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História Royal or Rebel (hiatus) - Sim... ou quase?


Escrita por: VitoriaWolf e SulkinPettyfer

Notas do Autor


NÃO FALEM, EU SEI!
Boa leituraa

Capítulo 18 - Sim... ou quase?


Fanfic / Fanfiction Royal or Rebel (hiatus) - Sim... ou quase?

Pov America

 

Eu já tinha ouvido falar de pessoas que mudaram o mundo. Personagens icônicos através dos séculos que transformaram a história, modificaram seus arredores e construíram o mundo como ele é atualmente. Até eu ler os diários que Maxon me emprestara tinha a forte convicção de que Gregory Illéa estava nessa lista. Um grande homem, com grandes feitos e baixíssima empatia. Então, com o acesso ilimitado das bibliotecas escondidas pelo palácio, tive o prazer de me deparar com figuras verdadeiramente inspiradoras. Homens e mulheres que atravessaram a pobreza e a exclusão para lutar em nome de um bem comum, em nome daquilo que acreditavam profundamente em seus corações. Esses indivíduos não buscavam a glória ou qualquer coisa por trás, não tinham interesses obscuros, mas acabaram transformando as mentes de suas épocas em prol do objetivo pelo qual lutavam.

Maxon uma vez me disse que eu seria amada como eles foram e ainda são. Me tornara um símbolo de liberdade e rebeldia, tudo o que Clarkson tentara impedir e inutilmente lutou contra. Olhando para meu próprio reflexo no espelho tentei compreender como alguém poderia depositar tamanha fé em meus ombros? Sou só uma garota que tivera a sorte em ter um ataque de claustrofobia em meu primeiro dia no palácio. Meu noivo se esconde nas sombras enquanto trabalha em seu portfólio o projeto da abolição das castas, o rei senta-se em seu escritório entre os conselheiros e pensa em seu próximo ato de distração política, August e Georgia planejam um golpe de estado e eu espero pacientemente minhas criadas terminarem de retocar minha maquiagem. O que sei sobre a situação para poder ser aclamada? Não compreendo os termos de economia que Silvia fracassa em me ensinar, não possuo a retórica nem a capacidade de convencer os outros como Maxon, muito menos sou graciosa e amada como a rainha. O que afinal eu sei para receber todos os dias centenas de cartas de todo o país? Envelopes esses demonstrando todo o amor e dedicação de pessoas que nem ao menos conheço? Tenho milhares e perguntas, mas nenhuma resposta. Nada além do silêncio em minha própria mente, divagando para tentar se ocupar e não pensar na realidade. Como posso desapontar um reino inteiro? A questão martelava meu cérebro, sendo interrompida constantemente pela minha imagem tropeçando no caminho até o altar.

Balanço a cabeça e tento esquecer o nervosismo. Volto imediatamente para minha crise existencial, para em seguida retornar às possibilidades vergonhosas que podem ou não acontecer nas próximas horas. Foi assim durante todo o dia. Podia sentir meus músculos retesados, contraindo-se mais cada vez que observava o relógio.

_Você está maravilhosa, minha filha. –ergo o olhar para encontrar o reflexo de minha mãe parada atrás de mim. As camadas do vestido não permitiram que ela se aproximasse muito, mas foi o suficiente para eu me virar. Precisei de ajuda para carregar a quantidade de pano descendo até o chão e sorri ao ver seus olhos brilhando devido às lágrimas. –Eu não vou chorar. –mente. –Prometi que não choraria. –rio, tomando-lhe as mãos. –Seu pai estaria orgulhoso de você. –fecho os olhos, controlando as lágrimas também e sorrio, imaginando-o ali.

Consegui vê-lo perfeitamente, sentado na cama com a linha fina dos lábios aberta em um sorriso sereno. As rugas de preocupação magicamente desaparecendo, repetindo diversas vezes o quão linda eu estou. Descrever o quanto gostaria de tê-lo aqui nesse momento é impossível, não existem palavras suficientes para explicar a saudade que sinto todas às vezes em que acordo e me lembro do que ocorreu.

