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História Rock of Love - The Past Returns


Escrita por: LudVenuto

Notas do Autor


Olá pessoas.
Mais um capitulo para vocês. Espero que gostem.
Boa leitura :)

Capítulo 26 - The Past Returns


“Imaginado ser Alexander, Piper abriu a porta sem ao menos olhar no olho mágico e para sua surpresa, não era Alexander que estava na porta.

A sua frente estava um homem de pele clara e olhos e cabelos escuros. Ele usava um belo terno de linha. Em seu rosto uma expressão séria se mantinha.

- Sim? –Indagou ao homem, tentando entender quem era e o que queria.

O homem no mesmo instante tirou de um bolso interno do seu blazer uma carteira e a abriu, mostrando a Piper que na verdade não era uma carteira, e sim um distintivo.

Um distintivo do FBI.

- Olá. Eu sou o agente Harrison do FBI e gostaria de falar com Alex Vause. ”

* * *

Piper Chapman (POV)

- Ela por acaso está? –Perguntou o agente diante do silêncio que se instalou ali.

- Piper, amor, quem... É? –Alex que vinha da cozinha parou ao ver o agente ali na porta.

- Alex, nós precisamos conversar.  –Disse o agente ainda com sua expressão séria no rosto.

- É, acho que sim.

- Alex? –Me virei pra ela. Sem entender o que estava acontecendo ali.

- Hã... Pipes, eu irei até o escritório e quando voltar prometo te explicar tudo.

Alex parecia abalada com a presença do agente ali, mas ainda assim ela pediu para o homem segui-la e entrou em seu escritório, fechando a porta logo depois.

Perguntei-me qual a era a ligação de Alex com o FBI e o que o agente Harrison queria com ela. Estava tão perdida quanto um cego no meio de um tiroteio.

Permaneci ainda um tempo parada ali em frente a porta, olhando a porta fechada do escritório de Alex. Em minha cabeça um milhão de coisas se passava. E nenhuma fazia sentido. Eu apenas tinha certeza que tudo estava ligado ao passado de Alex.

Por fim, voltei à cozinha, bebi uma água gelada e fui tomar meu banho. Estava preocupada? Sim, estava. Mas eu sabia que nada adiantaria ficar lá parada. Em pouco tempo Red, Nicky e Alexander chegariam e tenho certeza que Alex só irá me dar alguma explicação depois do jantar. Então não havia muito que se fazer a não se tomar um banho e tentar ficar a mais calma e relaxada possível.

Um tempo depois eu já havia me arrumado e estava pronta, apenas a espera dos outros e de Alex que ainda não havia saído do escritório.

Eu estava sentada no sofá olhando intensamente para a porta do escritório. Torcendo para que saíssem dali logo. Apesar de tentar não pensar nisso e ficar calma, meu peito doía pela demora e principalmente por não saber o que estava acontecendo dentro daquele cômodo.

- Tome cuidado Alex. Não sabemos do que eles são capazes, mas sabemos que são poderosos. –disse o agente para Alex quando eles finalmente abriram a porta. – E eu irei providenciar os seguranças para vocês.

- Irei tomar cuidado, e obrigada Harrison.

Levantei-me do sofá enquanto eles conversavam e andavam para fora do cômodo. Quando passaram por mim o agente Harrison me cumprimentou com um aceno de cabeça. Alex o levou até a porta e ele foi embora.

- Alex. –minha voz saiu baixa e fraca.

Ao ouvir minha voz ela apenas abaixou a cabeça e fitou o chão. E ainda sem me encarar ela disse:

- Red, Nicky e meu pai já devem estar chegando. Irei tomar um banho. –ainda sem me olhar ela veio até mim e beijou minha testa. – Me desculpa. Prometo te contar tudo depois do jantar.

E caminhou em direção a escada. Subiu os degraus um por um e assim que chegou ao ultimo, ela se virou e fitou-me. E como eu a estava a observar, nossos olhares se encontraram e de imediato um calor percorreu meu corpo.

- A propósito, você está linda. –e sumiu de minhas vistas.

E aquele calor sumiu de forma tão rápido quanto chegou. Suspirei. Tudo estava bem demais para ser verdade.

Voltei a me sentar no sofá. Na minha mente ecoavam as palavras de Harrison. “Tome cuidado Alex. Não sabemos do que eles são capazes, mas sabemos que são poderosos.” Quem são eles? E por que Alex precisa tomar cuidado?

