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História Royals - Nightmare


Escrita por: divideshawnx

Notas do Autor


Oiii! Mais um capítulo!
Espero que gostem e aproveitem :)

Capítulo 12 - Nightmare


- Viu? – disse Cameron, indo recolher as flechas no arco – Falei que você ia acertar alguma hora.

- Você nunca disse que ia demorar quase duas horas – respondi.

Coloquei o arco em cima da mesa e tirei os protetores em meus braços. Olhei para o lado, e vi Cameron tirando as poucas flechas que estavam no alvo e catando as que haviam caído no chão. Eu era bem ruim naquilo, mas ele me fez insistir até conseguir prender alguma no lugar certo. Em alguns momentos, ele chegou a me ajudar com a mira, colocando meu braço esquerdo no melhor ponto e ajeitando o ângulo do direito. Mal ele sabia que cada vez que encostava em mim, todos os meus músculos se tencionavam ao mesmo tempo.

- Você acertou, não acertou? – disse. Eu assenti com a cabeça, sorrindo – Então pronto! É isso que importa.

- Eu ainda sou bem ruim, Cameron – retruquei, sem conseguir guardar o meu sorrisinho.

- Por isso que você precisa voltar. Aí eu vou te treinar direitinho e você vai ganhar de Matthew – comentou.

Com cada vez mais dificuldade para me concentrar, sentei em um banco. A forma como a companhia de Cameron me deixava estava me incomodando. Ele conseguia me provocar coisas sem nem estar perto de mim, e isso era perigoso.

- Mudando de assunto – falou, guardando as coisas – Conseguiu se resolver com seu pai?

- Como assim? – perguntei. Eu sabia exatamente do que ele estava falando, mas eu queria ouvir as palavras saírem de sua boca.

- A briga que você me contou na sexta. Hoje já é segunda, ele já foi embora – disse, chegando mais perto de mim – Se vocês não tiverem se resolvido esse fim de semana vai ficar bem estranho quando ele chegar.

- Não – respondi rapidamente – Quer dizer, mais ou menos. Vou agir normalmente quando ele chegar. Não sei direito se vou conseguir aguentar mais uma discussão com meu pai. Ele tem uma cabeça muito difícil de mudar.

Cameron assentiu com a cabeça e sentou ao meu lado no banco. Estávamos bem próximos. Eu me perguntava se ele sabia como eu me sentia quando estava tão colada nele, e se soubesse, queria saber se fazia aquilo de propósito. Eu precisava ficar me lembrando o tempo inteiro de como ele era manipulador, e como já tinha me dito várias vezes que dormia com muitas garotas e depois nunca mais olhava no rosto. 

- Posso desabafar? – perguntei, jogando minha cabeça para trás.

- Contanto que não me faça trezentas perguntas depois, - ironizou, rindo – fique à vontade.

Era como se a cada segundo que passava, ele ficasse mais solto e natural comigo. Como se sua parte carrancuda e rude fosse se dissolvendo para revelar um cara divertido.

- Não vou te encher de perguntas, Cameron – sorri – Não hoje.

Ele revirou os olhos, sorrindo de canto. Eu encarava seu rosto e não conseguia parar. Eu precisava deixar aquela sensação louca de lado o quanto antes possível. Era a coisa mais errada que eu já havia sentido.

- Eu estou cansada – comecei – Estou bem cansada na verdade. Desde que me entendo por gente tenho que manter essa postura impecável e me esforçar para não cometer nenhum erro. Não aguento mais isso!

- E não devia – falou, olhando para frente – Ninguém é perfeito, Katherine. Não adianta ficar se pressionando e tentando. Você sempre vai ter defeitos, isso não vai mudar nunca.

- Eu sei, mas a minha família discorda completamente disso -  meus músculos se relaxavam à medida que as palavras iam saindo de meus lábios – Minha mãe quer que eu seja a cópia dela e meu pai só pensa em mim como a futura herdeira do “legado” dele. Eu nem sei direito o que quero fazer da minha vida, e ele já tem uma expectativa pronta para mim.

