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História Road To Freedom - Blessed


Escrita por: lavignizer

Capítulo 17 - Blessed


Fanfic / Fanfiction Road To Freedom - Blessed

"O quão difícil é vermos um gesto puro e genuíno de amor nos dias de hoje? 

 

Sim, eu estou falando daquele tipo de clichê clássico que costumamos falar mal e chamar de 'brega'. Aquela declaração que a muito não tem sido demonstrada, nem em palavras ou atitudes. 

 

As pessoas parecem ter se esquecido completamente do motivo de ser um "clichê", algo tão estupidamente exposto e vulnerável, mas com uma beleza tão lívida e estonteante. Talvez seja mesmo pelo medo do que isso pode trazer, medo da queda, medo da dor. Talvez puramente frustração, impotência ou a falta de paciência, aquela pequena fé e o poder de acreditar que as coisas são possíveis. 

 

Mas o motivo de ser um clichê, é que todos nós em algum momento sonhamos e desejamos receber e praticar atos de amor, simples e inconsequente. Mais emocional que racional na maioria das vezes, mas são exatamente essas as coisas que ficam e que carregamos por toda a eternidade. É algo bom e honesto a se fazer por e com quem amamos, quem nos faz feliz. E não tem motivos para se envergonhar ou se reprimir, afinal, quem é que gosta de se sentir sufocar? De ter as mãos atadas e deixar os fios soltos? De ver sua luz se apagar e não fazer nada para revive-la?

 

Sentir medo é normal; o problema é deixar que ele nos domine e tome conta de tudo o que poderíamos ser. 

 

Durante boa parte da minha infância eu sonhei com príncipes encantados, castelos e bailes de gala. E então eu cresci e descobri que no mundo atual o ódio, a intolerância, o status e o medo, é o que prevalece acima de tudo. Os príncipes são sapos, os castelos são feitos de areia e os bailes se tratam de demonstrar quem tem mais e quem tem menos. Então eu deixei de acreditar. Até...

 

Sim, Lauren Jauregui. Sim, um pequeno grupo de malucos que sabem o valor da simplicidade e da verdadeira felicidade. Malucos que fizeram minhas asas crescerem outra vez e eu passei a acreditar que tudo pode sim acontecer, basta plantar a semente. 

 

E quase nunca saí como imaginamos ou como o mundo quer que seja, mas não há sentimento melhor do que ser verdadeiro e viver sem amarras. De dizer o que sente, sem regras bobas, ou agir com o coração sem medo de ser feliz. De fato, não há nada mais lindo que isso. 

 

E então agora eu estou presenciando, fazendo parte e vivendo um desses momentos raros, em que o amor fala mais alto que todas as vozes zumbindo ao redor de nossos eixos. 

 

E eu me sinto tão absurdamente grata e abençoada!"

 

 

Naquela tarde quando Normani saiu de um dos quartos, entretida em uma conversa animada com suas amigas, ela teve uma surpresa que não esperaria nem em mil anos. 

 

O som do dedilhado de um violão denunciou Camila mais a frente, com um sorriso quase infantil pintando os lábios. Lauren a encarou com os olhos levemente arregalados, surpresa por descobrir que a latina sabia tocar o instrumento com tamanha desenvoltura. 

 

Camila então lhe piscou com um olho de forma doce antes de começar a cantar a música. 

 

 

I found a love for me

 

Eu encontrei um amor pra mim

 

Darling, just dive right in and follow my lead

 

Querida, apenas entre de cabeça e me siga 

 

 

No fim do corredor, Christopher apareceu carregando uma única rosa branca em mãos. Sorria tranquilamente enquanto caminhava na direção da mulher. 

 

Ally, Dinah e Lauren já tinham saído do lado da negra, todas prevendo que aquilo era para ela. 

