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História Rivais do amor - Lee Felix (revisão) - 001


Escrita por: scthur

Notas do Autor


Resolvemos fazer uma fanfic do Lix hehehe.
Então espero que gostem!
Nós desculpem qualquer erro.
E eu não sei mas o que dizer aqui!

Capítulo 1 - 001


Fanfic / Fanfiction Rivais do amor - Lee Felix (revisão) - 001

 

FLASHBACK ON 

Tudo deu início naquela tarde de inverno com meu pai entrando pela cozinha, dando a grande notícia de que iríamos nos mudar para a Coreia do Sul, por subir de cargo no emprego.

A Mamãe? Ela ficou furiosa e correu praticamente a casa inteira atrás do velho por ter decidido algo sozinho, se tem uma coisa que ela mais odiava –além de ver meu quarto bagunçado,– era decidir as coisas sem primeiro pedir uma sugestão. Mas no final de tudo ela aceitou, afinal não havia como voltar atrás.

– Se eu te pegar mais uma vez fazendo decisões sem antes me pedir opinião! Eu juro pelo amor que tenho pela minha sogra que irei quebrar sua cara! – mamãe o ameaçou a base de gritos assim que entrei para assistir a cena, estava curiosa para saber o que era aquele barulho todo.

– Desculpa amor! – sua voz era baixa e mansa.

– Sem desculpa! Pelo amor de Deus. – a velha bufou ainda contrariada, apontando o dedo indicador para papai, que usou o prato para se proteger. – Comporte-se e tire isso do seu rosto! – mamãe revirou os olhos respirando fundo. – Filha pode me ajudar com o jantar?

– Claro mamãe. – levantei da cadeira segurando a risada, mas antes de ir de encontro a ela, eu murmurei: – Papai o prato não vai te proteger. – brinquei, ouvindo suas queixas baixas. 

[...]

– S.N...? – mamãe entrou no quarto com um largo sorriso nos lábios. – Querida, Seungyoun está lá embaixo.

– Peça para ele subir... Por favor. – respondi sem olhar para velha. A porta foi fechada e o som de seus passos foram diminuindo, aproveitei daquele momento para pegar a caixinha de primeiros socorros escondida entre os panos. Quem diria que socar o rosto daquela garota me traria tanto prejuízo. – Ai droga... – resmunguei tirando a faixa do meu punho. Mostrando alguns arranhões e marcas roxas, principalmente o sangue já seco pelos cantos.

– Gatinha? – a voz de Seungyeon soou pelo cômodo causando um pouco de nervosismo, precisava esconder aquela caixa. – O que faz escondida aí? – outra vez sua voz ressoou ali dentro e por impulso me ergui batendo a cabeça com força na mesa.   

– Caramba Seungyeun! Que susto. – resmunguei massageando minha cabeça permanecendo sentada no chão. – Nada, só estava checando se tinha algo a mais para embalar. – menti.

– Você realmente, não consegue esconder nada de mim. – zombou dando uma risadinha. – Não cansa de procurar confusão em? – perguntou segurando meu punho para analisar as marcas.  

– O que eu podia fazer? Ela me provocou, além do mais você me conhece... – sentei na ponta da cama fingindo dobrar uma peça de roupa. – Sempre dou o troco de alguma forma, seja ela na briga ou com algum desafio.

– Posso saber o motivo dessas malas e caixas no seu quarto? Tem caixa para todos os lados em alguns cômodos. – Seungyeun olhou em volta tirando o casaco que usava.

– Lembra que eu comentei com você, da notícia que meu pai iria dar? – concordou. – Então é sobre isso. – soltei uma risada baixa. – Vou me mudar para a Coreia do Sul.

– Isso é sério? – perguntou talvez surpreso.

– Você prestou atenção no que conversamos Seungyeun? – neguei incrédula, ouvindo a risada alta do moreno. – Idiota! – arremessei meu travesseiro em seu rosto.

– Hm... Não fale assim do seu bebê. – Seungyeun, levantou me jogando na cama, dando uma sequência de beijos por todo meu rosto.

– Não adianta dar beijinhos, isso não vai resolver o quanto eu quero te dar um soco por rir da minha cara. – virei os rosto tentando manter meu posto de garota séria, mas era algo difícil já que Seungyeun conseguia tirar mínimos sorrisos de mim até mesmo dormindo.