Encarei o relógio no meu pulso esquerdo. Havia ganhado do meu pai no meu aniversário de quinze anos. Eu lembrava dele dizendo que aquilo era para eu ser pontual e impressionar todos. Na época, achei um ato fofo, mas depois reparei que era só uma indireta para me colocar dentro de mais um molde que ele mesmo havia feito especialmente para mim.

- Acho que é por isso que gosto tanto de conversar com você. Você é uma das poucas pessoas com quem eu posso ser eu mesma – antes que eu reparasse no que havia dito, Cameron me encarou rapidamente, engolindo em seco.

Ele soltou um sorrisinho torcido para o lado esquerdo e olhou para meus olhos. Seu olhar estava brilhante. Calmamente, apoiou sua mão em minha coxa, que o short não cobria. Imediatamente, cada músculo do meu corpo se contraiu, em um choque elétrico. Tentei me controlar e não aparentar estar tão nervosa quanto eu realmente estava. Será que ele sabia o que estava fazendo comigo?

 

Cameron POV:

Eu sabia exatamente o que estava fazendo com ela.

Mais cedo, quando corrigi sua postura antes de atirar e toquei em seus braços, percebi cada parte da sua pele arrepiada. Se apenas um toque leve nos braços a deixava daquele jeito, imagina só se eu colocasse meus dedos devagarinho na sua... Merda! Estava pensando em sexo com ela de novo. Desde o dia que havia chegado na cozinha toda molhada de chuva, não conseguia mais vê-la sem pensar na ideia de seu corpo nu em minha cama. Por que eu tinha que ser tão idiota?

Quando repousei minha mão em sua coxa, queria ver como ela iria reagir. Imediatamente, reparei na contração de cada músculo seu. Gostava de ver como ela ficava com o meu toque. Suas reações deixavam ainda mais difícil o pouco controle que eu tinha sobre meus constantes pensamentos impuros.

Pude ouvir ela suspirar baixinho enquanto seu peito subia e descia fora de seu controle. Provavelmente não queria que eu notasse. De forma lenta, tirei a minha mão dali, descolando primeiro a palma e depois passando os dedos de leve, até não termos mais contato nenhum.

- Obrigada pela aula, Cameron – agradeceu, se levantando, assim que desencostei dela – Prometo que irei estar melhor na próxima.

- Volte essa semana, aí a gente treina mais – respondi, também me levantando.

Ela sorriu, e por um segundo, consegui me afastar das minhas ideias sujas. Se em todos os outros momentos, eu pensava em beijar seu pescoço inteiro e fazê-la gemer, quando ela sorria, eu só pensava em como era linda. Por que realmente era. Era muito linda. Mas eu não era assim, eu não dizia que as mulheres eram lindas, eu dizia que eram gostosas e apertava as bundas delas.

Provavelmente, eu estava tão atraído por Katherine pelo fato de não poder tê-la. O que é proibido sempre dá mais tesão. Ela não era meu tipo. Tinha um corpo magro e um rosto delicado. Era provavelmente a pessoa mais inocente e doce que eu havia conhecido. As mulheres que eu pegava praticamente exalavam sexo.

Assim que reparei que nunca conseguiria ficar com ela, aquilo se tornou uma vontade inexplicável. Mas eu estava me controlando. Precisava fazer com que ela achasse que eu não queria nada com ela. Eu sabia que se demonstrasse algum tipo de interesse, ia conseguir seduzi-la. Por isso, a fazia pensar que eu era a coisa mais distante que ela tinha de algo romântico.

- Vou voltar mesmo – afirmou, caminhando para sair dali – Tchau, Cam.

Cerrei o punho, assustado. Odiava quando falavam aquilo apelido. Ser chamado de ‘Cam’ me lembrava de momentos e pessoas que eu precisava ficar sem pensar, se não começaria a ter um ataque de pânico. Aquele apelido me dava arrepios. Não ia sinalizar aquilo para ela. Suas intenções eram as melhores. Eu não podia estragar o momento que tínhamos acabado de ter. Tinha que engolir aquilo e colocar a tranquilidade de Katherine acima das minhas mágoas passadas. 

 

Katherine POV:

Virei-me novamente na cama, em mais uma tentativa de conseguir cair no sono. Aquela noite estava sendo uma das piores, nem que eu me esforçasse ao máximo para não pensar em nada, minha cabeça era invadida por um milhão de preocupações. Quando não estava pensando em coisas burocráticas para faculdade, estava pensando em Cameron.

