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História Sabor a Mais - Molho de...


Escrita por: HQueenElla

Capítulo 1 - Molho de...


Fanfic / Fanfiction Sabor a Mais - Molho de...

Academia Tootsuki - Tia Ella POV'S ON

— Esse é o tempero! -o sorriso de Erina era grande após terminar mais um de seus maravilhosos pratos.

— Tá bonitão!

— KYAAAAAAH!

O susto só não foi maior que a raiva em ver seu molho branco ir parar no teto e voltar ao chão, Erina encarou o ser desumano que lhe fizera cometer um erro desses, e por um instante, quis mata-lo usando a colher de aço inox. — YUKIHIRA!

— Uh, foi mal, não achava que estivesse tão concentrada assim no prato.

— Olha só o que você fez! -sua carne de pato não poderia ser terminada, não depois da decoração ter sido estragada pelo susto dele- Vou ter que começar de novo!

— Bom, você fez mais carne de pato, né? Então dá pra montar outro prato rapidinho! -o sorriso de Souma era típico de sua personalidade determinada e teimosa.

Lembrando bem, desde que se conheceram, só houve uma única vez em que não pôde apreciar o sorriso dele; em sua aposta contra a Cadeira Número 1 da Elite dos Dez... Foi a primeira vez que o viu desapontado consigo mesmo e com raiva.

E toda a confusão envolvendo seu pai só fez com que a relação de ambos se tornasse maior, já que estão ligados diretamente com o conflito atual que anda acontecendo na Academia Tootsuki.

Foi treino atrás de treino, prova atrás de prova e Shokugeki atrás de Shokugeki... Tiveram um tempo para descansarem após o final do ano e quando Erina se deu conta, já estava enamorada por Yukihira.

Toda vez que o via, sua cara ficava da cor de um tomate, os olhos dilatavam mais que creme de leite fervendo, o estômago embrulhava mais que papel alumínio cozinhando carne no forno e o coração doía mais que queimadura de pimenta mexicana crua na boca.

Quando estavam cozinhando, a concentração era incrível e surreal, nem parecia que estavam competindo um contra o outro, mas era só largarem o avental e pronto, Erina já sentia as pernas bambas e a pressão descendo.

Ficou olhando o jovem cozinheiro a pegar um novo prato para servir a carne de pato que ela preparou, mais o molho branco restante na panela. Fez uma decoração um pouco diferente, porém, muito bonita... — Este prato vai para onde?

— Lugar algum, eu só queria testar um ingrediente novo no molho. -respondeu meio afoita, isso depois de tanto encara-lo.

— Posso provar?

— C-Claro...

Era como admirar uma obra de Arte apreciando outra obra de Arte...

Souma teve cuidado ao cortar um pedaço da carne utilizando o garfo de prata (era de praxe ter nas gavetas das cozinhas da escola), quando colocou na boca, foi cauteloso em saborear cada átomo da comida recém-feita pela loira.

Tinha um gosto leve e sofisticado, ao mesmo tempo, era apurado e muito bem encorpado com o complemento do molho branco.

A carne em específico que ela cozinhou, era um prato difícil de se fazer porque, a maioria dos pratos feitos com pato no estilo da culinária japonesa, não combinavam com molho branco.

Erina estava tentando combinar sabores que deixassem o prato bem temperado e leve, simultaneamente, não era à toa que possuía a Língua de Deus...

Bom, e falando nela, Erina estava imersa na visão que tinha dele enquanto provava sua comida, de repente ficou muito nervosa, gostava quando elogiavam muito o que cozinhava e mais ainda se fossem pessoas próximas, como seu avô, por exemplo.

— O-o que achou? -indagou finalmente, precisava manter “os pés no chão”, por enquanto.

— Você colocou algo diferente no molho, mas... eu ainda não descobri o que é. -Yukihira pensou- Tem um gosto levemente amargo, mas combina com o sabor da carne porque realça bem...

— Eu coloquei dill no lugar da salsinha.

Dill? Ficou muito bom! -o sorriso dele ficou enorme após engolir a comida- Whoah, e não é que combinou mesmo? -olhou o prato ainda em mãos.

