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História Rude Boy (livro 1.0, Em revisão) - Acordado


Escrita por: jeontaste e callistos

Notas do Autor


Dessa vez peguei de surpresa né? Pode falar kskks
Acabei de terminar o capítulo, nem almocei, mas cá estamos nós.
Capítulo água com açúcar, e mais um, depois vem narração do Jungkook com todas as dúvidas respondidas rs
Bom, perdoem qualquer erro e boa leitura.

Obs: leiam as notas finais.

Capítulo 33 - Acordado


Fanfic / Fanfiction Rude Boy (livro 1.0, Em revisão) - Acordado

" Não é que eu não acredite em você, eu só estou tentando suportar. Porque isso é tudo que eu posso fazer." - Awake (Seokjin, BTS) 

                       SOLAR

A tristeza nos faz pobre.

Pobre de espírito, pobre de entendimento, pobre de orgulho.

Se infiltra por nossa mente, move pensamentos, os modifica, os deixa sombrios.

E isso não é bom, eu havia me esquecido como era me sentir assim.

Provando por tanto tempo de uma felicidade que não me pertencia, meu peito se esmagava em uma dor profunda.

Eu havia conseguido parar de chorar a alguns minutos, e um cansaço emocional me abatera de modo que, minha mente havia parado de gritar o quanto eu era idiota.

Yeri suspirara pela enésima vez na noite, respeitando meu silêncio quase seprucal, se não fosse por fungares pelo nariz entupido. A caixa de lenço estava quase vazia.

Eu a olho por baixo dos cílios molhados e ela franze o cenho, fazendo uma careta.

- Você tá péssima. - Diz e eu assinto porque sei que é verdade. Não é preciso que eu olhe em um espelho pra ter certeza disso.

- Eu sei. - Respiro fundo, tentando colocar minha mente em ordem, o que não consigo porque estou extremamente bagunçada por dentro. Mas ao menos consigo falar, piso em cima de um orgulho que não existe naquele momento ao admitir o que meu coração ainda não queria aceitar. 

- Como você disse, o Jungkook é grande mentiroso, filho da mãe... - Meu punho se fecha sobre o mármore do balcão em que nos separa, estamos sentadas uma de frente para a outra, e o vapor que subia da caneca de café a minha frente não me apetecia. - Ele me enganou com todo aquele papo de que não era ruim, de que mudaria se eu o desse uma chance. - Nego com a cabeça, consternada, porque vocalizar aquilo dói ainda mais. - O encontrei por acaso na boate em que ele diz que trabalha. Sinceramente não poderia ter desculpa pior pra uma traição.

- Espera. - Yeri interrompe parecendo ter se perdido em algum ponto do meu desabafo irracional e raivoso. Porque é tudo que sou naquele momento. Não meço palavras, a mágoa me deixa enegrecida por dentro. - Como assim? o Jungkook trabalha? Isso não é proibído?

- É, ele não me disse por quê trabalha e nessa altura eu só acredito nisso porque falei com o tal chefe dele sem querer. - Desabafo por fim.

- Me conta isso. - Segura minha mão na sua. - Sabe que pode confiar em mim sempre não é? Apesar de tudo, das brigas e mal entendidos, eu só quero o seu bem.

- Eu sei. Eu só... Droga, eu amo ele. - Minha confissão chorosa a pega de surpresa, os olhos dela brilham de um jeito diferente.

Esfrego o rosto com raiva porque aquele sentimento havia se enraizado profundamente, eu o sentia me rasgando por dentro.

- Eu o vi c-com outra garota. - As poucas lágrimas que sobraram em meu organismo descem por minhas bochechas, quentes. Yeri ainda se mantém em silêncio, mira o balcão agora. - Ele me disse que ia trabalhar... D-disse que não podia ir comigo p-porque não podia mais faltar no serviço. Eu acreditei, como uma tola. - Agarro a raiz do meu cabelo com raiva porque de repente parece tudo tão óbvio. - Vai saber desde quando ele está com ela e me engana. Por que eu sou tão burra?