Oh, Cameron.

Eu não sabia o que estava sentindo por ele até aquela tarde, quando finalmente senti sua pele encostar na minha. Ele já me deixava louca com suas palavras, mas quando tocava em mim, tirava o meu ar. Ainda assim, eu seguia recriminando as coisas que sentia quando estava com ele. Cada vez que pensava nele, sentia um frio no estômago, uma sensação estranha, algo que nunca tinha sentido antes. Mas era errado. Ele era errado para mim.

Com um sorriso no rosto ao lembrar da minha tarde no arco e flecha, estiquei a mão para pegar o copo d’água no criado mudo. Decidi tomar um remédio para dormir, estava muito cansada, mas não conseguia relaxar de jeito nenhum. Porém, não achei o copo. Liguei o abajur e vi que eu não tinha trazido água para o quarto naquela noite.

Respirei fundo, absorvendo a ideia de ter que atravessar toda a casa em direção a cozinha para poder pegar um copo. Me levantei e saí do quarto em direção ao longo corredor do segundo andar.

- Volta aqui! – ouvi um grito. Dei um pequeno pulo para trás, assustada.

Não ia sair procurando o que era, por mais curiosa que eu fosse.

- Não! – outro grito. Não era uma voz desconhecida.

Os gritos continuavam a medida que eu me andava para frente. Eu estava começando a ficar com medo e assustada. Eram constantes e pareciam vir de alguém muito nervoso. Enquanto aquelas palavras desesperadas continuavam, consegui reconhecer de que era aquela voz. Matthew.

Quando reparei de quem eram os gritos, corri para a porta do quarto dele, tentando a abrir. Forcei a maçaneta mais algumas vezes, ouvindo de forma próxima sua voz em um tom muito alto. Meu coração batia em uma velocidade inexplicável. Quando consegui entrar no quarto, estava desesperada. Olhei para Matthew, que estava deitado na cama, com os olhos apertados e gotas de suor escorrendo por sua testa. Ele não parava de gritar e chamar um nome que eu não conseguia distinguir.

- Matt – falei, fechando a porta atrás de mim – Matt!

Caminhei até ele. Lagrimas caiam do canto de seus olhos. Devia ser um pesadelo.

Senti uma dor repentina, me fazendo apertar os olhos, mas não liguei. Precisava ajuda-lo antes de pensar em mim.

- Matt! – gritei, me aproximando dele. Sentei na cama, ao seu lado e o sacudi, tentando acordá-lo – Matthew! Acorda!

Ele logo abriu os olhos arregalados e se sentou rapidamente. Olhou para mim, com as sobrancelhas franzidas, parecia confuso.

- Katherine? – tinha uma expressão triste, como se estivesse quebrado.

- Está tudo bem, Matt – o consolei, puxando seu rosto para meu ombro, em um abraço – Foi só um sonho. Já passou.

Eu o envolvia e fazia carinho em seus cabelos, o confortando. Senti a camisa em meu ombro ficar molhada e entendi que ele estava chorando. Eu passava as mãos por suas costas, querendo poder aliviar aquela dor que ele sentia, cada vez que o ouvia soluçar, sentia meu coração se partir em mais um pedaço. Precisava que ele se acalmasse e me explicasse o que havia acontecido.

- Foi um pesadelo, Matt – falei – Você está bem.

- Não era eu, era ela... Ela estava ensanguentada na minha frente. E, e... Era tudo a minha culpa, Katherine! Eu que fiz aquilo com ela – suas mãos trêmulas seguravam seu rosto suado – Eu entrava na sala e ela estava no chão, igualzinho aquele dia. E eu tentava salvar ela, tentava fazer alguma coisa, igual aquele dia e eu não conseguia! Ela estava morrendo, Kat... Na minha frente.

- Já passou, já acabou – repeti, segurando seu rosto em frente ao meu. Seus olhos estavam vermelhos e molhados. As lágrimas não paravam de cair. Precisava fazer alguma coisa – Eu estou aqui, e quem quer que ‘ela’ seja, ela está bem.

