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História Rising Tide - Amizade


Escrita por: Orbis

Notas do Autor


Hey, people! õ/ Como estão? Espero que bem, pois eu estou hiper nervosa. É minha primeira fic, espero que agrade. Não tenho muito o que dizer aqui, apenas leiam as notas finais, tem um aviso lá pra vocês. Boa leitura! ^^

Capítulo 1 - Amizade


AMIZADE

O ambiente era espaçoso, grande, arejado, mas nunca silencioso – principalmente se tratando do lar das ovelhas negras do campus.

E mesmo sob ruídos constantes, os moradores da grande casa mantinham-se em sono profundo – sob fortes e viscerais efeitos da ressaca.

Mais duas sequências de murros estrondosos e a porta do quarto de Jack iria ao chão. Hiccup não poderia dizer que não era sua intenção.

- Que droga, Jackson! Acorda! – outra sequência frenética de socos. – O Flynn acordou primeiro que você, seu completo imbecil!

Aquela era uma observação bem óbvia. Flynn, único desperto além de Hiccup, apresentava uma ótima resistência a ressaca devido ao seu histórico, bem mais experiente que de seus amigos.

- Você está acordando a casa inteira, não só ele. – ao seu lado, o mesmo comentava de uma maneira tão indiferente que contrastava em demasia com a tensão em torno de Hiccup.

- E Kristoff, nada?

- Dormindo.

- Refutado, então.

Flynn ergueu para ele o dedo do meio.

Hiccup xingou com um muxoxo e suspirou, voltando a esmurrar a porta do quarto de Jackson.

- Não duvido nada que estejam em coma alcóolico.

- Sem exagero, Soluço. – falou o outro moreno durante um rápido bocejo. – Daqui a pouco eles levantam.

- Flynn, quantas vezes eu vou ter que te dizer que “soluço” é a puta que te pariu?! – o outro deu de ombros, sem se importar com a ofensa à própria mãe. – Não tô nem aí se eles estão em coma, mesmo tendo quase certeza que sim. Minha preocupação mesmo é do Jack não ter levado os papéis para Aster no escritório ontem. – Hiccup passava as mãos nos cabelos, exasperado. – Prometi que esses papéis estariam em suas mãos até a data de hoje! As cartas já foram enviadas, mas ele precisa dos nomes!

Num rompante, a porta esmurrada do quarto foi aberta, exibindo um sonolento e desgrenhado Jack Frost.

- Quanta descrença na minha palavra. – colocou uma mão sobre o peito desnudo, fingindo indignação. – Isso me magoa. – ironizou, enquanto esfregava os olhos debilmente.

- Até que enfim! Você entregou ou não? – mal conseguiu conter a ansiedade.

- O que você acha? – fez mistério, abrindo um sorrisinho maldoso e seguindo em direção a cozinha no intuito de adquirir o quanto antes uma caneca de café fresco.

Hiccup o seguiu, de braços cruzados. Era bem do feitio do seu melhor amigo provocar tensão para manter-se sob vantagem. O mesmo vivia zombando de seu senso de dever exagerado, ainda que se mostrasse admirado raramente.

Crispou os olhos verdes na direção do loiro.

- Já foi mandado a merda hoje, Frost?

- Você é o primeiro do dia, meu amor. Oh espere, me deixe melhorar isso: o primeiro a ter coragem de dizer na minha cara.

- Seu puto. – resmungou o outro.

- Vai me ofender assim, ó princesa viking? Chega a ser uma provocação. – e piscou na direção do outro, que revirou os olhos. – Já te disse que se eu gostasse da fruta, te dava uns pega.

- Como se você fizesse o meu tipo.

- Estou ofendido agora, meu muso. – sorveu de seu café, sem parecer incomodado.

- Agora que saiu do seu palácio encantado...

- Não graças a você, obviamente. – ergueu a caneca de café para evidenciar o verdadeiro motivo.

- Me diga, entregou os papéis ou não?

O loiro revirou os olhos, com um suspiro exasperado.

- Claro que sim. Que tipo de pessoa você pensa que eu sou?

- O tipo irresponsável. – Jack deu de ombros. – Não me culpe por agir assim. É só vocês chegarem num local arregado de bebida e mulherio que qualquer conceito decente se esvai em segundos.