E eu irei providenciar os seguranças para vocês. –Quem são “vocês”? Seria nós, a família de Alex?

Isso tudo estava tão confuso. E qual era a ligação da Alex e o FBI com isso tudo?

Eu me perdi em meios aos pensamentos, tentado entender aquilo tudo. Mas tudo o que eu consegui foi mais e mais dúvidas. E era por isso que eu não queria ficar pensando muito naquilo. Não queria ficar mais perdida do que já estava.

E estava tão imensa nesses pensamentos que tocaram a campainha três vezes e eu não a ouvi. Na quarta vez o barulho me tirou dos meus devaneios. Fiquei de pé e enquanto eu caminhava até a porta eu tentava relaxar minha expressão e abrir um sorriso, mesmo que fosse forçado.

- Oi. –cumprimentei Red, Nicky e Alexander. – Me desculpem ter demorado a vir atender.

- Estavam transando, né? –Nicky perguntou direta, já se encaminhado para o sofá.

- Na verdade não estávamos Nicky. E aliás, por que vocês não abriram com suas chaves?

- Nicky esqueceu a dela em casa e ela não me deixou abrir a porta com a minha porquê disse que se abríssemos íamos encontrar as duas se "comendo" no meio do chão. –Contou Red com uma revirada de olhos e forçando um tom de voz parecido com o de Nicky.

- Bom Nicky, nós não estávamos nos comendo no meio do chão. – Quem dera se estivéssemos.

- Então cadê a Vause? –Olhou ao redor como se a procurasse.

- Está no banho. Deve descer daqui a pouco.

Dito e feito. Assim que terminei minha frase Alex surgiu no topo da escada. Ela trajava um simples, mas elegante vestido preto. Ele era largo em seu corpo, mas ainda assim mostrava suas curvas. Maquiagem leve e um pequeno salto nos pés. Estava deslumbrante.

- Olá família.

Desceu as escadas em um estilo sexy e jeitoso. Todos nós paramos e a olhamos. Até o pequeno Apolo que brincava com uma bolinha a largou e olhou sua dona. Quando ela chegou ao ultimo degrau ele correu até seus pés.

- Oi filhão. –fez um carinho em sua cabeça. – E Nicky, nós não estávamos transando.

- Podemos encerrar esse assunto de se estavam ou não transando, por favor? –Pediu Red em tom de voz tedioso e nós concordamos com a cabeça.

- Está linda, minha filha. –Alexander beijou sua testa.

- Obrigada, pai.

- Onde está o rango? Estou morta de fome!

- Está na sala de jantar sua esfomeada.

- Chapman, eu não sou esfomeada. Apenas tenho um grande estômago que precisa de muita comida para se manter vivo.

Rimos com a resposta de Nicky e já começávamos a andar até a sala de jantar. Eu estava a entrar no cômodo quando Alex me puxou pela cintura.

- Me desculpa por aquilo, tudo bem? Não queria que acontecesse. Eu prometo te contar tudo depois.

- Está tudo bem, Alex. Vamos jantar!

- Pode me dar um beijo antes? –encarei-a, sem acreditar naquilo. –Só pra ter certeza que está tudo realmente bem.

- Você é tão safada. –Beijei seus lábios e me afastei de seus braços.

Não demorou muito para que servíssemos o jantar. Nos sentamos a mesa e jantamos entre conversas amenas e brincadeiras.

Eu havia imaginado que aquele jantar seria estranho por conta da aparição do tal agente mais cedo, mas tanto Alex quanto eu tentamos parecer o mais normal possível e parece que conseguimos, pois nenhum dos outro três nos perguntou nada.

Depois do jantar nós fomos para a sala e nos sentamos no sofá com uma taça de vinho na mão cada. Alexander e Nicky eram os que mais falavam. Mas com o tempo de conversa eu e Alex já estávamos começando a ficar meio áreas, perdidas em nossos pensamentos.

Alexander e Nicky nos chamavam algumas vezes mais acabávamos por não ouvir e eles tinham que nos chamar de novo e de novo. E uma “pequena” desconfiança de que algo estava errado tomou conta deles. Mas para nossa felicidade eles resolveram não questionar nada.

Quase uma hora depois que resolvemos ir para a sala e conversar, Alexander e Nicky decidiram ir embora. Red já dava sinais de cansaço e de que queria cama, e como Alex e eu não parecíamos prestar muita atenção na conversa, eles decidiram que já era hora de irem para casa. Na verdade até eu iria embora, já que não moro aqui, mas não queria deixar aquela conversa com Alex para outra hora.

