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História S W E E T - Fillie - C. Sessenta e cinco : Preocupados.


Escrita por: _lusouza_

Notas do Autor


Boa noite!

Capítulo 66 - C. Sessenta e cinco : Preocupados.


Fanfic / Fanfiction S W E E T - Fillie - C. Sessenta e cinco : Preocupados.

S C H N A P P


Eu já disse uma vez, mas não consigo pensar em outra coisa nesse momento.

As coisas acontecem rápido demais quando se é adolescente. Eu sei que isso pode ser considerado drama por algumas pessoas, mas você, meu caro adolescente que está ouvindo esta história, vai concordar comigo.

É como uma montanha russa. Em um momento estamos lá em cima, no melhor dos melhores… mas em uma queda tão rápido chegamos ao fundo do poço novamente. Sem nem ver o tempo passar.

Quando eu e os outros recebemos essa mensagem eu já sabia o que estava vindo por aí, liguei para meu pai e implorei para que ele ligasse para a mãe do Jack, meu pai disse que demoraria um pouco já que estava colocando os gêmeos para dormir, mas ele falou que iria ligar para Mary vir direto para cá.

Eu comecei a me desesperar, eu conhecia a loucura que meu melhor amigo é capaz de fazer, Jack não se abria muito com quase ninguém, às vezes nem mesmo conosco que éramos seus melhores amigos. Ele tinha medo, medo do abandono, medo da solidão, ele tinha tantos medos que eles poderiam levar ao seu fim.

Ouvimos buzinas e rodas borrachudas arrastando na avenida, eu não conseguia pensar direito, nossos amigos entraram apressados e preocupados, corri e dei um forte abraço no Zach, Finn sentou no sofá e eu me sentei ao lado dele, limpando as poucas lágrimas que estavam caindo.

— A gente vai achar ele, não vai Noah? — ele me perguntou em um tom preocupado. 

— Claro que vamos, cara… — falei para ele. Senti uma bolinha de pelos se encostar na minha perna e peguei Jim - o gato do Finn e da Millie - no colo. Eu mal via Jim andando pela casa, ele passava a maior parte do tempo que estava aqui no quarto da Brooklynn que não o deixava sair de lá por nada. Sempre que Millie dormia aqui, Jim vinha junto, isso quando já não estava aqui.

Jim se aninhou no meu colo e me olhou com olhos curiosos e tristes como se sentisse o que todos nós sentíamos naquele momento. 

Foi aí que eu tive uma ideia. 

Entreguei Jim para Finn e me levantei afoito, procurando as chaves do carro do meu amigo. 

— O que você vai fazer? — Cylia perguntou.

— Vou atrás dele! Não quero ficar aqui sem saber o que fazer… eu vou atrás dele, tenho certeza que aquela maluca sabe onde ele !

— Eu vou com ele! —  disse Finn. — Caleb, Sadie e Millie, vão pro lado da escola, Zach você fica, pode ser pior se ele chegar e não ver ninguém.

— Minha mãe, Mary e Daniel já estão vindo pra cá. — disse a ruiva enquanto olhava o celular.

—  Elas conseguiram falar com a mãe dele? — Caleb perguntou.

—  Não, ninguém atendeu. — confirmou a ruiva.

—  A gente tem que ir, agora! 

—  O Noah certo. —  Millie falou. — Quanto mais tempo perdemos aqui, mais chance temos de… —  ela engoliu o seco.

—  Achá-lo sem vida. — Finn disse sem rodeios. 

Nos entreolhamos antes de sairmos. Zach me deu um beijo de boa sorte e Cylia disse que iria com a gente, saímos apressados e entramos nos carros, torcendo para darmos sorte.


**


Quando chegamos na casa dele as luzes estavam acesas. Bati a porta do carro de Finn com tanta força que eu me assustei com a bronca que levei do dono do carro. 