- Tenho que admitir que ele está certo. – concordou Flynn, indiferente.

Jack encarou-o com uma sobrancelha arqueada.  – Ele tá falando de você também, ô animal.

- E tá errado? – declarou o outro. Hiccup dera uma risadinha.

- O que tinha de tão importante nesses papeis, afinal? – indagou o loiro.

- Coisa que você deveria saber, né. – respondeu Hiccup, já confortável no vasto sofá da sala.

- Desembucha.

- Fichas com os nomes dos novos funcionários.

Um largo sorriso abriu-se no rosto do Frost. – Considerou minhas exigências, meu caro compatriota?

- Se são exigências, eu não tenho a opção de considerar, apenas fazer.

- Ora, você é meu melhor amigo. Provavelmente, o único que eu consideraria uma sugestão contrária. – sorveu do café, estralando os ombros.

- De qualquer forma, os nomes precisam ser passados pelo Aster. Como você sabe, é ele quem lida com as entrevistas, caso haja. – Hiccup desviou o olhar para encarar Jack. – E ele com certeza vai perceber que só tem mulher naquelas fichas.

Jack deu de ombros. – E daí?

- Ele confiou em mim a ponto de não exigir revisar as fichas das pessoas que considerei serem aptas, mas eu quero muito ser contratado, cara, ele vai me achar um pervertido sem escrúpulo nenhum.

- Hiccup, às vezes eu tenho a ligeira impressão de que você esquece que a boate é minha. – Jack falou com uma tranquilidade irônica.

- Mas quem lida com as contratações é o Aster. Se você pudesse me contratar, tava safo.

- Talvez, você possa se contratar. – Hiccup não conseguiu evitar a risada. Jack sorriu. – Mas é sério, não é a primeira vez que você lida com as papeladas da casa, você é o melhor profissional administrativo que eu ainda não contratei, por dois motivos: por eu não poder contratar e por você não ser profissional, mas esse é só um detalhe.

- Eu sou só um quebra galho, estou fazendo favores.

- Mas você merece ser remunerado e sei também que precisa. – Jack massageou entre os olhos. – Eu vou conversar com nosso maior investidor, que por acaso, para a sua sorte, é alguém que te estima muito. Veremos se essa condição poderá ser alterada.

Hiccup riu, descrente. – Eu duvido muito e, sejamos francos, se ele deixasse os contratos na sua responsabilidade, aquela casa de show já teria se tornado um bar de streapers há tempos.

- Você quer dizer, o melhor bar de streapers há tempos. – Hiccup negou com a cabeça, sabendo que provavelmente seria verdade, e tornou a assistir à programação a TV. – Agora, se não for incômodo, abaixa isso aí que minha cabeça tá explodindo.

- A minha também, tô na merda. – Kristoff apareceu, se jogando no vasto sofá.

- Pelo visto, a noite foi boa. Que bom, pois as aulas retornam na segunda. Escutou, Sr. Ressaca? – indagou Hiccup, alfinetando o recém chegado.

- Não sou surdo. – respondeu Kristoff, categórico.

- Ótimo. Não estava afim de falar duas vezes. – expôs tranquilamente, fazendo o outro franzir o cenho.

- Valeu pela preocupação, pai. – zombou o loiro, fazendo Hiccup rir, levantando-se e seguindo em direção as escadas, de onde descia Flynn retornando de seu quarto, aparentemente trajado para sair, o que chamou atenção dos outros na sala.

- Olha ele... – ironizou Jack, ainda que curioso. – Onde vai todo bonitão? Desse jeito, ficarei enciumado.

- Você deveria saber. – respondeu o moreno.

- Por que caralhos tá todo mundo me falando isso hoje?

- Você não tem comprometimento com nada mesmo, Jack. – riu Hiccup, retornando de seu quarto.

- Mas o que foi agora? Já não falei que entreguei a porra dos papéis?

Flynn cruzou os braços, o observando de cima enquanto Hiccup parava ao seu lado com um sorrisinho no rosto, antes de falar por fim. 

- Como consegue esquecer dos eventos que você mesmo organiza?

De maneira dramática, Jack arregalara os olhos azuis com o susto, levando as mãos à cabeça.

- Puta que pariu, eu esqueci completamente!