_Eu estou orgulhosa. –continua com a voz embargada. A abraço apesar dos gritos de protestos das minhas criadas. Ela seca o campo do olho e se afasta. –Pode me agradecer depois por ter te obrigado a se inscrever. –não deixo de gargalhar.

_Não sabia que fazia piadas, Dona Magda. –provoco.

_Se eu não rir, chorarei. Então...

_Entendo. –ela sorri cabisbaixa antes de se retirar.

Volto a me observar no espelho enquanto Anne e Mary se agacham para arrumar a cauda do vestido. Minha cabeça não teve nem tempo de voltar a se preocupar antes que Aspen entrasse pela porta lateral vestindo seu melhor traje. Sua expressão era emburrada, provavelmente devido a roupa, que parecia incomodá-lo profundamente. Esperei em silêncio para que dissesse alguma coisa assim que resolveu parar de lutar contra a gravata. Ele estava quieto como eu.

_Ela está linda, não está? –Mary pergunta.

_Eu não sei. –responde encabulado. –Tenho permissão para dizer que minha ex-namorada está linda? – Ele se vira para Lucy esperando uma resposta.

_Você pode dizer que o vestido está maravilhoso, porque eu fiz. –provoca.

_Só falta você. –Aspen volta a me observar, erguendo a mão em minha direção.

Lhe dou a minha e ele me guia pelos corredores. Depois disso tudo não passou de um grande borrão. Minhas criadas me acompanharam até a saída do palácio, onde o grande tapete vermelho guiaria a mim e Aspen por entre o jardim até onde a cerimônia seria realizada. Silvia apareceu com uma prancheta, gritando para todos os lados com alguém. Aparentemente mesmo tudo estando perfeito a governanta tinha de encontrar um defeito, mínimo que fosse. Conseguia ouvir ao longe as vozes das centenas de convidados, apesar de não poder vê-los, o que só serviu para aumentar minha ansiedade. Então a música começou.

Alguém atrás de mim desejou-me boa sorte e comecei a marchar. Todos se levantaram, impedindo que eu pudesse ver Maxon sob qualquer possibilidade. Se eu não estivesse tão nervosa eu provavelmente teria reparado na decoração, ou no clima ameno e agradável, ou qualquer outro detalhe que passou completamente despercebido por mim. Observei rostos conhecidos entre a multidão. Nicoletta e suas primas sorriam radiantes para mim, Celeste segurava o choro, ao contrário das outras meninas da seleção, que dividiam expressões de raiva e felicidade.

A família de Aspen também estava ali, quase escondidos por todos os corpos entre nós, e, por fim, meus irmãos e minha mãe. Kota não estava ali, nem fora convidado, e além desses, ninguém me era conhecido. Convidados políticos, governantes internacionais e famílias influentes. Então eu finalmente o vi e todos os outros pensamentos atravessando minha mente desapareceram imediatamente. O fato de que Alaric não estava ali, minhas dúvidas sobre mim mesma e meu futuro ao lado de Maxon evaporaram no momento em que nossos olhares se encontraram. Olhando para ele eu percebi que não preciso saber de política, não preciso ter todo o conhecimento existente ou até mesmo ser uma boa rainha. Não, eu não tenho de ser uma inspiração para o reino que herdarei, não tenho de mudar o mundo como muitos antes de mim tentaram, eu já o modifiquei. Eu sou o mundo dele, e, no momento em que entrei em sua vida, a transformei para sempre.