Cylia desceu correndo e apertou a campainha sem parar, esperando alguém abrir a porta. Ficamos um, dois, três, quatro… quase dez minutos esperando, até que ouvimos a porta destrancar e a senhora Grazer completamente desarrumada aparecer na mesma, ela nos olhou com um certo desdém, revirou os olhos e bufou. 

— Ele não tá. — falou indiferente. —  Sumiu depois que essa daí foi embora ontem. —  apontou para Cylia.

— A senhora sabe onde ele está? —  falei e ela negou.

—  Porque saberia? Nunca nem queria ter sido mãe mesmo, não é? —  Finn falou.

— Como é? —  franziu o cenho. — Você não tem educação não, garoto?

— Você não se importa com ele… —  disse Cylia.

— Não me importo com o que eu não amo. — enfatizou fria. —  Vocês já podem ir agora, na minha casa ninguém mais fica.

Senti todo meu sangue ferver.

Ela realmente não o amava… Nunca o amou.

Jack iria fazer dezoito anos e em nenhum ano da vida dele ele foi amado pelos próprios pais.

Eu não sei o que faria se fosse ele.

Eu o admiro, Jack nunca deixou de importar-se com a mãe mesmo ela fazendo tudo que fazia. Ele, desde pequeno, sempre voltava para casa e ajudava a fazer os curativos nos machucados ocasionados pelo pai. Ele sabia que ela não o amava, mas ele ainda a amava apesar de tudo, era sua mãe, tudo que ele tinha além de nós era ela.

A senhora Grazer era a pessoa menos fiel que eu conhecia, ela e o marido se traiam todos os dias, isso ocasionava tantas brigas que eles sempre descontavam suas frustrações nele, o deixando fraco.

Ao lembrar disso eu não aguentei, queria achar meu melhor amigo, abraçá-lo, queria ter certeza que ele estava bem.

VOCÊ É UMA MÃE TERRÍVEL! — gritei com os olhos vermelhos. — O meu melhor amigo pode em algum lugar da porra dessa cidade, sozinho, triste e você não fez nada pra ajudar! — enfatizei.

— Eu não pedi pra ele nascer! — a moça rebateu.

— Você não se dá ao trabalho de cuidar do seu filho. — enfatizei mais uma vez. — Desculpa, mas o Jack é muito mais feliz na casa da minha madrasta do que nessa aqui! — disse furioso antes de voltar até o carro e abrir a porta do passageiro.. — Eu vou achar seu filho e pode ficar aí como sempre fez, se seu filho tiver fazendo besteira, a culpa é toda sua! Se ele morrer, saiba que isso vai te perseguir pelo resto da sua vidinha!


**


Saímos pela cidade, andando o mais rápido que conseguimos para encontrá-lo o quanto antes. Passamos pelo menos uma hora e meia lá, perambulando pela cidade, torcendo para que ele estivesse bem… vivo.

A chuva começou a cair forte, aumentando nossas preocupações com ele.

Millie nos ligou, eles não acharam nada, Mary e Daniel haviam ido na polícia, Sadie foi buscar a Brooklynn - que estava chorando agora em casa - na casa do amigo para levá-la em casa. 

Virando na esquina de uma avenida pela segunda vez, Cylia dá um grito e aponta para a janela.

Ali! 

Estacionamos o carro - demorou para achar uma vaga - ao vê-lo entrando em um dos prédios abandonados da escura avenida, corremos para alcançá-lo, subimos no que era para ser escadas rapidamente para chegar até o terraço e alcançá-lo.

Eu quase desmaiei quando o vi.

Ele estava molhado da chuva, usava apenas uma camiseta, calças e tênis, completamente exposto ao frio, Jack olhava atentamente para o nada. Ou melhor, para altura que ele despencaria ao cair da borda do terraço, onde ele estava em pé.

JACK! — Cylia gritou. — Jack, sai daí! 

Ei, amigo… — Finn falou trêmulo.. — Sai daí, por favor…

Desculpem — a voz dele saiu chorosa. — Eu não deveria nem aqui…Esse mundo não me quer, eu não deveria ter nascido...

