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História Room 505 - Unexpected visit


Escrita por: SecretDoor_

Notas do Autor


Mores, já podem abaixar os chinelos que eu voltei aqui!
🙆🏻‍♀️🙆🏻‍♀️🙆🏻‍♀️🙆🏻‍♀️
E pra compensar trouxe um cap bem grandão!
Mais de 4.500 palavras pra vocês!
🙈🙈🙈

Esse foi o cap mais cansativo de escrever até agora, espero de cuore que gostem e desde já, perdão pelos erros, mesmo revisando infinitamente tem sempre algo que passa batido!
😥😥😥

Está um belo dia para sofrer com o Fucking Turner, não está?
😬😬😬
Hoje conheceremos dois personagens importantes da nossa história!
Boa leitura, mores!
❤️❤️❤️

Vejo vocês nas NF!
😘😘

Capítulo 12 - Unexpected visit


Fanfic / Fanfiction Room 505 - Unexpected visit

ALEX

QUINTA FEIRA

Assim que terminei a entrevista com os candidatos, passei a analisar o currículo e os pontos positivos e negativos que consegui identificar de cada um, observando todos requisitos para o preenchimento da vaga e algumas características que julguei serem importantes para um profissional da área.

A primeira que descartei foi a garota, no início ela até mostrou uma boa postura, respondendo de forma clara e objetiva aos questionamentos, mas no decorrer da entrevista, notei que seus olhares começaram a ficar curiosos demais diante dos meus gestos e de cada palavra que eu proferia, o que certamente me acarretaria um problema no futuro, afinal, eu estava procurando alguém para me auxiliar no escritório e não uma ninfeta para atormentar meu juízo durante o expediente.

Restando apenas os currículos de Edward e Michael sobre minha mesa, não foi difícil decidir pelo segundo, que pareceu muito mais interessado com a oportunidade de estágio do que o primeiro, e mesmo com pouco tempo de conversa, em todos os momentos da entrevista ele demonstrou ter as aptidões que eu procurava, além de me fazer recordar do início da minha carreira, de quando cheguei sem nenhuma experiência no escritório do meu pai, porém, pronto para colocar toda a teoria que aprendi por anos na faculdade em prática!

Com a decisão tomada, separei a ficha de Michael para que Lana finalizasse a seleção e foquei de uma vez no trabalho, precisava acompanhar um processo e realizar uma pesquisa minuciosa sobre um imóvel para um cliente, este exigiria um certo tempo, pois além de todos os detalhes da possível compra, era necessário um estudo de mercado detalhado para atestar se o imóvel seria um negócio rentável ou não.

Sem mais iniciei o expediente, a reunião com Jacob na primeira hora do dia e as entrevistas com os estagiários acabaram por roubar metade da minha manhã produtiva e se quisesse terminar tudo hoje, precisava acelerar.

 

[...]

 

 

Fiquei tão submerso com as coisas do trabalho que não consegui informar Lana sobre minha decisão a respeito do novo estagiário, já que nas poucas vezes em que eu conseguia um tempo para isto, não a encontrava em sua mesa, parecia até que a senhorita Rey estava fugindo de mim.

"E será que ela está?”

Estava incomodado com o mínimo contato que tivemos durante o dia, mais cedo ela mal olhou na minha cara, estava tão alheia, até alegou uma dor de cabeça que eu agora já nem sabia se realmente era verdade ou se só uma forma educada de me manter longe.

Não, claro que não!” – Afastei os pensamentos, tava tão esgotado que já estava fantasiando coisas.

Estalei o pescoço na tentativa de aliviar a tensão, e antes de encerrar o expediente resolvi checar meu e-mail pessoal, fazia algum tempo que eu não verificava as mensagens e alguns dos clientes mais tradicionais de minha carteira preferiam se comunicar através desta ferramenta.

Entre um e-mail e outro, um em especial chamou minha atenção, se tratava de um convite para o coquetel que aconteceria no sábado em uma das recepções mais chiques da cidade, o Grupo Reed estava abrindo mais uma filial no ramo do comércio varejista, e por ter ajudado diretamente nesse processo como advogado principal do grupo, o diretor Robert Reed fazia questão que eu comparecesse.

