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História Rolwse Academy of Magic ( INTERATIVA) - Não brinque com garotas


Escrita por: Temomen_Orim

Notas do Autor


Desculpem ter demorado tanto. Foi uma semana sem nada, mas eu realmente não tive tempo. Muitas provas e trabalhos um em cima do outro. Porem tem uma boa noticia, eu finalmente consegui contratar um serviço de internet. Ainda estou aguardando tudo ficar pronto ( Por que parece que esse pessoal não quer vender nem gosta de trabalhar...), mas enfim, em breve os capítulos viram com mais frequência.

Capítulo 127 - Não brinque com garotas


 Olá meus queridos! Mais uma vez juntos... O de sempre... Acho que sumi por bastante tempo dessa vez. Bem, culpem o Alditore! Ele vai usar desculpinhas como sempre, mas eu? Eu tenho que estar sempre disponível para narrar. É a vida! Ninguém da valor ao que você faz... Er... Vamos ao capitulo!

~Anastasya~

Havia esperado muito para voltar para casa, mas agora que finalmente havia retornado parecia faltar algo. De certa forma sua antiga vida parecia monótona. "As coisas eram mesmo tão calmas assim?". Natsy sempre fora uma garota com muitos conhecidos, mas poucos que ela realmente considerava amigos e nesses messes que esteve afastada na Rolwse até mesmo os seus "amigos" haviam sumido. Voltar para o lar e encontrar seu pai era bom, mas fora isso o lugar inteiro parecia apenas uma casa vazia. "Eu me lembro... Eu já me senti assim antes...". Nem tudo foram flores na vida da garota, por mais que ela não demonstre isso. A mãe de Natsy morreu durante o parto e seu pai apegou-se a filha de uma maneira muito forte, como se essa fosse a maneira dele superar o trauma da perda da esposa. Porem a garota ainda via o quanto ele sentia falta daquela mulher que Natsy apenas conhecia por uma fotografia e aos poucos a própria Natsy foi ficando triste por causa disso. Ela não sabia o porquê, mas simplesmente aconteceu, cada dia as coisas pareciam mais sombrias e uma onda tristeza pairou sobre ela, quando ela menos esperou estava deitada em uma cama, sentindo frio e uma imensa vontade de desaparecer. Sim, Natsy já sofreu de depressão uma vez, mesmo que tenha mantido isso em segredo de quase todos, apenas seu pai percebeu e a ajudou, foi um pouco difícil, pois a garota odiava tomar remédios, ainda mais medicamentos fortes, mas apenas com seu esforço e a ajuda de seu pai ela pode superar a doença. Também com seus elementais, a garota aprendeu a invocá-los justamente porque sentia-se sozinha, porem devido a dificuldade dessa técnica pode-se dizer que ela é uma prodígio nisso. No entanto, a velha sensação estava voltando.

— Pare! — Ela bateu o pé no chão e ficou em uma posição ereta — Se acalme... Respire... Você vai ficar bem. Você não está doente de novo. Você não está doente de novo — Suspirou — Se eles não vêm até você, vá até eles...

 Agora, relativamente, mais calma, Natsy foi até seu guarda-roupa e vestiu-se. Uma camiseta preta, que estendias-se um pouco mais na parte de trás, um shorts e seus sapatos. Também prendeu o cabelo em um rabo de cavalo, fazia isso quando se sentia um pouco triste, pois quando se olhava podia ver seu rosto melhor e sentir-se mais bonita. Saiu decidida a reencontrar alguns de seus velhos amigos, a fim de passar o tempo.

— Querida? Para onde você vai?

— Rever meus amigos. Prometo não demorar muito pai...

— Você prendeu o cabelo...

 Mais do que ninguém seu pai a conhecia e sabia exatamente suas manias e o porquê de cada uma.

— Pai. Não é nada, eu estou bem. Eu juro.

— Sabe que pode falar qualquer coisa pra mim...

— Eu sei. Obrigada, mas eu realmente estou bem. Só preciso sair um pouco.

— Tudo bem. Tenha cuidado querida. Eu te amo.

— Eu também pai.

 Deram um pequeno abraço e então Natsy foi embora. "Porque estou me sentindo tão só esses dias... Será? Cécil... Alina e... Argo...". Argo prometera viajar com ela, mas no ultimo momento teve de atender um pedido de Wesker. Naturalmente Natsy disse que não se importava, mas no fundo ela se importava. Queria que ele tivesse vindo, queria apresentá-lo para seu pai e finalmente assumir algo mais serio. Uma das coisas que sempre quis foi encontrar um amor tão forte como o que ela sabia que seus pais sentiam um pelo outro, então apareceu Argo. Ela tinha a certeza de que era ele, pois os dois não tinham nada em comum e mesmo assim havia uma conexão entre eles. "Eu não acredito que o Argo não veio comigo! Apesar de ter sido eu que mandei ele ir com o Wesker... Espero que ele esteja bem... Espero que não seja uma missão perigosa...". Perdida em seus pensamentos mal notou que havia chegado ao seu objetivo. Uma pequena praça na cidade onde ela geralmente se encontrava com seus amigos. Havia pessoas novas por ali, em poucos meses o lugar havia mudado muito, mesmo assim Natsy ainda reconheceu algum de seus velhos amigos, todos sentados juntos com sempre faziam.

— Hey pessoas — Ela "cumprimentou" o grupo se aproximando.

— Natsy? É você mesma!

 Quem logo a notou ali foi Tanmia. Natsy e ela eram bem próximas durante os tempos de escola. Ela não havia mudado muito, na verdade, continuava a mesma. O cabelo dela era castanho e bem curto, a certa distancia podia até ser confundida com um garoto, o corpo não muito chamativo ajudava nisso também, Tanmia era magra e seus seios eram bem pequenos. "Nos éramos muito amigas, mesmo que Tanmia me irritasse com seu jeito passivo... Agora eu que parei para pensar... Eu não falo com ela desde que fui para a Rolwse, é quase como se eu a tivesse deixado para trás...".

— Oi Tanmia — Dirigiu o cumprimento somente a amiga e deu um breve sorriso.