Peguei o celular acima do criado mundo com intuito de iniciar uma videochamada para minha melhor amiga. Hwang Ana e eu tínhamos uma diferença de idade, o mês. A mesma possuía 19 anos de idade na cara, mas nem por isso se dizia ser dona de casa, já que mal conseguia cuidar de si própria.

Ligação (Vídeo)...

– Amém! Achei que tinha ficado preso no vaso sanitário. – Ana sorriu de forma debochada. – Oi Seungyoun!

– Oi Dongsaeng! – Seungyoun acenou dando um daqueles sorrisinhos sapeca.

– Me poupe de suas idiotices Ana. – revirei os olhos ouvindo sua risada no fundo. – Como estão indo as coisas por aí?

– Não está nada bem... – deixou o celular em cima da mesa correndo para os fundos.

– Aconteceu algo de errado?

– Estou com problemas dentro de casa. – Ana puxou a cadeira talvez para sentar, fixou o olhar em algum canto da cozinha e bagunçou os cabelos respirando fundo. – A mamãe e o papai se divorciaram... E o motivo foi as bebedeiras daquele velho escroto, eu já não gostava dele... Se não fosse pelo Hyunjin, com certeza nossa mamãe estaria no hospital em coma.

– Mas ela está bem? –  Seungyeun perguntou deitando em cima de mim.

– Uhrum... Ela está na casa da minha tia, eu fiquei aqui cuidando das coisas, o que está sendo difícil, você sabe… – disse gesticulando sua destra.

– "Eu mal sei cuidar de mim, quanto mais de uma casa." – ri. – Eu conheço você garota.

– Oi burguesa. – Hyunjin apareceu atrás da Ana sorrindo. – Sentiu saudades?

– Hm? De ti eu quero distância meu caro Hwang. – sorri. – Brincadeira.

– Ah... Meu coração está doendo tanto agora. – repousou sua palma sobre o peito   fazendo uma falsa careta. – Viu o que fez?

– Por favor Hyunjin, sem drama! – Ana encarou o irmão que logo ficou sério. – Obrigado.

– Você às vezes me assusta... Nem parece ser minha irmã. – Hyunjin pegou um banana da fruteira rindo.

– Vaza daqui seu tarado! – Ana gritou jogando algo em sua direção. – Voltando... Quando vai vim para cá?

– Vou embarcar amanhã, hoje vou sair com Seungyeun. – murmurei ouvindo um suspiro baixo vindo dele o que aparentava estar dando um cochilo.

– Vão matar a saudade um do outro hm? – perguntou num tom levemente malicioso.

– E você deveria acabar com esse bendito fogo, não acha? – tentei ser sarcástica mas acabei rindo.

– Calma, o Wonwoo ainda não chegou. – umedeceu os lábios sorrindo. – Ele...

No começo Wonwoo era apenas um amigo para Ana, outrora um inimigo, mas viviam naquela base de "amizade colorida" ela a fofa e ele o bad boy metido a garoto gostoso–era o que às vezes ouvia nos corredores–. Porém, com o decorrer dos dias o juízo lhe bateu a cabeça e eles anunciaram estar num relacionamento sério.

– Não! Por favor, eu já entendi quando você fez aquilo. – apontei para minha boca. – Às vezes você não tem um fogo, mas sim um incêndio.

– Vocês garotas... – Hyunjin parou atrás de Ana, mas dessa vez parecia ocupado com algo. – Sou só eu, ou vocês duas falam a base de código.

– Vai por mim. – Seungyeun levantou o rosto, fazendo careta. – Você não vai querer entender...

[•••]

– Não tem previsto para voltar? – neguei. – Vou sentir falta de ti tampinha.

– Para de me apelidar com nomes desnecessários! – bati em seu braço rindo. – Mas... Quando vai pra Coréia?

– Não sei... Meus pais ainda não decidiram... E eu tenho um jogo amanhã. – deitou no gramado fazendo bico. – Você vai se dar bem por lá.

– Vou? Seungyeun! Eu mal falo português bem, quanto mais coreano. – ergui minhas mãos indignada. Ele realmente achava que eu era boa demais em aprender outra língua. 

– Do que você está reclamando? Português não é muito o meu forte, mas compreendo já coreano, eu sei! Então estamos kits. – dei de ombros.