Além do meu convite, a organização do evento teve o cuidado de enviar um a mais para o caso de eu levar uma acompanhante, que normalmente era Rachel, além de ela saber como se comportar nessas festas, também adorava o glamour e a sensação de pertencer a alta sociedade de Nova York, e mesmo sendo a acompanhante do convidado jamais perdia a pose diante de toda aquela gente rica.

Mas com Rachel sendo carta fora do meu baralho, quem eu levaria para me fazer companhia?”

Não demorou muito para que a dona de lindos olhos verdes surgisse como opção, tenho certeza de que levar Lana como acompanhante deixaria tudo muito mais interessante, e claro, seria uma boa oportunidade para nos reaproximarmos.

Quem sabe depois do coquetel terminaríamos a noite na cama?!” - Ri com meu pensamento cafajeste, mas já estava sentindo falta de beijá-la, tocá-la e inspirar aquela pele macia e perfumada.

Levanto decidido em ir até a recepção para lhe fazer o convite e também lhe comunicar sobre Michael, mas antes que eu pudesse concretizar meu intento,  voltei para minha mesa onde meu celular passou a tocar insistente.

- Pai? – Atendo com uma certa surpresa, ele não me ligava com frequência, a menos que...

- Alex, como está?

- Bem e por aí?

- Está tudo em ordem! – Ele disse e eu logo ouvi barulhos ao fundo, como se estivesse num lugar movimentado. - Escuta filho, liguei para te parabenizar, Jeremiah contou que ganharam a causa!

- Ah... – Fiz cara de tédio ao ouvi-lo a cerca do assunto que me tirou a paz no dia anterior. - Só fiz o meu trabalho!

Atenção passageiros com destino a Nova York, embarque imediato pelo portão 2!” – A voz feminina que parecia vir de um auto falante soou de fundo, me fazendo franzir o cenho imediatamente. - "NOVA YORK?"

- Filho, te liguei também para avisar que estamos indo para Nova York, Jeremiah vai dar uma festa no sábado para comemorar a vitória no tribunal e fomos intimados!

- O quê? – Bufei, meu pai não perdia a mania de avisar as coisas em cima da hora, como se eu não tivesse compromissos. - E eu só fico sabendo com vocês embarcando?

- Eu iria somente amanhã, mas sabe como sua mãe é sentimental, ela quis adiantar as coisas e ter um tempo a mais com você! – Falou aparentando a calma que eu não tinha naquele momento. – Ela está te mandando um beijo!

- Mande outro! – Massageei as têmporas tentando ficar calmo com a notícia relâmpago que mudaria todos os meus planos para o final de semana.

- Preciso desligar agora, vamos embarcar! Nos vemos em duas horas, e não esqueça de nos pegar no aeroporto, sabe que odeio atrasos! – O impotente David Turner adorava dar ordens. - Ah Alex, faça reservas no Tocqueville para esta noite, sua mãe está pedindo por comida francesa há dias! – Desligou sem que eu pudesse dizer qualquer coisa.

“Ótimo, era tudo o que eu precisava pra essa semana de merda, uma visita sem aviso prévio!” – Revirei os olhos em negação, pegando meus pertences para sair dali o mais rápido possível.

Passei pela recepção às pressas, comunicando Lana rapidamente sobre minha escolha a respeito da vaga e em seguida deixei o prédio, ainda tinha que passar em casa antes de ir para o aeroporto.

No caminho fiz a reserva no restaurante e me certifiquei de que havia reservado o melhor lugar, estava achando um saco essa visita de última hora, mas talvez fosse uma boa oportunidade para sentar com meu pai e conversar sobre meus incômodos, tenho certeza de que será uma conversa difícil, mas infelizmente necessária, eu já tinha tomado minha decisão e cabia a ele aceitar.

 

[...]

 

 

Saímos do aeroporto em direção ao Tocqueville, Penny passou boa parte do caminho reclamando de minha ausência e do quanto sentia falta do seu único filho, sem perder a oportunidade de me paparicar como se eu ainda tivesse doze anos de idade.