— Não, Jack, você não precisa fazer isso! — tentei me aproximar. — Fala com a gente…

— Ela certa… A Karen… eu não era pra ter nascido… eu nem deveria respirar… acho que pular daqui seja menos doloroso do que os punhos do meu pai… — dava para perceber a voz chorosa, o medo, a insegurança…

—  Não! Jack, seu lugar é aqui! Com a gente! — Finn disse.

Quanto mais nos aproximávamos, mais ele balançava a cabeça.

Eu acho que estou no limite agora— ele soltou uma risada triste. Jack sempre fazia isso. — Eu queria dizer que estou orgulhoso… me desculpem por decepcionar vocês…

Decepcionar? — Cylia perguntou. — Não, você não…

Todas essas vozes na minha cabeça só ficam mais altas, eu queria poder calar todas elas. — ele diz sem tirar a concentração da altura. — Me desculpem por decepcionar vocês… 

— Mas, amor… 

— Jack! Me escuta! — tomei a voz. — Você não pode e nem deve fazer isso! — enfatizei. — Você não decepciona a gente, pelo contrário, a gente sente orgulho de você por sempre aguentar tudo isso. Seus pais, sua família, a escola… mas, ei você sempre consegue aguentar não é? Você é forte cara! É um guerreiro!

E porquê eu não me acho forte?! — ele gritou.

— Porque você não confia em si mesmo! — Cylia disse. — Você é incrível, é um ouvinte maravilhoso e um namorado melhor ainda, foda-se o que sua mãe fala de você, nós somos seus amigos e a gente sabe que você sofre, a gente tenta te ajudar todos os dias!

— Ela certa cara! — Finn falou. — A gente sempre vai aqui com você independente de tudo que você faça, a gente puxa sua orelha se você errado, te abraça se tiver certo! A gente precisa que você fique com a gente! Ninguém aqui sabe como viver sem você sorrindo, ajudando a gente, cuidando da gente..

— E todos aqueles seus sonhos?! — falei desesperado. — E seu sonho de ter uma família? De casar com a sua namorada… De ver a Brooke crescer… De um dia ver o Finn ser pai...

Cylia se assustou, talvez ela nunca tenha imaginado que Jack queria casar com ela.

— De ser um puta empresário e poder ser um pai melhor do que os seus foram pra você? Você tem uma vida planejada, uma vida foda! Fica aqui... — o garoto olhou para a namorada.

Você é a única que me faz me sentir único — ele admitiu parecendo um pouco melhor.

— Sai daí Jack! Por nós! Por ela…  Pela a Brooke que não pode perder mais uma pessoa na vida dela! — falei.

— A Brooke, isso, ela é tudo pra você. Sua irmãzinha, lembra disso? — Finn disse trêmulo. — Você disse pra ela que nunca ia magoá-la. Você prometeu que nunca ia deixar ela sozinha… Disse que ia amar ela pra sempre porque ninguém separa a nossa família! — enfatizou.

E eu! — Cylia se aproximou devagar. — A gente planejou fazer tanta coisa juntos, Jack... Eu te amo, a gente te ama. Millie, eu, Zach, Sadie… os meninos. Amor, por favor...

As pernas de Jack cederam e ele caiu no chão, chorando.

Cylia o abraçou forte, beijando ele no rosto, ele pediu desculpas, se desculpou por tudo que ele havia feito.

— Melhor irmos pra casa… —  Finn disse.  — todo mundo preocupado… a chuva aumenta cada vez mais. — ele sorriu. — Ficamos preocupados… Brooklynn quer ver você...

—  É… — Jack sorriu. —  Vamos pra casa!

Finn o ajudou a levantar, descemos com cuidado do prédio e voltamos para o carro.

Ninguém se importava se o carro estava molhando, nosso amigo estava bem, aquilo era importante de verdade.


continua...


Notas Finais


tchau tchau 💖


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