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História Ruas de Fogo - Cap. 25 – Dor e Sacrifício


Escrita por: magodasfadas

Capítulo 22 - Cap. 25 – Dor e Sacrifício




Sasuke dormia a sono solto sentado no sofá, com Sakura deitada em seu colo. Tenten estava adormecida com a cabeça apoiada sobre a mesa, enquanto Ino estava escorada na parede, também dormindo. À distância, no silêncio da noite, se ouviam os gritos de algumas garotas, indicando que os primeiros sinais da síndrome de abstinência começavam a surgir. A dor do corpo e da mente eram claramente percebidas. Tsunade fazia o máximo para aliviar, mesmo sabendo que não podiam ser aplicados medicamentos.

Kakashi, Gai, Lee, Kiba e Jiraya se revezavam nos corredores, atendendo as necessidades mais urgentes, tentando auxiliar a médica que se mantinha de prontidão. Hiashi não saia da porta onde estava alojada Hanabi, que até o momento não havia apresentado qualquer sintoma, apesar dele ter sido avisado que era tudo uma questão de tempo antes de iniciar.

Gaara ainda dormia. Havia sido lobotomizado por uma descarga elétrica direto no cérebro, e segundo Sasuke, o rapaz demoraria mais um dia para despertar, ainda sentindo os efeitos do trauma. Ino o visitava com freqüência, sempre olhando da porta, sem entrar. Havia levado um buquê de flores do campo, que Temari colocara ao lado da cama, antes de se despedir de todos para ir buscar Shikamaru.

Apenas um anjo mantinha vigília. Sentada de frente para a janela, esquadrinhava o vazio da noite com seus olhos fixos. Sequer piscava. Suas pálpebras somente eram lubrificadas pelas lágrimas que escorriam. A blusa já molhada, as marcas de olheiras do segundo dia sem dormir direito eram evidentes, mas nada a faria sair de sua vigília. Ouvia o ronco leve de Sasuke, que havia praticamente desmaiado depois da segunda noite. O braço ainda preso com a tipóia apoiava-se sobre as pernas de Sakura que dormia a sono solto, após ter auxiliado a mãe a tratar todas as mulheres que haviam chegado.

As esperanças do anjo se esvaiam a cada segundo que o ponteiro marcava. O silêncio da estrada a atordoava. Rezava por um milagre, por ser incapaz de acreditar que perdera seu amado. Foi quando suas preces foram atendidas.

Um furgão adentrou a rua. Hinata fixou o olhar, ainda desconfiada. O veículo chegou em silêncio, e abaixo do pórtico de entrada do condomínio, a porta se abre, despejando um saco. O coração dela disparou quando o carro deu meia volta e saiu pelo mesmo caminho que havia entrado.

Fixou os olhos no saco. Mesmo para seus olhos de anjo, a distância era grande demais. Foi quando percebeu um braço estendido. Gritou.

Hinata: - SASUKE! ACORDA! Abandonaram alguém no portão, pode ser o Naruto!

Sasuke despertou em sobressalto, apenas compreendendo a última parte da frase, mas não questionou. Dirigiu-se até a janela, enquanto Sakura, também acordada pelos gritos, tentava acalmar Hinata que abria a porta desesperada e descia em direção ao portão. O moreno não pensou, e mesmo com o braço enfaixado, saltou pela janela, por sobre o carro parado abaixo e correu. Seus olhos vermelhos esquadrinhavam todo o terreno, e tudo que via era sangue. Chegou.

Ao abrir o saco, sua primeira imagem foi de desespero. O corpo ensangüentado, mutilado, quase irreconhecível de seu amigo, repleto de marcas, cortes e queimaduras profundas. Nem mesmo seu coração de demônio pode conter as lágrimas que brotavam. Ouviu os gritos de Hinata se aproximando junto a Sakura, e só teve tempo de sinalizar aos gritos.

Sasuke: - Sakura não deixe ela se aproximar – Apontando pra Hinata. Sakura sem questionar abraçou-se na amiga numa tentativa desesperada de segura-lá. O pequeno anjo gritava o nome de seu amado e se debatia freneticamente tentando se libertar, enquanto Sasuke fechou novamente o saco.
Com a atenção chamada pela gritaria, o restante do grupo se aproxima. Tsunade vinha na frente, seguida por Jiraya e Kakashi.

Tsunade: - Sasuke? Qual a situação?

