1. Spirit Fanfics >
  2. Rosa Azul - Hyunsung >
  3. A semente

História Rosa Azul - Hyunsung - A semente


Escrita por: geniusbang

Notas do Autor


Olá gafanhotos

Uma coisa que sempre esqueço de dizer aqui é que rosa azul tem uma playlist no spotify fml, pra quem quiser escutar enquanto lê, sinta-se à vontade:

https://open.spotify.com/playlist/2LIBOuhDB2Ql7TvFlj3TJA?si=1eguix7ZQPmR8o44tE8Anw&utm_source=copy-link

Capítulo 34 - A semente




— E se eles nos expulsarem de lá atirando facas? — Tzuyu questionou.

— Se nós fôssemos demônios, talvez. Mas como não somos… — Mina tranquilizou.

O terceiro pedaço se localizava em nada menos do que a Cidade Dourada, Aurum. Entrar lá seria um pouco difícil, ainda não tinham planejado tão bem essa parte. Não podiam contar dos cálices, e também não tinham a menor chance de entrar sorrateiramente. Passar pelo sistema de segurança dos arcanjos era tão fácil quanto acender uma fogueira esfregando duas batatas. 

— Você sabe onde estamos? Porque eu já tô perdidinha. 

A floresta que havia antes da cidade parecia um labirinto. Com as árvores secas e a neblina excessiva graças ao ponto alto que Aurum se localizava, ficava difícil se achar.

— Sei sim, fica tranquila. Já vim aqui algumas vezes para reuniões celestiais e para o dia do Sangue Dourado. 

O feriado do Sangue Dourado era algo exclusivo dos anjos, arcanjos e serafins. Acontecia uma vez a cada cinquenta anos que servia para homenagear entes queridos, estejam eles vivos ou mortos. Como Aurum era onde ficava o cemitério celestial, os portões eram abertos para a pessoa acender uma pequena chama perto da lápide, e várias lâminas douradas eram feitas para ser entregues como presentes para alguém especial.

 Não havia corpos debaixo da terra, já que quando um ser sobrenatural falecia, seu estado físico se desintegrava e voltava para sua origem espiritual. Para os seres de Rosel, era para a própria natureza. Para os de Elijah, os céus. E para os de Ethan e Lúcifer, para o inferno. 

Se a pessoa presenteada está morta, a lâmina era cremada nessa pequena chama, e caso a estivesse viva, bastava entregar a lâmina para ela. Um dia especial tirado para mostrar respeito a alguém que você admira e sente saudades. E sob nenhuma hipótese, a lâmina dada à você deveria ser usada para tirar sangue. É um presente destinado para o conforto da lembrança. 

— Para quem foi a última lâmina que você entregou? — A feiticeira decidiu perguntar.

— Para Jeongin. Minho entregou para Aurora, e Jisung para o Heidely.

— Foi aquele que morreu… — Chou ponderou.

— No massacre do Felix, sim. Jisung nunca fala muito dele e nunca tive coragem de perguntar a Minho. Mas chega de assuntos tristes, porque vou ter que pedir gentilmente à Kyan que cale a boca um pouco.

Ela disse ironicamente, e as duas viraram o rosto para o feiticeiro que mal disse uma palavra desde o início do trajeto.

— Hm? — Murmurou com desentendimento.

— Você está falando tanto quanto essas árvores — cutucou Mina com um sorriso brincalhão.

— Ah… só estou um pouco nervoso por entrar em Aurum, só isso. 

— Você sempre fica nervoso quando mencionamos qualquer coisa sobre arcanjos — observou Tzuyu. — Tem algo para nos contar?

— Ah sim, caso vocês não saibam, eu ajudei Felix a fazer o fogo para destruir a maior parte da cidade — respondeu ironicamente, ganhando um tapinha no ombro da platinada.

— Nem brinca com isso, seu maluco.

— Ok ok, desculpe.

— E já que entramos nesse assunto, se vocês fossem celestiais, a quem dariam uma lâmina?

Os feiticeiros tiraram alguns segundos para pensar.

— Para o Seung. 

— Para o meu antigo amor. 

As duas garotas pararam de caminhar um pouco para olharem estáticas para o rapaz.

— O seu o que? — Disseram ao mesmo tempo.

— Um dia eu conto pra vocês. — Prometeu em um sorriso mínimo. — Mas com certeza não agora, porque acho que erramos o caminho já que estamos a alguns metros de um precipício.

Elas olharam para a frente de novo, vendo o final da trilha com um grande buraco que a neblina não permitia ver a outra ponta.

— Mina, você disse que sabia o caminho!

— E sei — garantiu ela. — Aurum está bem na nossa frente. 

Os outros dois se olharam como se fosse a vez da anjo estar chapada, fazendo a loira dar um riso baixo.

— Relaxem, é só me seguir. 

Ela exibiu suas asas, disparando para frente além da neblina antes que pudesse receber qualquer resposta. Kyan e Tzuyu se olharam com tédio, revirando os olhos e cruzando os braços enquanto esperavam a ficha de Myoui cair. Alguns segundos depois, ela retornou para o chão com um sorriso sem graça.