No restaurante, fomos recebidos pela maítre que após conferir a reserva, nos acomodou na melhor mesa do lugar.

- Estava com tanta saudade, meu filho! – Penny depositou um carinho maternal em minha mão, enquanto meu pai fazia nosso pedido com o garçom. – Esperávamos que fosse nos ver no 4 de Julho, o que houve?

- Acabei me enrolando no escritório, mãe... – Retribuí seu carinho.

- E será que você não consegue um tempo na sua agenda para visitar sua própria mãe?

– Claro que consigo... – Sorri para ela, que me olhava com ternura. - Prometo ir a Chicago no próximo feriado!

- Por Deus, Alex! O próximo feriado é só daqui dois meses!

- Não posso largar as coisas no escritório assim, dona Penny! Tenho clientes que dependem dos meus serviços diariamente.

- E eu sou sua mãe, deveria ser sua prioridade! – Levantou uma das sobrancelhas indicando sua insatisfação. - Desse jeito você vai ficar igual ao seu pai, David vivia tanto para o trabalho que acabava esquecendo que existia uma vida fora daquele bendito escritório!

- Penny! – Meu pai tomou a palavra. – Deixa o garoto! Ele está certo, isso se chama profissionalismo!

- Que seja... – Ela o encarou com uma expressão fechada, mas logo voltou a atenção a mim, exibindo o seu sorriso de mãe protetora e orgulhosa. – Eu só quero um tempo com meu bebê, acho que tenho o direito de pedir isso!

- Tem, claro que tem! – Devolvi o sorriso. - Vamos fazer assim, vou tentar a ir Chicago assim que der, prometo que será antes do próximo feriado, está bem? – Pisquei para ela que me abriu o seu melhor sorriso.

- Alex... – David pigarreou, chamando minha atenção. - Jeremiah ficou muito satisfeito com seu trabalho! – Tocou no assunto enquanto degustava o Château Glória trazido pelo sommelier. - Me ligou ontem mesmo para contar sobre a decisão do juiz!

- Só fiz o meu trabalho! – Me limitei a dizer, odiava quando ele tocava no assunto como se eu adorasse atuar naquelas malditas causas.

- Não seja modesto, Alex! Não foi apenas Jeremiah, por onde passo só ouço elogios a seu respeito! – Ele diz satisfeito, erguendo a taça em minha direção, num gesto amigável. – Vejo o quanto valeu a pena todos os esforços nos anos em que passou comigo no escritório, hoje você é um advogado prestigiado e respeitado!

- Seu pai tem razão, temos muito orgulho de você, meu filho! – Penny completou enquanto o garçom nos servia a comida.

- Valeu a pena sim, e eu sou muito grato por tudo, pai!

Ergui a taça em resposta, o encarando a espera do melhor momento para iniciar o assunto que fervia há um bom tempo em minha mente e que com certeza acabaria com a paz desse jantar!

 

[...]

 

- Hummm, isso é divino! – Minha mãe saboreava o prato. - Amo a culinária italiana, mas a francesa tem um lugar reservado no meu coração!

- Está muito bom mesmo! - Meu pai concordou.

- E digo mais, nenhum restaurante de Chicago faz um filé à Chateaubriand como o Tocqueville!

- Eu disse que ela estava pedindo por comida francesa há dias, não disse? - Eles riram e eu forcei um sorriso fraco, nem estava prestando tanta atenção na conversa, minha cabeça estava longe, mais precisamente no papo que ensaiei diversas vezes mas que nunca tive coragem suficiente para iniciar.

- Alex, meu filho, está tudo bem? Ficou quieto de repente! – Era incrível como Penny me conhecia só de olhar.

- Está sim, é só um problema no trabalho... – Limpei a garganta após tomar um gole do vinho, recebendo a atenção dos mais velhos. - Um incômodo!

- O que houve, querido?

É agora, a abertura que eu esperei a noite toda! Vamos lá Alex, faça o que tem que fazer, diga de uma vez!"

- O escritório vem crescendo bastante nos últimos tempos, fechei contratos com grandes empresários, e essa semana recebi uma proposta muito boa de uma construtora de Paris, estão abrindo uma filial na cidade...