– Grande ajuda essa! – me joguei no gramado choramingando. – Não vai ser as mesmas coisas sem você lá. 

Era o que eu ao menos achava.

– Veja pelo lado bom, Ana vai está lá.– Seungyeun deitou do meu lado beijando minha bochecha. – Vou te ligar todos os dias possíveis.

– Mas você não vai está lá me irritando como aqui. – puxei o moreno pelo colarinho já irritada.

– Eu amo esse seu lado. – sorriu segurando meu queixo, acabando com o pouco espaço que tínhamos com um beijo necessitado. Eu iria sentir falta daqueles lábios, daquele sorriso, dos seus gritos quando caia de algum lugar, ainda mais quando perdia a paciência comigo em algo, mas o mínimo que eu podia fazer agora era aproveitar todo esse carinho que Seungyeun me dava.

Flashback Off.

 POINT OF VIEW SCTHUR.

Mesmo que no começo, S.N esteve animada para a tal mudança mais no atual momento ela estava frustrada. Já na nova moradia, do outro lado do mundo, a ficha caiu, ela tinha deixado várias coisas pra trás que agora, seriam um pouco difíceis de conseguir novamente, e ela sabia também que teria problemas na escola nova, pois as regras da tal são diferentes de seu antigo colégio no Brasil.

Ainda sim com muitas coisas em sua mente, decidiu que o melhor a se fazer é seguir e encarar a nova realidade; sem seus amigos embora pouquíssimos, sem confusões e sem Seungyeun.

Ela já estava matriculada em sua nova escola e só restava esperar pela segunda-feira, isso deixava-a nervosa, na verdade, tudo o que estava acontecendo deixava ela nervosa, tanto que sentiu necessidade e saiu de casa para esfriar um pouco a cabeça. Ela já conhecia um pouco do lugar onde estava morando e tinha plena consciência do caminho de volta para a casa e até mesmo alguns atalhos.

Depois de algum tempo de caminhada, decidiu que seria a hora de voltar para casa, não havia avisado sua mãe e sabia que se chegasse muito tarde, levaria uma baita bronca.

Pegou um atalho que levava direto para o seu bairro, era o mais rápido que havia descobrindo até o momento, então, começou o seu caminho.

Em meio a tantas paredes e caminhos diferentes, S.N acabou escutando alguns gritos abafados e risadas, ela realmente não queria se importar com aquilo, não era de sua conta, porém, era inevitável não se sentir uma pessoa ruim por não dar importância aquilo, sua consciência ficaria pesada. Mudando sua rota e um pouco relutante, ela seguiu até onde os gritos se encontravam.

Não era uma cena boa de se ver, e S.N estava inconformada com aquilo, três garotos surrando um garoto apenas, o mesmo se encontrava no chão, todo encolhido, com vários machucados pelo rosto, o sangue de qualquer um fervia com aquela cena, e o de S.N estava fervendo a tempos.

– Ei! O que pensam que estão fazendo? – falou sem pensar duas vezes, percebendo o mini erro que havia cometido, ela não estava afim de machucar suas mãos que ainda não estavam curadas, mas, se fosse preciso, não teria jeito, estava disposta.

Por outro lado, os três garotos voltaram sua atenção diante de S.N e pararam por um momento de xingar o garoto no chão.

– Não é da sua conta gracinha, acho melhor pegar seu caminho e ir embora, antes que acabe do mesmo jeito que ele. – um dos garotos disse e fez menção para que os outros dois dessem risada do que ele estava dizendo.

– Sinto informar a vocês, mas eu não estou afim. Por que você e seus cachorrinhos não fazem isso, hm? Não acha melhor? – S.N retrucou e recebeu um olhar de ódio vindo dos três indivíduos, mas, não se abateu. – Vocês me cansam, sabia? Vão procurar alguma coisa melhor para fazer e deixem ele em paz. – a garota disse chegando perto do rapaz estirado no chão, tentando ajudar a levantar, mas foi impedida, um dos marmanjos acabara de empurrar seu ombro e ela caiu sentada, deixando resmungos sair de sua boca.

– Você pensa que é quem pra falar assim, ein? Que audácia. – o garoto que parecia ser líder do grupinho disse, logo em seguida acertando um chute na lateral do corpo de S.N, arrancando um suspiro sôfrego e automaticamente se retorcer de dor.