Os dois trocaram um olhar nada surpreso antes de rir, seguindo rumo a porta.

- Te encontramos lá.

Mal saíram e Jack já estava de pé seguindo apressado em direção ao banheiro.

- Kristoff, vai se ajeitar. Troca a porra das ataduras, levanta o cu daí e simbora! (???)

Mas quando retornara, Kristoff estava na mesma posição de quando ele havia ido: jogado no vasto sofá.

Jack arqueou uma sobrancelha.

- Mano, cê tem demência? (?) – aproximou-se dele, atrapalhando a visão do que ele tanto fingia prestar atenção na TV. – Kristoff, você vai, né?

- Não.

- O caralho. Organizamos juntos e iremos juntos.

- Eu nunca disse que iria.

- Sem essa, meu camarada rabugento. Não me tira como otário.

- Frost, eu não vou. – foi categórico ao dizer. Jack deu um suspiro, mas seu olhar mantinha-se obstinado.

- Escolhemos um lago justamente por causa de você. Não há correnteza. – manteve seus argumentos e com um muxoxo Kristoff virou o rosto para não encara-lo. – Vamos, irmão. Não pode se privar pra sempre. – Kristoff não esboçara reação nenhuma. Jack suspirou, percebendo que seus esforços eram em vão. – Você é quem sabe. – negou com a cabeça, afastando-se enquanto pegava a chaves da moto e o capacete. – Eu vou estar esperando por você.

Saiu da casa, deixando o amigo pensativo jogado no sofá. Conhecia os problemas de Kristoff, sabia que ele era um cara reservado e tinha conhecimento de seus motivos, não queria pressioná-lo a nada. Mas odiava vê-lo se privando de um ótimo dia por causa de um trauma de anos.

Jack atravessou a porta de acesso à garagem. Logo dali, avistou a sua tão amada Suzuki preta. Suspirou só de olhar para ela. Aquela moto era seu xodó, se assim podemos dizer. Pôs o capacete, acomodou-se em cima do veículo e seguiu acelerado em direção ao parque Hinksey.

 

POV Elsa

Ouvir o canto alegre dos passarinhos lá fora não amenizava a tensão agarrada a cada músculo do meu corpo. Apesar de já estar acordada há horas, o cansaço não era um problema.

E pensar que durante minha adolescência eu vivia de florais e outros medicamentos fitoterápicos que meus pais me induziam a tomar para aplacar minha ansiedade. Anos se passaram e eu continuo uma adolescente ansiosa habitando um corpo de mulher que se esforça em aparentar estar sempre calma.

Como de praxe, me ergui da cama quando notei já estar pensando demais. Enquanto calçava as pantufas e vestia um casaco fino, aquela voz masculina e familiar repetia a mesma frase que outrora me magoara. Deixei o quarto, mais uma vez evitando pensar.

Considerei a ideia de acordar as meninas ao passar pelo corredor, mas desisti ao concluir que ninguém merece ser acordado às 6h da manhã de um sábado. Não é porque você não consegue, que tem que perturbar a paz de quem dorme tranquilamente a noite inteira, Elsa.

Já na pequena cozinha familiar, pus a chaleira para ferver a água e li as manchetes do jornal deixado sobre o tapete da porta de entrada, sem muito prestar atenção uma vez que a voz masculina ainda repetia a mesma frase em minha mente, ecoando distante como os anos que passaram desde que acontecera.

Aquilo me irritava em demasia. Não havia muito o que eu pudesse fazer para calá-lo, então eu me dispunha a me ocupar com qualquer coisa para me distrair e a ideia dominante naquele momento era fazer panquecas.

Sim. Fui logo untando os ingredientes da massa de panquecas em um recipiente de inox, batendo a massa e deixando-a descansar enquanto terminava o café e reciclava o jornal, ligava a TV num canal qualquer, pré-aquecia a frigideira e enchia o recipiente de ração do Olaf.

- Bom dia, El.

- AH! – socorro, que susto.

Punzie, que pelo “bom dia” murmurado a pouco ainda parecia sonolenta, no momento em que ouvira meu berro, acordara de supetão.

Coloquei a mão sobre o peito, tentando acalmar meu coração.

- Você quer me matar?