- Mas isso é bom, meu bem! – Minha mãe sorria orgulhosa.

- Excelente eu diria! – David acompanhou.

- E o que está afligindo você se tudo está indo bem?

- Tempo mãe, eu preciso de tempo! Vocês sabem qual a minha área de especialização e ao que realmente me dedico! Se tudo der certo com a construtora... – Encarei David. - Não conseguirei mais conciliar suas demandas, pai!

- O quê? – A expressão serena de antes havia desaparecido de seu rosto. – Sabe que não pode abandonar meus clientes!

- Eu preciso de cem por cento do meu tempo agora, não consigo mais conciliar!

- Definitivamente não! – Aumentou o tom, visivelmente irritado com o que eu lhe falava.

- David, por favor! – Penny tocou no seu braço, tentando apaziguar a situação desconfortável que se instalava.

- Isso não está em discussão, Alex! Foi a única condição que impus a você e não vou abrir mão dela!

- Eu lamento por isso, mas infelizmente...

- Não me interessa se lamenta ou não, eu já disse que isso não está em discussão! – Bufou alterado, me interrompendo. – Contrate outros advogados para te ajudar, estagiários, é fácil de resolver! Mas não abro mão dos meus clientes, ouviu?!

- Não estou pedindo permissão, a decisão está tomada e eu só estou comunicando-a!

- Como é, moleque? – Deu um soco na mesa, tomando para nós a atenção das pessoas ao redor. - Você não toma decisões aqui... – Apontou o dedo em minha direção, praticamente rosnando. – Vai continuar com meus clientes, entendeu? - David tinha pavio curto, eu sabia onde estava me metendo quando comecei a falar. - Me deve isso!

- Ok, chega com esse assunto, os dois! – Penny falou tentando dar um fim a discussão. – Era pra ser um jantar em família e não uma maldita briga sobre trabalho! Vamos embora agora! - Se virou para mim. - Filho, peça a conta por favor!

- Claro, mãe! – Chamei o garçom e após fechar a conta, deixamos o restaurante, o clima era dos piores!

Eu sabia que seria uma conversa difícil e por um momento achei que o imponente Senhor Turner compreenderia minhas razões e aceitaria de forma pacífica, mas eu estava enganado, o clima no carro pós jantar e todas as grosseiras ditas por ele na mesa mostraram que tudo continuava como sempre foi, só que agora ainda pior, nossa relação estava estremecida.

Estacionei na minha garagem e ajudei a descarregar as bagagens do porta malas, meu pai seguiu com sua postura altiva enquanto minha mãe tentava contornar a situação, em vão.

Subi para meu quarto e tomei uma ducha tentando relaxar um pouco, bater de frente com o David Turner nunca foi a melhor das opções, mas o pior de tudo era enfrenta-lo e não lograr êxito, eu estava de novo na estaca zero!

Antes de se retirar para dormir, Penny me procurou para dizer que tudo mais cedo ou mais tarde ia se resolver, que eu precisava dar tempo ao tempo e ofereceu seu colo de mãe, como quando eu era criança e algo me chateava.

"Como eu sentia falta disso no dia a dia, principalmente quando as bombas explodiam ou quando os dias eram pesados e exaustivos como este!"

Depois que ela saiu ainda fiquei rolando na cama, não conseguia pregar os olhos com dezenas de pensamentos indo e vindo, até que um em especial, no meio de toda essa confusão se fez presente, o único capaz de me relaxar cem por cento e que estava se tornando meu mais novo vício.

“Lana!” 

Saí com tanta pressas hoje do escritório que nem pude conversar sobre o coquetel e lhe fazer o convite para ser minha acompanhante.

Olhei para o relógio sobre o criado mudo e mesmo sendo um pouco tarde, resolvi arriscar a ligação, mas infelizmente não obtive o resultado esperado, após longos toques a chamada caiu direto na caixa postal.

"Ótimo, eu teria uma longa noite pela frente!"

 

SEXTA FEIRA

Passava das sete da manhã quando desci as escadas pronto e com meu terno nos braços, depois da discussão de ontem decidi que não tomaria café em casa, não queria correr o risco de cruzar com o Senhor Turner e iniciar uma discussão desagradável logo na primeira hora do dia.