- Se acalma. - Finalmente me olha, a expressão mais firme que outrora. - Você descobriu e isso é bom, vai saber o que ele pretendia? Agora acabou Solar, você... - Seu celular que, só agora percebo estar em cima do balcão vibra notificando uma mensagem e Yeri se auto interrompe, parecendo ter se assustado. - Aish, é o Taehyung. - Seu timbre enfadonho me tira do meu próprio sofrimento por alguns instantes.

- Vocês estão bem?

- Terminamos umas semanas atrás. - Sua resposta me deixa surpresa.

- Ele também foi canalha com você?

- Acho que eu que fui canalha com ele. - Suspira, a mente viajando por lugares que provavelmente nunca irei saber. - Mas enfim... Sol, se formos pensar por todas alternativas, você disse que ele trabalhava na tal boate, Hades. - Ela se apoia nos cotovelos para me olhar melhor e então, terminar de foder com meu dia. - Se o que o Jungkook disse for verdade, e você tem certeza que ele trabalha, o que um adolescente menor de idade pode fazer em uma boate?

No auge de desestabilidade que está a minha cabeça, eu demoro pra processar, mas eu entendo seu raciocínio.

E merda, eu não queria ter entendido.

- Você... - Arfo. - Você tá me dizendo que o Jungkook é um garoto de programa?

                            §

Não consigo dormir. 

Não deveria me surpreender com isso, pois minha mente não para, nem por um segundo, é isso me atormenta, me tira o resto de paz que ainda quero manter.

Me sento na cama que compartilho com minha amiga. Yeri está adormecida sobre os lençóis de cetim, perdida em seu próprio sono, e a invejo. Porque tudo que desejava agora, era conseguir fechar os olhos, e deixar minha consciência ir por algumas horas. Esquecer do pesadelo que fora aquele dia.

Meu celular vibra na escrivaninha ao lado da cama com mensagens e ligações que eu já sei de quem são. Eu observo o visor aceso até se apagar, e fungo uma última vez antes de me levantar e desligar o aparelho.

Visto o roupão que Yeri me emprestara por cima da roupa de dormir e prendo o laço na cintura com um suspiro resignado.

Mais calma, acho eu, penteio os cabelos com os dedos antes de mirar meu reflexo no grande espelho de corpo inteiro.

Eu me aproximo, a penumbra ainda sombreia minhas feições cansadas, mas mesmo assim consigo finalmente me ver.

Olhos castanhos deprimidos e avermelhados, seguidos por bolsas abaixo deles, e bochechas avermelhadas por conta do choro ainda recente.

Estou ali, ainda me sinto, mas é como se estivesse distante, apenas um projétil frágil do que sou eu realmente.

Fito minhas mãos agora mais firmes e reconheço-me apesar de tudo. Mas por dentro...

Por dentro tudo ainda dói e meu coração pesa, e é meu interior que ainda não sou capaz de encarar, porque é tudo intenso e tenho medo de me vasculhar demais e voltar a meu pior estado.

Por isso me ergo, reprimindo quaisquer pensamentos profundos.

Eu só quero não pensar agora.

Não quero.

Desço as escadas, e as solas dos pés sentindo a temperatura gélida da cerâmica me fazem lembrar de que estou viva. E eu tento me distrair por hora com isso, qualquer bobagem.

Mas eu nunca sou ouvida, não mesmo, as forças divinas estão contra mim.

Quando irrompo a cozinha, não encontro a escuridão totalmente.

Yoongi está sentado em uma dos bancos altos, os braços apoiados no mármore bem polido.

Então eu lembro, da mágoa que me corrompe.

- Você deveria ligar pra a Gabbe... - Ele diz, de costas pra mim, sem precisar virar-se para me reconhecer.