- Tá louca, é? Eu quase tive um derrame com esse teu grito. – respondeu ela, logo arqueando a sobrancelha para a massa batida no recipiente sobre o balcão. – Panquecas, Elsa? Tá brincando, né? Sabe que não resisto as suas panquecas. E sabe que eu estou de dieta, sua quenga.

- Sinto muito, porém nem tanto.

Acompanhei com a visão periférica a loira vindo sentar nos banquinhos enfileirados do balcão da cozinha americana, observando a massa formando bolhas. Distraída, ela lia minha carta de admissão no novo emprego que eu havia alcançado.

- The House, hm? – indagou ela, prendendo os longos fios dourados com um elástico velho. – Apesar do pouco tempo que tivemos na cidade, acredita que já ouvi falar dessa casa de shows?

Meu mais novo cargo era de garçonete numa boate recentemente inaugurada por um jovem empresário de ideias inovadoras e predispostas ao sucesso. Aparentemente, esse cara obtinha êxito onde quer que ele decidisse colocar as mãos. Não era de se espantar que Punzie, sempre antenada nas novidades interessantes, já tenha ouvido falar do local.

- Acredito. Consegui incluir o curriculum da Merida junto do meu, mas ela ficará no bar e eu na pista.

- Não vou me sentir ofendida com o fato de não ter pensado em mim para trabalhar nessa boate baffo, pois já consegui um emprego também. – ela jogou o rabo-de-cavalo loiro por sobre o ombro, verdadeiramente orgulhosa de seu feito.

Contou que seria assistente num ateliê de artes próximo ao apartamento. Eu nem fingi meu olhar complacente. Eu sabia que Punzie estava tentando vaga nesse ateliê desde muito antes de sairmos de Birmingham. Apesar da escolha de seu curso, fortemente influenciado pela posição e exigência de seus pais, Punzie fazia o possível para manter-se perto da sua verdadeira paixão.

Coloquei o grande prato de panquecas e o pote de mel bem à sua frente no balcão. Punzie me lançou um olhar mortal, mas se derreteu ao sentir o cheiro que subia das panquecas.

- Bom apetite. – declarei com um sorriso desafiador.

- Você é péssima. – grunhiu ela. – Mas suas panquecas são ótimas. – completou, dando uma garfada generosa na primeira de muitas panquecas daquela manhã.

- Bom dia, meus chuchus. – exclamou enquanto prendia, ou tentava prender, os cabelos encaracolados num rabo de cavalo firme, mas sem muito sucesso. Mais do que o habitual, Merida parecia animada aquela manhã.

- Bom dia, Meri. Fiz panquecas. – ela fez questão de comemorar me abraçando, como manda sua personalidade inocentemente carinhosa. Entreguei a ela a carta de admissão da The House. – Me desculpe, Meri, mas não consegui coloca-la na pista comigo. – ela não conseguiu disfarçar o olhar triste, mas eu continuei. – Mas você ficará no bar, o que é até melhor e menos cansativo.

- E-eu não sei, El... – ela parecia apreensiva e já começava a gaguejar.

- Ei, ei, ei... vamos nos acalmar, fazendo o favor? – impôs Punzie, apontando na direção de Merida, que arregalou os olhos. – Você é completamente capaz, Meri. Vai dar tudo certo e Elsa estará a alguns metros de você, bem pertinho. Você não estará sozinha. Capisci?

Merida pareceu pensativa por alguns segundos, mas logo respirou fundo e sorriu aliviada, feliz por perceber que não estaria sozinha. Portava um medo bobo de primeiras vivências no quesito emprego. Sem me conter, aproximei-me dela e foi a minha vez de guarda-la num abraço.

- Você não estará sozinha. – repeti as palavras da Punzie.

Ela prontamente me correspondeu, mas eu sabia que no fundo estava surpresa, principalmente por ter conhecimento da minha pequena aversão a contato físico.

Meri voltou a se servir, Punzie voltou a comer e eu retornei a frigideira com panquecas no fogão enquanto ambas tagarelavam.

- Eu estava nervosa, não vou mentir. – admitiu a ruiva.

- Ora, não me diga... – murmurou Punzie.

 - Obrigada, força superior, por ouvir minhas preces! – quando olhei, Merida tinha os olhos fechados e as duas mãos juntas em sinal de oração.