Sasuke: - Péssima. Levem a Hinata pra cima, e alguém me ajude a levar ele. – Sua voz era quase um sussurro. Sakura e Ino trataram de levar Hinata aos prantos para casa, enquanto Jiraya e Kakashi carregavam o corpo de Naruto para um local onde pudesse ser examinado.

Os minutos pareciam horas naquele corredor. Sasuke estava sentado, de costas contra a porta do apartamento de Naruto, enquanto que lá dentro Tsunade tentava ajudar o rapaz, que se contorcia em convulsões, tomado por uma febre alta. Quando a porta se abriu, o olhar dela era de desilusão.

Tsunade: - Venha cá, por favor.

Sasuke entrou em silêncio. Foi até o lado da cama onde Naruto se encontrava amarrado, para conter as convulsões.

Tsunade: - Sasuke eu não entendo muito da fisiologia de vocês, só sei que são imunes aos meus poderes de cura. Eu sinceramente não sei o que podem ter feito com ele. Já vi vocês se machucarem gravemente, mas nunca vi algo assim. Veja.

Ela apontava as queimaduras por todo corpo, que pareciam ainda mais fundas do que quando fora encontrado. Suas veias praticamente à mostra, saltadas, latejavam e sangravam em vários momentos. Os olhos eram brancos, completamente opacos e sem vida. E uma grande marca negra em seu pescoço.

Tsunade: - Tem idéia do que podem ter feito com ele?

Sasuke esquadrinhava o corpo do amigo com seus olhos: - As queimaduras parecem ser de sal consagrado, mas não vejo vestígios do sal na pele dele, já devia estar curando. Mas não sei o que está afetando ele por dentro dessa forma.

Tsunade: - Parece que injetaram alguma coisa nele. – Disse, apontando para a grande marca no pescoço - Vocês são sensíveis a algum tipo de veneno? – O olhar dela era preocupado, pesaroso, quase sem esperanças.

Sasuke: - Nada que cause um efeito assim. Venenos que matariam humanos em segundos nos causam mal estar e dores, mas nos recuperamos em alguns dias. Nunca ouvi falar de nada que causasse esse efeito.

Tsunade: - E se injetaram sal nele?

Sasuke a encarou, descrente. Era uma possibilidade que ele mesmo teria levantado se não fosse hedionda demais mesmo para ele.

Sasuke: - Se for algo assim, ele vai agonizar por dias e morrer. O sal vai queimar o corpo dele de dentro pra fora. Se fosse eu, preferiria que me matassem.

Suas palavras foram frias, apesar de seus olhos banharem lágrimas. Sua voz foi baixa, mas não o suficiente para escapar dos ouvidos de um pequeno anjo que entrava pela porta naquele instante.

Hinata: - NÃO! Não podemos fazer isso com ele. Tem que ter alguma cura, algum jeito.

Hiashi, que vinha logo atrás: - Desculpe Tsunade, mas não consegui mais mantê-la em casa.

Tsunade: - Tudo bem, Hiashi. Teríamos que dar essa notícia de qualquer forma. Hinata o fato é que não existe nada que possamos fazer. Por ele ser quem é não posso curá-lo, e você ouviu, ele só vai sofrer.

Hinata: - Meu sangue... Eu posso curá-lo!

Hiashi: - Fora de questão – Disse a interrompendo. – Você sabe que é uma mestiça, metade humana. Fazer isso te mataria!

Hinata: - Eu não me importo... Prefiro morrer a viver sem ele.

Tsunade: - Do que estão falando, afinal?

Hiashi: - O sangue de um anjo pode curar qualquer doença, se doado com amor verdadeiro. Mas está fora de questão Tsunade. Hinata é meio humana, o sangue dela não é forte como o de sua mãe. Precisaria doar praticamente todo o sangue pra salvá-lo.

Tsunade: - Então está decidido, esta possibilidade está fora de cogitação. Não vamos sacrificar uma pessoa para salvar outra, não importa quem seja.

Hinata abraçada a Naruto chorava compulsivamente, praticamente alheia a conversa. As lágrimas escorriam pelo rosto alvo, molhando a camisa do rapaz que se contorcia em seus braços.

Sasuke: - E o que vamos fazer? Esperar ele morrer?

Tsunade: - Se não acharmos uma solução, não temos outra opção, ou você teria coragem de tirar a vida de seu amigo?

Sasuke não respondeu. Tsunade se encaminhou até Hinata, lhe abraçando carinhosamente.