- Tio Alexander, pode me dar uma carona?

- Mesmo se eu dissesse não você iria entrar no carro de qualquer jeito. –Alexander deu de ombros. –Posso fazer o que?

- Que bom que você sabe. –Nicky deu um tapinha em seu ombro direito.

- Não vão agora. Está cedo! –Pediu Alex enquanto eles caminhavam até a porta.

- Acho que é melhor irmos. Red está praticamente dormindo ali naquele sofá. Voltamos depois. –Alexander beijou sua testa. –Mas foi bom matar a saudade. –veio até mim e me abraçou. – Também foi bom te ver Piper. Nos vemos depois.

Alexander deixou a cobertura, já andando até o elevador para chamá-lo até o andar da casa. Com isso Nicky se virou para nós com sorriso sapeca.

- Até depois, Chapman. –abraçou-me. –Sei que está louca para sairmos daqui para vocês irem trepar loucamente.

- Você não sabe o quanto, Nicky. –Disse irônica e revirando os olhos.

-Imagino. –brincou e virou-se para Alex com uma expressão um pouco mais séria. –Está tudo bem? Aconteceu algo? E não adianta me esconder nada.

- Está sim. –levou a mão até nuca, visivelmente nervosa. – Depois eu te conto. Tudo bem?

- Okay. Saiba que irei cobrar. –bateram os punhos em um toque. – Bye sister.

- Bye sister.

Nicky passou pela porta, indo embora da casa e Alex então fechou a porta. Vire-me para a morena, esperando um pronunciamento seu.

- Será que podemos tomar um banho antes de conversamos? –pediu manhosa. –Eu iria preferir.

- Tudo bem, Alex. –suspirei. Só estávamos enrolando mais o assunto.

- Pode parar de me chamar de Alex?

- Mas não é esse o seu nome?

- É. Mas você quase nunca me chama assim. Só me chama assim quando ta nervosa ou irritada. Geralmente é Al. Eu prefiro Al.

- Tudo bem, Al. – beijei seus lábios. –Vamos tomar um banho.

- Bem melhor. –sorriu.

Alex Vause (POV)

- Acho que você sabe o motivo para eu estar aqui. –Disse Lucas enquanto se sentava no divã.

- Tenho algumas idéias.

- Ele está de volta, Alex. –Em sua voz o tom preocupado dominava.

- É. Eu sei.

- Você sabe? –perguntou surpreso. –Como?

- Eu o vi duas vezes. –contei a ele. – Na primeira vez achei que estava vendo coisas. Era o ultimo dia da turnê. Eu estava cansada, estava quente. Não pensei que ele fosse louco de voltar

- Também não pensávamos. –suspirou. – Mas pelo visto ele é.

- Enfim, a outra vez que eu o vi foi hoje mais cedo no mercado. –completei.

- É exatamente isso que viemos lhe contar. Nossos contatos disseram que ele está de volta ao país e nós já estamos iniciando as buscas para que finalmente possamos colocá-lo atrás das grades.

- Assim espero.

- Vamos te manter a par dos fatos, mas não te incluiremos no caso. Não queremos que ele pense que você está ligada a nós e junte o fato ao fim do quartel.

- Concordo completamente com isso. Não quero colocar a vida de Piper e da minha família em perigo.

- Esse é o objetivo. Tomaremos cuidado.

- Mas você não acha estranho ele ter vindo até mim? –questionei. Aquilo estava me enlouquecendo. – Quer dizer, aparecer para mim. Por que ele apareceria para mim?

- Eu não sei Alex. –Lucas franziu o cenho. – Talvez pense que você ainda tenha ligação com drogas. Queira sua ajuda para algum plano. São várias possibilidades.

- E a que mais me assusta é de que ele tenha descoberto que fui  eu quem entregou o quartel.

Lucas suspirou frustrado diante dessa possibilidade. Não queria pensar nisso, mas a chance de que eu estou certa é imensa.

- Infelizmente essa também é uma possibilidade. –disse depois de um tempo em silêncio. –Torçamos para que não. Mas se caso seja, daremos a você e a sua família toda a segurança necessária.

- Obrigada, Lucas.

- Mas Alex, tome muito cuidado. –pediu-me. –Todos nós sabemos o quanto eles são poderosos. 

- Tomarei. – o garanti. –E se precisarem da minha ajuda para algo, saibam que estou aqui.

- Você faz falta lá. –disse nostálgico. –Mesmo que tenha sido apenas um caso.