 

 

I found a girl, beautiful and sweet

 

Eu encontrei uma garota, linda e doce

 

I never knew you were the someone waiting for me 

 

Eu nunca soube que era você quem estava esperando por mim

 

 

Richard veio logo depois, seguido de Erick e Joel. E então ele apareceu... Zabdiel trazia uma única rosa vermelha, que se destacava dentre as brancas que os amigos trouxeram. 

 

Normani sorriu emocionada enquanto segurava o mini buquê em suas mãos. 

 

- Dança comigo? - Zabdiel questionou, estendendo-lhe a mão direita. 

 

Rapidamente Richard se aproximou e retirou as flores de suas mãos de forma gentil, deixando-a livre para ir. 

 

E ela foi. 

 

 

Cause we were just kids when we fell in love

 

Porque nós éramos apenas crianças quando nos apaixonamos

 

Not knowing what it was

 

Não sabíamos o que era

 

I will not give you up this time

 

Eu não vou desistir de você dessa vez

 

But darling, just kiss me slow

 

Mas querida, apenas me beije devagar

 

Your heart is all I own

 

Seu coração é tudo o que eu tenho

 

And in your eyes you're holding mine

 

E, em seus olhos, você está segurando o meu

 

 

Os dois deslizavam suavemente pelo pequeno espaço, entre sorrisos e movimentos sincronizados sem ao menos terem ensaiado. Zabdiel guiava e Normani se entregava, de forma natural e instintiva, imersos em sua própria bolha. 

 

E então, de repente, todos os seus amigos começaram a cantar o refrão com Camila, como se tivessem planejado aquilo a séculos. 

 

 

Baby I'm, dancing in the dark

 

Amor, eu estou dançando no escuro

 

With you between my arms

 

Com você entre meus braços

 

Barefoot on the grass

 

Descalços sobre a grama

 

Listening to our favorite song

 

Ouvindo nossa música favorita

 

When you said you looked a mess, I whispered underneath my breathe

 

Quando você disse que estava uma bagunça, eu sussurrei bem baixinho

 

But you heard it... Darling, you look perfect tonight

 

Mas você ouviu... Querida, você está perfeita essa noite

 

 

E após um giro mais longo de Normani durante a dança, Zabdiel se ajoelhou enquanto a negra ainda estava de costas e retirou uma caixinha do bolso, revelando um par de alianças. 

 

Exclamações surpresas e derretidas ressoaram das mulheres e então Normani se virou por reflexo, levando as mãos a boca e sentindo os olhos molharem suavemente. 

 

Zabdiel se levantou e caminhou até ela com o sorriso largo em seus lábios, na intenção de fazer a pergunta, mas fora impedido pelo salto da garota em seu colo. 

 

Palmas e assobios ecoaram enquanto eles compartilhavam um beijo repleto de carinho, sendo acalentados em seguida pelos braços calorosos dos amigos que estavam mais do que felizes por eles.

 

Após isso, todos precisavam se preparar para a apresentação da noite e Camila estava aproveitando que Lauren estava de bem com ela de novo. 

 

- Lo, olha aqui - falou, chamando-lhe a atenção para a tela do celular. - Eu preciso te apresentar uma pessoa, mas tem que me prometer que vai ignorar os comentários. - A olhou séria.

 

Lauren franziu o cenho em confusão, mas assentiu. 

 

Pouco tempo depois a figura de uma mini Camila apareceu na tela e Lauren sorriu encantada, acenando. 

 

- Lauren, essa é minha irmã Sofi - a latina apresentou, sorrindo para a irmã. - Sofi, essa é a Lauren. 

 

- Oooi! - Sofi acenou animada. - Carajo Kaki, ella es tan linda! 

 

- Sofia! - Camila repreendeu pelo palavrão.

 

- Desculpa, eu me empolguei! - Ergueu as mãos em rendição. 

 

- Gracias, princesa! - Lauren respondeu, deixando a pequena com os olhos arregalados e as bochechas coradas. - Tú que eres linda!

 

Camila suspirou diante do sotaque da hispânica e isso não passou despercebido por Sofia. 