— Porque não avisou que iria voltar?

— Você me conhece... Eu me esqueço de muitas coisas... — "Como você... Que bela amiga que eu sou...".

Natsy estava pensando em algo que pudesse dizer, talvez justificar sua ausência para Tanmia. Porem mesmo com a distância era possível enviar cartas e Natsy não enviou nenhuma, porem recebeu algumas de sua amiga, mas nem mesmo chegou a ler.

— Natsy... — Chamou um dos garotos. "Garry... Ele está... Olhando para meus seios... Nojento...". A visão de Garry não a agradou muito — E aê?

— Garry... — Seu "nojo" ficou evidente no tom de voz — Você está aqui também...

— É claro que estou. Por que não estaria? — Ele abriu os braços e sorriu. Isso arrancou pequenas risadinhas dos outros garotos que estavam por pertos. "Lá vai ele dando seu showzinho..." — Mas agora  você voltou. Eu senti saudades. Acho que as coisas podem ficar mais interessantes a partir de agora — Disse com um olhar malicioso.

 "Nojento... Não acredito que foi realmente com esse cara..." Natsy sentiu quis cuspir ali mesmo. Pouco antes de começar a estudar na Rolwse ela teve um caso, ou melhor dizendo, uma de suas aventuras com Garry, em resumo, foi a primeira vez dela. Antes disso ela já tinha ficado com alguns garotos, mas nunca deixou anda ir mais além, porem com Garry fora diferente apenas por um motivo bobo — Eu não acredito que estou narrando isso... Uma dica minha, nem Shio, nem Yandra precisaram fazer para provar que eram crescidas e as duas eram as mulheres mais incríveis que tive a sorte de conhecer. Pensem nisso. —  É claro que foi algo totalmente físico, já que até conhecer Argo de verdade ela jamais sentiu-se apaixonada por ninguém. Agora ela estava arrependida, mas seu erro estava sorrindo bem a sua frente.

— Tire esse sorriso do rosto queridinho — Natsy recuperou seu tom de superioridade. "Eu não vou cair nas provocações dele. Eu sou perfeitamente capaz de responder a altura, não, eu posso responder com muito mais petulância" — Essa garota aqui já tem dono — "O que eu disse?! Será que pegou mal? Eu gosto do Argo, mas... Ele não é meu dono, eu é que mando! Eu devo corrigir isso? Será que eu pareci muito submissa? Não! Não vou me corrigir na frente desse energúmeno! O que está dito, está dito!”.

— Um dono? — Garry riu dando olhares para seus amigos, como se estivesse confirmando que todos riam junto com ele — Então Natsy, onde está esse dono?

— Você pode se referir a ele como "Namorado da Natsy". E ele está em missão...

— Missão? Achei que a Rolwse estava em período de férias. Parece que o "Namorado da Natsy" não...

— Se um mago é convocado para uma missão ele deve ir. Nem todos podem tirar férias...

— Besteira! Pra mim parece mais que ele preferiu ir para essa missão a ficar ao seu lado. Posso entender o porquê, se esse cara estiver realmente namorando com você então deve ter percebido o erro que cometeu. Você pode até ser boa naquilo, mas fora isso tudo que você faz é falar sobre si mesma. Isso enche o saco...

— Escuta aqui! — Natsy bateu o pé em fúria. Seus punhos se cerraram e seu rosto estava vermelho — Pegue essas suas gracinhas e enfie onde o sol não bate! Não preciso, nem pedi sua opinião sobre mim ou sobre minha vida... — Estava pronta para dizer mais, porem se acalmou. "Não vale a pena..." — Humpf... Nem sei por que pensei que seria legal ver vocês de novo... Vou voltar para casa. Até mais perdedores...

— Mas Natsy... Você acabou de chegar — Chamou Tanmia, um pouco triste.

"Eu falei tudo em um contexto muito geral... Acho que acabei chamando a Tanmia de perdedora sem perceber...".

— Tanmia... Eu sou estou cansada agora. Eu não disse nada daquilo com você, tudo bem? Venha me visitar mais tarde e então podemos conversar melhor.

— Sim — Tanmia sorriu e baixou um pouco a cabeça em um pequeno gesto de agradecimento pela proposta — Eu irei...

— Ei Natsy. Eu posso ir também? — Garry levantou-se de onde estava. Ele aproximou-se Natsy ainda mantendo o olhar malicioso sobre ela — Você parece um pouco solitária. Sei que adoraria uma visita minha...

— Se eu quisesse eu teria lhe chamado — Ela o empurrou para longe com uma de suas mãos e manteve o braço esticado para sinalizar a distancia que ele deveria manter — Ou você é surdo ou então está ouvindo coisas, porque eu não lhe chamei...

— Mas isso está me chamando...

 Em um movimento bem rápido e inesperado, tanto que Natsy mal teve tempo para uma reação imediata, Garry agarrou os seios dela. Não demorou mais que um segundo, mas para Natsy esse tempo foi mais do que ela podia agüentar. Explodindo em fúria ela empurrou Garry e logo depois lhe acertou um forte tapa no rosto.

— Seu grande pedaço de merda! Quem você pensa que é?!

 Garry riu e os outros garotos o acompanharam. Por mais que Natsy estivesse bufando de fúria ela percebeu algo. "Ele está tentando me irritar para fazer piada de mim e está conseguindo... Acalma-se, você não pode perder. Se tem uma pessoa que consegue tirar uma com a cara de alguém essa pessoa pode chorar depois de me enfrentar em um duelo de ofensas. Isso mesmo! Eu sou especialista nesse jogo!".

— Violenta como sempre... — Garry sorria enquanto passava a mão sobre a marca vermelha que o tapa de Natsy havia feito — Parece que seus peitos cresceram desde a ultima vez. Qual é? Agora que está na frente de todo mundo vai dizer que está com vergonha? Da ultima vez eu pude tocar e apertar a vontade e até fazer mais coisas... Vai dizer que não lembra?

— Desculpe Garry — Natsy sorriu sarcasticamente. "Agora você vai se arrepender de ter me provocado” — Tenho memória ruim para coisas pequenas. Se é que você me entende...

