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História Roronoa Zoro - Lembranças


Escrita por: aelinZ

Notas do Autor


oioioi, saudades? Vou com calma com os capítulos até ter a ideia completa do final de one piece. Esse aqui apesar de ter o título "lembranças" tem coisas essenciais para o próximo então tudo é canônico aqui. O próximo é bem provável que já seja de Wano e avisarei se tiver um spoiler muito grande e tentarei diminuir tudo!

Boa leitura|| Espero que gostem || Me digam o que acharam || Não esqueçam de votar sz

Capítulo 49 - Lembranças


Fanfic / Fanfiction Roronoa Zoro - Lembranças

Revirei os olhos com Zoro suando ao meu lado. Ele estava completamente nervoso esperando o exame que Chopper fazia com cuidado para que nada desse alterado. Eu queria dormir. Dormir antes de chegarmos a Wano e não tivéssemos tempo o suficiente para isso já que estaríamos bem próximos do dia em que supostamente iríamos derrotar Kaido, ou melhor, Luffy derrotaria Kaido.

- Negativo. - Chopper diz e Zoro só faltou se jogar no mar de tão aliviado

- Viu? Eu disse que era só coisa da sua cabeça! - Me levantei da cadeira dando um leve tapa na cabeça de Zoro - Você só sonhou com isso! Nem todos os sonhos se tornam realidades!

- Tinha todos os indícios para isso! - Retrucou

- Não! Não tinha! A gente acordou o Chopper!

- Tudo bem, eu não me importo.

- Mas precisávamos saber! E se tivesse dado positivo?

- O que você iria fazer? Isso não vai acontecer! - Zoro calou a boca por um momento e se apoiou na parede de braços cruzados - Você não tem nem ideia, não é?

- Era pra ter? - Desviou o olhar do meu e abriu a porta do consultório já passando por ela - Valeu, Chopper.

Fiquei em silêncio até ele sair e deixar com que eu e Chopper ficássemos sozinhos ali. Tombei um pouco minha cabeça para o lado achando estranho sua reação, normalmente ele teria alguma resposta pronta e dessa vez apenas ficou quieto como se estivesse pensando seriamente na situação. Teria eu falado algo que ele não gostou?

- Ele ficou estranho - Chopper diz se sentando em sua cadeira e anotando alguma coisa - Parece até que não gostou

- Claro que gostou. Não queremos um filho. É muito cedo para pensarmos nisso. - Suspirei e toquei no chapéu de Chopper - Obrigada, doutor chopper.

Ele ficou todo animado e corado quando o chamei de “doutor” e logo me despedi deixando a sala. O mar estava até calmo visto que ainda tínhamos um caminho para percorrer antes de chegarmos a Wano e procurar uma carpa pra subir diretamente para o país. O cheiro que vinha da cozinha era bom e olhando para o céu, para o sol que não tinha tanto brilho quanto os anteriores percebi que ainda faltava um pouco para a hora do almoço - tinha acordado até cedo demais.

Pensou no que Luffy tinha dito. Ele realmente estava preocupado com ela, mesmo que não precisasse, não iria morrer. Não iria morrer. Não iria morrer. Isso ficou passando pela minha cabeça conforme eu tentava me desvincular da imagem de Ace falando isso quando éramos mais novos, não culpava Luffy, pensaria o mesmo se estivesse no lugar dele.

Não que eu fosse realmente atrás de Akainu ou de Barba Negra do nada, mas… não iria deixar barato, não quando eles mereciam isso.

Me debrucei um pouco encarando o mar de cima. Algumas das gotas caiam em meu rosto e até mesmo resmunguei quando a parte salgada foi diretamente para minha boca dando um gosto horrível. Se não precisassem ir para Wano pediria para pararem ali apenas para que pudesse nadar um pouco visto que o mar estava tão chamativo, até mais do que nos outros dias. A onda que passou pelo barco foi até alta demais me fazendo balançar de um lado para o outro até que uma parte daquele mar tocou meus dedos e eu recuei com a sensação.

Pisquei os olhos algumas vezes antes de voltar para o mesmo lugar e me abaixar o suficiente para encostar na água e sentir a mesma sensação. Nunca tinha sentido isso. Era como se alguém estivesse se movimentando rápido e que em algum lugar do contrário que estavam indo estivesse em uma batalha. Eu… poderia sentir o que acontecia lá embaixo? No fundo do mar? Impulsionei meu corpo mais para frente ficando apenas com as pontas dos pés que me apoiaram no navio e deslizei praticamente minha mão inteira para dentro aproveitando a maré alta.

Estava mais forte. Estava vindo em nossa direção mas não parecia uma ameaça, era como se realmente precisasse chegar o mais rápido possível. Não me lembrei quando foi que senti isso, não era tão familiar mas também não era desconhecido. Lembrei de uma vez que estava com meu pai e senti algo mas não era igual e poucos minutos depois o red force apareceu para nos buscar.

- Você vai cair! - Escutei a voz do meu lado e gritei me desequilibrando e meu corpo foi agarrado antes que eu pudesse cair no mar - Não sei por que tô preocupado você sabe nada mesmo, né?

- Isso não te dá o direito de me fazer pular de susto! - Gritei quando Usopp que tinha uma vara de pesca na mão e uma feição totalmente de confusão

- Eu vim pescar, Luffy já deve estar vindo também, quer?

- Eu não gosto de pescar - Respondi encarando o posto de vigia, era diferente do que tínhamos no Merry, mas ainda assim, eu gostava da mesma forma de ficar no alto vendo o mar adiante. - Luffy está bem?

- Por que ele não estaria? - Usopp mexeu as sobrancelhas em confusão - É claro que ele está, inclusive tá perturbando o Sanji querendo comer antes da hora

Ri com aquilo e logo escutei um barulho de porta forte o suficiente para saber que foi Sanji. Era provável, ou melhor, ele realmente tinha expulsado Luffy da cozinha. Deixei Usopp preparar o lugar para pescar e subi para o posto de observação que agora também era a academia de Zoro - ou um projeto dela. Como se Frank soubesse, construir um lugar que os dois gostavam e os transformar em um só foi uma das melhores coisas quando ambos queriam apenas ficar sozinhos.