- Que delícia acordar já ouvindo lamúria. – bocejou Anna, adentrando o recinto. – Bom dia, aliás. Hmmm, panquecas. Ok, o dia melhorou 10%. – comentou enquanto sentava-se, beliscando uma panqueca.

- Bom dia, Super Anna! – exclamou Meri, erguendo a palma da mão, onde Anna bateu prontamente.

- E então, até que demorou para a ansiedade de vocês duas aflorar... – Anna apontou na minha direção e de Merida.

- Já falei que não adianta ficar nervosa. – disse Punzie terminando de mastigar um pedaço de panqueca. – O mundo está em constante mudança. Tem que ter ginga, amadas. 

- Nada que não possamos fazer. – afirmou Anna, esforçando-se para parecer confiante, ainda que o cargo que havia conseguido na cafeteria local não a agradasse tanto.

Anna pôs curriculum enfatizando que se candidatava a vaga de balconista ou a qualquer outra função que demandasse o mínimo possível de diálogo com clientes. Anna nunca teve facilidade, tampouco intenção, de seguir à risca a frase “o cliente sempre tem razão”. E isso era um problema, uma vez que a colocaram como garçonete.

Ela estava aliviada de estar empregada, mas tensa só de imaginar as situações futuras.

- A cafeteria é próxima ao campus, Anna, com certeza terão apenas alunos cansados e lendo enquanto tomam café. – tentei tranquiliza-la.

- Mas... – interviu Punzie, com um sorriso maldoso nos lábios. – Não se esqueça que gente idiota tem em todo lugar, principalmente filhinhos de papai com seus delírios de grandeza. – a feição de Anna desabou para desespero drasticamente. – Coisa que você não atura, né miga. – concluiu a loira.

- Obrigada por melhorar as coisas, Rapunzel. – ironizei, revirando os olhos.

- De nada, sei que não teria conseguido sem a minha ajuda.

- Eu tenho a leve impressão de que isso vai dar merda. – pensativa, Meri comentou.

- Nossa, estou abismada com a crença de vocês na minha capacidade. – disse Anna, rindo sem humor.

- Menos, Anna. Quase nada. – riu Rapunzel. – Só te conheço bem o suficiente pra dizer que a pouca paciência que você tem, não vai durar muito naquele emprego.

- Ah, mas você espera que eu faça o que? Se vier aqueles clientes abusados achando que tem o rei na barriga, quieta é que eu não vou ficar.

- Você não precisa ser tão drástica em suas ações sempre, Anna. – massageei as têmporas já sentindo uma dor de cabeça por antecipação.

- Nunca levei desaforo pra casa, não vai ser agora que isso irá mudar, Elsa. – Anna irritava-se a cada palavra dita. Suspirei, derrotada. Não adianta tentar dialogar com ela. Anna é muito teimosa. – Paciência zero, principalmente pra moleques com cantadinhas meia-tigela.

- Acostume-se. Pois, provavelmente, é o que mais vai ter. – disse Rapunzel simplesmente. Anna bufou em desagrado.

- Já avisei que vai dar merda isso. – murmurou Meri enquanto comia.

- Que Rikudou me dê paciência! Pois se me der força, eu ainda quebro o nariz de um. – disse Anna, suspirando consternada. – Eu queria uma profissão onde eu não tivesse que lidar com nenhum ser humano.

- Agora entendi por que Anna não durou muito como garçonete daquele restaurante chique em Birmingham. – falou Merida, com a voz distante, fitando um ponto qualquer.

- Eu não fiz nada demais. – decretou Anna.

Rapunzel riu. – Você mandou um cliente ir “tomar no orifício anal”, Anna.

- Educadamente, ok?! – decretou a outra.

Depois de Anna não dar um pingo de confiança a uma cantada ridícula vindo deste homem em seu local antigo de trabalho, o cliente em questão não gostou e foi grosseiro com ela, tendo como resposta o seguinte:

“Por gentileza. Dirija-se ao seu orifício anal e tome nele. Obrigada.”

A princípio, o cliente não entendeu. Mas quando enfim a ficha caiu...