- Foi legal enquanto durou. Pelo menos a adrenalina era tão boa quanto às das drogas. – Ambos rimos. Era bom nós rimos em um momento tenso como esse.

Continuamos a conversar ainda por um bom tempo. Harrison me colocou a par de todo o caso. Os planos que tinham para conseguir prendê-lo e entre outros. Novamente me pediu para que tomasse cuidado e prometeu arranjar amigos de confiança para fazer nossa segurança caso venham tentar algo contra mim e minha família.

Depois que Harrison foi embora eu comecei a me arrumar para o jantar, mas a todo o momento cenas do passado me voltavam a mente e logo depois cenas do meu terrível pesadelo vinham com tudo. Eu estava com tanto medo de que algo acontecesse a Piper.

Mas agora nada eu podia fazer. O passado está de volta.

Durante o jantar eu tentei ao máximo manter um clima normal e não pensar muito em todos os problemas que estão começando a aparecer, e pude perceber que Piper tentava fazer o mesmo. Mas infelizmente durante a conversa na sala eu não consegui fazer o mesmo. O meu sonho ficava martelado em minha cabeça e parece que Piper estava tão perdida quanto eu.

Alexander e Nicky, e tenho certeza que Red também, perceberam que estávamos estranhas, mas não perguntaram nada. Eles sabiam toda a história, tudo o que aconteceu. Afinal eles estavam lá. E é lógico que eu os colariam a par dos novos fatos, mas antes eu queria colocar Piper a par de toda a história. Devia isso a ela.

E estávamos como na noite passada tomando um banho na banheira, mas a diferença é que desta vez eu é que estou a fazer uma massagem em Piper. A conhecendo como conheço, sei que ela ficará nervosa quando souber toda a história e quero então mantê-la relaxada, pelo menos agora.

Depois do banho nós vestimos roupas confortáveis e nos deitamos na cama. E novamente assim como na noite anterior, nos agarramos embaixo da coberta. Sua cabeça em meu peito e eu a apertado contra mim.

- Podemos conversar agora? –Pediu-me depois de um certo silêncio.

- Sim. Acho que te devo isso.

- Na verdade, não. –disse para minha surpresa. –Não me importaria se não me contasse, mas é que agora eu estou preocupada com você, Al.

- Me desculpa por isso princesa. –beijei o topo de sua cabeça. –Não foi a intenção.

- Sei que não, mas deixou.

- Okay. Vamos lá. –respirei fundo. –Lembra quando te contei que com a morte da minha mãe passei a beber. Me jogar no mundo e usar drogas?

- Sim. –acenou também com a cabeça. –Continuei. –incentivou.

- Então, com o passar do tempo fui ficando cada vez pior. Alexander e Red tentaram a ajudar a mim e a Nicky. Nos colocaram em reabilitação milhares de vez, mas de nada adiantou. Estávamos entregues ao mundo. Norma na época também veio para cá, mas não ligávamos pra nada.

“E para piorar tudo, a droga também começou a perder seu efeito para mim. Eu precisava de cada vez mais. Nunca era o suficiente. Slyvia que estava cada vez mais agarrada a mim, vendo minha necessidade de fazer algo a mais, algo ainda melhor que drogas, me apresentou para um amigo seu, o Fahri.

Fahri fazia parte de um quartel de drogas. Na época eu não sabia o tamanho do quartel, mas com tempo eu descobri que ele era simplesmente o maior quartel dos Estados Unidos. E o que eu fiz? Me envolvi com o quartel.

No inicio eu apenas ia a uma espécie de “clube” do quartel onde várias pessoas se reuniam e ficávamos em uma orgia de drogas e sexo. Nicky até que participou desse tal “clube”, mas seu interesse era apenas drogas e sexo, então ela não foi tão longe quanto eu.

Fahri que viu um “potencial” em mim e viu meu estado, viu que eu estava no fundo do poço, resolveu se aproveitar disso. Ele se aproximou de mim e acabamos por ficarmos amigos. Ele era uma nova Slyvia em minha vida. Me empurrava mais e mais nas drogas, e eu adorava.

Fahri era um traficante do quartel e certo dia me ofereceu algumas drogas para vender e em troca eu ganhava todas as drogas e bebidas que quisesse de graça. Para mim, isso foi o paraíso. Então saí às ruas e passei a vender.

