
- Meu destino era sua casa na verdade..Kkk
- Sério??? Pois você passou por ela faz tempo.
- Não acredito, não posso ter errado, vocês me passaram a informação tão bem....
- Pois errou. Hahaha. Eu vi pela janela do meu quarto você passando pela rua perdidão.
- AFF... Então? vamos lá?! Ou vai continuar tirando sarro com minha cara??
- Certo, siga-me. Disse se achando o guia.
Andei um pouco até chegar na casa do Paul, bem simples por fora mas aconchegante por dentro.
- Sente-se, quer alguma bebida?
- Pode ser água.
- OK. Vou lá pegar.. disse e saiu.
- Anthony, e ae?? Tudo bem rapaz??
Me virei para ver quem estava conversando comigo e era o Nathanael o professor de matemática.
- Sim, tudo bem sim professor...
- Por favor, não me chame de professor fora da escola nem de senhor afinal, não sou tão velho.
- Não vou mais te chamar assim então.
- Bom garoto, eu preciso ir agora, vou resolver algumas coisas da escola.
- Aqui está a água. Disse Paul trazendo um copo com água.
- Obrigado. Bom, posso te fazer uma pergunta?? Comecei a ficar nervoso e bebi um pouco de água.
- Sim! Claro, pergunte! Disse ele confiante.
- O que aconteceu quando estive em coma??
- Bom, seguimos a vida normal, íamos para a escola e logo depois te visitar. Por que esta me perguntando isso? Ele ficou um pouco nervoso e tenso.
- É que antes de tudo acontecer, conversei com meus pais e agora quando acordei, eles nem existem...
- Como assim não existem?? Ele perguntou mais nervoso.
- Segundo o delegado não existem e nunca existiram...
- Delegado?? Ele foi na sua casa??
- Sim foi. Me fez algumas perguntas e saiu às pressas.
- Que estranho.. Olha a hora, precisamos nos organizar para ir pra escola.... Disse ele mudando bruscamente o rumo da conversa.
- É... Verdade... Hm.... Então tá.... Vou pra casa, mas te garanto que não vou me perder.. Eu disse já indo em direção a porta.
- Falou cara.
Não respondi, apenas acenei um tchau. Voltei pra casa fácil, afinal lembrei o caminho em detalhes, me arrumei e fui de pé mesmo para a escola, estou precisando de ar fresco. Novamente aulas chatas, provas e trabalhos, fim do dia.na escola. No caminho de volta passei em uma rua em que havia um pequeno mercado e um carro preto parado, passei bem perto a ele.
- Olha só.... O novato aqui?? Disse um garoto de dentro do carro preto. Parei de andar e olhei para ver direito quem estava falando comigo. Era ele, o garoto que me mandou um "recado" em forma de aviazinho no meu primeiro dia da aula.
- Sim... Eu mesmo, o "novato". O que você quer?
- Me trate com mais respeito, ou mando meu pai de dar uma lição.
- E quem seu pai acha que é para "dar uma lição" em alguém?? Eu disse enfatizando os aspas.
- Meu pai é o delegado da cidade. Ele disse em um tom de orgulho.
- O delegado?? Não! É zoeira né??
- Não. Claro que não otário!
Quando eu fui abrir a boca para rebater um homem gritou:
- Rafael abra o porta-malas do .... Parou de falar quando me viu e soltou um largo sorriso.
- Ora, vejo que vocês se conhecem!! Disse com uma feição alegre.
- Mais ou menos eu disse.
- Só de vista... Rafael (sim... Agora eu sei o nome dele) disse.
- Ótimo mesmo assim!!! Quer uma carona Anthony??
- Olhei para o Rafael e o vi com uma cara de desaprovação mas quando fui recusar o delegado disse:
- Vamos lá, não seja tímido.
- Aceito. Disse com uma pontada de dó. Não iria fazer desfeita.
Rafael passou a viagem inteira com a cara fechada enquanto o pai dele estava com um sorriso radiante.
- Chegamos. Passa lá em casa um dia desses pra conversar, ficar sozinho nessa casa não me parece ser saudável para um jovem de sua idade.
- Tá. Eu passo sim... Eu disse e entrei. Mas antas de entrar me virei e vi o quanto feliz ele estava. Muito estranho.
Tomei um banho e fiz um lanche, mesmo com tudo isso acontecendo preciso me alimentar. Eu nunca imaginaria... O "valentão" que só anda com aqueles outros dois comparsas.. Filho do delegado... Vai ver era por isso que o delegado estava tão feliz, devia achar que o filho tem pelo menos um amigo decente...
Mas a dúvida que não sai da minha mente é de onde estão meus pais. Não podem ter sumido do nada. Preciso resolver esse enigma.
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