1. Spirit Fanfics >
  2. Rosa dos Ventos >
  3. Zumbis e Álcool

História Rosa dos Ventos - Zumbis e Álcool


Escrita por: Babsy_

Notas do Autor


Sem querer estragar a imaginação de vocês, mas no gif está como eu imagino o Rapha. Espero que não interfira no Rapha de vocês. <3

Capítulo 3 - Zumbis e Álcool


Fanfic / Fanfiction Rosa dos Ventos - Zumbis e Álcool

Entramos na minha casa. Hoje seria uma típica noite entre amigos. Eu, Matthew, Léo (meu irmão) e Raphael arrumamos tudo: compramos guloseimas, bebidas, jogos novos e algumas outras coisas interessantes, tudo para nos manter acordados. Faríamos o mesmo que fazíamos quando tínhamos 10/11 anos, não dormiríamos, seria como zumbis vivos, e toda essa ideia de infância nos excitava ao extremo.

 Paramos pra comer algo e botamos o assunto em dia, compramos as coisas necessárias pra uma noite memorável e fomos rumo casa. Chegamos lá e Matthew e meu irmão se viram. Eles sempre se deram muito bem e meu irmão sentira muita falta dele, o Léo cuidava do Matthew e do Raphael como se fossem nossos irmãos de verdade, já que sempre me dei muito bem com eles e eles viviam dormindo lá em casa. Meu irmão ficou tão chocado quanto eu em como o Matthew havia mudado, o único que não ficou tanto foi Raphael, que já o via por meio de skype mais frequentemente.

 A primeira atividade da noite foi jogar. Jogamos, e muito. Finalmente paramos e fomos conversar enquanto bebíamos uma Heineken, e até um pouco de vodca. Resolvemos contar histórias antigas, como quando Matthew foi chamar uma garota pra sair, mas antes teve dor de barriga e saiu do banheiro com um pedaço de papel higiênico colado na bunda. Ele ficou meio constrangido mais riu muito. Lembramos também de quando Raphael resolveu que convenceria a Sra. Kelman a passar o Matthew de ano, já que ele havia ficado para recuperação. Ele chegou todo gorduchinho e colocou as mãos na cintura, dizendo “Se você não tirá-lo de lá, eu irei me transformar no Tiranossauro Rex e irei destruir você e a escola toda!”. A Sra. Kelman riu tanto que vomitou. Vomitou mesmo. Também relembraram a maldita história da época da loira do banheiro, que eu jurava que havia a visto lá dentro, vestida de branco e ela havia sorrido pra mim, e por isso nunca mais tinha ido ao banheiro escolar. Numa certa aula de matemática, não me aguentei e me urinei nas calças. Por fim, lembramo-nos da namorada do meu irmão que era italiana. Ele a chamou pra ir lá em casa e, quando fomos jantar, ela deu o maior cuspidão de pizza no olho do Léo. Ele ficou com o olho tão vermelho que nossa mãe perguntou se ele havia fumado um baseado.
    Depois disso, resolvemos contar histórias de terror. Já estávamos um pouco bêbados, então foi só risadas e nada de medo. Meu irmão começou contando a Lenda do Sovaco Gordo. Sim, esse era o nome da lenda, nem queiram saber qual é. Confesso que fiquei com medo – bêbado é triste –, e por isso me aproximei um pouco de Matthew, sem que ele percebesse, afinal era o mais próximo de mim.
Depois, eu contei a única lenda que sabia de cor, a Lenda do Quadro Do Palhaço, e essa lenda SEMPRE me assustava, desde o dia que me contaram. Raphael contou a Lenda Da Mulher Que Não Casou e por último e pra fechar com chave de ouro, Matthew resolveu contar a Lenda dos Zumbis. Pra quê?! Sempre tive uma simpatia perfeita por zumbis. Eu amava zumbis. Achava lindo imaginá-los comendo o cérebro daquelas pessoas fúteis e o cuspindo dizendo que era muito sem informação. Sempre quis que o mundo acabasse por um ataque zumbi. Mas não quando eu estava bêbada. Não mesmo. Quando Matthew acabou de contar, colei meu corpo no dele num salto. Meus olhos estavam assustados e todos começaram a rir de mim, mas Matthew passou os braços pelo meu ombro me tranquilizando e eu me acalmei um pouco. Exatos dois minutos depois, o meu celular tocou. Número desconhecido, olhei pra eles com um pouco de medo, mas antes que me zoassem, atendi num pulo. “Alô?” falei, ressentida. Nada respondeu. Só pude ouvir uma respiração alta. Meus olhos se arregalaram e dei um berro, voando pro meio dos meus amigos e do meu irmão.

“O que aconteceu?” perguntou Matthew, começando a se assustar também. Apontei pro meu celular. “Desligaram”, constatou, ao pegar meu celular, “o que disseram?” me perguntou, curioso.

“Nada, só uma respiração alta”, disse, me encolhendo. Meu irmão me colocou no seu colo, e isso foi bem engraçado. “Me passa essa porra”, eu disse, pegando o copo de vodca com Coca Cola da mão do Raphael e bebendo num gole só pra esquecer o que havia acontecido.