 Alguns dos garotos riram, mas tentavam segurar a risada para não criar problemas com Garry.

— Você continua a mesma patricinha vadia com vocabulário acido...

— E você continua o mesmo pirralhinho punheteiro que não consegue arrumar uma namorada. Por que não estou surpresa? Ah! Já sei! — Ela ergueu o dedo mindinho — Tenho certeza que meu dedo mindinho da mais prazer a qualquer garota do que isso que você tem entre as pernas. Serio, eu fico impressionada que sua mãe colocou seu nome de Garry, se é tão pequeno hoje, imagina quando nasceu. Se fosse eu teria pensado que era uma menina. Para sua sorte os médicos deviam ter um microscópio ou algo assim. Acho que eu teria colocado seu nome de... Merlinda. O que acha? Merlinda é um ótimo nome não é? — Natsy sorriu satisfeita ao ver o olhar de fúria de Garry enquanto escutava todos os outros garotos gargalhando. "Zoar um idiota na frente de seus amigos... Feito". Já era o suficiente, mas ela estava longe de acabar — Na verdade, acho que você daria uma ótima garota, afinal você sempre anda rodeado de amiguinhos, tenho certeza que se você fosse uma menina seria a alegria dos garotos da escola. Você é tão fácil que qualquer uma pode brincar com você e te jogar fora. Oh não! Você achou que tínhamos algo especial? Desculpe, mas você não foi bom o bastante. Eu daria uma nota... Zero ponto dois de dez. Eu apenas perdi tempo com você...

 Garry deu um passo à frente, pronto para avançar sobre Natsy. No entanto ela percebeu que ele estava prestes a partir para agressão física e não deixou por menos, assumindo sua posição de combate e retrucando com a voz erguida.

— Ouse tocar em mim!

— O que você vai fazer, ein?! — Garry abriu os braços e ergueu o peito — Vai chamar seu namorado imaginário para bater em mim?!

— Você está duplamente enganado! Argo é bem real e ele seria a ultima pessoa que você gostaria de ver nesse momento. Mas não pense que eu preciso dele para dar uma lição em um merdinha como você. Vamos Merlinda, tente a sorte...

 Uma mão repousou sobre a cabeça de Natsy. Ela tomou um pequeno susto, mas percebeu que aquele toque era carinhoso e não agressivo ou coisa do tipo.

— É bom ver jovens tão cheios de energias — Merlin sorriu.

 "Diretora? De onde ela apareceu?".

— Diretora Merlin?

— Olá minha querida — Cumprimentou com um gentil sorriso — Matando a saudade de seus velhos amigos?

— Quase isso... O-O que a Senhora faz aqui? Se me permite perguntar...

— Não, tudo bem. Acabei indo para Salander resolver alguns... Probleminhas. Com Mestre Kenpachi viajando fica bem difícil fazer o caminho de volta para a Rolwse, mas dessa maneira eu pude aproveitar para passar aqui e fazer uma pequena visitinha.

— Visita? Quem?

— Ora, você. Quem mais seria?

— A Senhora veio me visitar? — Natsy ficou confusa.

— Senhora... Pode me chamar apenas de Merlin ou Diretora. E sim. Vim te visitar. Eu soube que está com alguns problemas com seus elementais e como essa é uma de minhas especialidades eu decidi vir te ajudar.

— Então é isso. A Senhor... Eu... Diretora, não precisava se incomodar com isso...

— É o meu trabalho Anastasya e eu adoro fazê-lo. Ainda mais se eu puder aproveitar uma boa xícara de café ou chá antes.

— Oh, claro. Vamos para a minha casa e então a Senho... Diretora pode descansar e tomar um pouco de café antes de me ajudar. Ah! Obrigada por se preocupar.

— De nada a querida.

— Alem de café... Em sua casa teria alguma outra bebida que contenha álcool? De preferência muito álcool — Disse Marco, que até então estava ali, mas um pouco mais distante de tudo.

— Espera um pouco! — Brandiu Garry apontando para Merlin — Você é realmente... Alister Merlin? — Ele parecia mais impressionado pelos seios dela do que por quem ela era.

— Assim eu espero — Disse Merlin com um tom brincalhão. Então se aproximou de Garry levando o rosto para junto do ouvido dele — Não se preocupe rapaz, existem garotas que não ligam para o tamanho. Boa sorte.

 Com dois tapinhas no ombro dele Merlin se despediu. Trocou um pequeno olhar com Natsy e um sorrisinho, como se fossem duas garotinhas que acabaram de aprontar algo. Natsy acabou gostando disso, Merlin sempre pareceu uma pessoa divertida, mas agora ela parecia mais como uma amiga de verdade e não apenas a "Diretora super poderosa, bonitona, preguiçosa e divertida".

 Voltaram para a casa onde o pai de Natsy recebeu a todos. Ele acabou exagerando um pouco em tantos elogios e agradecimentos a Merlin e Marco por estarem cuidando de sua filha. "Eu não sou mais uma criança..." Pensava Natsy toda vez que ele começava  a relembrar algumas cenas vergonhosas do passado, coisas do tipo que só pais sabem fazer. Marco não estava dando muito atenção ao que estava acontecendo, ele estava mais preocupada com suas garrafas de rum, bebeu varias e com certeza deu um pequeno prejuízo para a adega da qual o pai de Natsy tanto se orgulhava. Após tanta conversa jogada fora, Merlin pediu licença para tratar de seu assunto com Natsy, a essa altura Marco já estava dormindo. Para iniciar tudo  elas foram até o pequeno jardim, era o lugar mais espaçoso da casa e seria perfeito para começar.

— Então Anastasya...

— Merlin... Você poderia me chamar de Natsy? Eu prefiro assim...

— Tudo bem Natsy. Primeiro eu preciso saber um pouco sobre seus elementais. Você possui o signo da água, existem muitos elementais diferentes nesse signo, mas eles podem ser divididos em três grandes grupos básicos: Os que estão ligados aos céus e chuvas, os que estão ligados a rios e lagos e por ultimo, os que estão ligados ao mar. Então, você sabe em qual grupo os seus elementais se encaixam?