 

 

Pov Maxon

 

Eu poderia explicar em detalhes os minutos que se seguiram desde que a vi caminhando até mim. Fechando os olhos agora me lembro de cada mísero detalhe daquele dia. Sobre seus cabelos soltos flutuando com o vento, sobre a carranca do meu pai durante toda a cerimônia e as lágrimas solitárias que minha mãe insistiu em esconder. Poderia, e com toda a certeza quero, mas o que aconteceu depois me parece mais importante. Admito, estava impaciente de ter de permanecer em pé somente ouvindo. America não parecia também muito entusiasmada. Precisamos, nós dois, nos ajudarmos a permanecer acordado. Isso provavelmente teria gerado muitas risadas no futuro se no momento em que estava prestes a dizer “sim”, tudo não estivesse sido arruinado. Estávamos frente à frente, incapazes de mover o olhar, eu segurava sua mão, já com o anel que fizera questão de escolher para a ocasião. O padre falava sobre o amor incondicional, algo do tipo, estava distraído demais na imensidão dos olhos azuis da minha futura esposa. Até que o primeiro grito veio.

Um minuto, foi tudo o que pedi. Um minuto e tudo estaria terminado. Um minuto e nós dois teríamos dito “sim”. Um minuto e seríamos finalmente casados. Mas um minuto também foi o tempo necessário para elevar a situação para completo caos. Quando o primeiro grito ecoou, não levamos a sério. Foi abafado e longe, provavelmente confundido com uma exaltação de felicidade. O padre parou de divagar, todos olharam ao redor a procura da origem do som e, quando nada encontraram, voltaram suas atenções para nós.

Então ouvimos o primeiro tiro e segundos depois um dos guardas ao lado do altar caiu morto. Foi o necessário para instigar o desespero. Ninguém correu, apesar de estarmos todos aflitos. Foi só quando o segundo guarda ao nosso lado puxou a bandana e a enrolou na cabeça, seguido por centenas de outros, que finalmente entendi o que estava acontecendo.

_Corram! –alguém gritou em algum lugar.

Não soube onde, nem quem, só sei que obedeci. Tomei a mão de America e a puxei em direção da porta do palácio. Ouvi os gritos de desespero ao meu redor, pessoas correndo desesperadas sem saber para onde ir. Procurei meus pais na multidão, mas era impossível encontrar qualquer um. Pulei corpos ensanguentados enquanto puxava minha quase esposa por entre a confusão. A multidão se dispersava, alguns correndo em direção da floresta, outros na direção dos guardas do palácio que tentavam inutilmente formar uma resistência.

_Mãe! –berrei para não receber resposta. Vejo um guarda levando Nicoletta no colo para longe dos tiros, avisto May tentando correr em nossa direção e sendo impedida por outro guarda, que a coloca em suas costas e a retira antes que uma nova leva de rebeldes chegue ao jardim. Crianças choram, tiros ecoam e minha mente se desespera. Paro em meio da briga, colocando-me em frente ao corpo de America, observando os arredores a procura da melhor fuga. Minha respiração acelerada impede que meu cérebro pense direito. Olho ao redor, milhares de imagens se passando diante dos meus olhos. Repito para mim mesmo, talvez pela quinquagésima vez desde que a confusão se iniciara, para salvar America a qualquer custo. –Consegue correr? –ela assente rapidamente, amedrontada. –Então corra. –volto a puxá-la em direção do único lugar que sei ser seguro.

Não fazia ideia de como ela conseguia correr com aquele vestido, com aquela cauda branca agora já manchada de sangue e lama. Não poderíamos permanecer muito tempo ali, já que os convidados já haviam se espalhado, tendo fugidos ou mortos mesmo. Os tiros não cessaram em momento algum, e a cada som que eu ouvia, esperava pelo impacto e pela dor, mas nada veio. Fechava os olhos enquanto corria e conseguia imaginar a bala perfurando minha pele, mas nada apareceu. Pulei sobre ela bem quando a explosão encheu meus ouvidos.

Caí sobre seu corpo, atordoado, cheio de fuligem. O zumbido demorou para desaparecer. Me joguei na grama ao seu lado, nós dois sendo escondidos pelos arbustos. Precisei de toda a minha força para conseguir mover minha cabeça em sua direção, só para ver o péssimo estado em que estava. Eu não deveria estar muito melhor, pensei. Tentei sorrir, tentei parecer confiante, mas ela só deve ter visto uma careta de dor. Levei a outra mão ao estômago e sentei-me na grama, me aproximando das folhas nos protegendo, e a puxei para o meu lado.