Zoro não estava lá. Talvez tivesse voltado a dormir ou qualquer coisa do tipo, então eu teria o lugar todo para mim e enfiar meus pensamentos de que deixei Luffy preocupado até que eu não aguentasse e pedisse desculpas pela terceira vez. Claro que poderia ter ido até ele falado tudo que queria fazer, não era um plano, era apenas…

- Por que nunca se cansa de ir para o mesmo lugar que eu? - Zoro me perguntou e jogou seu corpo em meu colo - Sempre foi assim.

- Não conseguia ficar longe de você. Sabe, mesmo você sendo um enjoado.

- Mesmo assim, você está comigo agora. - Ele fechou os olhos e cruzou os braços em seu peito - O que veio fazer aqui?

- Nada. Não tinha nada para fazer lá e…

- Está pensando no que Luffy te disse?

- Um pouco mas não só isso, você meio que atrapalhou meus pensamentos.

Deu de ombros e virei a cabeça para as pequenas janelas que tinham ali e encarei o mar. O mar. O mar que a pouco me deu a sensação de alguma coisa se aproximando.

- Você acha que eu conseguiria sentir… o mar? - Perguntei não olhando para Zoro

- Por que isso?

- Eu… parece que senti. Como se alguém estivesse, ou talvez ninguém estivesse nada e foi só coisa da minha cabeça.

- Não deve ter sido coisa da sua cabeça - Zoro permanecia de olhos fechados mas prestando atenção em cada palavra minha - Você tem a Akuma no mi da água, pode ser que seja alguma coisa. O que sentiu?

- Muito movimento, não o normal de uma onda, mas algo no fundo vindo para cá e como se estivesse acontecendo alguma luta lá embaixo.

- Isso já aconteceu com você?

- Não e sim, foi diferente.

Zoro abriu minimamente os olhos para me olhar e logo os fechou se mexendo um pouco tentando ficar mais confortável em minha coxa.

- Você sente o mar.

- Todo mundo sente.

- Não assim, idiota. - Tinha certeza que ele reviraria os olhos se não os tivesse fechado - Você sente o que acontece nele, como se ele fizesse parte de você.

Levantei as sobrancelhas e segurei o rosto de Zoro olhando diretamente para os olhos fechados dele que se abriram na mesma fora sentindo que eu o encarava descaradamente. Tombei a cabeça para o lado e ele levantou as sobrancelhas me questionando.

- Eu acho que pode ser, por que não seria?

- Não sei. Eu deveria morrer quando entrasse na água do mar mas… eu consigo nadar.

- Sua fruta não foi roubada à toa. - Zoro puxou parte de minha nuca e me deu um selinho rápido e logo levantou todo o corpo ficando em pé - Você disse que seu pai tinha roubado duas frutas, essa e a do Luffy, não é?

- É… bem, eu ouvi isso do Benn quando era criança.

- São duas fortes, deve ter algo haver.

S/n assentiu e se lembraria de falar com Robin sobre isso. A arqueóloga tinha tantos livros que não seria surpresa alguma se por algum acaso encontrasse algum sobre a Mizu Mizu no Mi.

- Quer treinar?

- Não.

- Você tem que ficar resistente.

- Eu sou resistente

- Mais.

- Quer que eu seja seu peso?

- Sim.

Dei um pequeno riso e subi rapidamente em seu halter gigante colando mais uma quantidade de bolhas pesadas de água do outro lado. Zoro levantou como se fosse nada e logo começou os exercícios. Segurou um pouco na barra para que não caísse até que ele parou e virou minimamente o olhar para mim.

- Qual o problema?

- Na época que você conheceu o Ace, você já tinha a Akuma no mi?

- Sim, conheci ele depois, você sabe, a gente não se deu muito bem no início.

- Não?

- Ele queria matar o Luffy, amor. Se eu não tivesse chegado na hora, era capaz do Sabo ainda ter ajudado.

- Eu não lembro disso - Zoro segurou para não rir imaginando S/n criança lutando com os outros dois para não matarem Luffy. - Você criança era fofa para isso.

- Eu botava medo!

- Eu duvido.

- Como é?

- Eu duvido. Você tinha uma cara muito fofa - Zoro voltou a se movimentar - Uma criança indefesa.

- Eu não era indefesa! Eu sabia brigar! Usar uma quase espada! E… fazer mini socos de água que só aprendi depois…

- Curioso.

Fiz uma careta o fazendo me olhar com a sobrancelha levantada. Cruzei os braços na mesma hora e ele apenas assentiu quando percebeu que começaria a contar como conheci Sabo e Ace, e como Luffy quase foi morto pelos nossos irmãos. Zoro sempre escutava tudo atentamente, ele adorava ouvir mesmo que não falasse tanto - pelo menos adorava me ouvir.

 

10 anos atrás no East Blue, havia um pequeno vilarejo chamado Fuusha. Além dos lugares que seus moradores viviam em paz, está o monte Colubo, onde o povo raramente coloca os pés. Lá, apenas os fortes sobrevivem e os fracos estão fardados à morte.

- Por que eu tenho que vir junto? - A garotinha resmungou tentando se desvincular da grande mão que prendia seu corpo. Ao menos se conseguisse chegar nas costas do homem, teria alguma vantagem de sair correndo - Eu não fiz nada!

- Eu vou ser pirata! - Luffy berrou e gritou de dor em seguida - Eu sou de borracha mas ainda assim você me machuca!

- Além de ter comido uma Akuma no mi, você me vem com essa historinha de ser pirata! Você não pode ser pirata! - Garp gritou e segurou mais forte S/n que tentava sair a todo custo de seus braços, ao menos, ela não estava sendo agarrada pelas bochechas naquela floresta - E você, não posso deixar a filha do Ruivo solta de qualquer jeito por aí!

Mentira. Garp se preocupava com a garotinha independente dela ser a filha de Shanks. S/n foi a primeira amiga de Luffy, a primeira pessoa que ele conversou e fez uma amizade e não deixaria que ela sofresse na mão das pessoas que logo descobririam que era filha de um grande pirata apenas por sua semelhança.

- Eu estava sendo cuidada! Muito bem! - S/n se referiu a Makino e em como ela cuidava bem de si - O Luffy também!

- Makino não iria conseguir te salvar de piratas!

- Eu posso me virar sozinha! Eu já sou grandona!

- Você não tem nem dez anos! - Garp a olha furioso e ela recua um pouco o corpo - E vocês não podem ser amigos do Shanks!