— Ah… foi mal. Eu esqueci. 

O fato de asas serem tão naturais para os celestiais ao ponto de esquecerem que apenas eles as possuem era um grande ponto que contribuía bastante para os seres da natureza não irem com a cara deles. 

— Vidas terrestres importam, tá? — O feiticeiro alfinetou.

— E importam muito — completou Tzuyu.

— Tá, tá, vacilei. Segurem em mim. 






࿇ ══━━━━✥◈✥━━━━══ ࿇





Aurum era de tirar qualquer tipo de fôlego. 

As construções brancas com detalhes dourados eram tão majestosas que pareciam até uma miragem, principalmente a construção principal que parecia um Palácio, que se tornava cada vez mais imenso conforme Mina se aproximava. Não precisava ser um gênio para adivinhar que se tratava do centro de treinamento dos arcanjos. E se você observasse bem, dava para ver alguns deles no topo da construção tendo treinos de voo.

Precisava admitir, aquele parecia o próprio paraíso. 

Mas foi apenas pousarem no chão para o brilho do lugar sumir e ser substituído por medo quando tiveram diversas espadas de todas as direções apontadas para o trio. Não tiveram nem tempo de localizar de onde tinham vindo. 

— Chloe. — Ressoou uma voz feminina que não conseguiram identificar a origem. — O que temos?

— Uma anjo, Capitã — informou a tal Chloe, uma das donas das lâminas que cercavam os três. — E dois seres da natureza, eu acho.

— Feiticeiros. — Os dois responderam em uníssono. 

— Verifiquem. — A voz ordenou. No mesmo instante, três arcanjos foram até eles e antes que pudessem piscar pegaram seus antebraços e um corte pequeno e rápido foi feito.

— Ai! — Kyan reclamou.

— Ei! Vocês são péssimos em hospitalidade de boas-vindas, sabiam? — Tzuyu se queixou acariciando a área do hematoma. 

— Relaxem, é só um procedimento para evitar invasões de demônios. Eles colocam o sangue ali naquela vasilha transparente — apontou para o objeto que era segurado por Chloe. — Se o vidro ficar branco, é porque são seres puros. Se ficar negro, ser infernal. 

A arcanjo mexeu o recipiente por alguns segundos, e a Chou assistia a cena nervosa mesmo sem saber o porquê. Sabia que nenhum dos três eram demônios, mas mesmo assim sentia-se agoniada. E se a vasilha der defeito e virarem picadinho e…

— Afirmativo, seres puros. — Decretou Chloe para seu alívio e só então os outros baixaram a guarda e guardaram de volta as espadas, mas não se afastaram.

— Ótimo. E o que fazem aqui? — A dona da voz finalmente deu as caras após o grupo de arcanjos abrir espaço para ela passar. 

Tzuyu imediatamente sentiu medo dela, com aquela postura séria e dominante que emanava a cada passo com as mãos para trás. Suas feições eram jovens, mas os cabelos loiros presos num coque alto a davam um ar bem adulto. E pelo jeito, tinha o cargo de Capitã da Guarda.

— Ã… bem, nós… — Mina teve que tomar a frente, já que Tzuyu estava paralisada demais para falar.

— Aurum não está em período aberto para visitas. — Cortou ela rapidamente. — Vou ter que pedir gentilmente para que deem meia-volta.

"Gentilmente", há! Apesar de estar com medo, Tzuyu ficou com raiva. Toda aquela aura de superioridade e arrogância naquela espécie lhe dava nos nervos. 

— Não viemos para visita — a feiticeira conseguiu dizer, decidindo usar uma cartada geniosamente arriscada. — Estamos aqui a pedido de um de vocês.

— Quem? — A tal Capitã questionou numa feição tediosa. Grrrr.

— Han Jisung.

Imediatamente o tratamento começou a ser outro, com a mulher desfazendo o sorrisinho discreto e erguendo as sobrancelhas ao mesmo tempo que os outros ofegaram e passaram a sussurrar entre si. 

— Nos enviou para cá para fazer um favor a ele — continuou.

— Que favor?

— Ele mandou não dizer. Disse que não devia nenhuma satisfação a vocês. 

— Hm, isso é a cara dele. — Concluiu a Capitã, semicerrando os olhos na direção do trio. — E vocês por acaso tem alguma prova disso, amigos do Jisung?

Mais uma vez, Tzuyu teve que pensar rápido. 

— Aqui — retirou o colar com um recipiente cilíndrico de pingente, o exibindo. — O sangue dele. Podem checar.

A loira ergueu só uma sobrancelha dessa vez, pegando o acessório e o levando para a vasilha.

— Com o sangue de vocês, funciona diferente, né? — Mina sibilou. — É proporcional à lâmina que o dono possui. Se for de ferro, ficará cinza. Bronze ficará laranja, prata será o próprio prata. E de ouro…

Na mosca. A vasilha se tornou dourada. 