Não sei se isso é um dom ou sei lá.

Meu corpo ferve em um sentimento diferente, mais forte que a tristeza, o qual conheço bem.

A raiva.

 - Ela está preocupada com você.- Completa, e bebe algo, que só reconheço ser whisky depois que ele se vira pra mim. Os olhos pequenos me avaliam dos pés a cabeça, e ele a meneia em um pedido para que eu me aproxime.

Eu poderia gritar naquele momento e lhe jogar aquele vaso ao meu lado em sua cabeça, mas meu último neurônio frisava que eu ainda estava em sua casa.

Então, a passos pesados eu dou a volta no balcão e me sento exatamente a sua frente.

- Você está zangada comigo. Não vou julgar. - Sorri pequeno e se estica até pegar outro copo e servi-lo pra mim.

Franzo o cenho, encarando o copo a minha frente, só ali percebendo como minha cabeça pesa.

 - Primeiro coração partido, você vai precisar. - Pisca um olho e endorna outro copo.

Suspiro, envolvendo os dedos sobre o cristal fino. Fito o líquido amarelado até tomar coragem e ainda incerta levá-lo aos lábios.

 - É melhor virar de uma vez, vai ser mais fácil. - Aconselha.

O cheiro é forte e imagino que o gosto seja muito pior, mas eu só quero parar de pensar em Jungkook ajoelhado em meus pés enquanto chora. Então, tomo, e é a pior decisão da minha vida, porque é amargo e tão forte que me faz espremer os olhos e um som extrangulado escapulir da garganta.

- Que merda. - Xingo, no auge do meu cansaço.

Yoongi sorri novamente antes de encher meu copo e o seu novamente.

- Eu que o diga. Às vezes somos obrigados a fazer coisas que não queremos pelas pessoas que amamos. 

- Tipo esconder que o seu amigo é um tremendo filho da p... 

- Não, não, a tia Joohyun vulgo sua sogra é uma ótima pessoa. 

- Realmente, os pais não tem culpa dos filhos serem tão idiotas. - Rio sem humor e bebo mais uma dose. Ainda queima até o estômago, mas desce com mais facilidade. 

- Você devia tê-lo escutado. - Diz depois de um minuto de silêncio. 

- Ah não me diga, e fazer parte ainda mais daquele show de humilhação? Eu dispenso. - É minha vez de pegar a garrafa e encher o copo.

- Vai com calma. - Yoongi adverte mas não o dou ouvidos, porque de repente falar, tirar aquilo pra fora, ficara mais fácil.

- Você concorda com isso? Com esse tipo de coisa? Da tribo dos populares esse tipo de caráter Yoongi eu só não esperava de você.

- Não é o que parece. Eu sei que foi chocante porque de um jeito ou de outro ele omitiu pra você. Mas aquela garota não é relevante pra o Jungkook, sério, aquele garoto fala de você desde os 15. - Fecho os olhos por um momento, porque a simples menção de seu nome trás a tona sentimentos que não quero sentir.

Não quero lembrar de como sua ausência é insuportável.

- Uma vez... - O olho. - Gabbe me descreveu o Jungkook. O garoto com problemas familiares que mascara isso com o jeito bad boy. O garoto problemático que te faz ir até o inferno, e trás o céu pra você. Eu não acreditei que ele me magoaria assim, mas cá estamos nós. E pelo visto, você parece estar de coração tão partido quanto eu. - Bebo um gole menor, porque sinto meu corpo amortecido, resultado do efeito da bebida.

Yoongi não diz nada, mas esvazia seu copo. E isso diz mais que qualquer palavra.

- Ela ama você, sabia, idiota? - O peso de seu olhar é surpreso, porque realmente homem consegue ser idiota quando quer. - Ah, não sabia. Vocês homens costumam ser cegos mesmo, e tapados.

- Obrigado pelos elogios.