Tsunade: - Sei o quanto está sofrendo, querida. Mas ele fez tudo isso por nós. Só posso imaginar o que você está passando agora, mas acredite, ele não ia querer que desse a vida por ele. Não da forma como ele te protege o tempo todo. Da forma como demonstra te amar.

Hinata: - E de que vale todo esse amor, se não posso fazer nada pra salvá-lo?

Ninguém teve coragem de responder. Pouco a pouco foram se retirando em silêncio, ficando apenas Hinata, Sasuke ao lado da cama e Hiashi sentado no sofá ao lado de fora, temendo que a filha fizesse alguma besteira. Passaram alguns minutos em silêncio. O único som ouvido eram os soluços da moça.

Sakura chegou depois de algum tempo. Acompanhou Hiashi e Hinata de volta para seu apartamento, onde usou um sedativo indicado por sua mãe para ajudar Hinata a relaxar.

Sasuke ficou, ao lado da cama, encarando o amigo inconsciente.

Sasuke: - Eu queria saber o que fazer Naruto. Você sempre foi o cabeça da equipe, o cara das idéias, o cara que resolvia todas as paradas, e quando dava merda, sempre foi o maluco que encarava tudo na boa, com um sorriso. Eu queria que você pudesse me dizer o que fazer agora. Eu queria que a Hinata me dissesse o que fazer, ainda que fosse pra te matar, ou pra me matar caçando aquela gente até o inferno. Eu queria que me dissessem qualquer coisa, qualquer coisa que pudesse te ajudar.

Suas palavras saiam pesadas e lentas, cortadas por vários suspiros e alguns soluços. Uma lágrima solitária corria dos olhos vermelhos do rapaz, que sentia cada vez mais seu coração se esfarelando.

Hiashi e Sakura estavam sentados no sofá da sala, em silêncio. Sakura havia ministrado o calmante em Hinata e aguardava o efeito antes de sair. Neji estava na janela, olhando pra rua, também em silêncio, enquanto Tenten fazia seu turno pelos corredores, auxiliando as moças resgatadas em suas necessidades.

Neji: - Quer dizer que ele está ferrado então? Não tem jeito? – Por mais que odiasse a idéia, Naruto havia conquistado seu respeito e sua admiração, e a perda do amigo estava lhe afetando mais do que queria demonstrar.

Hiashi: - Pelo que entendi das explicações da Tsunade, não tem nada que se possa fazer.

Sakura nada dizia. Lágrimas escorriam fartas de seus olhos. Ouvia ruídos metálicos do andar de baixo, e sabia que Naruto estava tendo uma nova crise de convulsões. E ela nada podia fazer. Saiu em silêncio, sem se despedir, deixando a porta entreaberta.

Desceu as escadas até a saída do prédio, seguindo o som de vozes altas que pareciam discutir. Ao chegar deparou-se com Kakashi e Gai discutindo, e Lee sentado sobre duas malas.

Kakashi: - Quer dizer que você vai bancar o covarde e sair correndo?

Gai: - Você não está percebendo o que está acontecendo, de uma hora pra outra o condomínio é invadido por demônios, depois por prostitutas viciadas, e agora o chefinho deles está virando carne moída. Kakashi quanto tempo acha que vai demorar pra virem atrás de nós? Quando acha que vai ser a nossa vez?


Kakashi: - De todas as suas idiotices, essa está sendo a maior Gai. Quer dizer que alguém tem peito de enfrentar traficantes e salvar vidas, e agora que ele está ferido, você sai correndo com o rabo entre as pernas?

Gai: - O protetor de vocês está morto Kakashi. Se não está agora, é só questão de tempo. Ele se ferrou, e eu não vou ficar aqui e ser o próximo. Ele se sacrificou porque é um idiota, porque foi se meter onde não era chamado, por que...

Não pode terminar a frase, pois centésimos de segundos depois, se encontrava estirado contra o muro, e uma Sakura furiosa aos prantos, pronta para atacar novamente.

Sakura: - SEU COVARDE! ELE SE ARRISCOU POR NÓS, SE SACRIFICOU PELOS AMIGOS E VOCÊ O TRATA COMO UM CACHORRO!

Kakashi teve que segurar Sakura, que se preparava para atacar Gai novamente. O homem se levantou com dificuldade, alisando o rosto dolorido pelo golpe. Caminhou devagar, sem dizer nada. Pegou sua mala junto ao filho e partiu. Virou-se após alguns passos.

