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História Rosas para Kim Taehyung - Capítulo único - lembranças, elas doem


Escrita por: truekook

Notas do Autor


quero dizer que essa one está guardada nas profundezas do meu LibreOffice faz MAIS de um ano e eu nunca cheguei a postar pelo simples fato de sentir um medo descomunal de estar fazendo caquinha naksjanks enfim, minha primeira angst, perdoem os erros – ou a falta de detalhes, não sei – e boa leitura para todos!

Capítulo 1 - Capítulo único - lembranças, elas doem


Jeongguk caminhava lentamente por uma pequena trilha bem arborizada e bonita. Sua cabeça estava baixa e seus olhos observavam seus pés descalços e o par de tênis que estava sendo segurados em suas mãos. Abrira o pequeno portão no fim da caminhada pela terra para, finalmente, sentir a sensação prazerosa das gramas em suas solas; acabara por movimentar os dedos, abrindo e fechando os mesmos apenas para sentir os pequenos matinhos dentre eles.

Fechou os olhos e ergueu sua cabeça até que a mesma tombasse para trás, aspirando o ar limpo e sentindo o famoso “cheirinho de mato” que aquele lugar conseguia exalar; estar em meio de árvores e muitos tipos de folhagens rasteiras trazia uma paz interior para aquele homem, mas não naquele exato momento. Encarou a frente de onde estava e suspirou mais uma vez antes de voltar a andar, sentindo seu coração bater de forma descompassada ao mesmo tempo que seus sentimentos iam e vinham de forma totalmente aleatória; era um misto de lembrança da infância e muita tristeza, mas esse era o preço por estar em um local tão único e importante para si.

Tudo o que viera à tona lembrava apenas saudades.

Sacudiu a cabeça na tentativa de arrumar os fios de sua franja e respirou fundo, seguindo em frente no caminho já traçado em sua mente. Acabou por deixar o par de tênis que sua mão segurava escondido no pé de uma árvore; com certeza não lembraria do lugar exato onde havia-os deixado, mas pouco se importava agora. Ergueu ambas as mãos ao alto enquanto ainda caminhava, somente para sentir a brisa fresquinha e os galhos mais baixos tocarem nas pontas de seus dedos, mas nem toda aquela calmaria e tranquilidade faria Jeongguk se esquecer do que fora fazer ali.

Ele sabia bem o que ia fazer e esse ato traria as mais lindas e doloridas lembranças de sua vida.

Esgueirou seus olhos e colocou o antebraço na frente dos mesmos assim que sentiu a claridade lhe atingir com mais intensidade. A área arborizada ia se dispersando aos poucos, liberando uma visão mais ampla do horizonte e trazendo a famigerada sensação de ansiedade no homem que queria logo chegar no tal local; sabia bem o porquê de estar se sentindo daquela forma e tinha a noção de que tudo só pioraria, mas logo ele trataria de se acostumar com tal sensação, já que planejava voltar ali mais vezes. Dera cerca de mais dez passos para chegar na área que tanto queria…

Aquele lindo e maldito campo de flores.

Ali era totalmente aberto e livre de quaisquer sombras, a luz do sol iluminava todas aquelas lindas flores de cores diferentes e vibrantes. Naquela altura, a claridade não lhe incomodava mais, seus olhos estavam descobertos e os mesmos encaravam aquele enorme campo colorido e chamativo; ali era como um lugar especial que só parecia existir em contos de fadas, mas como fora um príncipe que lhe apresentara o local, Jeongguk não descartava a possibilidade de viver dentro de uma história, só que com o final diferente de todas as outras.

Desceu o pequeno declive que levava direto para as diversas flores, caminhando lentamente até elas e sentindo, gradativamente, aqueles maravilhosos aromas que as mesmas emanavam, trazendo mais e mais lembranças para sua cabeça; a cada uma que era relembrada, sentia como se fosse um soco dado em seu coração, seu ar faltava e toda aquela sensação de pesar chegava da forma mais rude e impiedosa possível.

Estava na beira daquele campo quando pôs-se a adentrar nele, tomando cuidado para não amassar as plantinhas tão bem cuidadas pelos donos e funcionários dali. Havia uma trilha bem estreita entre elas para quem quisesse passar por ali; os pés do homem alto e magro estavam sendo castigados pelas pequenas pedrinhas encontradas, mas ele estava pouco se importando com isso, pois a dor que sentia em seu peito e consciente naquele momento superaria todas as outras dores existentes em todo o mundo.