Foi legal sabe. Aquele era o “mais” que eu queria. Aquela adrenalina que percorria meu corpo cada vez que eu tocava em um saquinho de drogas e saí pelas ruas vendendo aquilo. Fazer aquilo às escondidas. Era tão bom.

E parece que eu estava fazendo um bom trabalho, pois fui cada vez mais me afundando no quartel. Conheci novas pessoas e passei a ir a algumas reuniões. Eu traficava e também já arrumava mulas para o quartel. Eu estava ganhando um lugar de destaque ali. Tanto que eu conheci o chefe do maior quartel de drogas do país: Kubra Balik.

Fahri era o braço direito de Kubra, e com isso ele passou a falar de mim para o homem que demonstrou um grande interesse em mim. E ao saber disse fiquei super animada. Poderia me afundar ainda mais naquilo.

E quando Alexander e Red descobriram que eu estava me envolvendo com um quartel de drogas eles ficaram loucos. Me levaram para a casa a força e passaram quase uma hora gritando coisas para mim que entraram por um ouvido e saíram por outro. Eu não ligava. Aquilo me fazia esquecer e era isso que importava.

Mas antes que eu realmente pudesse entrar no quartel de vez, antes era apenas como um “teste”, eu ainda não fazia realmente parte daquilo, Alexander descobriu que o FBI estava investigando o quartel há muitos anos e queria colocar todos envolvidos com ele atrás das grades, principalmente seu chefe. E com um grande medo de que eu acabasse presa ele me chamou para uma conversa. Eu não aceitei, mas ele começou a insistir tanto que eu concordei apenas para me ver livre daquilo.

Então em uma tarde ensolarada eu e Nicky fomos até sua casa. Estávamos meio drogadas naquele dia, como sempre, então Red nos jogou de roupa e tudo embaixo de uma ducha gelada e nos obrigou a ficar sóbrias.

Ainda debaixo do chuveiro os dois vieram até nós e começaram a falar o quanto nos amava e quanto nós duas estávamos destruindo nossas vidas. E assim como nós, eles também estavam sofrendo pela morte de Diane e estavam sofrendo ainda mais por nos verem naquele estado.

- Minha filha, olha para você. Usando drogas, com uma mulher diferente a cada noite. Se envolvendo com um quartel de drogas. É isso que você acha que Diane queria para você? Ter ver assim nesse estado? Tão acabada como você está. –Alexander me dizia e lágrimas saiam dos olhos de todos ali naquele banheiro.

- E você Nicky? Sabemos que também está sofrendo com a perda de Diane e todos os problemas com sua mãe, mas você realmente acha que vai resolver algo assim? Vocês realmente acham que dar para viver assim para sempre? Não estão vendo que se continuarem assim irão acabar mortas como Diane? Diane morreu por conta de uma doença, mas ainda assim morreu com honra. Já vocês? Irão mesmo se deixarem morrer nessa desgraça? –ele gritava e quanto mais ele falava mais chorávamos.

Naquele dia nós finalmente abrimos nossos olhos. Vimos que aquilo realmente não nos levaria a nada e mais importante: Não era aquilo, aquela vida, que Diane queria para nós. E naquele dia, não apenas eu, mas Nicky também, prometemos que não a decepcionaríamos mais com aquilo. Iríamos sair daquela vida.

Infelizmente a drogas e bebidas já haviam deixado seus efeitos em nós e por mais que quisermos, nós não aguentavamos ficar uma hora se vir àquela vontade de nos drogar. E diante disso mais uma vez nos internaram em uma clínica de reabilitação e com a nossa força de vontade dessa vez ela realmente fez efeito. ”

De repente minha voz parou de sair e um choro tomou conta. As lembras daquela época vinham com tudo e eu não conseguia evitar chorar sempre que lembrava o quanto machuquei meu pai, Red e Norma. E principalmente não conseguia evitar o choro ao lembrar o quanto havia decepcionado minha mãe fazendo tudo aquilo.

Piper levantou sua cabeça de meu peito e abraçou meu corpo de forma carinhosa. Entreguei-me ao abraço enquanto as lágrimas continuavam a sair por meus olhos. E depois de ficarmos quase cinco minutos abraçadas, comigo a molhado mais e mais com minhas lágrimas, Piper nos separou do abraço e segurou meu rosto com suas duas mãos.

Ela sorriu singela e com ambos os polegares limpou meu rosto molhado por conta do choro. Beijou meus olhos, fazendo com que o choro cessasse de vez, e por ultimo plantou um selinho em meus lábios.