Peguei meus objetos pessoais em cima da mesinha de centro e girei o calcanhar em direção a porta, mas antes que eu pudesse alcança-la um aroma forte de café preencheu o ambiente me fazendo estacar.

Não era qualquer café, somente uma pessoa no mundo o preparava daquela maneira.

"Penny!"

Segui o aroma até a cozinha, onde minha mãe preparava a refeição com capricho, aquela que ela sempre julgou ser a mais importante do dia.

- Bom dia, meu amor! – O sorriso maternal preencheu os lábios de Penny assim que ela percebeu minha presença.

- Bom dia, mãe! – Caminhei até onde ela estava, depositando um beijo em sua testa.

- O café está quase pronto, preparei waffle do jeito que você gosta!

- Agradeço pela gentileza, mas não vou tomar café em casa... – Falei um pouco frustrado por ver seu esforço em preparar aquele banquete com todo carinho. – Prefiro evitar atritos, se é que a senhora me entende!

- David saiu ainda pouco, foi ao clube encontrar os amigos... – Pegou as xícaras no armário e organizou na bancada da ilha. – Portanto, sente-se que eu já vou servir! – Retribuí seu sorriso e sentei na banqueta, já nem lembrava a última vez que partilhamos um momento como este.

Durante o café, conversamos um pouco sobre meu trabalho e sobre os planos para o futuro, Penny deixou claro que sentia falta das minhas visitas e de ter a família reunida, e sempre que tocava nesse assunto, um outro vinha a tona.

- Filho, essa casa é tão grande pra você... – Disse inspecionando o tamanho da cozinha.

- Estou adaptado aqui, ela me atende bem e não é tão grande assim, eu sequer tenho uma fonte na entrada ou uma estufa! – Brinquei lembrando da mansão de Chicago.

- Mas você vive sozinho aqui...

- Não vejo problema nenhum nisso.

- Alex, meu filho... – Ela hesitou, mas logo continuou. - Sabe que logo terá que dar o próximo passo, os anos estão passando!

- Próximo passo? – Vi um sorriso ladino brotar em seu rosto. – Onde está querendo chegar, senhora Turner? – Arqueei a sobrancelha, encarando-a.

- Por Deus, não estou querendo chegar a lugar nenhum! – Me lançou um olhar indignado, levando as mãos ao peito. – É que... Bom, eu estou ficando velha, Alex! Velha e sem nenhum neto pra cuidar! Quando é que você vai se casar e me dar um?

- Nós já tivemos essa conversa, dona Penny! Sabe que ando preso no trabalho e sem tempo para nada! Casar e ter filhos não faz parte dos meus planos por um bom tempo!

- Pois deveria fazer, você precisa ter uma vida também, está sempre trabalhando muito, nem tempo para visitar sua mãe você tem! – Disse incrédula.

- Eu já prometi que irei o mais breve a Chicago, não prometi? – Peguei o guardanapo e limpei os resquícios de café da boca.

- Espero mesmo que vá e quando for quero que leve minha futura nora também! - Sorri em negação. - É pedir muito ver meu único filho casado com uma boa mulher e me dando os netos que tanto quero? – Sua voz saiu tremida, denunciando a emoção.

- Certo, sugestão anotada! – Dei uma piscadela antes de colocar meus óculos escuros e levantei. – Agora preciso ir, tenho um dia longo e cheio pela frente! – Beijei sua testa.– Nos vemos mais tarde!

- Estou falando sério, Alex! – Segurou meu pulso delicadamente, chamando minha atenção. – Por trás de um homem poderoso, sempre tem uma esposa dedicada e é isso que te falta, meu filho!

- Ok, dona Penny! Eu vou pensar, tá legal? – Disse mais  para encerrar aquele assunto de uma vez. – Até mais tarde!

- Bom trabalho, meu filho! E Pense no que conversamos! – Ela frisou e o sorriso maternal de antes voltou a aparecer em seu rosto. - Amo você!

- Também amo você!

 

[...]

