POV'S Hinata
Oi eu sou a Hinata, tenho apenas onze anos de idade, e estou no penúltimo ano da academia ninja, mais um ano e serei aprovada, desde que não reprove é claro espero que isso não aconteça, meu pai quer que eu me torne uma kunoichi e quero realizar o desejo dele. Já ia esquecendo (como eu sou inútil) acabei de acordar, olhei para o relógio mesmo sem virar o rosto, 7:00, era hora de me arrumar.
Minhas roupas já estavam separadas próximas a minha cama, deve ter sido uma empregada. Peguei a roupa e fui ao banheiro. 20 minutos depois e eu estava pronta, fui á cozinha para o desjejum e encontrei a cena matinal de sempre; Neji treinando sozinho, ele se esforça muito e sempre dá tudo de si, mesmo sendo da “casa secundária” ele é bem mais forte que minha irmã e eu, ela por sua vez estava sendo treinada pelo meu pai, ele é muito cruel nos treinos, e “desistiu” de mim por dizer que eu “não tenho talento nenhum” . Esse pensamento fez meus olhos marejarem, então o espantei. Quando sentei a mesa para tomar o desjejum, ele já estava servido, e pouco depois meu primo e minha irmã pararam o treinamento e vieram comer.
— Você deveria ter levantado mais cedo, um bom Shinobi é um “pássaro da manhã” — disse o meu pai para mim, eu notei que assim que foi dita a palavra “pássaro” meu primo baixou um pouco os ombros, como lhe trouxesse más recordações
— Ham, sim pai — eu consegui dizer.
Depois da refeição, me levantei para ir a escola, meu primo que havia comido rápido já estava a meio caminho de distância, então eu fui sozinha, estava andando calmamente pela rua quando vi uma senhora que precisava de ajuda para carregar algumas sacolas, eu queria ajudar mas não tinha coragem o bastante para ir e me oferecer para carregar as sacolas, enquanto eu reunia a minha coragem um garoto de moletom verde apareceu e disse para a idosa:
— Oi senhora, posso ajudar com as compras? — esse era meu dilema eu queria algo, mas antes de criar coragem para fazer um movimento, outra pessoa vinha na frente e tomava, foi assim com meu primo que me tirou meu pai que, como ele mesmo disse “preferia treinar um membro talentoso da casa secundária, que um membro inútil da casa principal” foi assim com minha irmã que se tornou a herdeira do clã Hyuuga no meu lugar mesmo eu sendo a mais velha, e assim com aquele garoto desconhecido que ajudou a senhora na minha frente, mas que bom que pelo menos a senhora recebeu a ajuda que precisava. Foi então que algo me chamou a atenção; um garoto loiro de roupa laranja... era ele (eu corei assim que o vi) era Naruto Uzumaki.
— sai da frente, se liga! — disse ao trombar em várias pessoas e objetos durante uma corrida desenfreada, mas porque ele estava correndo? Suas palavras seguintes me responderam — Se liga! Eu tô atrasado, saí da frente! — um pensamento nublou minha mente, o Naruto é da minha sala, então se ele está atrasado… eu também estou, eu comecei a ir na direção da escola em velocidade normal, o que pra mim era um grande avanço, pois eu normalmente vou bem devagar e me escondendo atrás de árvores para não cruzar o caminho de ninguém.
Cheguei com 15 minutos de atraso, mas o professor não reclamou muito, pois é incomum eu me atrasar, na verdade é incomum eu me destacar em qualquer coisa que seja. A aula era sobre Ninjutsu e tivemos demonstração de Katon, foi bem interessante, e justamente por isso acabou muito rápido. Na hora da saída procurei pelo Naruto, eu gosto de ir para casa com ele, quer dizer eu sigo ele até onde nossos caminhos se separam, mas nesse dia parece que ele saiu mais cedo, pois não o achei. Quando estava me arrumando para ir pra casa, vi o garoto de hoje de manhã, o que ajudou a idosa, eu queria lhe agradecer por isso, mas ele parecia ansioso, como se tivesse algo muito importante para fazer e não quisesse se atrasar. Algo me impulsionou a segui-lo e o fiz
Percebi que estávamos a caminho do terceiro campo de treinamento, quando me dei conta disso, não estava mais seguindo ele por um impulso, era a curiosidade falando, o que ele tinha para fazer de tão importante, em um campo de treino, vazio? Os ninjas costumavam treinar pela parte da manhã, quando o sol está baixo, e já passava da uma da tarde, o sol estava a pino, não deveria ter ninguém no local.