Mas, em um ato rápido, mesmo que com corpo dolorido. S.N passou uma rasteira no marmanjo, colocou suas pernas em torno de seu quadril prendendo naquela posição e deu uma sequência de socos em seu rosto por pura raiva. Enquanto os outros dois rapazes tentavam tirar ela de cima do líder, que também foram impedidos por ela que saiu de cima do cara e acertou um chute no queixo de um dos garotos que estava mais próximo, este cambaleou e caiu desorientado, alcançando o segundo garoto com uma joelhada em seu estômago.

S.N cuspiu um pouco de sangue e encarou os três garotos no chão, sorrindo satisfeita, a lateral do seu corpo doía, assim como o canto de sua boca e também sua testa, sem contar os punhos que agora ganharam novos cortes, devidos aos socos.

Correu os olhos por aquele beco a procura do rapaz, que, por sinal, estava encostado na parede com a mão no abdômen, seu estado era um pouco mais crítico do que o de S.N, ele estava mais machucado que ela.

– Se encosta mas uma vez nele, eu juro... – com muito esforço ela agarrou o colarinho da camisa do líder do grupo, jogando contra parede. – Eu não vou ter pena de socar vocês mais uma vez! – ameaçou largado de uma vez o garoto. – Saiam daqui – esbravejou sem dar esforço de fazer alguma outra ameaça, não era mais necessário, eles saíram do beco com dificuldade. – Aqui seu óculos. – estendeu para o loiro que, pegou assustado. – Posso… – sua voz era baixa, não parecia mais ser a garota que quebrou a cara de três garotos sem esforço algum. – Saber o motivo de eles terem batido em você?

– Por que, quer saber? – disse o garoto tomando o óculos das mãos de S.N, ajeitando em seu rosto.

– Olha! O mínimo que você deveria fazer é me agradecer caso contrário iria continuar aqui no chão sendo espancado por três garotos idiotas! – rebateu a menor, sem paciência alguma.

– Desculpa... Eu não tenho muitas amizades, posso dizer que só falo com garotas quando estou fazendo meus trabalhos. – respondeu sem lhe encarar.

– Eu também sou assim, tenho poucos amigos. – disse fechando e abrindo sua mão para tentar relaxar com a dor que se espalhava lentamente. – Um está no Brasil e minha melhor amiga e seu irmão, que moram aqui. – a garota ajoelhou do lado do loiro tirando três ban-aid do seu bolso. – Isso não vai ajudar muito, mas vai melhorar até chegar em sua casa.

– É... Obrigado. – o loiro sorriu agora calmo para S.N. – Eles me bateram porque eu não fiz seus deveres.

– Uh? – a garota fitou o maior, que agora encarava suas próprias mãos.

– Eu apanhei por que não fiz os exercícios deles, e em troca o que eu recebi foi isso. – jogou as mãos para alto sorrindo sem mostrar os dentes.

– Por que não conta para seus pais? –  levantou do chão ainda mais contrariada.

– Eu escondo deles, é errado, mas o que eu devo dizer? Boa noite pai, eu apanhei de três garotos por não ter feito os seus exercícios. – ele também estava de pé e limpava o casaco e a camisa com algumas manchas de sangue. – Obrigado por tudo, mas agora eu devo ir.

– Não há de quê, eu só ajudei porque odeio covardia vindo de garotos imaturos. – respondeu a menor de forma fria.

– Nos vemos por aí... – deu as costas para garota e antes mesmo de sumir pelos enormes corredores sua voz saiu baixa. – Meu nome é Lee Felix.

[...]

S.N olhou para céu vendo as nuvens escurecem de forma calma, anunciando que estava próximo a chover, sua casa ainda estava um pouco longe, mas seus pensamentos também estavam cujo esse que agora se encontrava no Brasil, a Im se perguntava como ele estava a esta hora, deixando um sorriso abobado nascer em seus lábios. Mas logo  se desfez ao ouvir o som vindo do seu aparelho, era sua mãe, sem demora atendeu esperando pelos gritos da velha.

– S.N, posso saber onde está??

– Oi mamãe, eu saí um pouco, estava me sentindo presa em casa.

– Isso é normal meu anjo, já está voltando?

– Sim mamãe, prometo não demorar.