 

- Oh dios, mama vai surtar! - A pequena riu alto, fazendo a mais velha revirar os olhos. - Papa também surtaria, você sabe. Lauren também é latina?

 

- Bom, eu acho que sim - a hispânica deu de ombros. 

 

- Falando nisso, sabe como a dona Sinu está? - Camila questionou, preocupada. 

 

- De cabelos brancos e deixando Hannah pirada da cabeça. - Sofi afirmou. - Você sabe que ela sempre odiou aquilo e agora não sabe lidar com todos os compromissos. 

 

- É bom, assim ela coloca os parafusos no lugar e entende tudo o que eu faço. - Camila disse, mais para si mesma. 

 

- Você precisa voltar pra casa antes que ela leve a gente à falência, Kaki! - Sofia pediu em notável desespero, fazendo a mais velha gargalhar. 

 

- Isso não vai acontecer. - Camila garantiu. 

 

- Se você diz... Então Laur, posso te chamar assim né? - Se dirigiu à hispânica que riu e assentiu. - Você já tentou assistir Um Amor Pra Recordar com a Camila? 

 

- Ahm... não - Lauren franziu o cenho. 

 

- Assiste! 

 

- Sofia... - Camila resmungou.

 

- Ela chora que nem um bebê! - Entregou, fazendo a outra rir. - Aliás, Camila chora até com Frozen. 

 

- Isso é sério, Camz? - Lauren voltou para ela com um riso incrédulo.

 

Camila sentiu o rosto pegar fogo e bufou.

 

- Ela quase mata a própria irmã! - Justificou. 

 

Lauren e Sofia começaram a rir e a mais nova não demorou a contar mais coisas constrangedoras sobre a irmã.

 

- Nossa, eu senti vergonha por ela! - Ela dizia, após contar que Camila rasgou o vestido durante uma festa da empresa Cabello. - E você já dormiu com ela? - Lauren ignorou o duplo sentido e assentiu. - Então já percebeu que...

 

- Que ela fala dormindo! Sim! - Lauren completou, rindo da expressão emburrada que Camila fazia.

 

A latina já tinha até desistido de tentar parar aquelas duas e apenas focava em brincar com os fios escuros de Lauren.

 

- E você ainda quer ficar com ela?! - Sofia perguntou indignada.

 

- Com uma irmã dessa... - Camila resmungou e Lauren gargalhou. 

 

- Eu acho fofo - sorriu, beijando o topo da cabeça da latina, que deu língua para a irmã com um sorriso vitorioso.

 

Sofia revirou os olhos. 

 

- Tudo bem, eu não tenho mais argumentos - a mais nova se rendeu. - Vê se toma vergonha na cara e cuida direito da Lauren, porque pra aceitar tudo isso ela tem que ser um anjo!

 

- Não devia ser ao contrário? - Camila a encarou incrédula. 

 

- Sabe que eu te amo! - Sofi afirmou.

 

- Também te amo, pirralha. - Camila respondeu com um sorriso. - Mas agora temos que ir. 

 

Elas se despediram de Sofi e assim que Camila desligou o aparelho elas se encararam. 

 

- Então você fica me olhando dormir? - A latina questionou, desconfiada. 

 

- É impossível não te ouvir, Camz - Lauren respondeu, dando de ombros. - Você geme meu nome, sabia?

 

Os olhos de Camila saltaram tanto nas órbitas que parecia que iriam para o chão em um segundo, enquanto sua pele tomava um tom de vermelho vivo. 

 

Talvez ela tivesse culpa no cartório, mas não se lembrava de ter ido tão longe. Será que...

 

Então a cara risonha de Lauren se fez presente.

 

- Lauren! - A repreendeu, atingindo-a com um tapa de uma forma indignada.

 

A hispânica gargalhou alto, jogando a cabeça para trás. 

 

- A sua cara! - Lauren falou entre os risos. - Aposto que fica tendo sonhos impróprios comigo-

 

Suas palavras se calaram assim que Camila tocou seus lábios, iniciando um beijo sedento e rápido, tomando todo o seu fôlego. 