Chloe ergueu o olhar para a Capitã, que suspirou profundamente. Foi um golpe imensurável de sorte, afinal, nenhum arcanjo em juízo perfeito negaria sequer um copo de água para Han Jisung. E por sorte, o sangue de arcanjo dele era forte o suficiente para encobrir o sangue de demônio no teste da vasilha.

— Muito bem, então. — Cedeu sinalizando com a cabeça para os dois arcanjos que guardavam a entrada do enorme portão duplo, que não tardaram em abri-lo. A feiticeira não conseguiu segurar o sorrisinho que enfeitou seu rosto. 

— Eu costumava rezar à Elijah para nunca mais voltar a vê-lo, Kyan. — A Capitã disparou de repente, fazendo as duas pararem o passo e olharem para o feiticeiro com um ponto de interrogação na testa. — Parece que ele falhou comigo.

— É um prazer falar com você de novo também, Leah. — Respondeu antes de voltar a andar e os dois trocaram um último olhar recheado de tensão antes de se afastarem o suficiente para a sessão de perguntas começar.

— O que foi aquilo? — A feiticeira inquiriu.

— Você conhece ela?

— Posso ter brincado quando disse que era o cúmplice de Felix, mas tenho um certo passado com arcanjos. E não, zero chances de eu contar tão cedo, não importa o quanto insistam. 

Elas balbuciaram um "Ah" em decepção, suspirando.

— Mas então… Conseguimos entrar, mas qual é o plano agora? — Tzuyu questionou. — Aonde precisamos ir é extremamente restrito e não faço ideia onde é. E duvido que algum desses "amores de pessoa" se ofereça para nos mostrar o caminho nesse lugar enorme. 

— Tenho uma ideia — anunciou Kyan. — Mina, sabe onde as armas são fabricadas?

— No subsolo, se não me engano. 

— Vamos até lá.





࿇ ══━━━━✥◈✥━━━━══ ࿇






— Por que estamos aqui? Eu estou derretendo. — Queixou-se a feiticeira.

— É porque as armas são moldadas em temperaturas altamente elevadas. Mas juro que isso tem finalidade, só preciso encontrar uma pesso-

Sua frase foi cortada por uma quarta presença se colocando na frente deles de surpresa, fazendo Mina e Tzuyu gritarem de susto e se abraçarem involuntariamente perante à silhueta com uma máscara bem semelhante com a da peste negra, faltando apenas o bico enorme. E além disso, carregava uma espada enorme na mão aquecida em brasa.

— Não acredito no que eu tô vendo — ressoou deixando a espada recém-feita de lado e revelando seu rosto desacreditado, e imediatamente a pose de perigo foi embora. — Kyan?

— Oi, Maryse. — Cumprimentou ele, sendo recebido com um abraço da mulher. 

— O que em nome de Elijah faz aqui? Pensei que nunca mais iria te ver de novo. E quem são essas?

De novo, não estavam entendendo nada.

— Essas são Tzuyu e Mina, minhas amigas. Precisamos da sua ajuda. 

— Ah, claro — declarou a mulher puxando os cabelos presos suados num coque desajeitado. — Só vamos sair desse forno primeiro.

Eles subiram os andares e foram para um dos pátios, onde tomaram o bancos de madeira dali.

— Então, a que devo essa visita inesperada?

— Estamos em uma missão. Não posso te dizer qual, só que é importante. E precisamos que você nos leve até a sala de tesouros de Aurum. Tem uma coisa lá que temos que pegar.

— Mas não vamos roubar nada — Tzuyu apressou-se em dizer.

— É — concordou Mina. — Vamos pegar um objeto nosso que acabou indo parar lá.

— Sei que parece historinha pra dormir, mas é a verdade — finalizou Kyan, fazendo Maryse respirar fundo.

— Mesmo que eu acredite em vocês, mesmo que queira ajudar… não posso. Não tenho mais permissão para ir lá desde o meu exílio. 

— Ah… — Kyan murmurou.

— Exílio? Como assim? — A anjo perguntou. 

— Uma longa história. Acha que minhas habilidades se limitam a ser uma armeira? Eu era uma das melhores, loirinha. Mas fui sentenciada a fabricar armas pro resto dos meus dias para preparar e assistir arcanjos a viver os dias de glória que nunca mais vou viver.

— Cruel. — Tzuyu concluiu, vendo a arcanjo dar de ombros.

— Podia ser pior. Além disso, não tenho arrependimentos do motivo do meu exílio — a firmeza com que falou isso a obrigou a acreditar nela. — Mas de qualquer forma, sinto muito. Sou tão útil pra vocês agora quanto uma porta.

— Eu odeio pedir isso a você, mas será não pode… arriscar? — A feiticeira disse receosa. — Com esse objeto, eu posso recuperar meus poderes e ajudar muitas pessoas em apuros, inclusive o próprio Jisung. Ele no momento está numa situação… delicada.

— Espera, Jisung está numa fria? — Indagou alguém que não era nenhum dos quatro, fazendo os citados virarem a cabeça ao mesmo tempo para uma mulher que caminhava rapidamente até eles. O cabelo castanho longo que ia até sua cintura cintura balançava com a pressa que andava, assim como bainha que guardava no cinto batia em sua calça legging preta que realçava suas pernas longas.