Ele chegou na área principal e passou direto, até que parou em frente a uma árvore danificada, eu conhecia aquelas marcas, eram deixadas pelo meu primo nos bonecos de treino, aquelas eram marcas de golpes. Assim que chegou ele começou a treinar socos, chutes, pular corda, fazer flexões, agachamentos, ele fez de tudo, aquele garoto era muito esforçado, mais que o meu primo, mais que a minha irmã, e com certeza bem mais que eu. Enquanto pulava corda ele disse:
— Eu vou passar nesse teste custe o que custar! — ele devia estar falando último teste para virar Genin da academia. No próximo ano eu faria esse, enquanto eu pensava sobre isso, ele tropeçou na corda e bateu a cabeça na árvore a sua frente. — Então é isso? No final das contas eu não passo deu um reprovado? Nunca serei um grande ninja. Ele disse enquanto chorava.
A cabeçada que ele acertou na árvore fez os galhos balançarem e um filhote de pássaro caiu do ninho, ele o ajudou a voltar ao ninho e renovou suas forças, então voltou a treinar. Eu quero... Não, eu preciso dessa força, será que essa é a “vontade do fogo”!? Depois de mais algumas horas ele encerrou o treino, e se virou eu me preparei para sair mas ele disse:
— Quem está aí? — isso me pegou de surpresa, normalmente eu sigo o Naruto por horas e ele não me nota, mas esse garoto me percebeu assim que terminou o treino.
— Ham, oi. — foi tudo o que pude dizer.
— O que você está fazendo aqui a essa hora? — ele perguntou, e estava certo em perguntar. eram umas oito horas eu já deveria estar em casa.
— Eu hum... eu… — não estava conseguindo formar palavras, eu não funciono bem sob pressão.
— Você está treinando também? Mas já está tarde, para uma garota ficar sozinha na rua você não acha? — questionou arqueando as sobrancelhas.
— Ham sim. — murmurei brevemente, fitando o chão.
— Onde você mora? — interrogou coçando o queixo.
— Dojo Hyuuga.— respondi em um impuso.
Ele arregalou os olhos
— Você é uma Hyuuga? — indagou surpreso.
— hum sim — eu respondi.
— Então vamos lá. — ele deu um sorriso e me estendeu a mão, eu aceitei e o segui, era muito estranho, ele estava treinando a horas, e ainda tinha energia o bastante para andar
— Hum tá — eu consegui dizer.
Seguimos pelo centro de Konoha, já que o dojo e o campo ficavam em lados opostos, o caminho mais curto era atravessar a vila.
— Hum... você vai me deixar em casa? — consegui perguntar
— Claro, meu objetivo é ser um grande ninja, e ninjas protegem os outros.
Andamos por alguns minutos até que, alguém disse:
— Ei garota o que faz por aqui sozinha? — quem falou foi um rapaz alto de uns dezesseis anos, ele era ruivo e sardento, usava a bandana da folha colocada no braço, e o olhar dele me dava medo.
— Ela não está sozinha — o meu “companheiro” disse, ele devia ter percebido o olhar assustador do jovem, tanto que se colocou entre nós dois.
— E vai fazer o quê? Tampinha! — perguntou o maior, enquanto dava um chute no menor, que sentiu mas não moveu um centímetro do lugar. — É tudo o que têm? — perguntou desafiador, enquanto fazia uma investida, foram dois chutes, que o adversário desviou, mas o soco no meio do queixo acertou em cheio. — Eu vou te torrar, seu pirralho estilo fogo jutsu bola de fogo. O maior cuspiu uma bola de fogo, tudo que eu pude dizer foi:
— Fuja!