- Ele é meu pai!

- Não é! Eu te proíbo de ser filha dele! - A garotinha se debateu na mão dele no mesmo momento que Luffy gritou que queria ser corajoso como Shanks. Luffy se agarrou em uma árvore a fazer quebrar e cair na cabeça de Garp que por puro reflexo só conseguiu proteger S/n do desmaio que teria se a árvore caísse nela - Vocês não tem escolha! Os dois vão ser da marinha!

S/n queria retrucar. Mas tinha apenas um bico de insatisfação no rosto enquanto via as pernas de seu irmão se mexendo para lá e pra cá enquanto tentava se soltar da mão que segurava sua bochecha. Chegaram em um local que ela não fazia a menor ideia de onde era só percebia o quão longe estava do bar da Makino e que se arrependia de ter deixado com que o avô de Luffy tivesse uma conversa em particular, se soubesse, teria tempo de fugir e quem sabe alcançar seu pai.

Mas se lembrou de que não poderia nadar. E nem sabia se teria fôlego para nadar o mar inteiro atrás dele.

A mulher que estava na frente da casa tinha os cabelos laranjas e algo na boca que S/n supôs que fosse a mesma coisa que Benn usava na maior parte do tempo. Dadan. Antes que ela pudesse perguntar quem era essa mulher, Garp a jogou em cima de Luffy no chão e começou a discutir com a mulher que gritava que ali não era creche mas por algum outro motivo, o avô de Luffy conseguia por um medo gigantesco nela.

Por que eles iriam ficar no xadrez? O que era ficar no xadrez?

Queria perguntar isso para Garp mas Luffy a puxou pela mão enquanto arrancava alguma meleca nojenta do nariz e jogava no chão como se fosse nada.

- Eca, isso é nojento!

- Quer que eu tire o seu também? - Luffy perguntou levando o dedo até o nariz de S/n que deu vários passos para longe dele - Eu tiro! É rapidinho!

- Eu não quero!

- Você quer tirar o meu então?

- Nã.. QUEM FEZ ISSO? - S/n olhou para todos os lados colocando as mãos na bochecha ao sentir um molhado - Tá chovendo?

Luffy olhou para cima virando a cabeça de um lado para o outro se perguntando se realmente estaria chovendo mas o céu estava completamente limpo sem nenhum indício de chuva. Se virou para frente e viu um garoto sentando em alguma coisa que ele não identificou e apontou para o mesmo.

- Foi ele! Quem é você? Peça des… - Luffy fez careta quando foi acertado no meio do rosto - Por que fez isso? Peça desculpas!

O garoto não respondeu e continuou emburrado com os braços cruzados.

- Quem é você?

- Peça desculpas e eu te perdoo!

O garoto continuou a não responder. S/n cruzou os braços esperando uma resposta, mas a única coisa que escutou foi Garp se aproximando os três e o chamando por “Ace”. Ace ignorou todos e seguiu um trajeto que fez com que Luffy ficasse curioso mas quase de imediato, Garp os puxou pela blusa e entregou para Dadan que fez uma careta para ambos. Ela deu uma empurrada de leve - pelo menos em sua visão - nos dois e os colocou sentado no chão enquanto saia para resolver qualquer coisa que fosse.

Não deu um minuto, e S/n quase pulou no local ao sentir algo frio contra sua garganta a impedindo de se virar para ver quem era.

- Lu..luffy…

- Quem é você? Me diga e talvez ambos saiam vivos, me passem a grana, vai ser melhor. Para os dois.

- Eu… Eu..

- Eu não tenho um tostão! Eu só tenho meu avô!

- Então me diga o nome do avô que vamos pedir um resgate para ele!
- Ele é neto do Garp. - Dadan voltou e no mesmo instante os homens começaram a gritar e tiraram a faca do pescoço das duas crianças - E ela é filha do Shanks.

Mais uma vez escutou gritarem que ali não era creche e que apenas um já dava trabalho o suficiente, esse um, era Ace. Ainda se acostumando com o local onde estava, a garotinha não percebeu que deveria correr até sua comida - ou pelo menos parte dela. Ficou apenas com um potinho de arroz e água antes de se aproximar do garoto que atirou nela mais cedo.

- Me dá… um pedaço? - Pediu vendo que o mesmo tinha uma grande quantidade de carne no prato

- Não.

Foi tão seco que S/n se encolheu em seu canto e encarou Dadan que dava algum tipo de sermão em Luffy. Descobriu que eles eram bandidos da montanha e seu sangue fervilhou por lembrar que tentaram matar seu pai e Luffy. Ficou emburrada um bom tempo antes de se tocar que deveria jogar como eles, pelo menos para conseguir comida além de arroz. Encarou Ace do lado que comia desesperadamente inúmeros pedaços de carne e fez uma formiga grande de água a mandando na direção de Ace que encarou aquilo surpreso.

S/n aproveitou a oportunidade e correu até o prato do garoto agarrando um pedaço de carne e voltando a se sentar do lado de Luffy. Ace a olhou furioso. E S/n sentiu o medo no olhar dele, mesmo que o garoto não tivesse se movido dali ela podia sentir a fúria que tinha apenas o olhando. Em alguns segundos o garoto já estava bem em sua frente tentando pegar o pedaço de carne roubado e ela colocou atrás das costas.

- Me devolve.

- Não. Eu peguei.

- Era meu!

- E agora é meu! É assim que funciona!

Dadan olhou a cena um tanto quanto surpresa mas deixou. De fato, era assim que funcionava. S/n encarou Ace com a feição de que tinha conseguido o que queria e se virou para Luffy o ignorando.

- Quer um pedaço?

- Onde você conseguiu?! Eu quero! - Luffy deu um maior mordidão na carne e S/n deu a língua para Ace que voltou para o lugar xingando alguma coisa.

Tentou ignorar o olhar mortal que Ace dava a ela a cada cinco minutos e se dirigiu ao quarto que Dadan a jogou junto a Luffy. S/n fez a maior careta quando viu Ace no mesmo lugar se virando para dormir como se ela e nem Luffy estivessem ali.

S/n definitivamente não gostou de Ace.

E Ace não gostou nem um pouco de S/n.