- Me desculpa? –Pediu, acariciando meu rosto com os polegares.

- Pelo o que exatamente?

- Por fazer-la reviver tudo isso. Eu imagino o quanto deve ser difícil para você.

- Doe relembrar tudo. Mas você faz parte de mim agora, e eu gostaria que você soubesse tudo sobre mim. Assim como eu gostaria de saber tudo sobre você.

- Você já sabe tudo sobre mim. –sorriu. –Porque você é a minha vida. –nos beijamos em um selinho. –Obrigada por compartilhar comigo.

- Você também é a minha vida, minha princesa.

- Quer contar o resto da história agora ou prefere continuar depois?

- Eu prefiro contar tudo agora. –respirei fundo e prossegui. –Ficamos dez meses na clínica. Ficamos no mesmo lugar, mas lá era tão grande que quase não nos encontrávamos. O que foi bom, pois se talvez tivéssemos ficando muito tempo juntas talvez nós tivéssemos feito algo. Tivemos algumas recaídas, mas depois de dez meses naquele lugar nós conseguimos recuperar o controle de nossos corpos. Mas eu acho que o mais difícil não foi largar o vício, mas sim recuperar a confiança de Alexander e Red, e até mesmo a de Norma. Ela havia voltado para Los Angeles, mas ainda ligava todos os dias querendo saber sobre nós.

“Ao sairmos da clínica começamos a colocar nossas vidas no lugar. Contarmos todos os nossos laços com pessoas que tinha ligação com aquele mundo e Alexander nos colocou para morar em sua mansão. Aceitamos, pois faria bem para a gente e também ajudaria a recuperar a confiança deles.

Meu pai me deu a ideia de retornar com a carreira de cantora. Na verdade eu ainda não era realmente cantora. Ele havia me colocado naquele mundo, mas antes que eu realmente pudesse me empenhar naquilo, Diane adoeceu e lodo depois morreu. Então eu deixei aquilo tudo de lado. E voltar para aquele mundo da música me fez muito bem. Eu achei na música uma nova forma de expor meus sentimentos e de tornar tudo aquilo mais fácil de se viver. 

Com a ajuda de todos que eu conhecia eu conseguir crescer no mundo da música. Minha carreira decolou e eu deixei o passado trancando a sete chaves, bem longe de mim. Criamos a gravadora e foi algo a mais para me ajudar a me manter longe do passado. Na verdade, ajudou Nicky também. Ela havia mostrado um grande interesse na gravadora e foi uma das que mais se empenhou para que aquela ideia desse certo.

Um tempo depois que conseguimos colocar nossas vidas nos trilhos de novo, Alexander nos contou sobre a investigação que ele havia descoberto. Ele também contou que a investigação ainda acontecia e quando eu soube disso eu me ofereci para ajudar. De inicio Alexander e Red relutaram. Eles tinham medo que eu acabasse me envolvendo com drogas de novo. Mas eu queria fazer aquilo e no fim eles acabaram por concordar.

Alexander tinha um amigo que trabalhava para o FBI e ele era uns dos principais agentes no caso. Era o agente Lucas Harrison. Nós entramos em contanto com ele e contamos toda a história.

Como eu havia me envolvido com o quartel e até mesmo o fato de eu ter conhecido o grande chefe do quartel, não apenas Lucas, mas também todo o FBI viram uma grande oportunidade ali. Eles estavam investigando o quartel há muito tempo e não haviam conseguido muitas informações que pudessem levar a uma prisão. Então eu entrei para o FBI. Era apenas para um caso, mas eu achei o máximo e eu nunca havia me visto tão empolgada com algo. Queria acabar com o meu passado com estilo, e o FBI me deu uma chance de fazer isso.

Eles me colocaram a par de todo o caso e do que já sabiam sobre o quartel e seu chefe, Kubra Balik. Contaram também que havia uma única coisa que conseguiria acabar com o quartel e prender todos envolvidos com ele, inclusive Kubra.

Kubra tinha uma agenda que ele e todos do quartel denominaram de bíblia. Nessa agenda havia todos os contrabandos feitos pelo quartel. Assassinatos cometidos. Todos os seus envolvidos e informações preciosas que se o FBI tivesse em mãos acabaria com tudo. Kubra escondia essa agenda em um cofre na casa principal do quartel. E meu trabalho seria entrar no quartel como um deles. Deveria dizer que eu havia tido uma recaída e que queria voltar para aquele mundo. Eu deveria conquistar a total confiança deles e conseguir essa “bíblia” para o FBI. E foi o que eu fiz.