 

- Você é uma garota má, Jauregui - Ela murmurou entre o beijo, respirando rápido. 

 

- Não viu nem um terço, baby. - Lauren garantiu, se inclinando para sentar em seu colo no sofá.

 

Camila arfou e engoliu em seco, não tendo muito tempo para raciocinar, já que seus lábios rapidamente foram tomados, sugados e mordidos. 

 

Os dedos de Lauren repuxavam os cabelos castanhos conforme a intensidade do beijo, enquanto Camila apertava os seus na cintura da hispânica e suas línguas dançavam de forma ritmada entre suspiros. 

 

O remexer de seus corpos, o sabor de seu beijo e o fogo correndo por suas veias fazia com que ambas estremecessem. E por mais que quisesse, Camila não sabia o que ela poderia e deveria fazer, afinal, era tudo muito novo para ela. Tinha receio de Lauren achar que ela realmente era uma pervertida, enquanto Lauren implorava mentalmente para que ela fosse. 

 

Dessa forma, sabendo que Camila não avançaria por conta própria, ela segurou nas mãos da latina e as deslizou devagar até que ambas repousassem sobre sua bunda, forçando que Camila apertasse o local enquanto ela guiava beijos por seu pescoço. 

 

A latina sentia como se o seu coração fosse saltar do peito e sair correndo, assim como seu estômago e ventre que reviravam de uma forma louca. Nunca tinha sentido nada tão arrebatador por ninguém... algo que seu corpo pedisse tanto. 

 

Suas pálpebras cederam conforme os lábios molhados de Lauren trilhavam por seu pescoço, deixando um rastro quente por onde passavam. Devido a segurança que a hispânica transferira, suas mãos agora percorriam livremente os caminhos entre suas coxas, bunda e costas... acariciando, apertando conforme recebia uma mordida ou chupada em seu lábio, arranhando levemente com as pequenas unhas... até o barulho da porta se abrindo fazer com que elas se afastassem em um pulo. 

 

- Oh! - Dinah exclamou, abrindo um sorriso malicioso ao olha-las. - Vou dizer ao pessoal que vocês estão com uma virose fodida e não vão fazer o show, continuem safadinhas! - Piscou com um olho, fazendo Camila rir por mais corada que estivesse. 

 

- Não te ensinaram a bater, girafa da Albania? - Lauren a questionou, arisca.

 

- Nunca nem vi, rã albina! - A polinésia ergueu as mãos em rendição. - Já estava de saída, mas se quiser que eu participe... 

 

Entre um bufo, Lauren arremessou uma almofada em sua direção, fazendo-a sair correndo para fora. 

 

Camila sorriu e tocou o rosto de Lauren carinhosamente, dedilhando seus lábios com o polegar. 

 

- Você é tão linda Lo, que me tira o fôlego - murmurou baixinho, sentindo o sorriso da hispânica se expandir em seu dedo. - Fica mais linda com ciúmes.

 

- Eu não estava com ciúmes...

 

- Então vou chamar Dinah de volta, já que-

 

- Não se atreva! - Lauren a empurrou de volta para o sofá com uma expressão assassina. 

 

Camila riu e sem conseguir resistir puxou o rosto de Lauren para si, beijando-lhe de forma calma e apaixonada dessa vez. 

 

- Você devia namorar comigo... - Camila sussurrou em seus lábios.

 

O coração de Lauren disparou tão drasticamente que ela se sentiu sufocar. 

 

- A-a gente... te-tem que-que ir! - Disparou, se levantando em um pulo e a puxando pelo braço bruscamente para fora do quarto.

 

Camila mesmo que confusa a seguiu, concordando que seus amigos deviam estar bravos àquela altura. 

 

Os show's de ambos os grupos foi um sucesso como nos outros dias, sendo um público mais tranquilo e contido, já que segundo Normani eram um bando de burguês metido. 

 

- E ai, Allycat! - Richard cumprimentou ao sentar ao lado da baixinha para comer seu lanche. - Também achou o público sem graça?

