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História Roqueiros - As Notas Do Amor - Everything Will Be Fine


Escrita por: FMalluma

Capítulo 9 - Everything Will Be Fine


Fanfic / Fanfiction Roqueiros - As Notas Do Amor - Everything Will Be Fine

Como eu havia previsto, eu não consegui pregar os olhos até mesmo depois que o sol nasceu. Passei as horas intercalando entre rolar na cama e verificar Hoseok para que não acontecesse como das outras diversas vezes em que ele quase sufocou com o próprio vômito. Então, quando já estava marcando 7:00h e eu cheguei a conclusão de que nada de bom viria do teto que eu permanecia encarando, eu me levantei e saí do quarto.

No corredor, eu parei para dar uma inspecionada em Jooheon e como eu imaginei, ele ainda estava dormindo, então, eu segui para a sala, no intuito de chegar a cozinha e preparar o café da manhã para poupar Kihyun ao menos de um pouco de trabalho, porém, quando eu cheguei na porta, o cheiro forte de café e massa feita me receberam, me surpreendendo ao encontrar Changkyun fazendo panquecas.

— Kihyun chutou o seu traseiro da cama hoje? - Questionei ao passar por Changkyun, no intuito de pegar uma xícara no armário e me servir com café fresco.

— Eu acordei assim que ele voltou para o quarto durante a madrugada e não consegui dormir mais. - Changkyun suspira ao virar a panqueca na chapa. — Ele só parou de chorar quando o sol nasceu.

— Eu não vou negar que também estou preocupado, Chang. - Passando a mão através dos fios do meu cabelo, eu encarei a outra pessoa que ocupava l cômodo junto comigo. — Eu estive pensando muito durante toda a madrugada e confesso-lhe que estou tentado a adiar a turnê por uns meses, mais especificamente, para  depois da data do falecimento da mãe dos meninos.

Changkyun se manteve em silêncio por poucos segundos, apenas o suficiente para desligar a chapa e levar para a mesa, um prato contendo uma pilha de panquecas.

— Eu acredito que, no final, todos nós temos a mesma preocupação, então, julgo que não haverá quem se imponha a sua decisão. - Changkyun ocupou um lugar a mesa e eu fui atrás dele, ocupando a cadeira ao seu lado. — Todos nós queremos ele bem, Hyung, mas isso só será possível se Hoseok fizer como foi aconselhado pelas dezenas de psiquiatras que foi. Ele precisa entender que não teve culpa e não estava ao alcance dele fazer algo para impedir, pois, ele era apenas uma criança que teve seus pulsos e garganta em carne viva ao fazer tudo o que podia.

O silêncio tomou conta da cozinha e eu sei que assim como eu, Changkyun se encontrava perdido em pensamentos, buscando soluções que talvez sejam vãs vinda de nós. Após terminar o meu café, lavei a louça que utilizamos antes de deixar a cozinha. No momento em que entro na sala, eu encontro Hoseok já sentado no sofá. Seus cotovelos estão repousados em suas pernas e duas mãos seguram a cabeça, como se essa posição fosse fazer a dor da ressaca parar. Vejo como ele suspira antes de se esforçar para levantar, dando uma breve cambaleada, fazendo com que eu saia do meu lugar, rápido o suficiente para amparar seu corpo.

— Ontem foi um pouco agitado para Jooheon e você, então, vá devagar. - Hoseok assentiu enquanto afastava minhas mãos de si, denunciando para mim, que naquele momento, ele estava entrando em estado defensivo. — Seokie, eu...

— Hyung! - Ele fez uma pausa antes de prosseguir com o que tinha para falar, porém, em momento algum enquanto falava, ele levantou seus olhos em minha direção. — Sei que ultimamente eu tenho gerado muito problema e preocupação como ontem, mas acredite, eu estou realmente arrependido por fazer vocês passarem por isso, mas será que nós podemos falar sobre isso depois? Estou me sentindo péssimo e gostaria de ficar um pouco sozinho enquanto me recomponho, pois, eu não quero estar assim quando Jooheon e eu estivermos indo para Gunpo essa tarde.

