História Ruas de Fogo - Cap. 2 – Um pouco de história

Domingo, primeiro dia de folga do loiro em quinze dias depois de muitos pedidos, súplicas e algumas ameaças por parte de Hinata. Dormiram até mais tarde naquela manhã, e já passavam das 10 horas e nenhum dos dois fazia questão de levantar. Estavam apenas deitados abraçados, Naruto encaixado nas costas de Hinata, abraçava sua cintura de forma carinhosa, e distribuía beijos em suas costas.

- Tão bom poder ficar assim com você um pouco... Quase não temos ficado juntos...

- Também, você insiste em ficar o dia todo na clínica e ainda a faculdade de noite... – completa o loiro, distribuindo beijos nos ombros da garota, sentindo o quanto ela se aninhava mais em seus braços.

- E o que ia adiantar eu ficar o dia todo em casa, se você sai antes que eu acorde, e volta praticamente de madrugada?

- Tem razão, Hina... Nós dois estamos pegando meio pesado... Mas logo a clínica vai estar pronta, e não vou precisar ficar tanto tempo lá.

- Acredito mesmo que você vai largar aquilo... – sorri debochada – Aquela clínica é sua vida Naruto... Mas se você maneirar um pouco, ainda mais depois de me formar, eu vou gostar muito...

- Você é minha vida, meu amor... Tudo bem que a clínica é mesmo importante pra mim... Mas você é mais... Sempre vai ser...

- Eu sei o quanto aquele lugar é importante pra você... Mas nunca entendi porque...

- Porque não quero que ninguém passe pelo que passei na infância...

- Quer me contar? – Completou a menina virando o rosto. Trocaram um beijo suave e apaixonado, enquanto Hinata acariciava o rosto do loiro, e este a abraçava com mais força.

Naruto suspirou fundo antes de começar a narrativa:

- Então... Eu era bem pequeno ainda, tinha quatro anos quando meus pais morreram... Meu pai era um Anjo, enquanto minha mãe... Bom, o apelido dela era pimenta sanguinária, então você pode ter ideia... E por conta dessa união, foram rejeitados pelas famílias... Eles acabaram trabalhando juntos... Investigadores mantidos pelo governo, meio que caçadores de recompensa, espiões, algo assim... Era bem útil meu pai ver através das paredes, e minha mãe influenciar as pessoas... Sem falar que os dois eram bem fortes quando tinham que sair no braço... Aconteceu que eles acabaram mortos em uma emboscada, enfim...

Nesse momento Hinata enlaçou a mão de Naruto dando-lhe um beijo delicado no dorso, e em seguida a encaixando entre os seios, em sinal de apoio. Naruto continuou:

- Naquela época, eu acabei indo parar com alguns parentes... Mas assim como eles não gostavam da união dos meus pais, gostavam menos ainda de mim por ser mestiço, e me batiam... Chegava a ser engraçado... Quando eu aprontava, eles me batiam bastante... E quando os filhos deles aprontavam e eu não tinha culpa, eu apanhava bastante também... E ainda embolsavam o dinheiro que eu devia receber dos meus pais... Um tipo de pensão do governo, por conta do trabalho deles. Daí uma noite acabei fugindo, carregando a capa que era do meu pai. Eu tinha uns seis anos na época. Fiquei pela rua algum tempo, um padre me achou e me levou pra um orfanato, mas as pessoas de lá não me aceitavam. Fugi de novo, e daí encontrei um grupo de demônios, que acabaram me usando pra pequenos furtos, vender drogas... Eles não gostavam de mim por ser mestiço, mas a polícia não podia prender um moleque, então eles aproveitavam. Acabei fugindo deles quando tiveram a brilhante ideia de me prostituir quando eu tinha dez anos... Fiquei pela rua um tempo, até encontrar o Sasuke, uns meses depois... E em seguida, o Gaara e a Temari... Mas ela era mais velha, menina... Au não ficando com a gente, apesar de dar uma força quando podia... E daí veio pequenos furtos, alguns maiores... E maiores ainda... Começamos a ser chamados pra trabalhos pagos...

Naruto suspirou fundo... Tomando coragem de continuar.

- Uns anos depois... Chamaram-nos pra um trabalho. E adivinha quem chamou? – ele mesmo completou sem dar tempo de Hinata sequer pensar - A mesma família que mandou matar meus pais... Au que a coisa ficou feia, fomos pra cima deles, no meio da confusão teve uma explosão na casa e aquilo virou um inferno... O cara morreu queimado, junto com o filho e os capangas... O Sasuke ficou bem tostado uns dias também... E foi quando eu resolvi sumir, largar aquela vida. Perambulei algum tempo, e vim parar aqui.