- Fui demitida, mas fazer o quê? O mal do homem é achar que pode falar o que quiser, que mulher nenhuma ousará responder o que ele não quer ouvir. Sai fora. – expôs e eu não consegui evitar sorrir, sentindo um orgulho secreto da prima que eu tinha. A seriedade tomou sua feição antes de ela voltar-se para mim. – Mas não se preocupe, El. Vou fazer o possível para me manter na linha, não vou perder esse emprego. Vou te ajudar a manter esse apê e te ajudar com as questões da tia Aldara sempre que possível.

- Conta comigo. – interviu Meri.

- Comigo também. – completou Punzie.

- Parem com isso. Eu disse a vocês que nem precisava...

- Pode parando você aí. – interrompeu Punzie. – Que negócio é esse de ter que lidar com tudo sozinha? Basta. Te ajudaremos sim. Já é graças a você que tenhamos conseguido um apartamento bom e com um desconto maravilhoso. Então, não discuta. – eu não pude falar mais nada porque ela já foi puxando um outro assunto. – Bom, vocês souberam da confraternização no Hinksey Park, né?

- Não. – Anna respondeu por todos nós.

- Pois agora, vocês sabem. Vamos.

- Onde fica o parque Hinksey?

- Você não sabe, Meri? Passamos em frente quando chegamos de mudança. Aquele com um grande lago ao fundo... – expliquei e ela pareceu lembrar.

- É uma confraternização organizada pelos veteranos. – acrescentou Punzie. – Para conhecimento geral.

- Tô dentro. – Merida seguiu em direção ao seu quarto.

- Parece ser legal. Vamos, então. – falei, esperando uma resposta de Anna que era a única que não havia esboçado reação quanto a novidade.

- Quem disse que eu quero ir? Hoje vou ler os capítulos atrasados de Shingeki no Kyojin que não tive tempo de ler antes por causa da mudança, e isso só pra começar, comprei um livro semana passada e até hoje não comecei a ler, entende o que é isso? Preciso pôr em dia as minhas séries, ainda nem vi o último episódio da segunda temporada de Daredevil. Não tenho tempo nem vontade de ficar de confraternização com gente que eu nem... – Punzie a interrompeu.

- Você vai e pronto, sua quenga geek! – e puxou Anna que resmungava alguns palavrões em resposta.

Em poucos minutos, Merida e Anna já estavam prontas. Eu desci as escadas percebendo que, no entanto, Rapunzel era a única que ainda se aprontava.

- Vamos logo, Rapunzel, loira de farmácia! – gritava Merida, alfinetando a amiga.

Rapunzel desceu as escadas rebolando sobre sua anabela 15cm e logo chegando a porta, jogando os cabelos para frente – na cara da Merida, que riu – e depois jogando-os para trás novamente, fazendo uma pose e dizendo: – Aqui é natural, miojo de tomate.

- Sai daí, macarrão ao alho e óleo.

- Cabeça de fósforo.

- Loira aguada!

- Sopa de cenoura!

- Oxigenada!

- Ferrugem!

- Gente, paz. Pelo amor de Rikudou. – falou Anna, exausta. – Será que podemos ir, por favor? Obrigada. De nada. – e bateu a porta.

Rapunzel mostrou a língua a Merida, que pisou no pé dela. Entramos no elevador, aos risos, conversando sobre coisas aleatórias. Ao chegarmos a garagem, adentramos meu carro – todos concordamos sobre quem ficaria responsável pela direção naquele dia. Anna entrou no banco do passageiro, Rapunzel no banco de trás do motorista e Merida ao seu lado, lhe fazendo trancinhas. Sim, já haviam feito as pazes. E seguimos em direção ao parque Hinksey.

*


Notas Finais


Pessoas, o aviso é que essa fic será escrita em POVs, ok? Esse primeiro capítulo fiz diferente pelas apresentações e tals. Mas a partir do segundo capítulo será em POVs, torço pra que não seja problema pra vocês, pois ele já está pronto. Enfimmmmm, o que acharam? Preciso saber se estou agradando ou não. Posso melhorar, só preciso da ajuda e opinião de vocês. Segundo capítulo será a festa do Lago, uhul! HUEHUEH Espero que tenham gostado, beijos e até o próximo! õ/

[REVISADO: 08/07/2019]
Mantido a escrita em terceira pessoa na cena com os rapazes, mas já incluindo o sistema de POVs a partir das cenas com as meninas ^^


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