— Bem... O Sapo-Boi e o Sapo-Feio são com certeza ligados aos rios e lagos. Já a Sereia-Vadia é ligada ao oceano e por ultimo tem a Sombra-Marítima que eu também acredito estar ligada ao mar.

 Merlin riu.

— Belos nomes. Você os escolheu?

— S-Sim... — "No que eu estou pensando?! A Merlin deve me achar uma idiota por ter usado nomes tão ridículos para definir meus elementais..." — É que eu era um pouco mais jovem e...

— Não. Tudo bem. Mas é a primeira vez que vejo alguém dar nomes aos seus elementais.

— Serio? Os seus não tem nome?

— Sim, eles têm. Mas são seus nomes verdadeiros. Sabe Natsy, os elementais não nos pertences. Eles não são objetos, mas sim seres vivos. Eles têm seu próprio modo de pensar e agir, muitos têm até família e assim como nós buscam protegê-la. A relação entre humanos e elementais deve ser de respeito. Acha mesmo que eles gostam de serem chamados por esses nomes?

— Não... Eles reclamam... Menos o Sapo-Boi, por que ele não fala, mas... Acho que Sereia-Vadia e Sapo-Feio são nomes um tanto ofensivos...

— E mesmo assim eles atendem ao seu chamado e lutam por você.

—Sim.

— E você sabe por quê?

—Não... Não depois do que você acabou de falar...

— Por que eles te admiram e te respeitam.

— Eles... Como pode ter certeza?

— Por que é assim que funciona, do contrario eles não responderiam seus chamados. Então Natsy, acho que seria uma boa idéia passá-los a tratá-los com o mesmo respeito que eles tem por você.

— Sim... Você tem razão...

— Mas esse não é o grande problema em questão. Você que me falar com qual elemental você tem dificuldades.

— É a Sombra-Marítima... Eu não sei o que ela é, ou quem ela é. Sempre que eu a invoco sinto que ela possui um grande poder, mas... Ela não se move. E quanto eu digo não se move, eu realmente quero dizer que não se move, como uma estatua.

— Interessante... Bom, eu não faço idéia do que isso possa ser.

"O que?! Mas foi você mesmo que disse que elementais eram sua especialidade...".

— Hum... Por que não pergunta a quem possa saber de alguma coisa?

— Eu achei que essa pessoa seria você...

— Eu? Mas eu sou apenas uma humana. Natsy, você mesma disse que acha que essa Sombra está ligada ao mar e sua Sereia também está ligada ao mar, então ela deve saber de alguma coisa.

— Verdade... Eu devo invocá-la?

— Vá em frente.

 Natsy fechou os olhos e juntou suas mãos. Concentrou-se e então realizou sua invocação — Ei! Eu fiz uma rima! Eu acho... — Logo a Sereia surgiu, tomando forma a partir da água que surgia.

— Myrcella eu preciso de sua ajuda em algo.

— Espere... — A Sereia assustou-se — Do que você me chamou?

— Myrcella. Esse o nome, não é?

— Sim. Então... Você lembra...

— Claro que eu lembro! Você me disse e eu guardei essa informação. É assim que eu faço as coisas... — Natsy tentava manter seu tom mais "rígido", mesmo que estivesse meio que "pedindo desculpas" — Então, vai me ajudar ou não?

— S-Sim... — Myrcella recuperou um pouco a postura, a poucos segundos estava quase chorando — O que possa fazer? Vamos lutar de novo?

— Não. Preciso que me dê informações sobre uma coisa. Espere só um minuto...

 Natsy voltou a fazer seu pequeno ritual para a próxima invocação. Era um pouco difícil manter dois elementais ao mesmo tempo, ainda mais quando um se tratava da Sombra-Marítima. Mesmo assim Natsy conseguiu fazê-lo e a enorme sombra apareceu. Assim que Sereia viu o gigante de sombras ela se curvou — Digamos que se tivesse pernas estaria ajoelhada — e repousou seu tridente no chão.

— Qual é o problema? — Perguntou Natsy estranhando a reação dela.

— É uma das sombras do Rei. Eu preciso me ajoelhar até que ela desapareça...

— Ok... — Natsy estralou os dedos e a sombra sumiu — Agora, pode me dizer o que é uma sombra do Rei?

— Eu vivo em um vasto oceano que é governado por um poderoso tritão chamado Netuno. Uma de suas principais magias é a capacidade de criar sombras de si mesmo e enviá-las para observar seu território. É uma forma do Rei dizer que ele protege nossos lares tanto quanto os soldados, é uma forma dele mostrar que se importar com seu povo. Para agradecer nós que vivemos nesse oceano sempre nos curvamos em sinal de respeito até que a sombra desapareça.

— Então... Eu não estou invocando um elemental, mas apenas uma sombra... Por isso ela não se move...

— Talvez não seja isso Natsy — Disse Merlin — Pelo o que entendi esse Rei usa suas sombras para observar as coisas. Acredito que o que você esteja fazendo é tentar invocar o Rei, mas ele não atende seu chamado e envia apenas uma sombra para avaliar se ele deve ou não interferir.

— E como ele julga isso? Da ultima vez que eu o chamei era uma situação de vida ou morte! Argo e Cécil estavam esgotados e eu não pude fazer nada... Se for como você diz, então esse Rei não se importa comigo ou com meus amigos...

— O maior Rei que conheci foi Zoltan Ligths, o pai dos atuais príncipes. Houve um tempo em que uma ameaça estava se espalhando por todos os lugares e a Guerra era uma terrível realidade para Letho...

 "Porque ela deu certo destaque a palavra Guerra?".

— Zoltan não saiu de Salander... Mesmo sendo convocado a lutar. Quando o questionei do porque ele me disse que tinha que proteger primeiramente aqueles que confiam nele, seu povo. "Eu só deixarei esse país para lutar se essa luta valer a pena e não estou me referindo a salvar uma vida ou outra, estou me referindo a salvar Salander". Foram essas suas palavras...

— Pensando bem... Minha vida ou a de meus amigos não afeta em nada o reino dele... Acho que entendo...