— Ah… bem, é…

Droga, que puta descuido. E se ela abrir o bico?

— Se Jisung está em perigo, quero ajudar. — Declarou rapidamente.

— Nobre da sua parte, mas quem é você? — Kyan perguntou.

— Me chamo Yeejin. Posso levar vocês até a sala dos tesouros. 






࿇ ══━━━━✥◈✥━━━━══ ࿇






— Então, de onde veio esse afeto por Jisung? — Tzuyu questionou enquanto Yeejin os conduzia para o local prometido.

— Ele foi meu primeiro degrau para me tornar o que sou hoje — explicou com um sorriso. — Acabei de me tornar uma caçadora. Queria o ver de novo para o agradecer e ver que a semente que ele plantou em mim deu grandes resultados, mas ele nunca vem pra cá por causa…

— Yeejin! — Uma voz masculina distante a chamou, a fazendo congelar no lugar na hora.

— …dele. — Completou com os olhos arregalados. — Rápido, ele não pode ver vocês, se não vai fazer perguntas. Se escondam ali, agora!

Ela empurrou os três em direção ao armário de comida da cozinha que estavam passando, fechando com cuidado para não fazer sons. O trio se entreolhou nervosos, passando um zíper imaginário em seus lábios.

— O que está fazendo? — Escutaram o homem perguntar e imediatamente tiveram uma pequena demonstração do porquê Jisung não pisava mais ali. Apenas aquela voz grave foi o suficiente para lhe causarem arrepios de cima a baixo. — Está quase na hora do treino da tarde.

— Queria fazer um lanche rápido, treinador — justificou Yeejin. — Não comi no almoço por identificar veneno em minha refeição de hoje. 

Um silêncio torturante prosseguiu nos próximos segundos, que entenderam como um sinal que Siwoo ponderava se a garota falava a verdade ou não.

— Seja rápida, então — declarou ele por fim. — Já conhece meu nível de tolerância para atrasos.

— Sim, senhor. — Prometeu ela e os três esperaram ansiosamente para ouvir os passos dele se afastando, mas a próxima frase do rapaz foi como um soco no estômago.

— Yeejin.

— Sim?

— Abra o armário.

A alma dos feiticeiros e da anjo derreteu para fora do corpo, deixando apenas o frio na barriga e os corações acelerados.

— Me permite perguntar o motivo, senhor?

— Não questione, obedeça. 

"Vida, foi ótimo vivê-la." — Pensou Tzuyu conforme os passos da arcanjo se aproximavam cada vez mais da porta até a maçaneta ser rodada.

Por uma sorte colossal, os três se localizavam atrás da porta e Yeejin a empurrou o suficiente para quase esmagá-los ali sem que suas presenças de tornassem visíveis.

— O que planeja comer? — Ele perguntou de repente.

— Eu… pretendia pegar barrinha de cereal.  

Eles prendiam a respiração, por mais difícil que fosse com o nervosismo. O silêncio agonizante voltou até o treinador comandar:

— Pegue duas. Quero uma também. 

— Ah… claro. — Murmurou tentando conter a tremedeira na mão conforme alcançava o alimento citado, que felizmente estava logo na primeira prateleira do lado contrário da porta, fechando-a novamente. — Aqui, senhor.

— Obrigado. Vejo você depois. 

Os três quase caíram no chão de alívio quando enfim escutaram os passos pesados se tornando distantes. A última vez que Mina e Tzuyu passaram por uma adrenalina assim foi no porão de certos demônios. 

E alguns segundos depois, o armário enfim foi aberto com a barra limpa. 

— Acho que vou desmaiar — Yeejin sibilou com a mão no peito.

— Nem me fale — concordou Mina.

— Acreditem, ele é tão ruim quanto parece. Seria meu fim se ele descobrisse. Bem, vamos rápido. Não quero enfrentar a fúria dele se chegar um segundo depois do horário. 





࿇ ══━━━━✥◈✥━━━━══ ࿇





— Yeejin, não sabe o quanto somos gratos a você — proferiu Kyan, guardando o pequeno caquinho verde que Tzuyu o entregou enquanto caminhavam para a saída.

— Imagina, estou apenas cumprindo minha dívida com Jisung. Quando o virem, podem mandar lembranças minhas?

— Com certeza — prometeu Mina. 

— Ei, esperem! — Retumbou uma voz atrás deles, revelando Maryse às pressas até alcançá-los. — Como também quero ajudá-los, aqui, peguem.

Ela estendeu uma caixa de metal para eles, que continha três objetos diferentes.

— Imagino que não saibam como usar armas. — Presumiu num sorriso zombeteiro, fazendo Yeejin segurar a risada. É, até os gentis sabem ter o ego inflado.

— É… não — balbuciou a feiticeira.

— Não — silabou Mina.

— Eu sei. — Respondeu Kyan.

— Então essa vai pra você — disse ela estendendo uma espada embainhada. — Essa, pra você.

Ela estendeu o segundo presente para Mina, que franziu as sobrancelhas.