Eu quis falar com ele que estava tudo bem e que todos nós entendemos o porquê de ele estar dessa forma e que estaríamos com ele em qualquer situação, mas eu não consegui dizer nada, apenas continuei sentindo a angústia me sufocar enquanto o via se afastando.

— Ele vai ficar bem, Hyung. - Changkyun disse, assim que parou ao meu lado, como se soubesse o que se passava em minha mente. — Nós não estaremos lá com ele, mas nós estaremos aqui quando ele chegar e apesar de ser difícil, eu sei como é necessário para eles fazer essas visitas mensais ao túmulo dos pais. 

— É verdade, Chang. - Concordei com as palavras de Changkyun, pois o que ele havia dito, convergia com os meus pensamentos. — Você tem razão.

•••

Eu dormi o restante do dia e só acordei quando o sol estava se pondo, que foi quando Changkyun bateu na porta do meu quarto, me intimando para a piscina, pois Kihyun e ele resolveram que um jantar ao ar livre faria bem a todos.

Levei alguns minutos para me levantar e mais alguns para trocar de roupa e lavar o rosto antes de sentir-me decente o suficiente para sair do quarto. Passando pela porta dos fundos, eu vejo apenas Changkyun na churrasqueira, sem sinal nenhum de Kihyun. Há apenas silêncio, mas não há vestígios da tensão que pairava sobre a casa hoje de manhã. Andando até estar próximo a Changkyun, eu observei ele virar os bifes de hambúrguer na grelha.

— Deixe eu te ajudar. - Disse-lhe, já retirando a espátula de sua mão. — Você já ficou com o café da manhã, então, deixe que eu tomarei conta do jantar.

— Você não vai continuar com essa boa vontade ao saber quem estará aqui para jantar conosco. 

— Como assim? 

No final, não foi necessário que Changkyun respondesse, pois, no momento seguinte, o som que eu tanto aprendi a apreciar, chegou aos meus ouvidos. Movendo meus olhos na direção que eu deduzir ter vindo o som, eu vi Yugyeom acompanhado de Kihyun saindo da mesma porta pela qual eu havia passado. Sua risada era alta e chamava atenção, fazendo sorrir quem estivesse por perto, mesmo o motivo sendo desconhecido.

Assim como Changkyun havia falado, eu rapidamente larguei a espátula na mesa e acompanhei os passos de Yugyeom, que diferente de mim, que parei na beira da piscina, submergiu seu corpo na água e permaneceu com os braços apoiados na borda, dando continuidade ao assunto que discutia com Kihyun.

— Olá, Moranguinho. - Enquanto me sentava na extremidade lateral da piscina, eu vi quando ele parou de falar e sorriu em minha direção. — Você chegou agora? 

— Olá, Hyunwoo. - Yugyeom cumprimentou-me de volta e diferente das outras vezes, nós conseguimos nos dirigir ao outro sem haver tom de deboche ou provocação em nossas falas. — Não, eu cheguei por volta de 1:00h. Kihyun me ligou dizendo que iria grelhar hambúrgueres na piscina e que era para eu aparecer aqui, então, como não havia nada para fazer, eu vim.

Acenei em compreensão antes de mergulhar na piscina, fazendo meu corpo submergir, voltando a emergir apenas quando estava próximo a Yugyeom. Encarei seus olhos surpresos por poucos segundos antes de ele voltar sua atenção para Kihyun, que agora estava sorrindo, me dando indicação de que ele sabia o que estava rolando e que super apoiava antes de se afastar, saindo da piscina. 

— O sorriso dele não está chegando aos olhos. - A voz de Yugyeom levou minha atenção de Kihyun. — É muito estranho quando alguém que você é acostumado a ver sorrindo o tempo todo, não sorri de verdade.