 

 

Estacionei meu carro na vaga e subi para cobertura com as palavras da minha mãe ainda na cabeça, me senti mal ao lembrar de sua expressão triste cobrando netos que sabe Deus quando irei lhe dar.

É pedir muito ver meu único filho casado com uma boa mulher e me dando os netos que tanto quero?”

“Por trás de um homem poderoso, sempre tem uma esposa dedicada, e é isso que te falta meu filho!”

Não pensava em casar, muito menos agora que as coisas estavam a pleno vapor no escritório, tão pouco conseguia me imaginar em tal situação, e mesmo que eu tenha mudado e deixado o Alex mulherengo de lado, casamento definitivamente não fazia parte dos meus planos.

O elevador abriu e eu resolvi então ignorar as cobranças de Penny, pelo menos provisoriamente, já que com certeza ela traria esse assunto a tona em algum momento antes de retornar para Chicago.

Assim que dei os primeiros passos fora do elevador, vi Lana em sua mesa, com as mãos entrelaçadas, encarando um ponto fixo qualquer com o olhar perdido, me aproximei sem tirar os olhos dela,  já eram dois dias seguidos que a via alheia e distante.

Recordei do dia anterior, em que ela mal me dirigiu a palavra e quando o fez, foi da maneira mais formal e cortês possível, era certo que ela estava me evitando, que a dor de cabeça que alegou foi uma desculpa para não estar perto ou para que eu não me aproximasse.

- Bom dia, Lana! – A cumprimentei tranquilamente, mas pensando nos inúmeros por quês de ela estar assim.

- Bom dia, senhor Turner! – Suas orbes verdes encontraram as minhas, seu semblante triste e abatido denunciavam uma noite mal dormida.

Se antes eu estava incomodado com sua indiferença, agora me vi preocupado com a situação, precisava descobrir o que estava acontecendo e quem sabe consolá-la com o que quer que seja, só não podia correr o risco de fazer isso na recepção, alguém poderia nos ver.

- Preciso que venha a minha sala em cinco minutos, por favor! – Pedi num tom brando sabendo que lá estaríamos seguros e que ninguém nos incomodaria.

- Tudo bem, senhor Turner! – Assentiu e eu lhe lancei um meio sorriso que ela sequer correspondeu, nem por educação.

Entrei em minha sala colocando o terno sobre o encosto da cadeira e me virei para observar o movimento da Wall Street enquanto aguardava Lana.

Além de descobrir o que estava acontecendo, aproveitaria a ocasião para convidá-la ao coquetel de amanhã, tenho certeza que um evento como este seria uma boa distração, e com meus pais hospedados em casa, era hora de cobrar o favor de um velho amigo!

- Com licença, Senhor Turner! – Sua voz suave preencheu o ambiente quando lhe dei permissão para entrar.

- Vem, sente-se! – Virei em sua direção, a observando sentar, desajeitada e inquieta.

- Precisa de algo, senhor Turner? – Perguntou com toda a formalidade, enquanto me via dar a volta na mesa, escorando no móvel a sua frente.

- Senhor Turner isso, Senhor Turner aquilo... – Cruzei os braços, fitando-a em busca de respostas. – Está indiferente desde ontem, o que está acontecendo, Lana?

- Não está acontecendo nada...

- Está sim! Não acha que eu acreditei na história da dor de cabeça, acha? – Ela desviou o olhar. – Aconteceu algo com a sua família?

- Não!

- Algo em casa?

- Não!

- Algo aqui no escritório? – Ergui as sobrancelhas esperando a resposta.

- Não!

- Então o que é que está acontecendo? Nunca vi você assim durante todo esse tempo que trabalha aqui!

- Não importa! – Mordeu o lábio inferior e passou a remexer as mãos de uma maneira inquieta.

- É claro que importa! – Estreitei os olhos ao perceber seus gestos, tinha coisa ali. – Me conta, o que está acontecendo?

- Não é nada com o que deva se preocupar... – Ela hesitou por alguns segundos antes de continuar a falar. – É só que por um instante eu esqueci o que realmente sou.

- E o que você é? – Franzi o cenho diante daquela resposta, estava intrigado com sua dureza. – Do que está falando?

- Nós, Alexander...