- Não há de quê. - Sorrio meio tonta. - Não prenda palavras Yoon, às vezes a falta de diálogo fode com relacionamentos e você pode acabar assim, como eu. - Aponto para meu próprio peito.

- Você já está bêbada.

- E você ainda está aqui quando podia estar se reconciliando com ela.

Ele sorri com uma expressão sábia, como se soubesse todos os segredos desse mundo.

- Ela me mataria se eu não cuidasse de você nesse estado.

Eu dou de ombros, não entendendo muito o que ele quer dizer. 

Estou zonza e meu coração ainda lateja, cada vez mais revoltado.

Copo atrás de copo, eu me vejo o xingando, amaldiçoando-o até a última raça e mesmo assim isso não me faz sentir melhor.

Então, a raiva passa para uma saudade gritante e inúmeros por quês inundam-me como uma concha em uma maré.

São eu te amos, seguidos de comentários vergonhosos sobre Jeon e Yoongi me escuta pacientemente, ri de minhas bobagens, até eu não ter noção mais do que falo, e a dor, a revolta, o amor, a saudade, tudo ser levado pela escuridão de um sono resultado da bebida.

É só aí que consigo por fim, descansar.

                            §

Não fui a escola no dia seguinte por inúmeros fatores óbvios, mas aqui eis de citar alguns:

Primeiramente, eu não estava disposta, não mesmo. Depois de ser "consolada" por Yoongi e uma garrafa de whisky eu com certeza estava enfrentando mais uma ressaca infeliz, e pela primeira vez, me lembrava de tudo que tinha feito e dito noite passada. Inclusive, que vergonha.

Segundamente, quando acordei já era tarde, e eu estava de volta na cama. Provavelmente Yoongi havia me levado até lá. Yeri havia deixado mensagem e café da manhã prontos, o que bem, havia me deixado um pouco melhor.

Terceiramente e motivo ainda maior. Sim, eu não queria ver Jungkook e me chamem de covarde por isso se quiserem. Mas não me sentia capaz de enfrentá-lo, de olhar em seus olhos novamente e não sentir vontade de chorar ou me achar a garota mais idiota por ainda o amar.

Porque eu não havia parado de amá-lo por um segundo, e isso me assustava.

Por isso, na cama de Yeri tomei café e me dei o direito de tomar um banho de pé e cabeça. A água me deixou mais desperta, mas não menos quebrada.

Parecia que dois tratores haviam passado por cima de mim.

Um sobre minha dignidade e sentimentos e outro sobre meu corpo mesmo.

Roubando temporariamente um de seus moletons gigantes eu arrumei minhas roupas em uma sacola e parti. 

Seus pais não estavam em casa, eles nunca estavam. E em todos os anos de amizade se eu os tivesse visto duas vezes era muito.

Não sei como os irmãos Min lidavam com isso.

Decidi ir de pé até em casa para espairecer, o que foi uma péssima ideia.

Por que?

Eu estava cansada física e psicologicamente e naquele justo dia o sol resolveu aparecer vívido e em todo o seu explendor.

Quando cheguei em casa estava desidratada e minha cabeça latejava como o inferno. Parabéns para a mais burra do ano.

A primeira cara que vejo assim que abro a porta não é a de mamãe e muito menos a de Gabbe, e sim a de Jimin, porque Deus me ama.

Sintam por favor a ironia presente nesta frase.

Ele estava lindo como sempre e moreno.

O cabelo preto parecia mais curto também o que indicava que ele o havia cortado recentemente. As roupas justas moldavam o corpo bem talhado enquanto eu, bem, eu estava um lixo.

E isso era perceptível.

- Sol? Tudo bem? - Deixando seu celular de lado e se levantando do sofá a qual estava sentado, ele me intercepta. Mãos em meus cotovelos até que eu esteja sentada.

- Eu só... Preciso de um pouco de água, por favor. - Sorrio, ou tento. Não sei, deve ter saído uma coisa horrível porque ele franze o cenho, mas não questiona.