-Eu sabia que você acabaria voltando para nós. –Disse Fahri, muito animado, para mim quando eu o procurei.

O FBI havia criado uma mistura de pó que parecia muito com drogas e eu poderia usar para enganá-los. Então eu passei a usar essa “droga especial” que não me causavam efeito algum. Era basicamente um doce misturado com outras coisas.

Enfim, com o tempo eu fui retornado para o quartel. Usava a droga que o FBI havia feito e vendia as verdadeiras. Fahri estava ainda mais próximo de Kubra e parecia que o chefe do quartel ainda tinha um interesse em mim.

Um tempo depois que eu havia voltado para o quartel eu já havia conquistado a confiança deles e passei a participar das reuniões que aconteciam na casa principal do quartel que era onde Kubra morava.

Nas primeiras reuniões eu apenas explorava a casa, procurando onde poderia ser o tal cofre. Até que em uma noite eu descobri que o cofre ficava atrás de um quadro no escritório de Kubra.

Quando saí da casa naquela noite, eu avisei ao FBI que havia descoberto o lugar onde guardavam a “bíblia”. Todos nós comemoramos. Era um passo a mais na direção do fim do quartel. O único problema era a senha do cofre. Mas que logo foi resolvido.

Dentro do quartel eu conheci uma garota chamada Mary. O pai dela estava doente e ela era dona de um bar que não rendia muito dinheiro. Kubra viu a oportunidade perfeita em Mary. Ele usaria o seu bar para fazer a lavagem de dinheiro do quartel e em troca ele lhe pagava uma quantia e todos os envolvidos do quartel passariam a frequentar o bar. Mary aceitou a proposta, afinal ela precisava de dinheiro. Mary conseguiu dinheiro suficiente para o tratamento do pai que meses depois estava curado. Ela queria sair daquele acordo, mas não tinha mais jeito. Kubra não a liberaria de forma alguma. O bar era uma ótima forma de lavagem de dinheiro.

Quando eu soube disso fui logo conversar com Mary. Durante a conversa ela acabou deixando escapar que a senha do cofre mudava toda sexta-feira, que era o dia em faziam a lavagem. E a senha era o total de dinheiro obtido na semana. Ela e Kubra eram as únicas pessoas que sabiam o total de dinheiro obtido e imediatamente a senha do cofre. Falei a Mary de que se ela me falasse a senha do cofre o FBI daria a ela e seu pai proteção à testemunha e ela ficaria livre do quartel. Mary aceitou a proposta e na sexta seguinte ela me deu a nova senha do cofre.

O resto foi fácil. Fui para mais um reunião na casa e enquanto todos jogavam sinuca eu fui até o escritório de Kubra e peguei a “bíblia”. Deixe-a escondida em um lugar seguro e prosseguir com a noite normalmente. De madrugada eu fui embora e da casa eu fui direto para a sede do FBI e entreguei a eles a bíblia.

O FBI não agiu de imediato. Nos precisávamos fazer tudo certo para que ninguém ligasse os pontos e chegassem a conclusão que eu que havia entregado o quartel. Então três dias depois Alexander foi até o quartel e no meio de todos que faziam parte daquele esquema ele deu-me uma “bronca” e me levou às forças para uma reabilitação. Três semanas depois o FBI entrou em ação e prendeu a Kubra e todos que estavam ligados ao quartel. ”

- Então você acabou com o maior quartel de drogas dos Estados Unidos? –confirmei com cabeça. – Foi um gesto bonito, Al.

- Acho que eu queria me redimir de algum jeito e essa foi a melhor forma que encontrei.

Piper plantou um beijo em meu ombro e depois apoiou sua cabeça ali.

- Mas ainda tem coisas que eu não entendo. –sussurrou para mim.

- Como, por exemplo, o que o agente Harrison veio fazer aqui hoje?

- Hunrum. O que você tanto conversou com aquele agente... Qual o nome dele mesmo?

- Agente Lucas Harrison. –respondi. – Hã... Você se lembra que ontem quando estávamos saindo do estúdio eu disse que havia visto coisas?

- Sim. –afirmou e fez um gesto para que eu prosseguisse.

- Então, bom, eu não estava. –contei e ela que me olhou com uma expressão confusa. – Eu realmente vi o Fahri lá no estúdio.

- O Fahri? –acenei positivamente com a cabeça. – Mas ele não foi preso junto com os outros?