 

- Ela está exagerando - Ally deu de ombros. - Eles só são mais educados.

 

Richard riu. 

 

- Mas temos que concordar que os melhores são os que fazem barulho - o garoto confessou, mordendo o sanduíche.

 

- Verdade... tanto que no dia seguinte não temos forças nem pra andar! 

 

- Huuummm - Dinah murmurou maliciosa ao passar por ali. - O que anda fazendo que não tem mais forças nem pra andar, Allyzinha?

 

Ally corou, mas revirou os olhos com o deboche. 

 

- Você só pensa besteira, Dinah. - Negou com a cabeça. 

 

- E não é disso que o povo gosta? - Piscou com um olho, andando até o outro lado atrás de Chris e Camila.

 

- Ela não tem jeito - Richard murmurou entre um suspiro. 

 

- Devia ir atrás dela e parar com essa bobagem - Ally falou, sincera. - Foi só um mal entendido, superem.

 

- Eu já superei - ele ergueu as mãos em rendição. - Mas não foi por isso que terminei. Eu não saí de casa pra arrumar namorada e brigar por isso, entende? Tenho que manter meus sentimentos em ordem. 

 

Ally assentiu enquanto terminava seu suco, assumindo uma expressão séria.

 

- Te entendo... também não posso me dar ao luxo. - Richard a encarou confuso e curioso, esperando que ela continuasse. - Meus pais não acham que atuar seja um trabalho digno. - Abriu um sorriso sem dentes. 

 

- Oh, bem, com certeza o que fazemos tem seu risco e eu mais que qualquer um sei o quanto devemos manter os pés no chão. - Richard comentou, se lembrando de sua filha. - Mas não significa que não seja digno. Acho que não há nada mais digno que lutar por aquilo que amamos. 

 

Ally abriu um sorriso fraco e assentiu. 

 

- É, eu também acho. - Concordou. - Mas é tão mais difícil prosseguir sabendo que não tenho o apoio deles, sabe? Que a qualquer momento serei deserdada da família e considerada uma garota fútil. 

 

- É tão grave assim? - Ele questionou, preocupado. 

 

- Minha família é muito religiosa, Rick - contou, baixando o olhar para a mesa de forma distraída. - Pra eles todos temos que seguir as regras e o padrão da igreja... crescer e estudar com boas notas, casar ainda virgem e construir uma família, sob o comando de um homem. Qualquer coisa que fuja disso é um ato abominável. Eu tinha que estar cursando algo como medicina ou direito, e só assim seria a garota perfeita pra eles se orgulharem. 

 

Sim... Ally sentia que precisava colocar aquilo para fora. Ainda mais naquele momento, onde estava tão longe de casa e fazendo tantas coisas que a Ally de 16 anos não faria de jeito nenhum.

 

- Bom... azar o deles. - Richard disse após alguns segundos em silêncio. - Porque você agora faz parte da nossa família, e nos orgulhamos de quem você é. 

 

O rapaz falou pouco, mas tocou seu coração e o aqueceu da forma que precisava. Ally sorriu sincera e se deixou abraçar em um ato de tranquilização. 

 

- Hey! Gente! - Christopher apareceu por ali ofegante, sorrindo largo. - Temos uma proposta de última hora!

 

Todos o encararam confusos e desconfiados... vindo de Christopher eles sabiam que podiam esperar de tudo. 

 

- Que proposta, pendejo? - Camila perguntou divertida, acertando-lhe uma batata no rosto. 

 

- Não desperdiça comida, sua siliconada! - Christopher rebateu como se estivesse ofendido.

 

- Eu estava te alimentando, ingrato! - Camila rebateu irônica. - Quando eu faço isso com os meus cachorros eles pulam e pegam...

 

Chris estreitou os olhos e eles gargalharam.

 

- Conta logo, porra! - Erick pediu, impaciente. 