– Certo, aliás Seungyeun ligou perguntando por você.

– O Cho ligou? Espera, por que ele não ligou para mim?!

– Lembra que você trocou de número?

– Sei lá, – gesticulou a mão. – Custava a senhora dizer a ele?

– Eu estava ocupada. Por favor, em...

– Ah... Tudo bem, tenho que desligar, está com cara de quem vai chover e eu não estou nem um pouco afim de ficar sem celular.

– Okay, não demore.

S.N desligou a chamada sentindo os respingos caírem sobre sua face, colocou o celular no cós da calça que usava e buscou o capuz para se proteger mesmo sabendo que tão pouco ajudaria. Contou até três e começou a correr pelos corredores, às vezes esbarrava com sujeitos desconhecidos, mas isso não impedia de voltar a correr. Ao ver que finalmente saiu do corredor, parou no meio da rua olhando para os dois lado, soltou um longo suspiro, sua casa estava um pouco longe e se continuasse a correr as coisas iriam piorar, decidiu então ficar de baixo de uma das árvores, a fim de se proteger da chuva.

– Oi... – uma garota de olhos puxados e cabelo amarrado em um rabo de cavalo, estendeu o guarda-chuva em minha direção.

– O-Olá... – S.N olhava surpresa para garota, seu  português ia além da perfeição.

– Peço desculpa se te assustei… – pediu sorrindo.

– Não, não é isso… – negou balançando a cabeça. – V-Você fala português com tranquilidade, mas...

– Bem, eu morei cerca de três anos no Brasil, então tenho um pouco de conhecimento. – respondeu a menor de forma calma mas sem deixar de sorrir. – Perdoe minha informalidade, meu nome é Jung Eunha.

– Me chamo S.N... Im S.N. – Eunha percebeu que volta e meia a Im olhava ao longo da rua deserta. – Aconteceu algo?

– Não, só preciso voltar para casa. – balançou as mãos que ardiam devido ao contato com a água.

– Eu te acompanho... Mas precisamos correr, essa chuva só vai piorar. – MinSoo fechou o guarda-chuva, jogando o capuz na cabeça para acompanhá-la na corrida.

[...]

– Chegamos!

– Pelo o que vejo, seremos vizinhas. – MinSoo apontou para próxima casa. – Ali está ela!

– Bom, ao menos não vou me sentir sozinha aqui. – balançou os ombros sorrindo. – Preciso entrar, espero te ver mais vezes.

Com uma despedida breve as duas se separaram, ao entrar na casa foi recebida com um ar quente e quase reconfortante se não fosse pelo calafrio que sentiu. O cheiro delicioso lhe atraiu, vinha da cozinha; descalça ela caminhou até o outro cômodo encontrando sua mãe no pé do fogão, enquanto falava com alguém no celular. Querendo não atrapalhar, subiu as escadas correndo.

– Onde pensa que vai mocinha? – seu pai estava parado no final das escadas, com as mãos na cintura. – Onde estava?

– Boa tarde papai! Eu acho. – girou os pés com lentidão, escondendo as mãos atrás de suas costas. – Eu saí um pouco, sabe? Estava me sentindo presa aqui me entende? E quando estava prestes a voltar, a chuva me pegou.

– Filha… – seu suspiro foi longo e aliviado, seus braços caíram de forma desleixada. – Eu fiquei preocupado, sabia? – o velho subiu as escadas, deixando um peteleco em sua testa. – É bom trocar essa roupa, sua mãe não vai gostar te lhe ver assim. – disse entre risos. 

– Eu já entendi papai. – sussurrou a menor, que revirou os olhos abrindo a porta do seu quarto encontrando caixas empilhadas num canto e suas malas nos pés da cama, largou o celular em cima da escrivaninha e entrou no banheiro se despindo. O banho tinha sido longo, desejava tirar toda tensão de seu corpo e ficar bem relaxada após ter se envolvido numa briga, ainda sim, tendo máximo de cuidado com os machucados de sua mão. Quando finalizou, enrolou-se na toalha, usando a outra para secar o cabelo e saindo do banheiro.

– Ah! Oi filha. – o sobressalto foi rápido quando viu sua mãe deixar uma pilha de roupas na cama.

– Mamãe! Que susto. – o coração estava prestes a galopar rumo a qualquer com o susto. – Pensei que estava me esperando com uma vassoura na mão. – disse caminhando até sua mala para buscar uma muda de roupas confortáveis.