Volta da cozinha com um copo d' água cheinho e minha garganta arranha seca e necessitada.

- Obrigada. - Agradeço assim que bebo, ele apenas assente, sentado sobre a mesinha pequena a minha frente. Seus olhos pequenos perscrutam todo o meu rosto em busca da razão a qual cheguei em casa naquele estado, mesmo assim ele não pergunta. - Minha mãe?

- Ah... Ela saiu com meu pai, pediu que você ligasse assim que chegasse.

- Certo. - Assinto.

- Ela não se preocupou porque a Gabbe disse que você dormiu na casa da Yeri, mas a Gabbe parecia preocupada, o que é estranho. - É sutil, mas percebo sua curiosidade e suas dúvidas.

- Foi só um mal entendido com a Gabbe, mas estamos bem. - Não minto ao todo.- E falando nela, onde está? - Mudo de assunto.

- Quando eu cheguei ela já tinha saído.

- E deixaram você sozinho aqui? Aigoo...

- Não se preocupe. - Ele sorri leve. - Nossos pais foram no mercado aqui do lado.

Nossos pais.

- Como você está com isso? Digo, com o fato dos nossos pais se casarem?

- Bom, eu acho que já sabia. Desde que eles começaram a namorar e até mesmo bem antes, meu pai ficou diferente, se arrumava mais... - Rimos.- e chegava mais sorridente em casa também. Eu não fiquei surpreso, mas ainda é novo. - Dá de ombros, tentando minimizar o que aquilo significa pra si.

- É novo pra mim também. - Confesso. - Sempre fomos só nós e agora...

- Sim. - Completa. - Agora nós vamos morar juntos. Isso é estranho.

Assinto, sorrindo um pouco com uma percepção clara em minha mente.

- Senti sua falta.

Seu sorriso morre aos poucos, a expressão suave metamorfoseia-se diante de meus olhos, e um sorriso pequeno mais sincero desponta por seus lábios.

- Eu também senti a sua.

Ele respeitara minha decisão, assim que eu escolhi Jungkook e isso me fazia respeitá-lo e admirá-lo ainda mais.

Quebrando a sinceridade daquele momento, mamãe e senhor Park rompem a porta, cheios de sacolas e risos apaixonados.

É uma coisa bonita de se ver, mesmo no meu estado atual de lastima eu admiro.

O amor quando é recíproco, é maravilhoso.

- Oh, vocês estão aí! Tudo bem bebê? Parece meio abatida. - Minha mãe franze o cenho, me conhece como a palma de sua mão. Mas eu sorrio, um pouco mais leve e nego com a cabeça.

- Eu só bebi um pouco além da conta. Estou de ressaca.

- Aigoo, não beba tanto meu bem, você é fraca pra essas coisas. - Obrigada mãe.

- Mas de vez em quando é bom Yuna, e ela estava na companhia de amigos, não é Sol? - Assinto. - Ainda mais era o seu aniversário, quem nunca passou da conta? - Senhor Park sorri.

- Aigoo, nem me lembre. - Mamãe sorri como se lembrasse de algo. - Sol e Jimin podem me ajudar no almoço? A Gabbe saiu cedinho pra resolver umas pendências na faculdade e ela é quem sempre me ajuda. 

- Claro. - Respondemos juntos.

- Eu só vou trocar de roupa. - Anuncio.

Eu levo o meu tempo. 

Em casa finalmente eu me dou o direito de me sentar em minha cama e pensar no que aconteceu noite passada.

As palavras de Yeri ainda não fazem sentido, ainda acho que Jungkook mente, mas há tanta ponta solta, tanta coisa que eu não sei sobre si.

Será se tudo que ele me disse, todas as confissões, os olhares, seus toques cálidos, tudo havia sido mentira?