_Não podemos ficar aqui para sempre. –sussurra.

_Tem uma entrada para o abrigo em algum lugar por aqui. –comento, soltando sua mão e engatinhando pela grama até a parede, poucos metros à frente.

_Maxon! –repreende. –Maxon, volte aqui! –me viro, pedindo que fique quieta.

_Foi você quem disse que não podemos ficar aqui. –retruco. Ela olha ao redor antes de suspirar convencida. Tateio a parede, desesperadamente, procurando pelo tijolo mal colocado.

_Vamos, vamos, vamos. –repito repetidas vezes, socando a parede uma vez o outra, frustrado. _Mais rápido, Maxon!

_Estou tentando. –resmungo. Volto minha atenção, afastando-me cada vez mais de onde America observa a situação que ainda rola no gramado.

_America! –chamo. –America! –ela não se vira, está distraída demais. –Droga. –resmungo para mim mesmo, suspiro e volto a engatinhar em sua direção. –O que diabos está vendo? –pergunto olhando diretamente para sua boca aberta, em choque, e seus olhos transtornados. Me aproximo, olhando pela brecha entre as folhas, procurando o que ela via. –Esse filho da mãe. –murmuro diante da imagem de Alaric Wolfgang, uma arma em cada mão, sangue escorrendo pela blusa branca. Os segundos que se passaram pareceram séculos, podia jurar ter ficado horas encarando-o, cheio de raiva.

Não faço ideia de como ele pode ter nos visto ali, mas foi exatamente o que fez. Em vez de vir atrás de nós, sorriu. Não algo feliz e alegre, ou com qualquer tipo de sentimento caloroso, não, era o sorriso do meu pai, frio e calculista, como se soubesse exatamente o que estava por vir e que fugir não adiantaria nada.

_Nós temos que ir, America. –ela não me ouve. –Agora! –meu grito em seu ouvido foi o suficiente para fazê-la acordar.

Olho uma última vez por trás do ombro, esperando encontrar rebeldes em nosso encalço, mas não havia nada, somente a luta entre guardas já cansados e rebeles que não paravam de aparecer. O túnel estava escuro e embaçado. Nada podia ver além do chão alguns metros na minha frente. Parei finalmente de correr e pude pela primeira vez respirar.

_Onde isso vai dar? –America pergunta.

_Abrigo real. –respondo seco antes de voltar a guiá-la. Não demorou muito para que déssemos de frente com uma porta. Bato com força. Não consigo ouvir o barulho do outro lado. Ninguém responde. Não, não, não. Tem que ter alguém ali. Minha mãe tem que ter chego ao abrigo. A família de America... Bato novamente e grito. America faz o mesmo.

_Sou eu, Maxon! Abre a merda da porta! –grito novamente.

_Maxon? –reconheço a voz da minha mãe pelo outro lado, baixa e abafada, ainda assim inconfundível. –Alguém me ajude a abrir isso! Me afasto da porta, esperando que o metal se abra. Em questão de segundos minha mãe pulava em minha direção. Abraçando-me e se derramando em lágrimas.

_Onde está seu pai? –pergunta assim que se solta.

_Ele não está ai?


Notas Finais


Sei que estamos demorando, mas é o ultimo mês de avaliações do semestre e os professores não estão dando folga, eu peço aos céus que as férias cheguem logo!!
Então o cap iria ficar grande se eu colocasse Pov Triplo e o que Arthur vai narrar é muito especial para um pedaço só.
O vestido da Ames é simples para um casamento de uma princesa, mas é no jardim então nada de salto e bordados miraculosos, simplicidade é a palavra aqui!
Olha o cabelo soltooooo...
sobre TG sem previsão sorry... até Sulkin tá puta comigo
eu volto prometo!
até os comentáriosss


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