— Não diga isso Deusa da chuva — Myrcella aproximou um pouco de Natsy — Sua vida é importante para mim. Se estiver em perigo novamente, me chame. Eu protegerei a você e a seus amigos.

— Lembrarei disso Myrcella... E não tente me abraçar, você é muito grande e provavelmente me esmagaria...

— Eu posso controlar minha força...

— Sim, mas você... Não veste nada...

— Hum... — Myrcella encarou os próprios seios, que só ficavam escondidos por conta do cabelo que caia sobre eles — O que tem isso?

— Muita coisa... Mas eu imagino que vocês não devam se importar por que afinal não se reproduzem...

— Você quer dizer sexo? É claro que fazemos isso...

— O que?! — Natsy deu um pequeno pulinho — Mas como?! Da cintura para baixo você tem uma cauda!

— Verdade... Eu nunca te mostrei isso... Eu posso fazer isso — A cauda de peixe se desfez em água, dando lugar a pernas — Viu? Nos temos pernas também, mas é um pouco estranho usá-las por que eu quase nunca as uso e então não tenho costume...

— TARADA!!! — Gritou Natsy fechando os olhos — Tire essa coisa gigante e rosada de frente da minha vista!

— Hum... Mas... Eu realmente não entendo vocês humanos. Tenho certeza que você também tem uma...

— Sim! Mas eu não ando por ai mostrando! Ainda mais como a sua que é gigantesca e eu posso ver tudo! Volte com sua cauda!

— Por que humanos tem tanta vergonha de seus corpos que precisam usar roupas? Eu nunca vou entender...

— Só volte logo a ter uma cauda!

 

~Lys~

 Os dias com a família de Vayshan definitivamente não estavam sendo o que Lys esperava. Começando com o ataque dos magos estranhos e agora a presença de Celin,Alain e Thor. Lys não sabia muito o que pensar sobre Thor, ele era alguém bem quieto e de sentimentos calmos. Celin ela já conhecia e fazia o possível para não ler os sentimentos de sua Mestre, não era necessário já que Celin falava abertamente sobre qualquer coisa. Mas Alain era um mistério, seus sentimentos oscilavam constantemente entre fúria e calmaria. Ficou claro que ele estava ali para tentar conseguir mais informações com o Senhor Merein e Vayshan, e apesar de ambos afirmarem não saber de nada, Alina mostrou-se bem insistente. Celin e Thor ficaram apenas por motivos de segurança, caso aqueles magos decidissem voltar. Ao menos com Celin por perto, Lys podia treinar um pouco mais suas habilidades.

— Você não parece muito contente — Disse Celin — Eu posso notar que algo lhe incomoda. Será a nossa presença?

— Não a sua... — Lys suspirou. Sentia-se a vontade para falar sobre qualquer assunto com Celin, então decidiu que o faria — É o homem de cabelos longos...

— Você quer dizer o Alain? — Celin soltou uma pequena risadinha — Eu sei que as vezes ele pode ser meio... Inconveniente. Mas acredite em mim, Alain só faz as coisas pensando em fazer o melhor pelos outros.

— Ficar pressionando o Vayshan e o Senhor Vernon por causa de um assunto familiar não me parece exatamente algo esse "alguém" que você acabou de descrever faria...

— Um assunto de família que derrama conseqüências sobre o mundo inteiro.

— Mas o que é isso?! Todas essas batalhas e não sabemos de nada... É assim que eu me sinto cega... Lutando e não sabendo o porquê da batalha...

— Lys... Eu entendo como você se sente.

— Você sabe de tudo, não é Celin? Sobre essa luta... Quem são aqueles magos, o que eles buscam e como isso tudo começou...

—O que eu sei é mínimo e ainda sim se trata de segredo de estado.

— Estado? Quer dizer que o Conselho de Magia sabe sobre tudo?

— Por que você acha que o Alain está aqui?

— Para fazer o melhor pelos outros? — Perguntou sarcasticamente e sentiu uma pontada de raiva surgir em Celin.

— Você está sendo imatura. Alain é um padre e um dos mais respeitados entre os membros da sua igreja, bem como no Conselho de Magia, sendo um de seus principais representantes. Acredite em mim, há magos bem piores que o Conselho poderia ter mandado, mas eles mandaram o Alain, provavelmente por que o mesmo se ofereceu para isso. Devia agradecer por ser ele a estar aqui, resolvendo as coisas através de palavras e não tortura.

— Desculpe... É que... Eu não consigo entender bem os sentimentos dele e isso dificulta a criação de um voto de confiança...

— Entendo. É o seu novo modo de ver as coisas... Bem, eu aprendi a definir muitas coisas pelos batimentos cardíacos de alguém, mas mesmo com todos esses anos, creio que nesse aspecto você já me superou por causa de seu semblante. Hum... Eu enxergo Alain como alguém diferente dos demais, ele está sempre calmo, mas ao mesmo tempo parece que algo o incomoda.

— Ele tem sentimentos estranhos por partes de seu corpo...

— Do meu? — Perguntou Celin assustada.

— Não do seu, do dele.

— Hum... Não entendi...

— É como... É como se ele gostasse do próprio braço como se fosse outra pessoa.

— Bem, isso é estranho. Tem certeza que não está lendo os sentimentos de maneira errada?

— Não tem como errar... Mas confesso que ele é a única pessoa que eu vi com sentimentos assim, quero dizer... Por partes do próprio corpo... É o braço e olho direito e o cabelo.

— O cabelo? É impossível para nós sabermos, mas posso garantir que Alain possui cada olho de uma cor diferente.

— Heterocromia...

—Sim. Sei que pode parecer uma explicação vaga, mas, se Alain nutre fortes sentimentos pelo seu olho e pelo seu cabelo, isso não seria pura vaidade?

— Eu pensei nisso, mas é diferente... Chaya é vaidosa com todo o seu corpo e o sentimento é diferente. O mesmo acontece com a Sarah em relação ao cabelo. Mas Alain... É como eu disse, é como se ele nutrisse sentimentos por outra pessoa, mas essa pessoa é seu braço, ou seu olho, ou seu cabelo...