Queria muito que Luffy obedecesse ela. Pelo menos, ela desejava que ele a escutasse, mas o garoto apenas a puxou pela mão e correu atrás de Ace, que resmungava por estar sendo seguido. Por que tinham que ir atrás dele? Se Luffy não fosse tão importante para ela, S/n teria dado meia volta e faria qualquer coisa que fosse designada e daria um jeito de voltar para Makino.

Chegaram em uma ponte e Luffy correu até Ace gritando que esperasse, mas a única coisa que recebeu foi um balançar e logo Ace o empurrou da ponte o fazendo cair em um precipício. S/n arregalou os olhos e tremeu na mesma hora não sabendo se deveria ir atrás de Luffy ou se deveria bater no Ace.

S/n se aproximou de Ace, que recuou um passo e lhe deu um empurrão o fazendo cair no chão.

- Você é um idiota! - Gritou - Se o Luffy morrer, eu vou atrás de você!

Bateu os pés até não estar mais na ponte que começou a balançar forte. Ela até pensou em pular dali e ir na direção de Luffy mas era alto demais e seu corpo tremia só de pensar na altura que teria que pular para poder chegar até lá. Daria a volta daquele precipício e com sorte encontraria Luffy.

Demorou uma semana. Uma semana para que Luffy e S/n pudessem voltar para a casa das montanhas. Ela estava com tanta sede e com tanta fome que os arranhados pela briga dos lobos não estavam latejando tanto quanto deveriam. Dadan se impressionou quando ambos chegaram em casa e ela os jogou de volta para o quarto onde Ace dormia alegando que no dia seguinte teria trabalho.

Poderia bater no Ace ali. Mas se virou para o lado e dormiu com a barriga roncando.

- Eu não quero ir! - Gritou para Luffy que não deu bola e continuou correndo - Eu não quero ir atrás dele! Eu não gosto dele!

- Mas ele pode ser nosso amigo!

- Eu não quero ser amiga dele! Ace é uma péssima pessoa!

Luffy não respondeu. Ele permanecia com um sorriso enorme no rosto correndo e correndo. E essa corrida atrás de Ace durou quase três meses com o garoto ignorando totalmente a existência dos dois.

- Onde a gente tá? - S/n perguntou vendo uma espécie de cidade mas com vários entulhos e estruturas destruídas - Por que ele veio pra cá?

- Não sei, mas parece divertido - Fez careta com a fala de Luffy e ele entrelaçou seus dedos e correu mais para dentro - Ace!

- E se a gente morrer?

- Não vamos. Eu vou te proteger! Por que eu vou ser o rei dos piratas! E sou corajoso igual seu pai

Suspirou derrotada.

- Ace! - Gritou junto a Luffy. - Cadê você?! E se a gente se separar?

- Isso!

- A gente se encontra aqui em meia hora - S/n olhou para o céu e levantou os dedos para o sol quase completamente coberto pelas nuvens - Quando o sol estiver um pouco mais do que para o meio, você vem pra entrada.

- Mais pro meio. Tá bom.

O garoto correu para uma direção contrária de S/n e ela seguiu um caminho cheio de entulhos ao menos procurando alguma arma que poderia usar caso encontrassem bandidos da montanha diferentes de Dadan. Ainda que Dadan fosse uma deles, era diferente. Mesmo que não demonstrasse, S/n conseguia ver que se importava um pouco com os três.

A fumaça atrapalhava a visão da garota e por mais que tentasse focar seus olhos ela permanecia enxergando tudo embaçado. Escutou vozes do lado falando como se tivessem conseguido algum tesouro vindo da Grand Line. S/n não conhecia a Grand Line, mas conhecia suas histórias - algumas que seu pai contava antes de dormir. As vozes foram desaparecendo e seu estado de alerta passou enquanto dava pequenos passos naquele lugar completamente estranho.

Pérolas de um colar caíram bem na frente de seus pés e ela o pegou, imediatamente deu dois passos para trás quando dois bandidos a olharam.

- Ei garota, me dê esse colar!

- Não! Dê para mim e não me obrigue a te matar!

- Eu…

- Anda pirralha! O colar! Sua vida não vale de nada pra você?

- Mata logo essa aí! Os papais abandonaram!

- Meu pai não me abandonou. - Retrucou - Duas moedas pelo colar.

- Como é que é? Tá achando que é quem?

- Tá bom, vou levar o colar pro meu pai que é pirata e…

- Se-u pai é pirata? - um dos bandidos arregalou os olhos e deu um passo para trás quando S/n assentiu - Toma! É tudo que eu tenho! - Lhe deu quatro moedas e levou um tapa forte do outro bandido que o xingou

- SEU IMBECIL! MATA ESSA GAROTA!

S/n correu. Não entregou o colar, mas seu corpo implorou para que não ficasse mais ali se não quisesse morrer. Os gritos ficaram longes conforme ela se esquivava e conseguiu usar parte de seu poder para se jogar para frente, se impulsionando até cair de cara em um ursinho de pelúcia. Levantou rápido procurando qualquer arma que pudesse usar contra aqueles homens - mesmo que não tivessem a alcançado.

Achou um pedaço de vidro. Aquilo machucaria a mão dela conforme carregasse, levou os pés para longe para chutar o vidro mas escutou um grito alto. Alto demais para ser ignorado e ao analisar a situação melhor chegou a conclusão que cortaria completamente o pé se tivesse chutado aquele vidro. A voz era de Luffy. Na adrenalina, S/n pegou uma espécie de espada quebrada ao meio e correu na direção do grito de seu irmão. Ele já tinha se metido em confusão e jurou que mataria Ace só pelo fato de terem vindo para aquele lugar por culpa dele.

- Eu nunca matei ninguém! Mata você! - A voz conhecida fez o corpo de S/n estremecer. Ele seria mesmo capaz disso?

- E nem eu! Eu nem sei como faz isso!

- Por favor, não me joguem no mar!

- Vamos para o rio então.

- Pra que você foi dar essa ideia?

- CALA A BOCA! - Os dois garotos gritaram em conjunto para Luffy que não parava de gritar.

- Se tocarem no Luffy eu mato vocês dois! - S/n gritou ficando atrás dos dois garotos que pularam de susto - E eu já matei alguém! - Mentiu. Mentiu descaradamente por que ela só tinha ferido um peixe uma vez em sua vida enquanto estava no mar com seu pai e aquilo seria o almoço deles.