— Pulseiras?

— Ah, não qualquer pulseira — falou colocando as duas tiras de prata nos pulsos, e o trio arregalou os olhos quando ela estendeu as mãos e fios quase transparentes de tão finos saíram dos acessórios e pousaram em uma árvore, queimando uma boa parte do tronco. — Carregada com cerca de mil Volts. Use com sabedoria.

— Nossa… — ofegou a loira, pegando as duas pulseiras entregues novamente à ela.

— E pra você… — ela entregou uma pistola pequena. — Disparam tachinhas com substância dormente. Não vou demonstrar porque elas são limitadas. 

— Uau — elogiou Tzuyu. — De onde veio o veneno paralisante?

— De um intruso que acabou deixando seus rastros aqui. De novo, use com sabedoria.

— Pode deixar. 

Assim que acabaram as despedidas, voltaram novamente para a beira do precipício e Mina abriu suas asas delicadas e extravagantes. Durante o trajeto nos ares, Tzuyu sorriu num sentimento de alívio mas ao mesmo tempo, seu peito se revirava em nervosismo.

Estava um passo mais perto de seu objetivo agora. Porém… também um passo mais perto de encarar Nayeon.






࿇ ══━━━━✥◈✥━━━━══ ࿇





 

— Vamos, raposinha. Estou esperando — Pressionou Ryujin, aumentando a tensão no olhar. Bang continha a respiração tensa, até diminuir o suficiente para sorrir matreiramente.

— Você é paranóica demais, gatinha. É claro que eu estou do seu lado — recitou num falso tom inocente. — Mas ei, por que não pulamos essa burocracia toda e continuamos o que fazíamos antes de Ethan nos atrapalhar? 

Seus braços e pernas estavam imobilizados, mas seu pescoço estava livre o suficiente para inclinar o rosto e passar a dar leves selares no cangote da feiticeira, cujo corpo se virou em revolta. Ele achava mesmo que ia se livrar fácil assim?

— Você vivia reclamando que eu dava mais prioridade pra ele do que pra você, então… ― deixou uma leve mordida na mesma região. — Me deixa compensar isso te fodendo bem gostoso, hm?

A feiticeira estava pronta para xingá-lo em diversas línguas. Era um insulto ele realmente acreditar que era tão facilmente manipulável àquele ponto e…

Até que ele parou o que fazia para encarar a garota seriamente, deixando claro que as frases de antes não passavam de atuação. E então gesticulou em leitura labial:

“Ele deixou uma escuta aqui.” — conseguiu entender. — “Só entra na onda e eu te conto tudo.”

“Onde?” — silabou de volta.

“Não sei. Só sei que começou a ouvir há alguns segundos atrás.”

Ryujin acreditou e aceitou o desafio. Não por confiar nele, mas porque ele literalmente não conseguia mentir naquele momento. 

— Acha mesmo que vai se safar? — Disse quando ele voltou com os beijos no pescoço. Precisava ser convincente, de forma que Ethan não desconfie que sabiam sobre a escuta. 

— Se eu quisesse te machucar, gatinha, acha que já não teria feito isso? Acha que eu abriria minhas portas para você se esconder do bichinho papão? Que eu não teria deixado a sua amada zumbi acabar com você? — Indagava no meio dos beijos que aos poucos foram evoluindo para chupões. Ryujin ofegou. — Se é pra te machucar, quero que seja de maneira divertida.

Ele desceu o olhar para a coxa exposta da mulher e depois olhou para a mão da própria, e ela entendeu o recado. Usando a destra, soltou um gemido baixo e teatral quando lançou um tapa na própria perna como se tivesse sido ele.

— Ainda não confio em você… — balbuciou com a voz fraquejada enquanto se levantava discretamente.

— Então porque está separando as pernas, princesa? — disse com aquela voz macia, e um silêncio pairou no ar antes de Ryujin passar colar a testa da mão nos lábios, simulando um beijo enquanto perambulava pela sala, matutando sobre onde a tal escuta poderia estar. 

Deu uma pausa para tirar a jaqueta, jogando-a agressivamente no chão com se não tivesse sido ela que tivesse feito aquilo. Olhou pelo sofá, na esmuma, pelas costuras, as almofadas, nada.

Então voltou com o “beijo”, até passar a gemer no meio do processo também. Olhou na prateleira de armas, procurando alguma abertura. Nada também. 

Mais um tapa falso.

— Se me mostrar que sabe foder, raposinha, quem sabe eu possa pensar em confiar em você.

Abaixou para ver o piso, mas o mesmo era de mármore. Não tinha como ter aberturas embaixo sem estarem agressivamente aparentes.

— Então me mostra que sabe gritar, gatinha. 

Ela bateu no quadro na parede, fazendo um estrondo como se suas costas tivessem sido arremessadas ali. E aproveitou para verificar se o que procurava não estava ali, e mais uma vez, sem resultados. 

Mais ôfegos e gemidos soavam dos dois enquanto ela passeava pelo ambiente, até se obrigar a aumentar o tom de voz quando o kitsune passou a inclinar o corpo para trás, fazendo a poltrona passar a bater na parede. 