 

- Ok ok! - Chris ergueu as mãos e voltou a sorrir satisfeito. - Então, tem essa despedida de solteiro acontecendo, mas houve um problema com os artistas que viriam. 

 

Um silêncio se instalou e Lauren já puxou Camila para sob seu braço, deixando-a confusa, mas satisfeita. Se tinha uma coisa que Camila gostava, era de ficar grudada com aquela garota.

 

- Isso quer dizer... -  Zabdiel insistiu, não entendendo. 

 

- Duh, que eles querem que a gente substitua! - Christopher exclamou, animado. 

 

- Sem chance. - Ally, Lauren e Joel logo negaram. 

 

- TÔ DENTRO! - Dinah e Erick falaram ao mesmo tempo. 

 

Todos trocaram olhares e sobrancelhas arqueadas, sendo que Erick tremia internamente pela expressão séria do namorado. 

 

- É só pros garotos, meninas. - Chris esclareceu com uma careta de tristeza.

 

- Isso não é justo, eles não sabem o que estão perdendo! - Dinah rebateu, cruzando os braços emburrada. 

 

- Está tudo certo com o noivo e seus padrinhos, a noiva e as madrinhas que precisam de um pouco de diversão. - O rapaz explicou com um sorriso safado.

 

- E nós... - Joel gesticulou entre eles de forma irônica. - É o que elas querem?

 

- Não se menospreza assim, gostoso. - Erick murmurou, recebendo um olhar assassino. - Pra quê essa violência, eu hein?! Vai ser divertido!

 

- E eles vão pagar o triplo... - Chris comentou como quem não quer nada, fazendo-os arregalar os olhos.

 

- Vocês deviam ir - Camila deu de ombros, se aconchegando no vão do pescoço de Lauren. 

 

- Pessoal, é muito dinheiro - Richard enfatizou. - Eu não sei vocês, mas eu vou.

 

- É isso aí! - Christopher comemorou, tocando a mão de Richard. 

 

- Tudo bem pra você? - Zabdiel questionou à Normani, preocupado. - Eu não preciso ir...

 

- É claro que precisa, Zab. - Ela o interrompeu, sorrindo para o jeito cuidadoso do rapaz. - Eu confio em você. Só não deixa elas tocarem no que é meu, ok?

 

Zab assentiu e beijou o dorso de sua mão docemente. 

 

- Rick e eu podemos fazer a parte de tocar, sem problema algum! - Chris compartilhou, fazendo-os rir.

 

- E você me chamava de pervertida... - Camila comentou com Lauren. 

 

- Christopher é seu amigo, acha que ele pegou isso de quem? - A hispânica respondeu de forma sarcástica. 

 

Camila a encarou boquiaberta e Lauren riu, puxando-a para um selinho longo. 

 

- Nós precisamos do dinheiro - Erick insistia com Joel. - E vai ser só uma brincadeira! 

 

- Você é livre pra fazer o que quiser, mas eu não vou. - Joel pontuou, se levantando e saindo do recinto. 

 

Um clima meio tenso pairou no ar e Erick sentia o sangue ferver nas veias. 

 

- Está tudo bem se você não quiser ir, Chris, Zab e eu... - Richard começou, mas foi interrompido por Erick levantando de forma brusca. 

 

- Ouviu o que ele disse, eu sou livre pra fazer o que eu quiser. - Falou, forçando um sorriso. - Não serei imaturo ao ponto de recusar trabalho. - Cutucou.

 

Todos deram de ombros e então eles seguiram para o salão onde ocorria a despedida de solteiro da noiva, enquanto as garotas iam para um outro lugar. 

 

- Nós podemos estar aqui? - Ally questionou ao pisar na grama verdinha do campo de golf. 

 

- Provavelmente não. - Normani disse, dando de ombros em seguida ao sentar na grama. - Mas quem se importa?

 

- Yeah, girl! - Dinah comemorou e bateu um high five com a negra, se sentando ao seu lado e se servindo com o vinho que tinham levado. 