- Eu não quero morrer! S/n me salva!

- Essa é a S/n que falou?

- Ela é insuportável!

- Insuportável é você! - Parou de gritar o que queria quando escutou vozes de homens perto

- Droga, tem gente vindo

- Soltem o Luffy! Agora!

Ace e o garoto loiro pareceram discutir e soltaram rapidamente a corda de Luffy e correram pra longe, S/n fez o mesmo. Se jogou nos arbustos que estavam e observou os homens procurando por Ace - Aparentemente ele tinha roubado dinheiro deles. A garota olhou para Ace e o viu com os olhos arregalados e então se virou para Luffy que foi capturado.

- Socorro! Me salva! S/n, Ace!

- Droga, abaixa se não quiser morrer! - Ace disse baixo para S/n empurrando a cabeça para o mato junto ao garoto loiro - Aquele idiota ainda berra meu nome!

- Eles vão pegar todos os nossos tesouros - O garoto loiro disse desesperado

-Eu espero que ele não abra a boca!

- O Luffy não sabe mentir… - Ace e o loiro olharam para ela - Ele não sabe mentir

- Droga.

- E-eles.. eles vão levar o Luffy! - S/n quase levantou mais Ace a empurrou para o chão novamente a fazendo cair de costas no chão e se voltando para o loiro a ignorando - O Luffy!

- O que vamos fazer?

- Você sabe o que temos que fazer…

- Salvar o Luffy!

- Não! - Ace gritou com S/n - Por que se importa tanto com aquele idiota! Por que você veio pra cá? A culpa é sua!

- Minha? O que eu fiz?

- Você ficou ajudando ele a me perseguir

- Ele é meu irmão! Eu faço isso por ele!

- Ele é um idiota!

- Idiota é você! Ele só queria ser seu amigo!

- Igual ele é seu?

- Ele é mais que meu amigo! É meu irmão! - S/n limpou a palma das mãos ao se levantar do chão - Foi o Luffy… foi ele quem não me deixou sozinha e quis ser meu amigo mesmo sendo filha de um pirata!

- Seu pai é um pirata? - O loiro perguntou e S/n o ignorou se voltando completamente para Ace e pegando a espada quebrada que estava jogada no chão

- Eu vou atrás dele.

- Você vai morrer. - O garoto loiro diz e S/n imediatamente grava o nome dele quando Ace o repreende - Eles são piratas fortes e você é uma… criança.

- Idai? Vocês roubam eles e são crianças!

- Se você revelar… - Ace se levantou e ficou bem na frente de S/n

- Nós não vamos. Luffy não é assim. Ele te vê como amigo mesmo que você nem troque uma palavra com ele. - S/n franziu a testa em raiva - Se alguma coisa acontecer com ele, eu mato você.

Sabo engoliu um seco e se levantou tentando puxar a mão da garota mas foi impedido por Ace que mencionou que tinham uma coisa mais importante para fazer. As economias deles tinham que sair dali, ou aqueles piratas iriam pegar tudo que conseguiram durante cinco anos.

O sol já estava se pondo quando S/n chegou no local que fora indicado pelas pessoas que infelizmente moravam ali. Estava completamente furiosa por pensar na tortura que seu irmão poderia estar sofrendo, não importava se Ace fez aquilo sem pensar, ela nunca mais olharia na cara do garoto. Seu passo acelerou quando escutou um barulho de algo batendo.

- Espera! - S/n se virou rápido vendo Sabo correndo em sua direção - Espera! Desculpa! Eu pensei que ele fosse um chorão e que iria contar… E…

- O que vocês querem? - Não olhou para Ace e deixou o foco totalmente em Sabo

- Eu pensei que…

- Não ligo para o que você pensou! - S/n rebateu Ace - É a segunda vez que quase mata ele!

- A gente veio ajudar. - Sabo se coloca no meio dos dois - Pensamos errado. Vamos salvar ele com você.

S/n dobrou os lábios ainda encarando Ace com fúria mesmo jurando que nunca mais faria isso. O olhar dele pesou e ele desviou antes que pudessem começar a brigar ali novamente. Assentiu para Sabo e se colocou atrás dos dois e pediu para que ambos a segurassem, ainda que relutante, os dois seguraram o ombro de S/n e ela jogou um jato de água os fazendo irem rapidamente para o lugar e quebrando a parede de madeira. Ace e Sabo rapidamente se colocaram em posição de luta e S/n caiu com a bunda no chão, mas rapidamente se levantou correndo até a corda de Luffy e a cortando com a espada quebrada.

Luffy estava completamente machucado. E ela quis socar a pessoa que fez isso com seu irmão. Viu que Ace estava sendo agarrado pelo pirata graças a Luffy que berrou por ele, S/n jogou um jato de água de sua mão na cara do homem que rapidamente foi acertado pelas costas por Sabo. O homem a olhou e gritou que a mesma estava possuída pelo demônio.

Agarrou Luffy mais forte em seu corpo e quando Sabo veio para ajudá-la e Ace não. Bufou. Bufou porque não queria deixar Ace para trás lutando sozinho mesmo que ele merecesse aquilo.

- Espera só um pouquinho, Luffy. - O jogou no chão mesmo que tivesse tentado ser carinhosa.

Ace, Sabo e S/n agora estavam bem na frente do pirata. Ele não era qualquer homem, era realmente um pirata forte que poderia matar aquelas crianças com um único golpe.

- Se eu perder para crianças, deixo de ser um pirata. - Ambos sorriram um para o outro e S/n usou o que tinha aprendido a algumas horas de forma melhor e se impulsionou para cima quando Ace e Sabo pularam para cima do pirata.

- Então vamos fazê-lo deixar de ser!




 

Sabo ajudava S/n a enfaixar parte do braço totalmente arranhado por uma espada que realmente era de verdade, e não quebrada. Luffy estava chorando agradecendo e Ace não dava bola, pelo menos não para S/n, em nenhum momento. E toda vez que olhava para a garota ficava com a cara emburrada e desviava o olhar.

- Você tem uma péssima mania, Ace. Quando encarar um pirata de verdade, o melhor a se fazer é correr. - Sabo deu sermão - Parece que quer morrer.

