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História Roqueiros - As Batidas Do Meu Coração - There is no true knowledge


Escrita por: FMalluma

Capítulo 2 - There is no true knowledge


Fanfic / Fanfiction Roqueiros - As Batidas Do Meu Coração - There is no true knowledge

JOOHEON

Suspirei ao sair de cima do corpo de Jiwoo para me deitar ao seu lado. 

— Quanto tempo mais você pretende ficar passando essa imagem de badboy cafajeste sendo que no final você está fodendo comigo a mais de meses?

— Vai reclamar?

— Longe de mim fazer isso, até porque a foda é boa. - Ela se estica em busca de sua bolsa, tirando de lá um maço de cigarros e um esqueiro. — Você não acha cansativo demais manter todos os dias essa falsa fama de uma pessoa diferente a cada noite? 

Franzi o cenho em sua direção antes de me levantar e começar a me vestir.

— Isso não é da sua conta! 

Ela parecia surpresa com a minha resposta e eu imediatamente me senti arrependido pela grosseria. Eu geralmente não agia assim com as pessoas, mas é que há razão em suas palavras. Eu carrego comigo essa fama badboy e por mais exaustivo que seja, essa fora a única opção que eu encontrei disponível para manter qualquer um — familiar — despreocupado em relação a mim.

— Olha... Me desculpa okay!? - Ela acenou em resposta, me deixando ciente de que ainda estava magoada com a minha grosseria. — Eu sei que somos amigos, mas não se preocupe, isso não é necessário.

Jiwoo balança a cabeça enquanto deixa transparecer um sorriso escárnio.

— É agora que eu dou um soco na sua cara pra ver se você acorda? - Ela apaga o cigarro no cinzeiro ao seu lado antes de se levantar. — Garoto você acabou de usar a palavra amigos junto a frase "não se preocupe". Tem certeza que há qualquer vestígio de coerência em sua mente? Você precisa arrumar alguém que te faça refletir sobre essas suas controvérsias internas.

Jiwoo passa por mim indo em direção ao banheiro, dando o assunto por encerrado e me deixando com mais uma de suas questões das quais se eu parasse para refletir, com certeza derrubaria em minutos o que eu levei anos para construir.

— Eu sequer sei se existe alguém assim pra mim...

Rabisco um bilhete rápido para Jiwoo — já que meu celular havia descarregado — antes de deixar sua casa.

[•••]

Quando cheguei em casa, pelas risadas vindas da cozinha, eu soube que haviam visitas.

Passando pela porta, não me surpreendo ao encontrar Kihyun acompanhado de Minhyuk e um Woozi entediado. Minha presença não é percebida até que o mais novo do grupo pule para fora de uma das banquetas e corra em direção a mim.

— JOOH HYUNG..! 

Woozi pula em meu colo e eu o pego fazendo um leve carinho em seus fios macios.

— Como você está, pequeno? 

Ele infla suas bochechinhas antes de se aproximar e cochichar pra mim.

— Não tem ninguém pra brincar comigo e como eu estava com febre hoje, meu papai não me deixa ficar longe dele, sem falar que os assuntos são chatos.

Balanço a cabeça em resposta ao que Woozi se afasta descendo do meu colo.

— Pegue o cobertor em cima da cama do hyung e depois ligue o videogame que eu já chego. 

Woozi corre disparado da cozinha e eu olho em direção aos dois que agora estão me encarando, porém o olhar desdenhoso de um deles não passa despercebido por mim.

— Por que vocês estão me olhando assim? Não fui eu a obrigar uma criança a ficar ouvindo assunto de gente velha.

Ouço Kihyun resmungar, mas meus olhos estão grudados em Minhyuk. Antes que eu possa começar a provocá-lo eu sinto alguém dar um tapa na parte de trás da minha cabeça. 

— Não começa! - Changkyun disse ao passar por mim, indo de encontro a Kihyun. 

— Eu não fiz nada. - Encaro Changkyun com falsa indignação. 

— Você não precisa fazer para eu saber que está tramando algo e por isso eu vou reforçar. Não começa!

As palavras de Changkyun são duras o suficiente para me fazer recuar com as mãos levantadas em rendição.

— Eu não prometo nada Chang, até porque é mais forte que eu.

Sorrio ao encarar Minhyuk uma última vez antes de correr para a sala onde Woozi está me esperando.

— O que nós vamos jogar hoje pequeno? - Woozi dá de ombros antes de ajeitar o cobertor em suas pernas. — Que tal... Project CARS!?

— SIIIM!

Coloco o jogo para rodar e as horas seguintes são preenchidas de várias vitórias por parte do Woozi e diversas derrotas por minha parte. Kihyun apareceu na sala duas vezes — para trazer um lanche e aferir a temperatura de Woozi — antes de Minhyuk. 

— My Sweetie, venha vestir seu casaco e se despeça de todos pois já está na hora de ir pra casa. 

— Mas papai... - Woozi resmunga manhoso, mas pela expressão de Minhyuk, posso ver que ele já conhece esse truque.

— Sem mas, Woozi. - Ele disse ao indicar o casaco para o filho. — O papai tem que trabalhar amanhã cedo.

Com uma expressão cabisbaixa, Woozi suspira antes de se levantar virando-se para mim.

— Obrigado por jogar comigo hoje Jooh hyung. 

Afago seus fios ao receber um breve abraço dele.

— Sempre que quiser, pequeno.

Woozi se despede de todos antes de parar a frente do seu pai para vestir o casaco. Acompanho-os até a porta junto a Kihyun e como se fosse mais forte que eu, não pude deixar de me despedir.

— Até qualquer dia Minnie Hyung.

Ele me encara por alguns segundos antes de apenas balança a cabeça e entrar no carro saindo da propriedade.

— Você não vai fazer isso.

Changkyun aparece na sala e sua expressão séria me diz que há um belo sermão reservado para mim.

— Não o que, Changkyun!?

— Não se faça de sonso Jooh, pois eu te conheço a tempo o suficiente para saber o que se passa nessa sua cabeça oca. - Eu ri fazendo-o suspirar. — Só não traga ele para as suas bagunças.

Pela segunda vez no mesmo dia, as palavras de Changkyun para mim são duras ao ponto de me fazer estremecer. Eu sei que eu criei essa imagem pra mim e que também a uso como uma armadura de defesa invisível, mas ouvir uma das pessoas mais importantes pra mim insinuar que eu seria capaz de brincar com alguém, machuca.

— Olha Changkyun, eu posso não levar a vida tão a sério, mas eu não sou tão extremo a ponto de brincar com os sentimentos de outra pessoa. - Eu passo por ele, pegando meu celular e cobertor para me retirar. — Parece que no final, depois de tantos anos você ainda não me conhece o suficiente, Chang... Na verdade, eu acho que ninguém conhece.

— Honey...

Ouço a voz de Kihyun me chamar, mas eu apenas vou para o meu quarto e após trancar a porta, eu finalmente me permito respirar para fora dessa armadura que vem me sufocando a anos.



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