- Seja clara!

- Por um instante eu confundi as coisas... – Um sorriso fraco brotou em seu rosto. – Achei que pudéssemos ser mais do que realmente somos, que me ligaria ou mandaria uma mensagem nos dias em que precisasse estar fora do escritório, ou que pelo menos tivesse a decência de me dar uma satisfação depois de fodermos num feriado inteiro e aqui nessa sala também! – Despejou tudo. – Mas agora está tudo bem porque eu lembrei o que realmente sou pra você!

- Espera, está fria e distante por isso?

- “Por isso?” – Repetiu minhas palavras com certa ironia, rindo de forma debochada.

- Quer dizer... Por que não te liguei?

- Mas não se preocupe, esse tipo de reação não vai mais acontecer, sei bem o meu lugar!

- Lana... – Desencostei da mesa, dando poucos passos até onde ela estava. – Tive um dia péssimo ontem e quarta, não foi você ou o que quer que esteja pensando! – Toquei seu rosto.

- Não tem que se justificar, Alexander! – Se esquivou.

- Não estou... – Insisti em tocar seu rosto, acariciando-o suavemente. – Entenda, não tem a ver com você, foram só problemas familiares e sobrecarga!

- Está tudo bem... – Sua voz ainda denunciava sua chateação.

- Foi por isso que não atendeu minha ligação ontem a noite?

- Era tarde, não achei prudente e o sexo podia esperar...

- Então acha que tudo não passa de sexo casual?

- E não é? – Senti seu tom desafiador.

- Não é bem assim, deixei de ser esse tipo de homem há muito tempo! - Olhei em seus olhos. - Com você tem sido divertido, agradável, gosto da sua companhia! E ao contrário do que pensa, não te liguei ontem atrás de sexo, liguei porque não consegui ficar a sós com você durante o expediente, sua guarda alta e alguns desencontros não me permitiram aproximar!

- Não tem que explicar...

- Mas eu quero! – Desci os carinhos, tocando seu queixo, em seguida seus lábios. – Sabe o por quê te liguei? – Balançou a cabeça em negação. – Queria te fazer um convite!

- Um convite? - Estranhou.

- O que acha de ir ao coquetel comigo amanhã?

- O q-quê? – Ela pareceu surpresa com o convite.

- É isso mesmo que ouviu, quero que vá ao coquetel como minha acompanhante, além do mais, depois quero te levar a um lugar que eu tenho certeza que você vai adorar. – Sua expressão começou a suavizar.

- Que lugar?

- É surpresa, se eu contar perderá a graça... – A encarei com meu melhor sorriso canalha, enquanto Lana começava a relaxar sobre a cadeira. – E então, o que me diz?

- Não sei se é uma boa ideia...

- E por que não seria?

- Eu sou sua secretária!

- E qual o problema nisso?

- As pessoas podem comentar, Alex!

- Fodam-se as pessoas, eu quero sua companhia, não me importo com o que vão pensar... – Desci o olhar até seus lábios, estava louco para beijá-la. - E então, aceita?!

- Não sei...

- Eu prometo que se não se sentir bem, te levo imediatamente pra casa!

Senti que Lana estava relutante em aceitar meu convite, seu olhar cheio de dúvidas parecia travar uma batalha interna.

- Está bem! – Disse após alguns segundos ponderando. - Eu aceito ir no coquetel como sua acompanhante!

- Ótimo! Eu farei de tudo para que tenha a melhor noite da sua vida ou pelo menos perto disso, senhorita Rey! – Desci a mão livre até sua cintura, a puxando pra mim. – Bom, agora que todo esse mal entendido foi resolvido, será que eu posso provar essa boquinha? - Acariciei sua bochecha. - Estou ficando louco de te ver e ter que ficar só na vontade!

Lana assentiu meu pedido e o sorriso que eu não via há dias voltou a brincar em seus lábios.


Notas Finais


Capítulo chatinho eu sei, mas necessário para o andamento da história, prometo que no próximo teremos a volta do #LANEX do jeitinho que a gente gosta! 😏😏

Não desistam de mim!
🌹🌹
Bjs e até lá!
😘😘


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