- Isso aqui tá estranho, Eu preferia o outro - Ace ignorou olhando para sua arma

- Nós cometemos um erro idiota, agora o bando do Bluejam vai ficar em cima da gente. Eles vão vir pra cima de nós.

- Ai que medo! Eu achei que iria morrer!

- Ai que saco! Pare de chorar! Eu não gosto de covardes e nem de chorões!

- Pega leve com ele. - S/n diz com a cabeça baixa

- Obrigado. - Luffy engoliu o choro que os assustou - Vocês… vocês me salvaram

- Seu…

- Ei, ele só está querendo agradecer - Sabo segurou Ace

- Por que não disse logo o que eles queriam saber? Aqueles caras matam mulheres e crianças sem se importar!

- Se eu dissesse alguma coisa… você deixaria de ser meu amigo…

- É melhor que morrer, não? Por que quer ser tão nosso amigo?

- Por que… por que… não temos mais em quem confiar - O garotinho olhou para S/n com uma feição triste - Eu era sozinho… antes da S/n e.. depois o Shanks foi para o mar e eu quase fiquei sozinho de novo mas ela me escolheu e… não quero que sejamos só nós dois. - Por um momento, Ace virou o rosto para S/n como se ela pudesse dar a resposta se deveria acreditar - E ficar sozinho, doí mais que se machucar!

- E seus pais?

- Só tenho S/n e meu avô.

- Quando estamos juntos te dói menos?

- Sim

- E quando estou longe, é pior?

- Sim - Ace se virou para a garota que dava de ombros - Ela também mesmo que não fale

- Hein?

- S/n gosta de você, se não gostasse, teria te deixado pra morrer e sairia correndo comigo!

- Você… gosta de mim? - Ace questionou a garota que virou o rosto desviando totalmente o olhar dele

- Talvez - Falou tão baixo que Ace se aproximou para ouvir melhor - Talvez. Ok? Talvez. Se você fosse menos insuportável eu iria gostar!

- Vocês querem que eu viva?

- Que pergunta boba, isso nem deveria ser opção! - S/n retrucou

- Sim.

- Certo. - O garoto abaixou o rosto totalmente impossibilitando que qualquer um deles pudesse ver suas feições - Mas eu não gosto de garotos mimados como você e nem de garotas que matam outros

- Você ia matar o Luffy! - S/n retrucou - E eu nunca matei ninguém…

- Você mentiu?!

- Sim! Acha mesmo que eu teria matado alguém?

- Você falou sério! E ainda disse que era filha de pirata, é mentira também?

- Não! eu sou filha de pirata mas nunca matei ninguém!

- Então você não é filha de pirata de verdade!

- Por que eu não seria?! Eu não preciso matar ninguém!

- Piratas não são bonzinhos!

- Eu sou malvada!

- Você é boba!

- Como é? - S/n se aproximou e Ace também mas foram impedidos por Sabo que segurava Luffy para não se meter naquela briga

- Ah, já chega! Aliás, nós temos um problema agora

- Problema? - Luffy perguntou

- Depois de hoje, os piratas Bluejam vão querer matar nós quatro.

- Acho que sim

- O lixão onde moro é perto do covil deles, e se eles me atacarem enquanto eu durmo?

- Você vai morrer.

- É, você vai morrer

- Vocês não tem sentimentos?

- Eles estão certos, S/n, eu vou morrer.

- Por isso, eu preciso da ajuda de vocês.

Sabo se aproximou dos três e os puxou para perto mantendo a conversa baixa o suficiente para que apenas eles escutassem. O plano era simples, Sabo iria morar com eles. S/n fez uma careta na hora pensando em Dadan mas Ace confirmou que não faria diferença então ela apenas assentiu e foram para casa esperar a noite chegar para poderem entrar sem que fossem vistos por muita gente.

Dormiram todos juntos. Pareciam uma minhoca de tão enroscados que ficaram e só acordaram quando Dadan junto com outros bandidos da montanha chegaram para verificar o que estava acontecendo. Dadan não aceitou muito bem, não de início, mas viu que não tinha outra opção senão aceitá-los. Apesar da mulher viver falando para que pelo menos um deles ajudasse nas tarefas de casa, nenhum estava interessado nisso, apenas em caçar e sair correndo pela mata e se aventurar.

Ace ainda implicava bastante com Luffy, o que fazia com que S/n e ele brigassem na maioria das vezes e terminassem com os dois totalmente molhados de água que S/n jogava na cara dele e que a empurrava na pequena passagem que de longe dava acesso ao mar – toda vez que isso acontecia, Ace se desesperava e pulava para salvá-la com medo de que sua agora amiga morresse.

Sabo se segurava para rir das ideias que Luffy inventava e principalmente quando o mesmo virou uma bola gigante e eles aproveitaram para brincar e digerir o almoço. Além de enfrentar piratas e homens perigosos que ainda estavam atrás deles, os quatro amigos ganharam a confiança e a feição de Dadan – mesmo que a mulher insistisse que não gostasse de nenhum deles. De vez enquanto, S/n acabava recebendo uma carta de Makino perguntando como ela e Luffy estavam, de início ela ficou brava por ela ter concordado com Garp e mandá-la para fora da cidade mas agradeceu pelos dois novos amigos que fez e no fundo, estava realmente começando a considerar Ace e Sabo uma parte importante de si.

S/n atualizou o ranking de combate e se viu em segundo lugar. Conseguia ganhar de Luffy e Sabo mas nunca de Ace. Apesar de ter uma Akuma no mi em seu corpo, Ace parecia ter muito mais experiência e seus golpes já não estavam mais funcionando. Por outro lado, Sabo a ensinou a socar com água, fazer pequenos socos de água – que para que S/n atual seria uma vergonha.

- Eu to com fome - S/n desliza pela árvore passando a mão pela barriga

- Parece que os jacarés estão sumindo daqui - Sabo menciona se sentando ao seu lado - Acho que acabamos espantando todos

- Isso mostra como somos fortes! - Luffy comemora mostrando os projetos de músculos do braço e Ace o empurra pro lado - Ei! Mas eu também tô com fome.

- Podíamos ir naquele restaurante da cidade

- O de lámen?