 Celin parou um pouco, pareceu ficar pensativa sobre o assunto. Lys não ousou interrompê-la, apenas voltou a concentrar-se em seu treinamento, meditando e sentindo as vibrações sob seus pés descalços. Porem, após alguns segundos ela notou que tinha perdido totalmente a concentração e agora estava inquieta demais, alem de ter gostado de conversar com Celin, por esse motivo resolveu insistir nisso.

— Celin... — Chamou.

— Ainda quer conversar?

— Só uma duvida.

— Vá em frente então.

— Nessa ultima batalha, você invocou um elemental.

— Oh, sim. Yatsuhashi.

— Será que eu consigo também?

— Será? — Celin riu. Lys sabia exatamente o que queria dizer.

— "Não ficar se perguntando ou pensar se... Apenas faça". Então eu posso.

— Eu não duvido que você seja capaz Lys, mas por enquanto acho melhor você esperar.

— Por quê?

— Elementais podem ser complicados. O Yatsuhashi, por exemplo, exige que eu tenha bastante conhecimento e sinergia com o elemento madeira, do contrario ele pode não me obedecer e isso seria desastroso. Além de que é preciso saber o que se está invocando e firma um contrato, caso tente fazer isso de forma aleatória poderá vir qualquer um e nem todos os elementais são exatamente amigáveis.

— Eu entendo... Mas de qualquer maneira, foi uma invocação impressionante. É o único elemental que você possui?

— Sim. Mas creio que é o bastante, não acha?

— Um samurai gigante de madeira com vários braços e espadas... É, parece suficiente...

 As duas trocaram risadas por um breve instante.

— Seu amigo também foi impressionante.

— Ethan?

 Lys irritou-se ao ouvir esse nome, por mais que fosse o irmão de Dylan.

— Alguém abandona os outros a beira da morte não é nada impressionante para mim...

— Lys... — A voz de Celin de repente ficara mais calma e seus sentimentos mudaram para algo indecifrável — Não culpe o Ethan assim, eu sei que ele toma varias atitudes difíceis de entender, mas... Ele encara a vida de uma maneira muito diferente de todos nós...

— Foi a Arya que ele se recusou a salvar... Desculpe Celin, diga o quiser, mas minha opinião não vai mudar assim...

 "Porque Celin é tão diferente quando se trata desse cara? Eu consigo entender o porquê do Dylan ser assim, afinal eles são irmãos, mas... Eu realmente não entendo".

— Tudo bem Lys. Não posso te obrigar a gostar de alguém... Você falava sobre o Thor, não era?

— Sim. Aquela magia que ele usou, eu pude sentir um grande energia e de repente ele estava se movendo muito rápido e levando o inimigo para longe. Foi impressionante, mas também arriscado. Ele se expôs a contra-ataques do inimigo, mesmo que o Thor seja um mago corporal ele não é imune a danos.

— Quase isso... Bem, esse segredo eu posso te contar, afinal é preciso conhecer as habilidades de seus aliados.

— Sobre o que você está falando?

— O semblante de Thor, Redutor. Quando você disse que ele não é imune a danos, você estava certa, mas com o semblante ativo, e isso quer dizer sempre, Thor anula noventa por cento de todo o dano que recebe, inclusive a dor.

— Noventa?! — Lys espantou-se — M-Mas... Isso é absurdamente forte! Mesmo você teria dificuldades para derrotá-lo... Acho que até a Merlin...

— Não a Merlin, isso se ela estiver lutando com força total, mas então as conseqüências seriam catastróficas. Acredite em mim Lys. Merlin, Kenpachi e Delsin não usam nem vinte por cento de suas verdadeiras forças quando lutam, principalmente a Merlin.

— Mas como um mago pode chegar a tal nível?

— Eu não os conheci em suas juventudes, mas sei que passaram por muitas coisas e isso os tornou fortes...

— Que dia maravilhoso, não é mesmo minhas jovens senhoritas? — Cumprimentou Alain se aproximando. Lys estava realmente distraída que nem o notou.

— É realmente um bom dia. Como você está Alain? — Celin respondeu amigavelmente.

— Maravilhosamente bem e agradecido por mais um dia nesse mundo. Bem, odeio interromper seu momento juntas, mas eu gostaria de ter uma pequena conversa com sua discípula. Posso?

— Isso é decisão da Lys.

— Claro. Então, adorável Lys, me acompanharia para termos uma conversa?

— Eu tenho escolha? — Perguntou acidamente. Lys não costumava ser assim com ninguém, mas Alain definitivamente não era alguém de quem ela gostava.

— Sempre há uma escolha minha jovem. Estou apenas fazendo um convite.

 Lys estava pronta para dizer não, mas sentiu que Celin não estava nada satisfeita com o seu comportamento. "Eu deveria ao menos mostrar algum respeito... Celin é minha Mestre e tudo que eu faço recai sobre ela de uma forma ou outra..."

— Claro... Por que não?

 

~Livia~

 Já fazia horas que estava ali, fora os outros dias em que teve de repetir o processo. Pareceu um treino simples, mas tinha algo de muito errado com tudo que estava acontecendo. Kenpachi havia lhe dito para empurrar a maré de volta e ela o fez, era fácil manipular a água, mas então o Mestre completou: Toda a maré.

 Isso sim parecia impossível. O mar se movimentava em direção a costa e depois recuava e então voltava, esse era o ciclo natural do oceano, como Kenpachi esperava que Livia pudesse desfazer isso. Ele nem sequer tinha demonstrado como fazer, ele nem sequer ficava ali a observando, o que era a pior parte. Sem Kenpachi ali Livia sentia-se tentada a parar, mas não era possível saber quando ele voltaria e isso acontecia de uma hora para outra, pelo pouco que conhecia dele sabia que ele não ficaria feliz em vê-la faltar com o treino, então ela continuava tentando mesmo exausta. Tão exausta que já estava realizando seus movimentos em "modo automático", nem chegou a notar quando uma grande aproximou-se a derrubou.

— Isso é impossível! — Praguejou, levantando-se furiosa e chutando a areia — Estou cansada!

— Livia...

 Ela estremeceu ao ouvir a voz de Kenpachi. Logo tentou colocar-se em uma posição mais elegante enquanto batia a areia de suas roupas.

