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História Road of Avonlea - 3- Runaway


Escrita por: CarolMirandaS2

Notas do Autor


Tentei fugir dos meus vícios de escrita, sem perder a identidade do texto. Espero que estejam gostando.
A música de hoje é bem conhecida, mas muito boa. Talvez a única dessa intérprete que eu goste de verdade.
A voz dela é sensacional.
Talvez eu demore a atualizar de novo, então:
Boa leitura a todos!❤😊

Capítulo 4 - 3- Runaway


Ela segurou seu chapéu com mais força, abrindo caminho ombro a ombro com a multidão. Ainda haviam muitíssimas pessoas seguindo na mesma direção como um imenso formigueiro.

O navio, com cerca de 137 passageiros sendo 39 tripulantes a  bordo, havia acabado de aportar em solo escocês. Içando suas âncoras no porto de Kingsport.

Indo de um lado para o outro, ambulantes circulavam com o seu peixe fresco, lembranças entalhadas em madeira e bugigangas de todo tipo.

Andarilhos, abastados, humildes, mulheres, velhos, homens e crianças com suas malas trouxas e pertences. Sob um sol escaldante de um imenso céu azul, o cheiro de maresia salgada impregnava o ar.

Aquela paisagem toda deveria ser rotina por ali e Anne só conseguia assistir admirada todo o fluxo de movimento.

Então haviam chegado.

Todos os seus amigos se separaram, e tomaram direções diferentes. A única que ainda permanecia do seu lado, era Diana que estava em pé de igualdade quanto a localização das duas. Porém, esperta como era, sua mente ativa já estava trabalhando em hipóteses de onde pedir informações e como dar o próximo passo.

Pondo uma mão para proteger seus lindos olhos escuros do sol, a moça avistou uma simpática lojinha de iscas e artefatos de pesca do outro lado e soube exatamente onde obteria o que desejava.

_ Anne. _ chamou. _ Acha que pode cuidar das nossas coisas enquanto eu vejo onde consigo alguma carruagem ou alguém para nos ajudar?

_ Oh, claro Diana. Pode ir tranquila, eu vou cuidar de tudo.

Respondeu com um sorriso confiante.

_ Tudo bem, não saia daqui. Eu volto logo.

Ela advertiu, para então se lançar na multidão e sumir através dela.

Anne permaneceu no mesmo lugar, tal qual tinha dito, segurando suas malas e vigiando com afinco os pertences da amiga.

No momento, ainda não conseguia registrar nenhuma impressão a respeito do povo ou dos moradores de Kingsport. Aquela que seria a sua nova morada pelos próximos meses.

Ali, um tanto acuada e sozinha entre tantos rostos desconhecidos que iam e vinham sentiu falta de algo um pouco mais acolhedor, um sorriso que fosse, mais...gentil.

Mas então disse a si mesma que não estava mais em Avonlea, onde todos se conheciam e se cumprimentavam a cada estradinha de terra. E sim em um lugar maior, menos pacato e diferente.

Nas docas, cheias de trabalhadores em grande labuta com gente importante ou não tão importante, (mas principalmente ocupada), não havia tempo para gentilezas.

Dessa forma, resolveu esperar que Diana tornasse a aparecer entregue aos próprios pensamentos. No entanto, depois de muito esperar, não foi ela quem enxergou sorrindo próximo a sombra de uma pequena barraquinha de peixe.

Desviando de um balde de frutos do mar mal cheirosos, Gilbert deu- lhe um pequeno aceno e caminhou na sua direção passando como pôde pelos empecilhos no trajeto.

Anne mal esperou que se aproximasse o suficiente para puxá-lo num longo abraço, como se estivessem a meses sem se ver e não apenas algumas longas horas.

As mãos dele soltaram a mala no chão para retribuir o carinho.

_Eu sabia que iria conseguir achar você. Eu sempre consigo...

Brincou.

_ Você sempre consegue, ainda bem.

Anne riu contra o seu ombro se sentindo mais segura do que nunca.

Gilbert parecia ter um sexto sentido para vir ao seu encontro em qualquer situação e às vezes isso era bom.

Eles se afastaram para conversar, mas continuaram com as mãos enroscadas.

Ela não conseguiu esconder a curiosidade:

_ O que você está fazendo aqui, Gil? Não deveria estar indo para a cidade também?

Ele deu um sorriso travesso.

_ Queria me despedir direito da minha noiva.

Anne ainda não havia se acostumado com aquele título tão recente, mas amava tanto a forma como Gilbert pronunciava…

_ Diga de novo.

Ela pediu ficando na ponta dos pés, até encostar o nariz no seu.

_ Dizer o que?

_ Como me chamou, diga que eu sou sua noiva de novo.

Gilbert riu, e obedeceu com satisfação:

_ Não preciso repetir, você sabe que é minha noiva. Minha e de mais ninguém.

Ele encerrou os pequenos milímetros de distância de encontro sua boca num beijo ávido. Macio, necessitado.

Pelo menos naquele minuto, não houveram e não haviam obrigações esperando por ninguém. Eram apenas um jovem casal desconhecido na multidão, sob o sol forte daquele lado da Nova Escócia.

Demonstrando o seu amor, arrancando suspiros de inveja de almas solitárias, e o murmurar de severo pudor de gente mais velha. Mas quem haveria de censurá-los? Eram amantes, amigos e livres.