- Isso! - Ace apontou para Sabo como se ele estivesse pensando o mesmo

- A gente não tem dinheiro - S/n diz e faz um bico em tristeza

- Nós não precisamos de dinheiro

O sorriso que Ace deu fez a garota arregalar os olhos e se virar imediatamente para Sabo que tinha a mesma feição de confusão de S/n. Luffy comemorou e pulou em cima da garota logo a puxando dali e começando a escutar o plano de Ace. Não era seguro, nem um pouco seguro e todos ali sabiam disso, mas mesmo assim, aceitaram porque queriam mais uma aventura – e também porque estavam com muita fome.

Andaram até a cidade dos nobres passando pelo terminal disfarçados. S/n estava em cima de Ace, que estava em cima de Sabo que estava em cima de Luffy. Aquilo não tinha como dar errado, não é?

S/n desejava imensamente que não, ela não tinha dinheiro e nem tinha levado nenhuma arma se não canos que roubaram do terminal.

Ninguém suspeitou, o disfarce os fez parecer uma pessoa importante, alguém que não poderia ser revelado e que precisava urgentemente do melhor lugar, do mais reservado e da melhor comida que poderiam ter. Pediram uma grande quantidade de Lámen. Era óbvio que o garçom tinha estranhado de início, mas ignorou totalmente quando S/n fez uma voz grossa como se estivesse exigindo imediatamente que o lámen chegasse. Cada hora, um fazia a voz grossa, menos Luffy que não conseguia.

Assim que ficaram sozinhos no pequeno lugar, retiraram o disfarce e cada um deles se sentou em uma cadeira comendo desesperadamente aquela comida deliciosa. Isso fez a garota sentir falta da comida de Makino, mas principalmente da do navio de seu pai que sempre era repleto de suas refeições preferidas, inclusive, torta. O garçom apareceu pela porta e S/n imediatamente pegou as bandejas com pratos antes mesmo dele poder entrar e acabar espiando alguma coisa.

- Torta? - Seus olhos brilharam quando o pedaço generoso estava em um dos pratos

- Luffy disse que gostava - Ace diz sem se virar e dando de ombros para ela - Só tinha esse sabor.

- Obrigada… Ace. - Sorriu minimamente levando o prato para mesa e o devorando, olhou para o garoto e quando sobrou um pedaço arrastou o prato até ele - Experimenta.

- É seu

- Come, você vai gostar. - Ace hesitou. Mas S/n pegou o garfo e colocou rapidamente em sua boca se distraindo enquanto ele engasgava com o pedaço de torta que estava sendo enfiado goela abaixo. Acabou não vendo que Luffy fazia bolinhas em seu copo de água. Sabo segurava o riso e segurou ainda mais quando S/n se voltou para beber a água - Que foi?

- Nada. - Sabo mentiu virando o rosto para o outro lado e logo acabou não vendo que Luffy fez a mesma coisa em seu copo.

 

S/n gargalhou e em seguida Ace fez a mesma coisa junto com Luffy e Sabo. Pela primeira vez, os três estavam rindo todos juntos e se divertindo completamente.

Fizeram o último pedido e a garot se apoiou na janela para observar a cidade. Tombou a cabeça para o lado quando viu um garoto de idade parecida com a dela, talvez um ano mais velho ou dois. Era loiro e os cabelos eram na altura dos ombros vestindo uma roupa completamente formal mas que não aparentava ser daquela cidade de nobres e sim da vila. S/n nunca tinha o visto, pelo menos, não antes de ir para as montanhas.

- O que está olhando? - Sabo perguntou se colocando ao seu lado

- Quem é… aquele? - Apontou pela janela mesmo que estivesse bem no alto

- Ele é… - Sabo hesitou. Hesitou porque nenhum deles sabia de onde o garoto veio e talvez mostrar que conhecesse não seria bom. O garoto não sabia de fato o nome dele, mas pelas roupas conseguia identificar muito bem - É filho de um comerciante, da vila. Todo mês eles vêm até aqui e entregam algumas mercadorias.

- Você conhece bem aqui - S/n o olhou mas não estava desconfiada de nada e Sabo agradeceu por isso

- Eu vivia aqui perto. Só… por isso. Por que ficou interessada?

- Ele é… bonito. - Corou. Suas bochechas tomaram um tom cor de rosa e ela virou o rosto para o outro lado dando de cara com Ace e Luffy em cima dele.

- Não gosto dele. - Ace diz

- Você conhece ele?

- Não. Mas não gosto. - Ace a olhou emburrado - Ele não parece ser legal.

- Você quer ser namorada dele? - Luffy perguntou a S/n que arregalou os olhos e se distanciou da janela fazendo a ficha de Sabo cair e ele olhar bem para o garoto

- Nã…não! Eu não tenho idade! Meu pai falou só depois dos 30!

- Eu também não gosto dele. - Sabo concorda com Ace - Ele não serve pra você.

- Que? Mas eu nunca…

- Não. - Ace fez uma cara de quem não gostou e fez um bico. - Ele não combina com você e vai te machucar aí eu não vou gostar.

Luffy assentiu. Mesmo não tendo entendido nada, a parte do machucar S/n o tocou e o fez pensar melhor e não gostar do garoto.

E Ace estava certo. Sabo estava certo. No futuro, aquele garoto a machucaria e apenas Luffy estaria ali não só para secar as lágrimas de um coração partido, mas também para mostrar ao garoto seu soco de pistola.

Quando a mulher finalmente percebeu que eles eram os famosos: Ace, S/n, Sabo e Luffy, os quatro tiveram que pular da janela e saírem correndo o mais rápido possível dali. Nesse meio tempo, esbarram com um homem nobre que conhecia Sabo e assim que chegaram em um local seguro o obrigaram a falar a verdade.

- Eu.. eu não sou um garoto órfão e não cresci no terminal das cinzas.O homem que me chamou na rua, era meu pai. Eu menti para vocês, perdão.

- Ele se desculpou. Temos que perdoá-lo.

- Não tão rápido, quero ouvir a explicação dele.

- Eu também - S/n concordou e se agachou na frente de Sabo - Se você vem de família nobre, por que se finge de órfão?

- Porque eu queria ser livre.

S/n assentiu e escutou toda a história dele. Quando terminou ela se sentiu triste por ele, e ao mesmo tempo feliz por que seu pai foi tão bom pra si. Ela abraçou forte Sabo e desejou que todos pudessem ter a experiência boa que ela teve com o seu, com Shanks. Sabo de início se assustou mas logo a abraçou de volta e se levantou assim que se desvincularam daquele abraço.