“Calma” falou Matthew, “é só um trote” e deu aquele sorriso tranquilizante.

A cama de todos já estava arrumada no chão, e eu olhava compulsivamente para ela e para a sala inteira, procurando um zumbi. Finalmente dei-me por vencida e constatei que eu estava bêbada (e paranoica). Até me permiti rir do meu chilique. Foi só sair de perto do Léo... Um estalo forte. Faltou luz. Dei um grito mil vezes maior do que o de todos que deram também. Não tive nem tempo de rir deles, a voz falhou e todos nos encolhemos e ficamos olhando confusos para os lados.

“Aonde tem velas?” perguntou Raphael para Léo. Léo ficou olhando fixamente para a porta sem responder. Fiquei apavorada e gritei de novo achando que deveria ter algo ali. Matthew me abraçou e falou pra eu ficar calma, que apenas havia faltado luz. Tentei me acalmar. Olhava pros lados compulsivamente.

“Raphael?!” gritei, vendo que ele não estava entre nós. “RAPHAEL?!” foi mais alto, “ELE SUMIU! FOI OS ZUMBIS!!!!”, disse, fazendo um escândalo.

De repente uma figura distorcida alta e loira entra na sala iluminada. Gritei muito alto e sai correndo junto com o resto dos meninos, inclusive Raphael que era a tal figura com a vela na mão, que não pensou que fosse por medo dele que estávamos correndo. Assustados e vendo que ele corria atrás de nós, começamos a correr mais rápido ainda e só restou a escada.

“O que tem atrás de mim, gente?!” Raphael dizia quase chorando de medo enquanto tentava nos alcançar.
Paramos no quarto do Léo, que era o primeiro, e trancamos a porta. Raphael batia na porta compulsivamente mandando abrir, pra não deixar ele lá com os zumbis. Léo foi até a porta pra salvar nosso amiguinho e viu a figura iluminada, trancou a porta num surto e se jogou na cama, junto comigo e Matthew.

“Pera aí!!!! Abre, não me deixa aqui gente!!” Raphael dizia desesperado e chorando.
A gente se encolheu na minha cama e ficou embaixo da coberta, tremendo de medo.

“Raphael, tem um zumbi atrás de nós, não podemos abrir” eu tentava me justificar pra ele, mas não ouvi mais sua voz.

“Meu Deus, será que o zumbi comeu o cérebro dele?!” Matthew perguntou, me olhando assustado. Fiquei assustada e gritei de novo. Abracei-o com força, enterrando minha cabeça na sua camiseta branca que exalava seu perfume. Estava tão macio e aconchegante... Suspirei. Léo foi se levantando em direção a porta.

“Pera aí Léo, aonde você vai?!” perguntei, temendo que ele tivesse sido enfeitiçado pelo “poder zumbi”. Gente bêbada é um caso sério, imaginação rola solta.

Ele falou que não deixaria Raphael sozinho e pegou uma espada de enfeite que tinha pendurada na parede do seu quarto, e se sentindo um ninja ou qualquer coisa do tipo abriu a porta. Viu Raphael jogado no chão e gritou, já Matthew me abraçou com força e virou pra mim, tremendo. Gritei e fiquei o encarando, tremendo também. Ficamos nos abraçados assim, morrendo de medo.

“O-o-o que foi... Léo?”  Matthew perguntou com medo da resposta.

“Acho que Raphael desmaiou” disse, entrando no quarto com ele no colo, “pera aí, o que é isso?” e ele viu a vela no chão, ao lado de Raphael. “Então era isso... Raphael era o zumbi. Ele estava com a vela” disse, resolvendo o caso como se fosse um grande mistério e se sentindo fazendo parte do Scooby Doo. “Gente, vocês não vão acreditar!” e nos contou novamente, como se não tivéssemos ouvido antes.

Provavelmente Raphael havia desmaiado pela bebida, porque ele ficou meio grogue sem falar coisa com coisa e adormecendo em seguida, ele fora o que mais havia bebido entre nós. Léo jogou-o na cama e se deitou em seguida. Mesmo assim Léo trancou a porta e continuamos encolhidos embaixo do cobertor.

“Já podem se soltar, não tem zumbi nenhum” disse meu irmão, recuperando a sanidade ao me ver abraçada com Matthew. Olhei para o rosto dele e um constrangimento de nós dois ocorreu. Mas mesmo assim não queria o soltar. Mas tive que fazê-lo. Soltei-o, constrangida, e fiquei olhando pro teto. Alguns minutos se passaram.

“Ainda estou com medo” sussurrei. Olhei para Léo e vi que quase dormira, direcionei o olhar para Raphael e ele havia continuado desmaiado. Olhei, por fim, para Matthew. Ele olhava para mim também.

“Se algum zumbi mexer com você, eu mato ele”, disse, e sorriu.

“Pode me abraçar?” sussurrei um pouco mais baixo e coloquei a cabeça em seu peitoral. Ele me abraçou e dormimos assim.

 


Notas Finais


O que acharam? Comentem sua opinião :)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...