- Na verdade, não. De alguma forma Fahri conseguiu fugir. Ela saiu dos Estados Unidos e apagou todos os seus rastros. Mas antes ele fez a promessa que voltaria, e agora ele voltou.

- E foi isso que o agente veio fazer? Te contar que ele estava de volta?

- Sim. Ele me contou que o Fahri está de volta e que eles já iniciaram as buscas para prendê-lo.

- Eu ainda estou um pouco confusa. – sua expressão agora era pensativa. - Por que o Fahri te procuraria? Ele por acaso sabe que foi você quem entregou o quartel para o FBI?

- Eu também me faço essa mesma pergunta. Eu creio que ninguém saiba que fui eu quem entregou o quartel. Mas o fato de eu ter visto o Fahri duas vezes me faz pensar que talvez possam ter ligados os fatos.

- Duas vezes?

- Hã, sim. Eu o vi mais cedo no mercado.

- E então você está em perigo? –Perguntou em um tom baixo, como se tivesse medo da minha resposta.

- Eu não sei. Talvez. Harrison acha que ele também possa achar que eu ainda estou envolvida com drogas ou até mesmo queira minha ajuda em um plano. São várias possibilidades.

Ficamos por um tempo em silêncio. Fiquei quieta para que Piper pudesse pensar e assimilasse tudo o que eu havia dito. Ela parecia pensativa e ao mesmo tempo confusa.

Confesso que eu também sinto medo do que a volta do Fahri possa significar. Eu havia passado por tantas coisas para conseguir colocar minha vida no lugar e tinha medo de que essa sua volta inesperada pudesse tirá-la dos trilhos novamente.

Tinha medo que tivesse descoberto que havia sido eu quem entregou o quartel e viesse atrás de mim. Mas o verdadeiro medo é de que ele me machucasse através de Piper ou da minha família. Não conseguiria me perdoar caso eles se machucassem por minha culpa, por culpa do meu passado.

Minutos depois Piper retornou a me perguntar:

- Alex, por que você não me contou tudo isso antes?

- Porque eu tinha medo de que se você soubesse de todo a historia de alguma forma você acabasse se machucado. Kubra é um homem poderoso, e mesmo atrás das grandes ele continua com seu poder.

- Obrigada por me contar agora, então.

- Eu já disse que você é a minha vida. –beijei sua testa. – Quero que saiba tudo o que aconteceu comigo. E me desculpa por demorar tanto para contar essa parte.

- Eu entendi seus motivos, Al. Sei que estava apenas pensando no meu melhor. –sorriu e beijou meus lábios. – Está tudo bem.

Novamente voltamos aquele silêncio. Era ao mesmo tempo confortável e desconfortável. Confortável, pois nos permitia pensar com mais clareza. Desconfortável, pois eu não fazia a mínima ideia do que estava passando na cabeça da Piper e isso me assustava um pouco.

Ela estava mais uma vez com aquele ar pensativo, fazendo aquela carinha fofa sempre que pensava em algo, e eu apenas queria saber que pensamentos eram esses que rondavam sua mente.

Por fim, eu resolvi me pronunciar e talvez quem sabe passar alguma confiança à ela:

- Pipes, eu prometo que não vou deixar que nada aconteça a você. Você é a minha vida, meu tesouro, e eu não sei o que seria de mim sem você.

- Alex, eu não quero que me prometa isso. –Não? – Eu quero que você me prometa que não vai deixar nada acontecer a você, porque você também é a minha vida e sem você eu não sou nada.

Eu não podia prometer isso. Eu sabia que se Fahri ao menos desconfiasse sobre mim, eu já estaria em perigo. Então, não, eu não podia prometer isso a ela. Podia prometer mantê-la a salvo, pois era isso que eu iria fazer. Mas isso?

E eu já estava pronta para negar isso, mas Piper me olhou suplicante. Seus olhos ficaram pequenos e em seus lábios um biquinho fofo já se formava. Ela sabia que eu não queria prometer aquilo e por isso já estava começando a apelar de uma forma que ela sabia que eu não conseguiria dizer não. Então, simplesmente me rendi.

- Eu prometo Pipes.


Notas Finais


Agora vocês sabem toda a história da Alex. E pra quem não entendeu, o homem de calça e blusa social é Fahri. Mas acho que todos entenderam xD
Enfim, espero que vocês tenham gostado e eu gostaria de saber a opinião de vocês. Era isso que imaginavam como história da Alex?
Até o próximo capitulo da nossa saga Vauseman <3


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