– Sempre me desapeguei fácil das coisas, – fechou as mãos em punhos e coçou ambos os olhos, continuando a andar durante o ato – por que diabos eu não consigo fazer isso agora? – olhou para cima como quem pedisse por alguma ajuda divina, bufando logo em seguida e sentindo a raiva e a frustração se misturarem com os sentimentos de tristeza e saudades.

Levou os dedos esguios até os fios que estavam caídos sobre sua testa e os puxaram com força descomunal, vendo alguns saindo em suas mãos e deixando aquele nó formar-se em sua garganta. Caiu de joelhos no chão ao meio das flores, sentindo o vento chocar-se contra o seu rosto; queria socar algo para descontar em algo tudo o que estava sentindo, queria destruir toda a pele que da sua mão somente para ver o sangue escorrer enquanto batia em algo áspero e duro com toda a força que possuía, queria arranhar seu corpo para descontar a dor que sentia em seu coração, queria aprender a viver novamente, queria voltar a ser feliz novamente, mesmo sabendo que seria completamente impossível; ele sentia que sua mente explodiria só por ter voltado naquele lugar que tanto amava e odiava.

Quando sentiu as primeiras lágrimas grossas descerem em abundância pelo seu rosto, socou a terra diversas vezes, sentindo toda a dor e angustia o atingindo em cheio; seu rosto expressava o puro sofrimento, tendo ele com os olhos apertados e lábios abertos com dentes cerrados. Levantou o tronco que estava curvado, tombou a cabeça para trás e levou novamente suas mãos aos fios de cabelo para puxá-los com força, soltando um grito extremamente alto e que expressava pura tristeza e, principalmente, desespero, não deixando de abandonar o rosto com expressão sofrida, cada vez pior.

Apoiou um cotovelo em cada coxa e cobriu os olhos com as mãos sujas, deixando as lágrimas saírem aos montes, sem se importar se encontraria outra pessoa passando por ali ou não. Seu peito doía, os soluços aumentavam cada vez mais e todo aquele posto de pessoa desapegada que tentou assumir desde quando entrara ali se dissipou como fumaça no ar. Levantou a cabeça e tentou limpar seu rosto, mas acabou por desistir, vendo que as lágrimas não paravam de descer para as suas bochechas; Jeongguk nunca se sentiu tão perdido em meio aos seus sentimentos e a sua primeira experiência não estava sendo nada agradável – e nunca será.

Fungou e passou um de seus dedos por baixo do seu nariz, sujando o mesmo com um pouco de terra e olhando ao seu redor, voltando a caminhar lentamente depois do surto repentino; Jeongguk não deixou de chorar, afinal, não tinha nenhum motivo para fazer isso. Foi seguindo até uma parte repleta das mais diversas rosas, se ajoelhou novamente na frente daquele montinho, tirou uma rosa vermelha do meio das outras e cheirou a mesma, quase que sentindo a presença de quem mais queria ali, ao seu lado.

Os seus olhos se fecharam com força e as lágrimas começaram a descer em mais quantidade; algumas chegando a escorrer até o seu pescoço e parando na gola de sua blusa social branca. Soltou uma grande lufada de ar pela boca e apertou a flor em suas mãos, machucando-as em diversos lugares por conta dos espinhos em seu caule; pouco se importou quando viu os filetes de sangue escorrer por elas, ele até achou que a cor combinou com a da rosa. Encarou a flor e a apertou contra o peito, lembrando de uma única frase que fez seu coração quebrar em mil pedaços:

“Quero que você, Gukkie, leve até meu funeral, um buquê de rosas vermelhas, pois são as minhas flores preferidas dentre qualquer uma que existe.”

Essa foi a última frase dita por Kim Taehyung, a pessoa que Jeongguk tinha conhecido naquele exato lugar em que estava e que tanto amava, o seu atual noivo e futuro marido, antes de todos os elementos do monitor multiparamétrico zerarem e começar proferir um longo, alto e agudo apito, indicando o seu falecimento.


Notas Finais


qq eu fiz com o meu otp jesus?


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