— Eu acredito que ele já tenha tocado no assunto com você? - Yugyeom acena, fazendo uma mecha de seu cabelo cair sobre seus olhos, resultando em um movimento involuntário da minha parte para afastar o fio que  teima em encobrir seus belos olhos. — Nós estamos passando por um momento difícil, mas não diferente do que já passamos, porém, a preocupação de Kihyun é sempre dobrada, então, ele vai sempre precisa de apoio dobrado e ter você aqui, fazendo companhia a ele, me deixa mais aliviado.

— As coisas vão se resolver logo. - Ele sorri e isso é o suficiente para me fazer sentir que tudo ficará bem. — Seph costuma dizer ser impossível famílias incríveis não enfrentarem grandes obstáculos, pois a cada êxito, é uma amostra do quão forte é o vínculo que foi criando entre cada envolvido.

— Ele sempre tem sábias palavras. - Sorri ao ver Yugyeom acenar com fervor, confirmando para mim, a sua grande admiração pelo irmão mais velho. — De verdade, Moranguinho, muito obrigado! Sua presença e palavras, confortam de uma maneira que você não imagina.

— Apesar de as palavras usadas pertencer a Seph e não a mim, eu fico feliz em tê-las usado em um momento de necessidade. - Yugyeom solta uma de suas mãos da borda de granito da piscina e um pouco hesitante, ele acaricia o meu rosto antes de se aproximar, deixando um leve, porém, demorado beijo em meus lábios. — Eu estarei aqui para vocês, assim como vocês se mostram disponíveis para mim. Você diz que não imagino a forma com que eu os conforto, mas acredite, eu sei, pois vocês igualmente me confortam.

Dei a Yugyeom um abraço forte e o contato de sua pele com a minha, me fez sentir que eu poderia respirar tranquilamente, antes que tivéssemos que nos afastar, pois, Changkyun havia acabado de grelhar metade dos hambúrgueres. 

Em algum momento entre conversas tranquilas e momentos em silêncio, Jooheon e Hoseok chegam de Gunpo, porém, os irmãos não ficaram para nos fazer companhia, já que estavam cansados e abatidos pela visita ao túmulo dos pais. 

Quando já era tarde e todos já se sentiam saturados de permanecer na piscina, Kihyun foi até o armário e trouxe uma toalha para cada.

— Príncipe!? - Kihyun chamou da porta que dá acesso à cozinha, fazendo Yugyeom olhar instantaneamente em sua direção. — Mande uma mensagem para o Seph avisando que você passará a noite.

— Eu vim dirigindo, Kihyun, então, eu posso voltar sem problema. - Yugyeom disse a Kihyun, já recolhendo sua bolsa e chaves de cima do balcão. — E também, tem a parte em que eu não quero incomodar ou dar trabalho a qualquer um de vocês. 

— Eu sei que você veio dirigindo, mas ainda assim, está tarde para você voltar sozinho na direção. - Kihyun insistiu. — Meu antigo quarto está meio bagunçado com algumas coisas que Jooheon colocou lá, mas o Hyung não se importa de dormir lá mesmo estando um pouco desorganizado, então, você pode dormir no quarto dele.

— Mas eu nem sequer trouxe uma muda de roupa para dormir.

— Isso não é um problema, Moranguinho. - Digo ao me aproximar dele, tomando seus pertences de suas mãos. — Apesar de ficarem um pouco largas, eu posso te emprestar uma roupa para dormir e quando Kihyun diz que eu não me importo de dormir no antigo quarto, ele está certo. Vamos, não discuta mais, pois você com certeza vai perder.

Yugyeom fez menção de protestar mais uma vez, porém, pareceu mudar de ideia ao olhar para Kihyun que aparentava estar preocupado sobre qual seria sua resposta. 

— Tudo bem, eu vou ficar. - Yugyeom não disse mais que cinco palavras, mas foram o suficiente para fazer Kihyun suspirar aliviado, como se tivesse tirado um peso de preocupação de suas costas. — Hyunwoo vai me acomodar, por isso, vá descansar.