— Chris… — ela chamou entre os gemidos, derrubando os enfeites propositalmente. Tanto para enriquecer a cena, quanto para fins de busca. Ainda, nada. — Continua, assim, vai… 

Ele viu o rapaz encolhendo os lábios para não cair na risada, e Ryujin precisou tirar forças que nem sabia que tinha para prosseguir. Fuçou os armários da cozinha, as cadeiras, tudo isso enquanto gritava e implorava por mais de algo que estava sequer acontecendo. Mas que porra. Onde estava aquela merda de escuta?

Ela estava quase surtando quando enfim seu olhar caiu para o cinzeiro em cima do balcão. Era algo que ninguém mexia, e quando mexia simplesmente virava os restos de cigarro no lixo sem olhar muito pra eles.

Mais do que depressa, pegou o objeto e despejou o conteúdo em cima do balcão, e sua atenção imediatamente se prendeu à uma guimba que se encontrava bem menos amassada que as outras. Pegou o conteúdo entre os dedos, tendo sua certeza pelo material duro que aquilo não era um cigarro. Ryujin balançou os dedos na direção do objeto, o envolvendo numa esfera de sombras de ilusão que faria com que Ethan escutasse o que ela quisesse, e não o que realmente acontecia.

Em seguida, a mulher se desmanchou em alívio enquanto dava passos para trás e encostava a cabeça em um dos armários.

— Isso foi humilhante. 

— Eu achei lindo de ver — zombou Bang. — Mas acho que gostaria bem mais se fosse real.

— Cala essa matraca — ordenou voltando para perto da poltrona. — E desembucha.

— Não tá afim de me soltar antes?

— Não. Agora fala. 

Christopher revirou os olhos antes de enfim revelar o que ela tanto queria.

— Eu já te falei, estou do seu lado.

— Então o que foi aquilo?

— Eu precisava convencer Ethan que estou do lado dele. Mas não estou fingindo com você. 

— Por que não me contou nada?

— Por causa da escuta. Eu tinha que agir como se estivesse tudo nos eixos. 

— Bom, ele não está ouvindo agora. Me conta qual é o tal plano Coroa de Vidro.

Ele deu uma pausa para uma piscada longa antes de prosseguir. Ryujin se preparou.

— A ambição de Ethan não tem limites, nem mesmo quando conseguiu o inferno. Ele agora quer mais. 

— Espera. "Speculo" é vidro em latim. Então…

— É. — o ruivo confirmou. — Ele quer o domínio de Speculo.

— Puta que pariu. 

— É por isso que ele ressuscitou Soyeon. Ele só escolheu ela por ser a única serafim que conseguiu se aproximar quando estava vulnerável na beira da morte quando você cravou uma adaga no coração dela. O fato de vocês terem vivido algo é uma coincidência infeliz. Depois que você saiu, Ethan a acolheu. E como a ressurreição não é um processo fácil, demorou até conseguir fazer Soyeon acordar. Mas agora que conseguiu… há pouco que possa pará-lo. Se só ela é o suficiente para driblar nós dois, imagina um exército.

— Você sabia que Soyeon estava sendo usada para teste esse tempo todo? 

— Não, só sabia que era algum serafim.

— Então ele planeja transformar todos os serafins em máquinas de batalha alienados?

— Basicamente. 

— E o lado negro? O que ele planeja fazer?

— Permitir a livre circulação dos demônios.

Ryujin teve que desabafar no sofá para seu cérebro aceitar a informação. Se Ethan conseguisse o que queria, o lado puro iria virar o caos. Os seres infernais estavam separados do resto por um motivo, porque demônios nasceram para conviver apenas com demônios. Existem exceções, mas são pouquíssimas. Se fossem livres para fazer o que quiserem no lado puro, seria uma carnificina. 

Tudo bem que isso não era bem problema deles, muito pelo contrário. A espécie favorecida ali seria a deles, mas tem um porém. O resto deles estava em vantagem, mas não eles em específico. Seria só uma questão de tempo até Ethan determinar a inutilidade de Ryujin e decidir matá-la logo depois de tomar seus poderes. 

Sem contar que a vida de Christopher voltaria a ser um inferno, literalmente. Depois que assumisse o trono, Ethan não o deixaria em paz nunca mais para garantir que ele está fazendo tudo certo. 

Ou seja… fodeu.

— Há uma remota chance de conseguir impedi-lo?

Esperar uma resposta de quem não podia mentir era para ser bem menos agonizante do que aquilo. 

— Se fizermos tudo certo, talvez. 

A feiticeira respirou fundo e passou a mão nos cabelos azuis. A herdeira do anjo caído e o herdeiro rei do fogo, os dois maiores filhos da puta que já pisaram naquele mundo, dando uma de heróis. Quais eram as chances daquilo dar certo? 

— Então, agora que sabe que eu não quero te matar... trégua?

Ela semicerrou os olhos por um tempo, graças àquela semente de desconfiança natural que cravou em seu peito após ser traída tantas  vezes. Olhou o kitsune de cima a baixo por alguns segundos, até enfim liberá-lo da corrente de sombras.