— Mestre... — Ela respondeu firmemente.

— Parece que ainda não conseguiu concluir a tarefa que eu lhe dei.

— Eu estou tentando Mestre... — Virou-se para encarar Kenpachi e então percebeu que ele tinha companhia — Alina, Mestre Alexia... Vocês voltaram...

 E havia outra pessoa — Aqui vem aquela coisa chata... Como Livia não conhece o personagem vem todo aquele processo de descrevê-lo novamente... — Um garoto de cabelos levemente azulados, porem escuros. Livia julgou que ele tivesse mais ou menos sua idade.

— Hum... Encantando em conhecê-la senhorita. Me chamo Frantz Crow... — Ele apresentou-se após notar o olhar constante de Livia sobre ele.

— Crow... Então... — Livia desviou o olhar para Alexia — Vocês são parentes?

— Primos — Explicou Alexia.

— Livia! — Chamou Kenpachi — Por que está jogando conversa fora?! Não mandei você fazer isso!

— Desculpe Mestre... — Livia voltou-se para o mar, mas não chegou a tentar, apenas suspirou e então voltou-se para Kenpachi — Eu tentei... De verdade... Mas eu não consigo...

— Eu não aceito um "não consigo"...

— Mas eu tentei Mestre! Só que toda vez que eu empurro a própria maré volta, é um movimento natural da água, não faço a mínima idéia de como fazer o que o senhor pediu. Se ao menos o Senhor pudesse demonstrar...

— Sua fé é tão pequena que apenas consegue acreditar no que vê? Está me dizendo que enquanto eu não fizer algo você também não conseguirá fazer e nem sequer irá tentar? Como você espera crescer dessa maneira?

— Eu...

— Você deve aprender a fazer coisas por si só, não desperdice seu potencial com coisas que os outros podem fazer, mas busque coisas que ninguém fez.

— Tudo bem Mestre. Eu quero tentar, mas estou quase sem mana...

— Em batalha, o que você faria se estivesse sem mana? Simplesmente diria a seus companheiros "Estou sem mana" e os deixaria sozinhos?

— Não...

— Então vamos... — Kenpachi se posicionou ao lado dela — Vou lhe ajudar dessa vez, mas só uma pequena ajuda, você fará basicamente tudo.

— Certo!

 Lívia voltou-se novamente para o mar e concentrou-se suas energias na água.

— Primeiro, espere a maré vir até você e então a puxe... E não pare de puxar...

 A garota o fez.

— Agora, dobre-a para cima e a envie de volta, sem parar de puxá-la...

— Eu consegui! — Ela exclamou enquanto via o seu feito.

A água continuava a ser puxada e ao chegar próxima a Kenpachi e Lívia fazia uma curva para cima e retornava para o oceano, empurrando as pequenas ondas mais distantes na direção contraria da costa.

— Muito Bem — Disse Kenpachi, assim que ele "largou" a magia a água caiu de volta para o mar, já que Lívia não conseguia a sustentar sozinha — Eu tenho que levar Alexia de volta para a Rolwse e isso é uma viagem cansativa, então você tem duas opções agora. Eu posso te levar de volta para o hotel e você irá me esperar até amanhã a noite e então poderemos continuar seu treinamento ou, se achar que já aprendeu o suficiente, pode voltar para Letho agora.

— Eu quero ficar... Quero treinar mais...

Kenpachi sorriu.

— Muito bem. Da próxima vez iremos virar o mar inteiro de ponta cabeça.

— QUÊ?!!! Eu posso voltar para Letho, certo?

— Você escolheu ficar, eu não dou segundas chances, temos que ser firmes com nossas palavras. Até amanhã à noite.

— Mas eu... — Quando menos percebeu estava de volta no quarto do Hotel — Eu...

 

~Argo~

— Não foi tão ruim...

— Fale por você Cécil... — Argo praguejou. Suas pernas balançavam enquanto ele encarava o céu — Eu não gosto desse lugar... Desse país...

— Não seja tão implicante. Estamos em missão.

— Eu achava que iríamos lutar, não tentar marcar encontros... A Natsy vai me matar se souber disso...

— Bem, ela já te atacou varias vezes e você sobreviveu a todas — Cécil riu.

— Para piorar o Mestre Wesker e a garota desapareceram...

— A Mars? Bem, Mestre Wesker disse que teria um assunto para resolver e a levou junto. Basta que esperemos e eles irão voltar logo. Enquanto isso, você devia pensar em um modo de completar a missão.

— Por que eu? Por que não você conquistador?!

— Ei, não precisa ficar nervoso...

— Não foi você que foi nocauteado com um chute entre as pernas...

—Ei! Garoto estranho! — Chamou alguém por trás de Argo.

 Ele virou-se para encarar a pessoa, mas a voz já lhe soava estranhamente familiar. Foi quando ele viu a mesma garota, cabelos negros e curtos e olhar feroz. Argo caiu da pequena mureta onde estava sentado por causa do susto momentâneo de vê-la tão de repente ali.

— D-Desculpe... — Disse ele — Sobre ontem... Eu não...

— Pare com isso — Ela disse — Sue...

— O que? — Argo olhou para ela confuso.

— Sue. É o meu nome. Eu estou me apresentando e... Pedindo desculpas por ter te chutado ontem. V-Você... Está bem?

— Relativamente... Sim, eu estou bem.

— Então... Eu aceito seu pedido.

— Que pedido?

— Como assim "que pedido?"?! Estou dizendo que aceito sair com você!

— Aceita? — Argo ficou a encará-la até que Cécil lhe deu um pequeno chute — Ah! Claro! Fico feliz.

— Você vai ficar ai jogado no chão ou vamos sair?

— Desculpe... — Ele levantou-se — Quando você quer sair?

— Agora.

— Agora?! Mas... Meu amigo está sozinho e eu...

— Não se preocupe Argo — Cécil riu — Vá se divertir.

— Vamos logo! — Sue o puxou pelo braço.

 Ela com certeza era forte, forte até demais para o seu tamanho e porte físico. Argo foi arrastado por alguns minutos até que ele se deu conta de algo.