Depois que a poeira baixou eu pude ver, o garoto estava com várias queimaduras, e apoiado em um joelho, mas os braços estavam abertos e os olhos brilhavam em desafio. Antes que qualquer um de nós três fizesse algo, uma moça apareceu, ela tinha longos cabelos escuros, olhos vermelhos, e usava um vestido que era detalhado como se fosse todo feito de faixas, ela apenas encarou o encrenqueiro que desmaiou na hora.
— Melhor levar seu amigo ao médico, deixa que eu cuido desse idiota. — disse a kunoichi
— Eu estou bem — objetou o garoto.
— Está coberto de queimaduras de segundo grau, quem você pensa que é? — perguntou a moça.
— Eu sou Rock Lee, e algum dia serei um grande ninja! — Enfatizou, depois dessas palavras a moça o encarou e ele desmaiou também, depois ela me disse>
— Desculpe por isso mas eu não o convenceria de outro jeito, pode levá-lo ao hospital? — Questionou-me.
— Sim — eu respondi, depois de ouvir a resposta, ela foi embora levando o encrenqueiro nos ombros.
Eu fui ao hospital, levando o Lee, ele não era muito pesado então foi relativamente fácil levá-lo ao médico. Quando chegamos lá, o médico de plantão o levou para um quarto, e enquanto o examinava conversou comigo
— O que houve? — questionou interessado.
— Ele quis me proteger, de um valentão. — esclareci.
— Um ninja, com chackra natural de fogo, eu imagino. — ele disse, e eu o fitei confusa,— As queimaduras indicam uma bola de fogo, instável eu admito, mas provavelmente a queima roupa. Hum — ele riu do próprio trocadilho.
—Mas ele vai ham, ham — eu não pude formar as palavras direito, felizmente o médico me entendeu
— Seu amigo vai ficar bem, ele só vai ter que ficar de repouso absoluto, por essa noite, e amanhã. acho que receberá alta amanhã a noite — dizendo isso ele deu um medicamento ao Lee e saiu do quarto, me deixando a sós com o Lee, que cinco minutos depois, acordou.
—O que houve? — perguntou para mim, um brilho passou pelos seus olhos como se ele se lembrasse de algo — você se machucou?
— Ham, não — respondi olhando para meus indicadores, que fiquei encostando um no outro — obrigado Lee, mas mas — eu gaguejei um pouco, então reuni minhas forças e disse — Porque você foi tão longe para me proteger? — ele olhou para o nada, por um segundo e então me disse.
— Eu não posso usar Ninjutsu e nem Genjutsu, tudo que eu tenho é um péssimo Taijutsu, mas eu quero ser um grande ninja, do tipo que as pessoas contam, e confiam, e. — ele parou por um segundo como se estivesse pensando se continuava a falar ou não, por fim ele continuou — O meu pai… — o que quer que ele fosse dizer, foi interrompido pela enfermeira que entrou no quarto dizendo:
— Você já repousou um pouco, está na hora dos remédios, e curativos. — então ela olhou para mim — Você poderia me ajudar com os curativos? Eu posso fazer só mas é mais fácil com ajuda.
Eu a auxiliei e, juntas fizemos todos os curativos do Lee, depois de ele tomar os remédios, nos apresentamos devidamente, e conversamos por alguns minutos até que o cansaço o venceu, ele dormiu profundamente, e fiquei o olhando por um tempo. aquele garoto era um ano mais velho que eu, tinha a mesma idade que o Neji e o Naruto, mas a despeito disso era a pessoa mais esforçada que eu já vi, ele estava decidido a ser um ninja e arriscar a vida pelos outros, mesmo sem poder usar nenhum jutsu elemental, ou mesmo as técnicas de Juuken, qualquer um diria ele não tinha talento natural, habilidades, ou mesmo um clã que o apoiasse, ainda assim pretendia enfrentar todos os adversários apenas com os punhos, naquele momento fiz um juramento silencioso, também daria o máximo de mim, para não perder para ele, ou o Naruto eu treinaria duro, iria mudar a mim mesma, para então mudar meu destino.
— Obrigado, Lee-san. — eu falei antes de adormecer.
つづく
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