— Tá. Mas estou de olho em você.







࿇ ══━━━━✥◈✥━━━━══ ࿇







O aroma fresco e cortante acariciava o rosto dele. Tudo à sua volta parecia mais um borrão, como uma paisagem embaçada. Os braços do garoto estavam suspensos no ar enquanto ele ria com os cabelos esvoaçados como uma criança em uma montanha russa. Ainda lembrava daquela sensação como se tivesse sido ontem. Do dia em que Felix e Changbin perambulavam por aí depois de uma sessão consecutiva de balanços de cama, até avistarem um carro vermelho bordô que parecia brilhar. Era com capota, de um modelo que parecia antigo.

Não era de nenhum dos dois, mas imediatamente ao olhar um para o outro, decidiram unanimemente que agora era.

E não tinha sentido nenhum eles estarem naquela estrada sem rumo algum, agindo como se tivessem alguma coisa. Afinal, eram só amantes.

Mas nunca esqueceram daquele momento. Porque foi ali, ao Felix olhar na direção de Changbin que tinha as mãos ocupadas no volante, que algo aconteceu. Algo nasceu. E daquela semente inédita e inpeserada de liberdade, de euforia, algo bem forte cresceu daquele dia em diante. 

Os dois perderam tudo, em ocasiões e tempos diferentes, mas perderam. E pela primeira vez em muito tempo, nenhum dos dois se sentiram sozinhos. O mesmo mundo que ferrou com a vida dos dois, naquele momento estava à mercê deles, na palma de suas mãos. Eles gostaram de sentir aquilo.

E desde então souberam que estavam fodidos. 





— Não vale espiar — advertiu Lee enquanto guiava o outro com as mãos cobrindo os olhos do mesmo.

— Estou com medo que você me empurre em um tanque ácido.

— Ei! Eu não sou tão não confiável assim!

— É sim.

— Tá, sou sim. Mas esquece disso por enquanto. 

Continuaram o trajeto por mais alguns passos, até finalmente chegarem onde Felix queria. Ele tomou uma boa quantidade de ar antes de enfim dizer:

— Tá, pode abrir. 

Como orientado, abriu os olhos e ofegou no instante seguinte com a imagem capturada por suas pupilas. 

— I-Isso é…

— É.

— Você…

— Sim.

Changbin piscou algumas vezes, não conseguindo segurar o brilho nos olhos conforme passava o dedo pelo material gelado.

— Achei que esse carro nem existia mais.

— Correção: a gente não usou mais. Ficou largado aqui por um bom tempo, então tive bastante trabalho pra deixar ele novinho em folha. Sabe, seria um pecado deixar empoeirado um monumento nosso. Por que… eu, você sabe… — colocou os braços pra trás e ficou balançando o corpo pra trás e pra frente como uma criança. — Eu me importo com a gente. 

Changbin ficou em silêncio com aquela feição séria e neutra de sempre enquanto passava a mão no encosto do banco antes de entrar no veículo e alisar o volante por alguns segundos.

Felix mordeu os lábios nervosamente enquanto esperava alguma mínima reação. Tinha que funcionar, caso contrário, não tinha ideia do que tentaria em seguida.

"Vamos, seu miserável. Me perdoe."

Ele esperou. Esperou, esperou e esperou. Anda, por favor, qualquer esboço de um projeto de rascunho de sorriso… 

E o que veio foi bem mais que isso. O ghoul inclinou a cabeça pra trás num suspiro de rendição, exibindo os dentes antes de declarar:

— Entra aí, praguinha. 

Isso! — Comemorou dando um pulinho empolgado, nem se dando trabalho de abrir a porta e apenas se jogar pra dentro do carro que passou horas limpando, e também nem dando chance a Changbin de falar antes de juntar os lábios dos dois. — Já estava ficando maluco.

— Eu também — respondeu dando mais um selinho no ruivo. — Particularmente é horrível ficar bravo com você. Inclusive, gostou da batida?

— Uma delícia, valeu — elogiou num sorriso enquanto se ajeitava civilizadamente no banco.

— De nada. E então, pra onde?

— Não faço ideia. — Sibilou em um tom animado, fazendo Changbin sorrir mais uma vez. 

— Assim que se fala. 








࿇ ══━━━━✥◈✥━━━━══ ࿇








Minho desabou ao lado do tritão na cama, ambos no mesmo estado de respiração crítica e as pele úmida. E Jeongin aproveitou a posição de antes para se jogar de bruços no colchão, as pernas implorando por descanso e a garganta suplicando água. Esses momentos de eram algo que estavam começando a adotar com certa frequência, era a única distração fora do objetivo deles que os impedia de surtar de vez.

Além disso, pelo menos de fazer aquele esforço físico, o tritão não reclamava nem um pouco.

— Acha que o dono dessa cama ficaria muito puto se soubesse? — Questionou Jeongin, escutando uma risada baixa do arcanjo.

— Provavelmente — disse se aproximando para enlaçar o braço no tronco do tritão, mas este deu um resmungo em reclamação. — Que foi?

