História Rocket Queen - Everybody deserves a second chance, right?

APRIL POV

-Abre a porta Axl, não estou disposta a entrar em seus joguinhos mais uma vez.

-Não. – Respondeu cruzando os braços, com um sorriso.

-O que? – Perguntei incrédula, encarando seus olhos incrivelmente verdes.

-Não vou abrir a porta.

-Ah, qual é ruivinho – O vejo revirar os olhos pelo modo com que o chamo – Eu tô cansada, não quero ficar trancada dentro de um carro com um maluco bipolar e tarado como você!

-Maluco bipolar e tarado? – Agora ele ria do comentário. Eu realmente não entendo esse cara.

-Estou errada?

-Talvez sim, talvez não, depende da ocasião – E novamente a malícia preenchia seu sorriso.

Apenas reviro os olhos. Eu tinha sacado o que ele queria comigo, e usaria aquilo a meu favor. Sentei-me em seu colo, com as pernas uma de cada lado do banco o motorista. Simultaneamente, ele sorri, e envolve suas mãos em minha cintura. Puxei-o para um beijo lento, e rapidamente, ele se entregou. Enquanto seus olhos estavam fechados, peguei minha bolsa, que estava no banco ao lado, destravei a porta do motorista, e rompi o beijo, abrindo a porta e saindo do carro.

-Tchau, ruivinho.

-APRIL!

Ouvi seus gritos chamando meu nome, mas não dei bola. Continuei andando até chegar ao portão do meu prédio, sorrindo vitoriosa. Quando coloco as chaves na fechadura, não ouço mais aquela voz grave que me causava arrepios. Ao girar a maçaneta do portão, tomei um susto.

-Não achou que eu iria te deixar sair sem mais nem menos, não é?

Axl havia me seguido silenciosamente até ali.

-Porra, mas que cara chato! – Exclamo me escorando no portão do prédio – Me diz logo o que quer, não suporto mais olhar pra essa sua cara.

-Quer saber mesmo o que eu quero?

-Quero. E seja rápido, estou com sono.

-Quero saber o motivo de você agir desse jeito comigo.

-“Desse jeito” como? Seja mais específico, por favor – Respondo friamente.

-Desse jeito – Ele percebe minha confusão, e explica melhor – Fria, sempre está com raiva de mim, trata todos bem e é sempre simpática, mas comigo o assunto muda.

Suspiro pesadamente, e retiro minhas chaves do portão.

-Vem, vamos para o meu apartamento, podemos conversar melhor lá.

AXL POV

Hesitei por um momento, pois eu sabia que Helen morava naquele prédio. Eu gostava muito dela, e se me visse indo para o apartamento de outra garota, talvez o que nem começou direito, acabaria ali.

-Vai ou não? – A voz doce de April invadia meus ouvidos, fazendo-me sair de meu transe.

-Tudo bem, vamos.

Entramos, e quando chegamos ao apartamento dela, dei graças a Deus por não ter visto Helen naquele curto caminho.

-Sinta-se a vontade – April dizia estendendo o braço para que eu entrasse.

-Então... Por quê?

-Por que o que? – Reviro os olhos – Ah, o lance de eu te tratar mal, não é? – Aceno positivamente com a cabeça – Para ser bem sincera, não sei ao certo. Você não colabora comigo, Axl! Em um dia, diz que quer mostrar seu lado romântico e amoroso, e quer que eu veja que você é um cara legal, e no dia seguinte te vejo com outra garota, assim não dá pra ser feliz!

-Tem razão, não sou um dos melhores caras da Terra, mas não tenho culpa se você não decide logo se vai me dar uma chance. Não quero ficar na seca, você sabe.

Ela apenas ri da situação, induzindo-me a fazer o mesmo. Aquela risada era uma daquelas que te fazem rir, não pelo fato de serem engraçadas, mas sim, por serem envolventes. Depois de alguns segundos rindo, ela respira fundo, e finalmente fala alguma coisa.

-Não sei se devo... Você sabe... Te dar essa chance de novo. Fiz isso ontem e já me decepcionei, não quero que aconteça de novo.

-Todos merecem uma segunda chance, certo? – Ela não responde nada, mas pude ver em seu olhar um pingo de arrependimento – Não vai acontecer novamente, eu prometo.

-E uma promessa sua é valida? – Pergunta em tom de deboche.

-Considerando o fato de que eu nunca prometo nada para ninguém... Sim, é valida.

-Tudo bem – Ela respira fundo – Sinto que estou sendo fácil demais.

-Fácil? Imagina quando se faz de difícil.

-Cala a boca, idiota – Rimos novamente. Agora foi minha vez de puxá-la para um beijo. Porém, ela interrompeu o momento – Se você me fizer ficar com raiva novamente pelo mesmo motivo, eu quebro essa tua cara, entendeu?

-Entendi – Respondo e logo beijo-a novamente.

MOLLY POV

Aquela noite estava apenas começando, e pelo ritmo que as coisas estavam tendo, iria ser divertida. Demoraram cerca de 5 minutos para que chegássemos ao meu carro. A primeira coisa que fiz quando entramos nele, foi ligar o rádio. Aquilo foi involuntário, sempre o fazia. Tocava “Saturday Night” do Misfits, estava na metade da musica, para ser exata. Pude notar um sorriso enorme nos lábios de Duff, e logo, ele começa a cantar junto com o rádio.

“As the moon becomes the night time

You go viciously, quietly away

I'm sitting in the bedroom

Where we used to sit and smoke cigarettes

Now I'm watching, watching you die”

Eu não conseguia parar de olhá-lo enquanto cantava aquela música. Ele parecia tão feliz enquanto o fazia...

“I can remember when I saw her last

We were running all around and having a blast

But the back seat of the drive-in

Is so lonely without you

I know when you're home”

A julgar pelo modo com que ele cantava, diria que ele gosta muito dessa banda. Estava tão envolvido com a canção, que pareceu esquecer da minha presença ali... No meu carro.

“I was thinking about you

There was something I forgot to say

I was crying on saturday night

I was out cruising without you

They were playing our song

Crying on saturday night”

Quando Duff finalmente parou de cantar, eu me encontrava rindo. Rindo de ele estar tão entusiasmado, que não percebeu minha presença ali.

-Me desculpe se me empolguei demais – Ele se juntou a mim nas risadas.

-Tudo bem – Aos poucos eu me recompunha – Pelo visto você gosta de Misfits, não é?

-Eu adoro essa banda, os caras são demais! Você conhece?

-É claro! Também gosto bastante das músicas deles.

-Porra garota, você é perfeita!

Senti meu rosto queimar. No mesmo instante começa “Forever” do Kiss. Merda de rádio que não ajuda nesses momentos! Eu estava com vergonha do que acabara de acontecer, e com mais vergonha ainda do que eu estava imaginando que iria acontecer naquele momento.