 

- Está bem mesmo com essa coisa do Zab fazer strip tease pra um bando de mulheres bêbadas e com os hormônios fervendo? - Ally perguntou, compadecida. 

 

- Sim, eu estou - Normani assentiu entre um suspiro. - Quero dizer, é claro que sempre vai ter um pouco de ciúmes, mas isso é normal, não é?

 

Camila assentiu debilmente ao se lembrar do quanto queria poder agredir algumas pessoas por olharem tanto para Lauren enquanto elas estavam lá dentro, até mesmo nas ruas. Todos os olhos simplesmente se viravam e focavam direto na garota de olhos verdes, e se perdiam. 

 

Entretanto, tendo a hispânica ali, sentada de lado entre suas pernas, Camila se esquecia completamente daquele sentimento ruim e preferia pensar que Lauren era só dela. 

 

Não no sentido de posse, mas no de pertencer à alguém. 

 

Bom, ela tinha certeza de que pertencia à Lauren. 

 

Mas e Lauren?

 

- Ciúmes é normal e até bom, mas quando é saudável. - Lauren concluiu. 

 

- E lembre-se que Zabdiel em breve terá multidões de garotas gritando por ele. - Dinah pontuou, negando com a cabeça. - É por isso que eu odeio namoro. - Fez uma careta.

 

- Odeia e estava quase em um com Richard... - Ally provocou.

 

- E você não estaria? - Encarou Ally, incrédula. - Allyzinha, aquele homem é do tipo que te dá um olhar e você já abre as pernas!

 

As gargalhadas ecoaram sem controle, até mesmo da parte de Ally.

 

- Ai que horror, Dinah! - A baixinha dizia entre os risos. 

 

- Horror nada, aposto que está precisando! - Dinah acusou.

 

- Então, e o que vocês acharam daquela cena com Erick e Joel? - Ally mudou de assunto, fazendo a mais alta gargalhar. 

 

- Acho que Erick interpretou mal - Lauren murmurou, fazendo uma cara triste. - E isso é péssimo, porque ele é o namorado, devia conhecer Joel mais que todo mundo.

 

- Como assim? - Camila perguntou, ajeitando os braços no pescoço da garota e a olhando nos olhos, curiosa.

 

- Bem, vocês conseguem olhar pro Joel e imaginar ele fazendo um strip tease? - Lauren indagou. 

 

As meninas se entreolharam por alguns segundos e a resposta foi unânime:

 

- Não! 

 

- Definitivamente não! - Camila concordou com uma risada. - Joel é tão quietinho e na dele. Mas também gente, eles não foram fazer qualquer coisa. Eu nunca faria aquilo!

 

Lauren sorriu de lado ao encara-la, pensando sobre aquele "nunca".

 

- Se fodeu, Mila - Normani constatou ao notar o olhar da hispânica.

 

- Por quê? - Camila perguntou, perdida.

 

Todas voltaram a rir e conversar sobre, concordando que naquela brincadeira boba entre homens e mulheres, os rapazes estavam ganhando.

 

- Isso não pode ficar assim, temos que dar a volta por cima! - Dinah se expressava. - Eles acham que só eles podem ser sexy's e ganharem com isso?!

 

- Claro que não - Normani negou rapidamente. - Mas você não está só com ciúmes do Rick, não? - Riu.

 

- Ciúmes, eu?! - Se fez de desentendida. - Quem vai ter ciúmes é ele. Vocês vão ver, ele vai voltar com o rabinho entre as pernas!

 

- Eu tenho medo de perguntar...

 

- O que vai fazer? - Camila interrompeu Ally, já perguntando.

 

A baixinha colocou as mãos no rosto e negou com a cabeça, fazendo Lauren rir.

 

- O que nós vamos fazer! - Dinah enfatizou com um sorriso diabólico. - Que os jogos comecem. - Esfregou uma mão na outra.

 

- Okay, falando neles, já devem ter acabado o show. - Normani disse, pensativa. 

 

- Show não, strip tease! - Ally cutucou.