O loiro completou com um suspiro pesado, enquanto Hinata tinha os olhos marejados. A história de vida dele toda remetia a dor, sofrimento, perda e rejeição, e em seu coração ela prometia que nunca mais deixaria aquilo se repetir.

Ela nada disse. Beijava as mãos do loiro e ‘indiscretamente’ as roçava em seus seios. Erguia os quadris, encaixando o pênis entre sua bunda, rebolando devagar e convidativamente. A respiração do rapaz em suas costas causava arrepios, e naquele momento, mais do que em qualquer outro, ela queria se entregar para aquele que amava, e a quem se dedicaria de corpo e alma para fazer feliz ao seu lado.

A morena ergueu mais os quadris, abrindo um pouco as pernas. Com a mão esquerda, encaixou o pênis na entrada da vagina e deixou-se penetrar completamente. Sorriu, não apenas pelo prazer que sentia com ele, mas especialmente pela felicidade que sentia em ser ele o homem de sua vida, e por poder trazer alegria a uma vida que havia sido tão triste e vazia até pouco tempo.

Naruto a penetrava com carinho e delicadeza. Fazia movimentos longos e suaves, enquanto as mãos deslizavam pelas curvas bem feitas da mulher. Massageava os seios fartos – uma grande tara dele – enquanto a masturbava de leve com a outra mão. Beijava as costas dela, trazia-a mais para perto. Sentia seu peitoral colado as costas dela, e se sentia feliz assim. Ele era dela. Ela era dele.

Manteve aquele ritmo suave até que tiveram um orgasmo simultâneo. Não precisavam dizer nada. Hinata apenas se aconchegou ainda mais próxima dele, beijando o dorso das mãos daquele que amava. Naruto cheirava o pescoço de sua amada, e distribuía pequenos beijos. Tudo que precisavam para se sentirem felizes estava ali, naquele quarto.

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Tema musical do momento (Se quizer – Tania Mara)

Se quiser fugir
Prá qualquer lugar que for
Nem precisa me chamar
Tão perto que eu estou...
Mas seu medo de perder
Não te deixa me olhar
Esqueça o que passou
Que tudo vai mudar...
Agora eu posso ser seu anjo
Seus desejos sei de cor
Pro bem e pro mal
Você me tem
Não vai se sentir só
Meu amor!...
Sempre que quiser um beijo
Eu vou te dar
Hei! Hei! Hei! Hei!
Sua boca vai ter tanta sede
De me tomar
Se quiser!
Sempre que quiser ir as estrelas
Me dê a mão!
Deixa eu te levar...
Eu penso te tocar
Te falar coisas comuns
E poder te amar
O amor mais incomum
Não deixa o medo te impedir
De chegar perto de mim
O que aconteceu ontem
Não vai mais repetir...
Me deixa então estar contigo
Seus desejos sei de cor
Pro bem e pro mal
Você me tem
Não vai se sentir só
Meu amor! Se quiser!...
Sempre que quiser um beijo
Eu vou te dar
(Eu vou te dar!)
Sua boca vai ter tanta sede
De me tomar
Se quiser!
Sempre que quiser ir as estrelas
Me dê a mão!
Deixa eu te levar...
Me deixa ser real
E te ajudar a ser feliz
Porque eu sou o seu fogo
Tudo que você quis
Tudo que você quis
Eeeeeh!...
Sempre que quiser um beijo
Eu vou te dar
(Te dar!)
Sua boca vai ter tanta sede
De me tomar
(Sua boca vai! Sua boca vai!)
Se quiser!
Sempre que quiser ir as estrelas
Me dê a mão!
Deixa eu te levar
Hei! Hei! Hei! Hei!...
Sempre que quiser um beijo
Eu vou te dar
(Eu vou te dar!)
Sua boca vai ter tanta sede
De me tomar
(Sua boca vai! Sua boca vai!)
Se quiser!
Sempre que quiser ir as estrelas
Me dê a mão!
Deixa eu te levar
Deixa eu te levar!
Deixa eu te levar!

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O tradicional almoço de domingo tinha seguido como quase sempre – em uma algazarra completa. No salão de festas, ponto de encontro do grupo todo domingo, era feito um grande churrasco, regado a bebidas, falatório, algumas discussões típicas e muita diversão. Em uma mesa, três demônios, um lupino e um anjo conversavam animadamente, e enquanto um deles suspirava aliviado de poder se livrar da esposa que amava, mas que estava se mostrando cada dia mais temperamental durante a gravidez, os outros simplesmente curtiam um dia de folga, entornavam altas doses de bebida e faziam piadas – ao menos alguns deles, já que Gaara não havia mudado seu jeito silencioso de ser.