– Oras, não fale besteiras garota, seu pai que foi idiota, tirando um sarro com sua cara. – sua risada ecoou no quarto. – Eu passei seu número para Seungyeun.

– Quando? – parou de mexer a toalha em sua cabeça, voltando sua atenção para a mulher a sua frente..

– Tem pouquíssimos minutos, eu estava em um telefonema com a mãe dele.

– Hm... Preciso arrumar essa bagunça. – apontou para cama, com sua bolsa e mais algumas sacolas. – Quem sabe depois eu não ligue para ele. – sua resposta foi um balançar de ombros com desinteresse.

– Se é o que tanto deseja. – respondeu a mulher. – Depois que arrumar tudo desça, vamos ter visita.

– Visita? – espantou fazendo careta. – Digo, a essa hora?

– Sim. Ela mora aqui na frente, nossa vizinha. – por um momento S.N cogitou ser Eunha a garota que conheceu na chuva, mas logo jogou fora a opção, já que tinha dezenas de vizinhos que provavelmente seria forçada a conhecer. – E se Seungyeun te ligar... Atenda! E diga que a sua linda sogra a ama. –  piscou.

– Ele… – suas bochechas ficaram rosadas e ela precisou se controlar. – Não foi meu namorado! Sai daqui! – a menor arremessou a toalha na direção de sua mãe que apenas gargalhou e correu em direção a porta.

Com o celular em mãos, ela desbloqueou e se sentou na cadeira giratória, olhou suas redes sociais e só aí percebeu que havia três chamadas perdidas, e sem demora retornou, mas foi interrompida pela quarta chamada vinda do mesmo número, e desta vez era chamada de vídeo.

Ligação...

– Continua saudável. – Seungyeun estava de costas para o celular e usava uma toalha presa a cintura.

– Gartota! Você quer me matar de susto? – ele deu um pulinho e sorriu.

– Espera um pouco... – saiu de perto do celular para buscar a caixinha de primeiro socorros e depois se sentou.

– O que é isso? – Seungyeun deixou apenas o rosto visível enquanto vestia uma calça.

– Nada de importante Cho. – respondeu puxando as mangas da camisa, revelando as feridas.

– Mal chegou e já procurou confusão? – perguntou cerrando os olhos.

– Seungyeun, eu odeio covardia vindo de garotos. – abriu a caixinha tranquilamente. – Eu não ia deixar aquele menino apanhar no beco por três marmanjos imbecis, então eu fui lá resolvi me intrometer, eu não queria... Juro, mas coloquei-me no lugar dele, se eu fosse fraca também apanharia. – finalizou sua resposta sem olhar para o celular, não queria começar uma discussão, sabia que iria questionar sobre suas ações.  

– Será mesmo, que eu vou ter que conversar com a tia? – sua ameaça não tinha adiantado de nada.

– Você ligou pra me ver ou para me dar bronca? – S.N arqueou as sobrancelhas.

– Se eu te dou bronca é para seu bem. – piscou saindo do lugar.

– Vai se... – S.N preferiu não dar continuidade a frase, sabendo que Seungyeun odiava quando a mesma xingava. – Cata coquinho Luizinho.

– Não obrigada gatinha, mas... Já conheceu alguém? Além do garoto? – o mesmo pulou na cama esperando por uma resposta.

– Conheci uma garota... Jung Eunha, ela fala português muito bem.

– Espera... Jung? Jung Eunha? – perguntou confuso. 

– Sim... Minha vizinha? Algum problema?

– Bom, talvez. Eu conheço ela. – Seungyeun terminou de calçar seu tênis e cruzou os braços. – Ela lhe disse algo como "Eu passei cerca de três anos no Brasil?” – S.N concordou e o Cho soltou uma risada alta, caindo da cama.

– Seungyeun, se machucou? – perguntou preocupada olhando para tela como se fosse conseguir ver além do que era lhe dado.

– Ai… Não, mas... – seu braço ergueu e em seguida seu rosto surgiu. – Vocês vão se dar muito bem!

– Eu não vou me dar bem com ninguém aqui, isso sim. – bufou cruzando os braços.