 

- Lap dance! - Lauren disse em seguida.

 

- Pole dance! - Dinah ajudou, rindo. - Zab deve saber fazer isso muito bem.

 

- Idiotas! - Normani riu, sem conseguir conter. - Vou ligar e dizer pra eles usarem parte do dinheiro pra trazer comida pra gente e mais vinho!

 

- Boa, garota! - Ally elogiou, acertando um tapa em sua bunda assim que ela levantou. 

 

- Fala pra trazerem batata! - Dinah bradou. 

 

- E bananas! - Camila disse em seguida, recebendo os olhares de todas e corando. - Eu gosto de banana ué! - Murmurou, escondendo o rosto na nuca de Lauren. 

 

- Deixem ela em paz, gente - a hispânica a defendeu.

 

- Agora que estão de namorinho esquecem das amigas, né? - Dinah disse em tom de ofensa. - Estou só de olho! 

 

- Ai, deixa as meninas, Dinah! - Ally veio em protesto e elas entraram em uma discussão acirrada, dando certo espaço para Lauren e Camila.

 

- Hey, Camz! - A hispânica chamou-lhe a atenção. - Eu comprei algo pra você lá na cidade hoje...

 

- Lauren, você nã-

 

- Eu quis! - Lauren a interrompeu, com a expressão que fazia Camila se calar e engolir em seco. - Quando eu bati os olhos nisso aqui eu não pude evitar, lembrei de você na mesma hora. - Confessou, retirando uma pequena correntinha com um pingente de lua de dentro de um saquinho. - Não é grande coisa, mas... assim você pode sempre me ter contigo. - Murmurou por último, envergonhada.

 

Camila sorriu genuína ao tocar de forma delicada o pingente de coloração amarelada e brilhoso. 

 

- É perfeito, Lo. - Sussurrou, contente. - Eu amei, muito obrigada!

 

Lauren sorriu satisfeita ao ver nos olhos da latina o quanto ela realmente tinha gostado e em seguida a ajudou a colocar em seu pescoço.

 

- Parece que já faz parte de você - disse, achando lindo a forma como o colar contrastava em sua pele. 

 

Camila a olhou nos olhos e um arrepio percorreu sua espinha.

 

- Porque faz... com certeza faz parte de mim. - Afirmou, com as palavras carregadas de duplo sentido. 

 

Lauren sentiu o coração martelar em seu peito sem controle e o chão parecera abrir sob seus corpos. 

 

Ela entendeu perfeitamente o que Camila quis dizer. 

 

E se odiou. 

 

Quis chorar e sair correndo, mas apenas se manteve ali, travada. 

 

- E AÍ, MULHERES DA MINHA VIDA! - A voz eufórica de Chris se fez presente, chamando-lhes a atenção para os garotos que chegavam.

 

- Já está bêbado, babaca? - Camila desdenhou, fazendo careta ao senti-lo abraça-la de lado. 

 

- Claro que não! - Negou, ainda rindo. - Desculpa Lauren, ela foi minha primeiro e eu tenho prioridades!

 

- Não tem não! - Camila negou.

 

- Tenho sim, cala a boca! - Bradou, beijando sua testa e fazendo-a rir.

 

- Olha Christopher, não é porque Camila e eu estamos juntas que eu ainda não possa te matar. - Lauren falou com toda a seriedade em seu ser, vendo-o sorrir amarelo. - Então tire as mãos da minha garota! - Revirou os olhos, puxando Camila de volta para si e forçando-a a abraça-la de novo.

 

A latina riu e se inclinou para lhe beijar a bochecha.

 

- Possessiva... - Chris sussurrou. 

 

Os garotos logo começaram a contar como foi na despedida de solteiro enquanto eles comiam e bebiam. 

 

Com o passar do tempo eles já faziam apostas idiotas, como: quem rolaria na grama e chegaria até lá em baixo primeiro. 

 

Para alguns, o cansaço logo chegou, mas para outros, como Dinah e Christopher, a noite seria longa.



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