— Obrigado! - Com isso, Kihyun seguiu o mesmo caminho que Changkyun, porém, antes de sumir no corredor mal iluminado, ele parou, virando-se para nós. — Aliás, eu amo vocês e boa noite. 

Kihyun não nos deu oportunidade de respondê-lo, antes de correr atrás de Changkyun, logo entrando no quarto. Mesmo após estarmos apenas nós dois, Yugyeom continuou parado, olhando para o corredor, como se estivesse perdido em pensamentos. Esperei por alguns segundos para ele tomar o mesmo caminho que seu amigo, porém ele não fez, por isso, de modo a fazê-lo se movimentar, eu levei uma de minhas mãos até a base de sua cintura, o impulsionando em direção ao corredor.

Passando pela porta do quarto, eu vi como os olhos de Yugyeom dançaram por cada canto do cômodo e eu não o julgo, pois, assim como ele, todas as pessoas conhecidas por mim, que tiveram acesso ao meu quarto, se surpreenderam em encontrar um cômodo com paredes pintadas em cinza chumbo, tendo de extravagante, apenas um grande retrato meu com os meninos em cima da cabeceira da cama.

— Você pode ficar à vontade. - Disse-lhe enquanto retirava do closet, duas mudas de roupa, uma para mim e outra para ele. — Aquela porta no canto é o banheiro. E no armário perto da pia, vai encontrar tudo o que for preciso para o caso de você querer tomar banho.

— Oh! Muito obrigado. 

Após direcionar-me um sorriso, Yugyeom se levantou do lugar em que ele havia se sentado, dando passos de incerteza em minha direção, parando de frente para mim. Seus olhos terebraram os meus por segundos que pareciam longos o suficiente para eu sentir cada parte do meu corpo formigar. Yugyeom tinha olhos que à primeira vista pareciam inocentes, mas o seu olhar era o completo oposto, já que pareciam sempre querer seduzir e provocar.

— Hyunwoo? 

— Hm? - Respondi ao ser tirado dos meus pensamentos sobre o quão provocante eram os olhos da bela pessoa à minha frente. Yugyeom me olhou com uma expressão esquisita antes de direcionar seus olhos para as minhas mãos, me levando a perceber que ele queria as roupas, porém, eu não as soltava. — Ah! Desculpa, eu... Bom, eu vou estar no antigo quarto de Kihyun que é a porta preta respingada com trinta branca. E sim, ele tentou dar um efeito de céu estrelado nela, mas falhou miseravelmente. 

— É, eu percebi. - Yugyeom riu.

Rapidamente, eu lhe entreguei a roupa, já me preparando para sair, porém, antes que eu pudesse escapar para uma distância que eu acreditava ser segura, tive o meu braço agarrado por mãos quentes e macias, me impedindo de dar o próximo passo. Olhando para trás, eu vi Yugyeom com a cabeça baixa, provavelmente para evitar me encarar, mas ainda que ele não me olhasse, eu pude ver a coloração rosada que tomou conta de suas bochechas, indicando que ele estava envergonhado pelo ato de me parar ou pelo que estava prestes a falar.

— Então, é... você não precisa ir. - Vejo o momento em que ele morde o lábio inferior e desvia o olhar para algum ponto próximo à porta do banheiro, como se ele quisesse fugir e se trancar lá dentro. — O quarto é seu e não tem o porquê de você sair para dormir em outro quarto que eu sequer sei se há conforto para você. E também, a sua cama é grande o suficiente para caber a nós dois sem que qualquer um se sinta desconfortável.

Então, tão de repente como quando ele pegou no meu braço, ele também o soltou, correndo em direção ao banheiro, não me dando sequer a oportunidade de responder. Yugyeom é um ser de personalidade dupla, capaz de me conquistar, não importando em que modo estivesse. Sorrindo de sua atitude envergonhada, eu também me preocupava sobre não conseguir dormir por estar dividindo a mesma cama que ele.





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