– Para de ter pensamentos negativos gatinha, claro que vai se dar bem... Eu... – Seungyeun olhou para porta ouvindo gritos vindo do outro lado. – Preciso ir.

– Aonde vai?

– Hoje teve jogo e como ganhamos, resolvemos comemorar. – a carteira já estava em mãos, estava preparado para sair. – Inclusive fiz um gol especialmente para ti.

– Você é um idiota Seungyeun. – seu sorriso era extremamente bobo. – Enfim, não exagera tá? Caso alguma guria sem rumo dar em cima de você, diga que está em relacionamento sério.

– Senti cheirinho de ciúmes. – o Cho sorriu ainda mais. – Até amanhã Sarah! Eu te amo muito! – fez um mini coraçãozinho seguida de uma piscada. – Prometo não exagerar! 

– Também amo você bobão! – sorriu acenando. – Não esqueça de deixar uma mensagem avisando que chegou! – ele fez um okay com as mãos e finalizou  a chamada.

O suspiro foi profundo e descontente, ela deixou o celular de lado e foi de encontro a uma das caixas empilhadas num canto, a primeira estava cheia de livros e quadros que dentre eles estava dois porta retratos seu e de Seungyeun, um fora a primeira vez que saíram juntos e seus pais os pegaram de surpresa, assim também como o primeiro beijo. Na segunda foto foi o aniversário surpresa que ela havia feito para o Cho e por descuido melou o rosto do mais velho de cobertura, o que resultou na foto. Sentia falta demais do menino, não conseguia negar. Mas não podia voltar atrás, não agora que seus pais estavam fazendo novas mudanças, deixando de lado os retratos decidiu que precisava terminar de guardar as coisas que faltavam nas caixas e quando terminou começou a ouvir vozes vindo da sala.

– Aí está você! – o susto havia sido tão grande quando abriu a porta que as caixas se espalharam pelo corredor. 

– Mamãe, eu preciso deixar essas caixas lá fora. – nem mesmo esperou ela falar para puxar escada abaixo até a cozinha.

– Hyeol! Essa é minha filha S.N. – a garota olhou confusa para mãe, e logo sorriu para a mulher.

– É... prazer em conhece-la, senhorita Hyeol! – estendeu sua mão para a senhora que estava de pé e foi retribuída no mesmo instante com um aperto e um sorriso.

– O prazer é todo meu S.N, queria que conhecesse minha filha mas ela ainda está se arrumando, logo logo estará aqui. – Hyeol sorriu de forma doce, parecia encantada com a garota. 

– Sua filha se chama Jung MinSoo? – a garota questionou, se aquela fosse a mãe de sua mais nova amiga, seria incrível.

– Claro. Você já conhece ela? – Hyeol perguntou curiosa enquanto se sentava na mesa de jantar assim como a mãe de S.N e a própria.

- Eu me encontrei com ela por coincidência, estava na rua quando a vi, então ela me disse que seríamos vizinhas, e eu associei tudo. – S.N explicou sorrindo.

Antes mesmo de continuarem a conversa, o som da campainha ecoou por toda a casa e S.N ofereceu-se para atender. Retirou-se da mesa e foi até a porta que ficava um pouco depois da sala de jantar, ela esperava que fosse Eunha, e realmente era, não sendo surpresa para nenhuma das duas que sorriam uma para a outra.

 

[...]

O jantar foi perfeito, S.N conheceu mais de sua nova amiga e também descobriu que ela tinha um irmão, mas por enquanto não podia lhe conhecer, porém descobriu que seu nome era Jung Wooyoung e do jeito que falavam dele, parecia ser uma boa pessoa.

Deitada em sua cama, olhando diretamente para o teto depois de se despedir de Seungyeun por mensagens, S.N começava a ficar nervosa novamente, logo seria segunda-feira, ou seja, logo teria que frequentar sua nova escola, sem seus amigos, completamente sozinha.

Erguendo a destra, ela observou os machucados em seus punhos, lembrou do acontecido de mais cedo e do garoto que tinha salvado, ela lembrava nitidamente de sua expressão de medo e, os machucados em seu rosto faziam qualquer pessoa querer protegê-lo. Mas no momento não queria vê-lo novamente. Ela nunca mais queria machucar seus punhos depois de hoje, e, consequentemente, virar uma salva vidas ou um anjo da guarda.

 


Notas Finais


Até o próximo capítulo!


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