Gai: - Se vocês são espertos, deviam fazer como eu. Uma guerra está para acontecer, e eu não quero estar na lista dos mortos.


Saiu logo em seguida, andando em direção ao táxi que aguardava próximo ao pórtico de entrada.


Já era alta madrugada. O silêncio cortava a noite. Kiba fazia seu turno de vigia, passeando com Akamaru onde algumas garotas sofriam os males da abstinência das drogas, evitando que elas viessem a se ferir ou tentar fugir.

No andar dos Hyuuga, Neji e Tenten dormiam de mãos dadas no apartamento ao lado do tio. Sasuke dormia no sofá de sua casa. Pensara em falar com Sakura, compreender o beijo que recebera, e tudo que havia se passado, mas não existia clima naquele momento. Ino dormia aos pés da cama de Gaara, debruçada sobre as pernas dele.

Jiraya havia desabado exausto no sofá, enquanto Sakura e Tsunade dividiam a cama, envoltas em livros médicos, tentando encontrar uma forma de agilizar o processo de descontaminação das mulheres, e alguma forma de tratar Naruto.

Kakashi olhava os pôsteres de mulheres nuas em sua parede, enquanto abria mais uma garrafa de cerveja. Usava apenas uma bermuda rasgada, a barba por fazer, o olho transplantado coberto por um tapa-olho discreto. Sentia-se um inútil naquele momento, mesmo tendo feito tanto.

Em meio a todo silêncio, Hinata foi despertada pelos gemidos de Naruto no andar inferior. Sentia-se desesperada, desamparada por ver seu amado naquela situação. Não demorou em tomar uma decisão, levantando-se passo a passo e silenciosamente saindo do apartamento, tomando rumo ao andar de baixo.

Chegando ao quarto, a situação era desoladora. O rosto de Naruto estava inchado, cheio de marcas, quase irreconhecível. Os braços amarrados, para evitar os traumas das convulsões, repletos de cortes e queimaduras profundas. Lágrimas escorriam de seus olhos aparentemente sem vida. E outras escorriam igualmente de olhos brancos singelos, apaixonados, desesperados.

Usando uma faca pega na cozinha, fez um corte em seu pulso esquerdo. O sangue escorria lentamente enquanto a mão direita forçava a boca do loiro a sorver o líquido quente.

Hinata: - Eu já te dei meu corpo, meu coração e minha alma. Agora eu te ofereço minha vida, porque não sou mais nada sem você... Naruto espero que me perdoe por estar fazendo isso, mas eu não conseguiria viver sabendo que podia te salvar e não o fiz, mesmo... Sacrificando-me por isso... Naruto eu te amo...

À medida que as gotas escorriam, Hinata percebia o corpo do rapaz se acalmando e resfriando, enquanto os cortes e queimaduras pareciam cicatrizar rapidamente, assim como ela mesma se sentia mais fraca, e sua consciência se perdia.

Ao passar de alguns minutos, as feridas dele estavam completamente curadas, e sua pele já adquiria uma coloração normal. Seus olhos, à pouco opacos e sem vida, agora reluziam em um azul translúcido, que lembrava o azul do céu. Ele piscava lentamente, ainda recobrando a consciência aos poucos, enquanto era admirado por um anjo lindo, de pele pálida, a camisola suja de sangue. Seus olhos se encontraram... Ele sorriu. Ela sorriu. Hinata se debruçou sobre ele carinhosamente, aproximando seus lábios. Um beijo doce, puro, apaixonado. Um último beijo...

Hinata: - Tudo o que eu queria era poder te beijar uma última vez. – Sua voz era baixa, quase um murmúrio. Naruto não compreendia. Ele a beijaria por uma vida inteira, e ela sabia disso.

O corpo da jovem pesou sobre o dele. - ‘Dormindo’ - Ele pensou. Carinhosamente a chamava, mas ela não respondia. Tentou abraçá-la, mas viu-se amarrado. Olhava para os lados, ainda atordoado, lembrando aos poucos da noite de torturas, da dor e da agonia. Foi quando percebeu a camisola suja de sangue.

Rompeu as amarras que o prendiam com certa dificuldade. Alcançou o pequeno corpo, pálido, gelado e a abraçou. Examinou cada centímetro, viu além das manchas de sangue o corte no pulso. Enlouqueceu.