Agora com a mente pouco mais clara, eu percebo que preciso de explicações, nem que seja para pôr um fim em tudo.

E pensar nisso faz meu peito doer ainda mais.

Troco de roupa, e escondo as olheiras e o rosto abatido com maquiagem. Amarro os cabelos em um rabo de cavalo alto e por fim, ligo o celular quase descarregado na tomada.

Ligações perdidas lotam a tela juntamente com mensagens.

E eu não preciso abrir nenhuma para saber de quem é, e mesmo que meu coração tolo queira ler, eu me nego.

Não agora.

Escuto mamãe me chamar e dou um último suspiro antes de repetir para mim mesma que não desabarei agora.

Não mesmo. 

Minha mãe ajeita as coisas na cozinha, mas assim que me vê seu semblante ocupado passa a ser suave. 

- Sol, eu comprei o molho errado pra fazer a sobremesa, pode ir comprar pra mim o correto?

- Ah mãe, eu tô com preguiça.

- Nah, nah mocinha, é importante anda.

- Mas mãe...

- Jiminie-ah pode ir com a Sol comprar o molho meu bem?

- Claro que sim, senhora Peters.

- Só Yuna, meu bem.

- Claro. - Curva-se em respeito.

- Aish. - Resmungo batendo os pés, mas não tem jeito. Nem ser corna em paz se pode. 

O mercado nem é longe, mas aquele sol infelizmente é difícil de encarar.

- Você parece melhor. - Jimin comenta, assim enquanto caminhamos lado a lado na calçada, nos esgueirando sobre as poucas sombras que encontramos. 

- A ressaca, eu realmente bebi muito ontem. - Minto na cara dura, não quero que mais ninguém saiba que fui corna.

- Você parecia triste também.

- Dor de cabeça me deixa triste. Ah, olha lá o mercado! - Desconverso com uma empolgação desnecessária. Não me importo. - Vou gastar o troco com sorvete.

Jimin nada diz, mas me acompanha fielmente a cada prateleira.

Com a sacola em mãos e o bendito molho, andamos devagar de volta para casa, com dois sovertes, é claro.

Toda aquela caminhada não ia me sair de graça, e eu ainda sentia minha garganta seca por causa da ressaca. Então, por que não unir o útil ao agradável?

- O que você pretende fazer ano que vem quando as aulas terminarem? - Era um assunto que me atormentava. Estávamos quase terminando o semestre, e eu sentia que o tempo estava correndo contra minhas indecisões. 

- Não sei. Talvez eu entre em alguma escola de dança por aqui mesmo. - Diz despreocupado. 

- Não planeja ir embora?

- Você planeja?

- Não sei. - Repito sua resposta, ainda me parece um assunto que pode ser adiado, mas eu sei que não tenho mais muito tempo pra pensar e isso me assombra. - Não faço ideia do que quero ser.

- Não precisa saber agora. Não precisa se pressionar. Não importa o que as pessoas digam, elas não vão fazer por você, tem que fazer o que gosta. Independente de quem aprove ou não.

- Tem razão. Eu me sinto bem mais leve agora. - Sorrio pra si. - Obrigada.

- Sempre que precisar. - Sorri de volta.

Mas meu sorriso morre totalmente quando ainda na frente de casa eu vejo quem evitei durante todo aquele tempo, juntamente a mamãe que sorri como se não tivesse acontecendo uma desgraça agora em minha mente. 

- Sol, o Jungkook veio aqui te procurar preocupado porque você não foi pra escola hoje. Convidei ele pra almoçar conosco. 

 E seus olhos nunca pareceram tão magoados como naquele momento. 


Notas Finais


Anjos, minhas aulas vão começar nessa segunda, então é provável que eu demore as vezes pra atualizar pq eu tenho que me dedicar na faculdade.

Mas vou tentar manter o prazo sempre.
Muuuuito obrigada por todo o apoio de sempre, amo vocês ❤️


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