Sua expressão desesperada parecia me matar. O meu melhor amigo estava na minha frente, suando, tremendo e chorando e eu não conseguia o acalmar. Era como se eu pudesse sentir sua ansiedade dentro de mim.

- Ela não está bem, Kat – lamentou, abaixando a cabeça – Isso é o pior. Ela não está bem e a culpa é toda minha.

- Ei – exclamei – Não fale isso! Não é a sua culpa, certo? – ele respirou fundo, prestando atenção na minha voz e tentando parar de chorar – Vai ficar tudo bem.

Ele assentiu com a cabeça e me abraçou forte. Podia sentir sua energia pesada e para baixo com aquele abraço. Matthew parecia quebrado.

- Kat! Seu pé!

Olhei para meus pés descalços e logo vi sangue escorrendo por eles até a cama. Imediatamente, senti aquela dor repentina de novo. Encarei o chão, cheio de vidro. Merda.

- Desculpe – sussurrou, baixinho – Devo ter esbarrado no meu copo de água.

- Não foi sua culpa. Eu não devia sair descalça por aí.

Beijei sua testa, para confortá-lo e atravessei a cama. Fui até o banheiro, franzindo a testa e apertando os punhos, em uma tentativa de inibir a dor que eu sentia a cada pisada no chão. Peguei uma toalha e voltei para o quarto, a colocando por cima do local cheio de cacos de vidro. Liguei a luz e fui lavar o meu pé.

- Precisa de alguma coisa? – perguntou Matthew, enquanto eu colocava minhas pernas, uma de cada vez, em cima da pia para lavar o machucado.

- Não, eu estou bem – respondi, ignorando o ardor que a água provocava – O corte foi menor do que parecia. Mas eu sugiro que você dê uma limpada nesse sangue que eu deixei no chão. Vão achar que você matou alguém – dei risada, mas Matt apenas encarou o teto. O que devia ser uma piada soou bem pior – Oh, desculpe. O sonho, não é?

- É – repetiu, baixinho – O sonho.

Ele se levantou e pegou outra toalha no banheiro, indo limpar o chão.

- Tem band-aids no armário embaixo da bancada da pia – instruiu – Acha que é o suficiente? Posso te levar em um hospital se achar que precisa de pontos.

- Não! – ri, secando meus pés – Não foi nada profundo. Daqui a uma semana já devem estar cicatrizando.

- Desculpe por te acordar, Kat – disse, se aproximando de mim com uma toalha manchada de sangue nas mãos.

- Você não me acordou. Eu estava indo pegar água na cozinha – expliquei, querendo aliviar sua culpa.

Matt assentiu e se voltou para o quarto, desligando a luz e se jogando na cama.

- Não me deixa sozinho – sussurrou – Por favor.

Senti minha alma ser perfurada com aquele pedido.

- Claro, Matty – sorri, indo deitar ao seu lado – Vou ficar aqui com você.

- Obrigado.

Deitei perto dele na cama de casal. Ele me encarava. Seus olhos e seu nariz ainda estavam vermelhos do tanto que havia chorado. Eu precisava do meu remédio, mas não ia sair dali. Se fosse buscar água e as minhas pílulas, ficaria o tempo inteiro imaginado se ele estava tendo pesadelos de novo.

- Não vai acontecer de novo – comentei, encarando o teto – Os pesadelos. Já acabou.

Ele virou para o outro lado e abraçou um travesseiro.

- Boa noite, Kat.

Matt não demorou de cair no sono e nem teve mais pesadelos naquela noite. Porém eu, não consegui pregar os olhos nem por um segundo. Minha insônia apenas ficou mais forte, e eu checava o meu melhor amigo a cada cinco segundos. Naquele momento, ele vinha antes de mim.


Notas Finais


E aí?
O capítulo de hoje foi um pouquinho mais curto que o outro!
O que acharam da reação da Katherine com o Cam? E os pesadelos do Matt?
Espero mesmo que estejam gostando! Tô amando os comentários de vocês, muito obrigada mesmo <3
Queria saber o que vocês acham da gente ter um dia fixo na semana para postar? Aí vocês já saberiam certinho quando tem capítulo novo e tal. O que acham? Ou preferem deixar assim mesmo?
Amo vocês,
nina :)

meu twitter: https://twitter.com/wtfnashx
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