Seus olhos eram de um vermelho magnífico, mas estavam diferentes. Não apenas a íris, mas todo globo ocular reluzia em um vermelho vivo. O estrondo da porta arrancada atravessando a parede foi ouvido à distância, despertando a todos no susto. A voz que se ouviu por todo condomínio era de um verdadeiro demônio fugido das trevas.

Naruto: - TSUNADEEEEEEEEEEE !



Naruto andava impaciente pela pequena sala. Sasuke o encarava da porta, recostado na parede, enquanto o restante não ousava se aproximar. O loiro emanava uma energia sombria, um verdadeiro demônio pronto a matar quem se aproximasse.

Naruto: - Então foi isso que aconteceu? Como a deixaram fazer uma coisa dessas?

Sasuke: - Naruto ficamos quase três dias sem dormir, cuidando primeiro das garotas, e depois de você. A gente simplesmente apagou. Ela estava dopada, ninguém podia cogitar que ia acordar e fazer uma dessas.

Naruto andou na direção de Sasuke, pressionando o moreno contra a parede, cravando os punhos no concreto abrindo um buraco, encarando fundo os olhos do moreno.

Naruto: - Você precisava protegê-la. Você me devia isso.

Sasuke o encarava: - Eu estava com o braço estourado por um tiro, lembra? Você me salvou disso, salvou o Gaara que ainda está desacordado, Neji e a todas as meninas. Nós desabamos quando te vimos daquele jeito. A Hinata surtou... Naruto os últimos dias foram uma loucura, ninguém podia prever uma coisa dessas. A gente já tava até pensando em te sacrificar.

Naruto: - POIS DEVIAM TER ME MATADO! Daí ela não tinha feito uma coisa dessas!

Sasuke se encolheu. A fúria crescente de Naruto era visível a todos, e não era hora de afrontá-lo, fosse da forma que fosse.

Tsunade saiu do quarto, com olhar preocupado.

Naruto: - Então, velha, o que ta acontecendo, e como você vai reverter?

Tsunade ignorou o apelido. Sabia que a situação do rapaz estava ruim, e as notícias que tinha iam ainda piorar. Temia por todos naquele lugar. Nas atuais circunstâncias, ninguém conseguiria deter o loiro.

Tsunade: - Não tem nada que eu ou qualquer um possa fazer Naruto. Hinata está em coma, e só uma transfusão de sangue pode cura-lá. E se não acontecer muito em breve, ela vai morrer.

Naruto: - Bom, temos dúzias de doadores aqui, o que ta esperando?

Tsunade: - Você não entendeu. Hinata é mestiça, o sangue dela é único. Só tem uma pessoa que poderia doar para ela, e que por sinal está lá em baixo, entupida de drogas. Ou seja, inútil.

Naruto agarrou uma cadeira, jogando com violência contra a parede, esfarelando o móvel. Todos se encolheram em pânico.

Naruto: - Eu tenho certeza que você vai pensar em alguma coisa, não vai? – Seus olhos eram ameaçadores.

Tsunade não respondeu. Não havia o que dizer, e temia por isso. Foi quando uma voz se ouviu.

- Alguém me disse que não é assim que se fazem as coisas por aqui. Será que era só da boca pra fora?

Sasuke e Naruto olharam atônitos para um Gaara recém despertado, apoiado em Ino e Tenten, entrando pela porta.

Gaara: - Então Naruto e aquele papo todo de ajudar as pessoas e fazer algo de bom? O que eu to vendo é você fazer ameaças e exigir soluções. Vai matar essas pessoas agora, por não poderem resolver o problema?

Naruto ficou um tempo em silêncio. Parecia pensar no que fazer. Puxava os cabelos em sinal de desespero, andava de um lado para outro, atordoado.

Neji: - Naruto minha prima se sacrificou para que você vivesse. Acho que ela não ia querer que você saísse ameaçando Tsunade ou machucando ninguém daqui por causa dela. Honre o amor e a vida que ela te ofereceu, ou vai jogar fora sua vida, e a dela.

Naruto: - Vocês têm razão. Tsunade eu peço desculpas. Por favor, se tiver alguma forma de acelerar o processo da Hanabi pra que ela seja doadora, faça. Eu vou aproveitar e resolver algumas coisas pendentes.

Sasuke com a mesma curiosidade de todos os demais: - E o que seria?

Suas mãos se contraíram, cravando as unhas nas palmas até o sangue escorrer. Os olhos do loiro pareciam chamas, quando a resposta veio.

Naruto: - Eles arrancaram meu coração. Eu vou arrancar o deles.

 



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