— Er... Para onde estamos indo?

 Sue parou imediatamente.

— Verdade... Eu não tinha pensado nisso... Bem, seu nome é Argo, não é?

— Sim. Hã... Como eu não conheço muito desse lugar, acho melhor você escolher e...

— Tem um motel aqui perto...

— Mo-mo-tel?! — "Oh! Não! Se eu fizer isso a Natsy definitivamente vai me matar! Eu mesmo vou me matar por traí-la assim!" — Olha... Você é muito bonita, mas...

—... Na recepção tem uma maquina de sorvete. Pode parecer estranho, mas é o melhor sorvete que eu já tomei. Então podemos ir até lá. O que acha?

— Sorvete... Sim! Apenas sorvete!

— ... Você é estranho... Por um segundo pareceu que você pensou que... que... — Ela corou — Não me diga que... Você pensou em...

— Não! Não! Eu não!

— Pensou sim! Você está vermelho!

— É que...

— Ei... Ninguém nunca me chamou para sair ou pensou em fazer essas coisas comigo, então... Se você quiser... Você sabe... Nos podemos fazer...

 "Droga! Eu preciso sair dessa situação! Mas eu não posso simplesmente recusá-la desse jeito, ela parecer ter alguns problemas quando a si mesma... O que eu faço?!".

— Bem... Eu... Eu adoraria, mas... mas... Eu ainda estou me recuperando do chute que você me deu, então... Eu não posso fazer isso agora. É isso.

— Foi tão forte assim?

— Sim. Eu mal estou conseguindo ir no banheiro.

— Desculpe por isso... Então, acho que só o sorvete basta... Vamos.

"Eu consegui! Foi a pior situação da minha vida...". Os dois chegaram ao Motel e como Sue havia dito tinha uma maquina de sorvete na recepção, e eles compram dois, depois disso foram até um parque próximo e sentaram para conversar. Argo não pode deixar de notar como o lugar era vazio.

— O pessoal não vem muito aqui, não é?

— As pessoas daqui não costumam apreciar muito a natureza... Nem eu para falar a verdade, mas estou aprendendo com meu Mestre.

— Mestre?

— Sim. Ele tem me ensinado magia e também a ter mais controle sobre mim mesma... Minha personalidade explosiva tem sido um problema.

— É... Eu percebi...

— Desculpe mesmo por ter te chutado...

— Não precisa ficar se desculpando. Está tudo bem.

— É que você é o primeiro garoto que me tratou bem e eu fiz isso com você... Me sinto envergonhada...

— Eu...

— Sabe... Eu sempre um tive uma personalidade forte e também sempre cortei meus cabelos bem curtos, por eu não gosto de muito cabelo... Por causa disso os garotos nunca prestaram atenção em mim e eu sempre era alvo de brincadeiras sem graça... Eu me tornei violenta para que ninguém pudesse rir de mim, mas não adiantou muita coisa... Eles continuavam rindo, só que pelas minhas costas, porque de frente todos tinham medo de mim... Mas eu não queria ser assustadora, eu apenas queria que eles me tratassem como uma igual... Mas eu conheci o Mestre e ele tem me ensinado.

— Você parece gostar bastante desse Mestre...

— Sim. Eu posso apresentá-lo a você, acho que ele vai gostar de você. Bem... Você não é daqui, certo? O que faz aqui então? Viagem?

— Sim. Estou acompanhando meu Mestre em uma viagem.

— Seu Mestre? Então você é um mago?

— Sim.

— Presumo que do signo corporal, então... Por que não usou magia para se defender do meu golpe?

— É que eu não esperava que você fosse fazer aquilo...

— Desculpe — Ela riu — Você é engraçado. Bom, eu aceitei sair com você, acho que é sua vez de fazer algo por mim.

— Eu? Bem... O que você quer?

— Isso...

 Sue fechou os olhos e lentamente começou a aproximar o rosto do rosto de Argo. " Um beijo... Está acontecendo de novo... É como naquela vez com a Nyu... Não! Eu não posso fazer isso de novo". Ele a agarrou pelos ombros e gentilmente a empurrou para longe.

— Desculpe Sue... Mas eu não posso fazer isso...

— Mas... Por quê?

— Eu... Eu só quero conversar, é isso...

— Você me chamou para sair... Eu até mesmo te ofereci minha primeira vez e você disse que adoraria... Mas quando eu tento te beijar você não quer? — O olhar dela estava furioso — Eu entendi tudo!

— Entendeu? C-Como assim?

— Você olhou para mim e pensou "Olha aquela garota esquisita. Aposto que está desesperada por alguém e eu posso tirar vantagem dela e fazer sexo". É isso, não é?!!!

— Não... De onde você tirou isso? Eu não faria algo assim...

— É exatamente isso! Por sorte eu te dei um chute bem lá em baixo e você não pode fazer isso hoje, do contrario estaria se aproveitando de minha inocência agora mesmo!

— Você entendeu errado...

— CALADO!!!

 Argo recebeu um soco direto no peito, tão forte que ele voou alguns metros para longe, caindo e tendo bastante dificuldades para levantar. Dessa vez ele tinha usado magia para se defender, mas mesmo assim o dano fora igualmente arrasador igual à primeira vez que Sue o atingiu. "Como ela pode ser tão forte? Essa energia que ela emana... Eu já vi em algum lugar...".

— EU NÃO VOU PERMITIR QUE ALGUEM ME USE DESSE JEITO!!! — Ela gritou furiosa, mas seus olhos despejavam lagrimas — QUEM VOCÊ PENSA QUE É?!!

 Uma figura azul, um tanto transparente começava a surgir em volta de Sue. Lembrava um pouco as armaduras de aura de Argo, com a diferença de que essa não possuía pés e parecia estar ligada a Sue.

— Sue! Você tem que me ouvir eu... Espera... Sua aura é... — Argo lembrou-se da energia, ele sabia que já havia sentindo isso algum lugar. Era exatamente igual à aura emanada pelo mago que quase matara ele e seus companheiros de equipe — Magia negra... Mas... Sue, você é... Uma usuária de magia negra...



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