- Ace, Luffy, S/n. Quando crescermos, vamos ser livres e navegar por todo esse mar! - Apontou diretamente para o mar - Eu quero estudar, não só navegação! Vamos ficar mais fortes e finalmente vamos nos tornar piratas!

- Eu serei um grande pirata e terei a fama de derrotar todos os outros! E aí provarei que mereço viver! O mundo pode me odiar, mas vou provar e meu nome será conhecido pelo mundo todo!

- Bem - S/n sorriu e se colocou ao lado de Ace - Eu serei a pirata mais forte de todas e serei temida por todos, até mesmo por vocês.

- E eu serei….! - Luffy berrou e começou a rir desesperadamente

- Seu idiota eu pensei que você ia dizer alguma coisa! - S/n diz mesmo sabendo o que ele gostaria de ser, Ace coçou a cabeça não acreditando naquilo e Sabo gargalhou

- Você é uma piada, Luffy! Mal posso esperar para ver o que vai ser de você.

- Mas se todos nós vamos ser piratas, então como vamos juntos?

- Eu não vou ser capitã, então quem…

- Você vai comigo - Ace diz

- Não comigo! - Sabo retruca

- Só eu posso proteger ela!

- Você nem gostava dela!

- Mas ela vai comigo, com você ou com o Luffy vai morrer em um minuto!

- Ela vai me fazer ser o Rei dos piratas! - Luffy gritou e os dois olharam para ele assustados - Se quiserem podem vir no meu navio também.

- NÃO!

- VENHAM A BORDO! SE EU CONVIDEI VOCÊS TEM QUE ACEITAR!

- Nunca que isso vai acontecer!

- É, nunca!

- Por que não?!

S/n gargalhou. Se jogou na grama e riu mais um pouco antes dos outros se juntarem a ela rirem contando sobre os planos futuros. Ace teve uma ideia, e antes do pôr do sol ele voltou para a floresta com quatro recipientes e uma garrafa de saquê roubada da Dadan.

- Bem, vamos esperar até essa hora chegar. Vai ver, cada um acaba partindo na sua própria hora.

- Ah, você roubou bebida da Dadan!

- Vocês sabiam? Se bebermos esse saquê juntos, vamos nos tornar irmãos.

- Mas eu já sou irmão da S/n

- Agora seremos nós quatro

- Quando nos tornarmos piratas, talvez não estejamos a bordo no mesmo navio, mas estaremos sempre ligados ao nosso laço fraternal. Onde quer que estejamos, o que quer que façamos, estaremos sempre unidos. Então de agora em diante, somos irmãos!

- Isso!

Beberam em um gole só o saquê e S/n sorriu vendo a careta que agora, seus três irmãos fizeram querendo vomitar aquela bebida. Se perguntaram como ela tinha gostado, aquele saquê queimava na garganta dos três enquanto S/n abraçava-os feliz por agora, tê-los como parte de sua família.

 

 

Zoro estava com a cara emburrada assim que deixei de ser um peso e ele pegou uma toalha para secar o rosto completamente suado. Sentei esperando por ele que guardava os halteres no lugar. O mesmo me encarou arrancando a camisa do corpo e jogando em qualquer lugar dali.

- Não vai por pra lavar?

- Depois. - Deu de ombros e se jogou do meu lado e logo parte de seu olhar virou para o meu e depois desviou - Foi lá que conheceu aquele cara que Sabo mencionou?

- Sim.

- Bem, tenho algum lugar para ir depois

- Eu nem sei se ele ainda está vivo

- Se estiver, vai ser por pouco tempo

- Ual, ficou super protetor?

- Não. Só não gosto que machuque minha mulher, mesmo que eu ainda nem soubesse da sua existência. - Me aproximei um pouco e beijei sua bochecha que tinha um gosto salgado pelo suor e logo fiz uma careta - Não está tão ruim. - Arqueei as sobrancelhas, ele suspirou - Certo, está ruim. Mas não tanto. Não preciso de um banho.

- Ah, você precisa sim, inclusive antes do almoço

- Dá pra dormir antes do almoço - Levantei as sobrancelhas e fiquei em pé em sua frente cruzando os braços, Zoro não deu bola e virou o rosto para o outro lado

- Certo, você dorme no seu quarto hoje. - Rapidamente voltou a olhar pra mim e se aproximou deixando que seus cotovelos ficassem apoiados em seu joelho - O que foi?

- Momonosuke está lá.

- Ele está em Wano e ainda não chegamos em Wano.

- Vai mesmo fazer isso?

- Se você não tomar banho

- Droga, S/n. - Resmungou e jogou o corpo para trás - Que saco, o que eu não faço por você?

- Me diga você.

- Só vou se você for junto - Sorriu de lado e balancei a cabeça não acreditando - Só assim.

- Certo, eu vou. - Me posicionei no meio das pernas de Zoro e me abaixei minimamente para deixar um selinho em sua boca - Por que ficou estranho hoje cedo?

- Quando?

- Lá, no Chopper, pareceu… decepcionado.

- Não. - Zoro fechou os olhos e tombou a cabeça para trás - Não foi decepção é só… o sonho parecia muito real e talvez… bem talvez, eu tenha gostado um pouquinho.

- Quantos eu quiser, certo? - Ele assentiu com um sorriso de lado levando as mãos até minha cintura - Depois do One piece.

- E depois de você se tornar completamente minha.

- Eu já não sou?

- Você sabe. - Zoro abriu um pouco o olho apenas para ter certeza que eu estava olhando para sua boca e eu realmente estava - Depois do que te pedi.

Ele não iria falar novamente. Pelo menos não ali e não naquele momento. Mas eu sabia, eu soube desde o momento em que me assustei quando ele mencionou que iríamos nos casar depois do One piece e acabei por gargalhar quando lembrei do nosso início, de quando ainda ficamos sem saber como agir um com o outro por apenas beijar. Ele me encarou sem entender.

- Sabe, uma vez você disse que não iríamos nos casar - Falei e ele assentiu me puxando para mais perto e segurando meu rosto com as duas mãos finalmente abrindo os olhos - Antes de entrarmos na Grand Line

- Eu menti, amor.

(...) 

 


Notas Finais


Que deus usopp abençoe vocês! ^^


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