Na mesa do fundo, Kakashi, Tsunade, Jiraya e Hiashi discutiam planos e estratégias de orçamento e financiamento da clínica, contratação de pessoal, propostas. Tudo regado a muita bebida, discussões, dedos na cara. Felizmente todos sabiam que até o final da tarde, nenhum dos quatro recordaria do assunto e do que foi tratado, e tudo que sobrariam seria uma bela ressaca, e promessas de nunca mais entornar o caldo daquela forma, que seria prontamente esquecida bem antes do próximo encontro.

Em outra mesa, as meninas mais jovens se reuniam em torno de Tenten, agora grávida de quatro meses e com uma discreta barriguinha que se salientava sob a blusa. Faziam planos, discutiam a decoração do quarto, nomes, planejavam desde o primeiro banho, até a faculdade da criança ainda nem nascida, entre suspiros e gritinhos histéricos de todas elas.

- Mas Tenten... Vocês planejaram essa gravidez? – Questiona a Hyuuga mais nova.

- Bom... Planejar não... Não é como se estivéssemos tentando ter um filho, mas não estávamos tomando nenhum cuidado para não ter também, sabe?

- Quer dizer que vocês não se cuidavam em nada? – Questiona surpresa a rosada.

- Não... Somos casados há algum tempo, temos condições financeiras... A gente tava naquelas... Se vier, vai ser bem recebido...


- Nossa... Acho que o Gaara ia ter um surto psicótico se eu digo que to grávida...

- É... O Sasuke também... A gente se protege de tudo que é jeito...

- E do jeito que transam, devem gastar uma nota em camisinhas, né? – novamente a Hyuuga mais nova, com um ar de deboche.

- Olha quem falando... A “virgem” do grupo... – diz Hinata com uma sonora risada, sob olhar surpreso das outras.

- Poxa, maninha... Não sabia que você estava tão saidinha assim... Morar com o Naruto está te fazendo bem, hein?

Risada coletiva das mulheres, e uma Hyuuga corada. Hinata realmente estava muito mais confiante e descolada, mas em determinados momentos, ainda tinha recaídas onde ficava completamente corada.

- Mas Hina... Você e o Naruto também devem se cuidar, não? – Questionava a grávida do grupo.

- Bom... É... Assim... Tipo... – gaguejava constrangida tanto pelo assunto, quanto pela resposta que teria para questão.

- HINATA! – disseram surpresas as outras em coro.

- Eu não acredito que vocês não se cuidam maninha... E do jeito que aquele demônio gostoso e pervertido deve ser não sei como você já não está com dois filhos e grávida de mais um...

- Hanabi... Isso lá é jeito de falar?

- Mas ela tem razão Hina... Vocês tem que se cuidar... O Sasuke me disse que demônios são imunes a doenças venéreas e coisas assim... Mas também disse que são bem férteis!

- É o Gaara me disse a mesma coisa... Não sei como você ainda não engravidou em um ano com o Naruto sem tomar nenhuma precaução.

- Bom... Eu nunca pensei nisso... Foi erro meu, é verdade... Ele também nunca teve iniciativa pra isso... Daí... Sei lá... Ai meninas... Imagina se eu fico grávida? O que o Naruto ia dizer?

- Bom... O que você acha da gente aprontar uma e descobrir? – disse Ino, com um sorriso sádico nos lábios?

- O que você sugere testuda?

- Que tal a gente fazer uma brincadeira com o demônio loiro, pra ver a reação dele?

- Você quer dizer a Hina dizer que ta grávida? – Tenten tinha uma face preocupada. Esse era o tipo de brincadeira que ela considerava de mau gosto, e não concordava com a ideia.

- Maninha você teria coragem de dar uma enroladinha no seu demônio? Ia ser hilário o ver caindo da cadeira com a notícia.

- Não sei Nabi... Por um lado ele pode ficar assustado... Ou sei lá... Vai que ele não gosta da notícia? Ou pior... Ele gosta e daí tenho que dizer que era mentira?

- Ela tem razão Hanabi... Não vale a pena fazer uma brincadeira dessas... Mexe demais com os sentimentos das pessoas, não acha?

- Nada Tenten... Você está grávida, toda emotiva... Eles são demônios... – insistia Ino querendo levar adiante a brincadeira.

- E que tal se todas fizéssemos? – disse a rosada – Como forma de incentivar a Ino, e saber da reação dos nossos diabinhos...

- E cachorrinho, né? Não se esqueçam de mim...

- Você também, Nabi? Tadinho do Kiba... Capaz de ele começar a latir e correr atrás do rabo do Akamaru com uma notícia dessas...

Todas riram novamente. E uma pequena ‘brincadeira’ que segundo elas geraria algumas risadas e muitos sustos, começou a ser planejada naquele momento.