Depois de se afastarem, Anne sorriu e traçou os dedos pelas linhas perfeitas do seu rosto com afeto.

Gilbert a imitou e pediu:

_ Se cuide e descanse bastante cenourinha, não se esqueça de mim. Sabe onde me encontrar, não sabe?

_ Eu sei onde te encontrar. E fique tranquilo. _ Ela piscou um dos olhos, brincando _ Depois desses beijos todos, eu jamais esqueceria de você. Nem se eu quisesse.

Ele riu e voltou a lhe beijar diversas vezes espaçadas pela testa, orelha, as bochechas e todos os pontos sensíveis que lhe causavam cócegas irritantes, para só então resolver ir de vez.

Anne quase desejou que não fosse, mas acenou de forma graciosa enquanto via Gilbert andar até desaparecer de novo na direção das docas.

Ela possuía em mãos o endereço da nova pensão onde seu noivo moraria nos próximos meses com mais outros estudantes. Talvez o visitasse, mas ainda era muito cedo para pensar nisso quando não tinha ainda sequer um lugar para ficar. Esse pensamento a fez dar um longo suspiro.

Como se sua mente comunicasse aquilo a distância, Diana retornou, tão logo Anne ficou sozinha a analisar a situação.

_ Eu demorei muito? Como estão as coisas por aqui?

_ Eu cuidei de tudo direitinho. Aqui estão suas coisas.

_ Obrigada, Anne. Acho que já temos um hotel para passar a noite e não fica muito longe. 

_ Está falando sério?!

Ela exclamou tocando o ombro da amiga com exaltação.

_ Ah Diana, não brinque assim comigo! Meus pés estão implorando por uma bacia com água quente. Estou cheia de bolhas.

_ E eu preciso de um bom banho.

A Barry se curvou fazendo uma careta ao conferir o cheiro das próprias roupas. E sacudiu a cabeça em desagrado.

_ Enfim, o dono daquele pesqueiro me deu o endereço de uma pousada. Nosso dinheiro não irá durar para sempre, mas vai servir e acho que por enquanto podemos pagar. Conseguiu falar com Prissy?

Anne sorriu confirmando. Por ser a mais velha das suas amigas, Prissy Andrews já tinha um ano adiantado de residência fixa em Kingsport. E quando soube que viria para Redmond, escreveu para Anne oferecendo e disponibilizando a casa que havia conseguido pelo tempo que ela e Diana precisassem.

A princípio, não creu que fosse prudente morar de favor enquanto universitária e escreveu de volta pedindo algum tempo para pensar. 

Conquanto a data de viajar viesse se aproximando, e Marilla já falasse em fazer viajens ao banco na cidade vizinha, Anne ainda relutante se decidiu. Deu uma resposta definitiva e disse solenemente que :" Caso não fosse muito incômodo, ou não fosse inconveniente, petulante ou pretenso da sua parte", com aquelas exatas palavras, ela adoraria dividir a moradia com Prissy.

Dessa forma, tranquilizou Matthew e a irmã lhes dizendo para guardarem qualquer economia que tivessem, pois além do que juntou trabalhando, já dispunha de um lugar de bom grado para ficar.

O próximo passo foi fazer a proposta a Diana, que também tinha um interesse enorme em não depender demasiadamente da mãe para se virar fora da ilha, embora estivessem bem estabelecidas.

Tal qual uma boa alma irmã, ela não demorou a aceitar e entrou de cabeça nas condições.

E agora alí estavam elas, fazendo reservas e se instalando em um provisório quarto de pousada.

O funcionário lhes deu a chave e informou o preço do café e da pernoite. E muito simpático, desejou um bom descanso às jovens senhoritas e se foi.

As malas jaziam bem fechadas perto da porta.

Enquanto Diana se preparava para ir à casa de banho, Anne estava empenhada em terminar de escrever nas páginas do seu diário.

Eram aquelas as últimas coisas que iria registrar sobre a viagem. E dali em diante quem sabe quando voltaria a escrever.

O quarto não era muito grande, mas já era mais confortável do que a cabine de um navio.

As saudades de casa eram cada vez maiores, mas Anne sentiu que de alguma forma, poderia conviver com elas.

Assim, embalada pelo canto das aves noturnas adormeceu por ali mesmo debruçada sobre a escrivaninha, com a caneta em punho e um sorriso calmo nos lábios.



 



I was listening to the ocean 

I saw a face in the sand 

But when I picked it up  

Then it vanished away from my hands, down 

I had a dream, I was seven 

Climbing my way in a tree

I saw a piece of heaven

Waiting, impatient, for me, down 


And I was running far away  

Would I run off the 

word someday ?

Nobody knows, nobody knows

I was dancing in the rain 

I felt alive and I can't complain 





Eu estava ouvindo o oceano 

Eu vi um rosto na areia 

Mas quando eu o peguei  


Ele logo desapareceu de minhas mãos 

Eu tive um sonho, eu tinha sete anos 

Escalava meu caminho em uma árvore 

eu vi um pedaço do céu  


Esperando, impaciente, por mim 

E eu estava correndo para longe 

Será que eu correrei para fora 

do mundo um dia?


Ninguém sabe, ninguém sabe 

eu estava dançando na chuva 

Eu me sentia viva e eu não posso reclamar 


(Runaway / tradução - Aurora)






Notas Finais


Até os próximos gente. Tenham uma ótima semana!❤


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