— Ainda pergunta? Minha cintura está toda ferrada por causa de certas mãos fortinhas — se queixou se virando de frente pra ele, abraçando o ombro do mesmo enquanto continuava de bruços e jogava uma das pernas em cima da de Minho. — Pronto, melhor. 

Ele deu mais uma risadinha antes de deixar um beijo na bochecha do loiro, este que acabou fechando os olhos de cansaço e poderia até mesmo ter caído na inconsciência, até decidir esticar o braço livre mais para baixo do travesseiro e sentir seus dedos encostando em objeto não identificado que não havia notado antes.

— O que é isso?

— Isso o que? — Perguntou Lee, vendo o tritão esticar o braço até conseguir puxar o conteúdo para fora do travesseiro.

— Parece que é um… feixe de luz — ele mudou sua resposta assim que conseguiu acender. — Uh, de luz negra. Que legal!

E assim o meio sangue passou a brincar com o objeto feito uma criança, Minho apenas observando com um olhar de "está se divertindo?" enquanto isso. E em algum momento, acabou também se entretendo com o trajeto da luz arroxeada até o segundo que a mesma passou por um ponto que o fez franzir as sobrancelhas.

— Espera, volta pra lá.

— Pra onde?

— Ali, no desenho do pentagrama — apontou para a folha citada e o Yang atendeu o pedido. — Está vendo?

O tritão prendeu a atenção no ponto, erguendo as sobrancelhas após notar o detalhe não visto antes por eles.

— Tem… pontos de tinta transparente — observou enquanto Lee se levantava e pegava a folha colada na parede. E é claro que houve alguns segundos de distração e apreciação por parte do meio-sangue ao corpo desnudo do arcanjo.

— Isso não é só um desenho aleatório. Tem algum significado que não estamos vendo — concluiu Minho, voltando para a cama e antes disso, para a decepção de Jeongin, vestiu sua calça larga. — Os pontos vermelhos estão todos nas pontas da estrela do pentagrama, enquanto os pontos transparentes estão nos outros traços, um em cada linha. O que raios isso quer dizer? 

Ele ficou pelo menos cinco minutos a fio matutando e encarando a folha, como se esperasse magicamente que a resposta caísse em sua mente. Droga. A única pessoa que com certeza seria capaz de decifrar aquilo em segundos era justo a pessoa que estavam no processo de busca. 

— Me deixa ver? — pediu o Yang. Não esperava ajudar muita coisa, mas queria tentar.

— Claro — disse entregando o papel para o garoto, que apoiou o objeto no travesseiro enquanto colocou os cotovelos na cama e as mãos no rosto. 

Passeou meticulosamente os olhos claros por cada pedaço da figura, até parar especialmente nos pontos avermelhados. Não tinha reparado neles direito antes por serem de sangue, mas agora fez uma força para olhar pra por tempo suficiente para uma reflexão surgir em sua mente.

— As manchinhas de sangue… me lembram alguma coisa. 

— O que?

— Não sei ainda. Parecem desenhos de arbustos… ou de uma árvore. Não, acho que é uma árvore, uma bem grande. Tipo a que nós vimos na entrada do lado negro quando saímos e quando entramos também. Mesmo a cidade mudando, ela ainda estava ali. 

Só depois que disse aquilo que parou para analisar melhor e esbugalhar os olhos, virando a cabeça para o arcanjo como um raio pra ver se aquilo tinha passado na mente dele também. 

E pela cara do rapaz, sim, ele também tinha pensado a mesma coisa.

— Minho... — Ele ofegou.

— Jeongin... — Chamou de volta no mesmo tom enérgico.

— Minho. 

— Jeongin.

Ficaram nessa por alguns instantes enquanto levantavam o tronco sincronizadamente conforme a ficha caía, imersos em um campo de olhares particular até Minho tomar o papel com tanta agressividade que por pouco ele não rasgou. 

— Pelos deuses. Isso é...

Um mapa. — Declararam em uníssono. Minho perdeu ainda mais o ar.

— Então… o ponto de referência deve ser a entrada. Ela se movimenta a cada sete dias dando um ciclo completo pelos cinco cantos da cidade, e os pontos transparentes devem representar o apartamento, a distância que ele fica da entrada em cada canto que ela está.

— Quer dizer que… se descobrirmos a que distância o apartamento fica da escola e a que distância a escola fica da entrada...

Jeongin nem conseguiu completar a frase, imerso demais no choque por ser sido ele a fazer uma descoberta daquela imensidão. Talvez seja culpa da semente de ansiedade de enfim abraçar o amigo novamente. Mas felizmente não precisou procurar forças para terminar a frase, porque Minho a completou com todo o prazer do mundo:

— É, peixinho. Vamos poder encontrar o Jisung.
















Notas Finais


o Cap foi meio fraquinho na minha opinião, mas ok

Mais uma vez, obrigada pelos favs e pelos comentários, vocês são incríveis. Aliás, podem continuar comentando que eu juro que uma hora respondo tudo

Boa Páscoa pra vocês e até o próximo cap🖤


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...