— Não está mentindo, não é?

— O que eu ganharia mentindo pra você, Nakiri? -seu cenho franziu- Sabe que eu não minto! Se sua comida estivesse ruim, eu falaria, bem diferente de você, que mente quando gosta de algo, mas não quer admitir!

— Seu!- um soquinho daqui e outro dali, Souma deu uma risada maldosa e ofereceu um pedaço da carne com molho para ela.

— Por que não prova também?

— ... -seus olhos fixaram no garfo à frente, o mesmo garfo que ele enfiou na boca, sua cara explodiu- N-Não posso comer no mesmo talher que você usou!

— Por que não? Está com medo de pegar germes? -sua risada ficou ainda mais irritante e provocativa.

— N-Não é por isso!

— Então come logo!

— Não quero!

— Mas que teimosia!

Souma fez careta, colocando o garfo na boca e tirando rapidamente para depois, juntar seus lábios com os dela. Erina ficou em choque. Suas pernas estavam quase desistindo de sustentar seu peso, assim como sua língua estava sentindo uma mistura de várias coisas.

O problema não era a comida vinda da boca dele, o problema era o beijo. Se antes recusou o garfo por conta de um beijo indireto, agora não tinha como recusar de um beijo direto; era uma crueldade sem tamanho.

Pensando bem, o molho branco estava com um sabor deveras gostoso e apurado, era meio aromático por causa do dill, mas não deixava de ser bom.

Quando o beijo foi rompido, seus olhos ficaram marejados e o nervosismo tomou conta; — Haha, eu te disse que está bom!

— SEU IDIOTA! -o tapa na cara dele foi o início da cena clichê do mangá que estava lendo- P-por que fez isso?

— Nakiri... Você... está chorando...

— Eu não estou chorando! -podia negar o quanto fosse, porém suas lágrimas mostravam o contrário, e foi naquele momento que admirou a feição preocupada de Yukihira pela primeira vez.

Não era normal ele demonstrar esse tipo de expressão na frente dos outros.

— Por que ficou tão brava com isso?

— Porque eu nunca beijei ninguém!

— ...

— Seu idiota! -socou os ombros do ruivo- Eu quero te matar!

— Se tivesse me falado isso antes, eu não teria feito. -suspirou- Juro que não entendo as mulheres...

— Porque você é um idiota!

— É só disso que sabe me chamar? Seus xingamentos já foram melhores, sabia?

— Você é um completo idiota! -gritou mais brava ainda, afastando-se dele- Você é tão idiota que nem percebe as coisas que estão acontecendo!

— É claro que perc-

— Se realmente percebesse, teria notado antes que eu gosto de você, seu idiota!

— Eh?!

. . .

E claro, o clássico soco na cara, fazendo-o cair no chão da cozinha industrial da escola. Erina saiu correndo e Souma ficou lá, no chão, tentando processar tudo o que ocorrera.

*

*

*

*

Dois dias passaram e nada dela sair do quarto. Já estava ficando preocupante.

— Erina-Sama, precisa comer, desse jeito vai ficar doente! -Hisako já estava lá faziam horas, mas nada deu certo. Nem sequer recebia resposta.

— Mas de novo? -Yoshino olhou preocupada, sendo seguida por Ryouko e Marui- Ela está trancada a dois dias, não é perigoso?

— Não sei o que houve, a última vez em que a vi, ela estava chorando muito e se trancou no quarto desde então.

— Melhor chamar a Fumio-Sama? -Ryouko perguntou já pensando na zeladora do dormitório, que provavelmente, seria a única com poder para tirar a jovem Nakiri de lá.

— Talvez seja uma boa ideia. -Hisako concordou.

— O que houve? -Souma apareceu pelo corredor e ficou encarando curiosamente os outros quatro.

— Nakiri-san não quer sair do quarto outra vez. -Marui suspirou- Conversar não adianta.

— Então deixem ela aí, quando sentir vontade de sair, ela sai. -deu de ombros-

— Mas Yukihira-kun, a Nakiri-chan não come nada têm dois dias! -Yoshino fez careta e ele abriu caminho, chegando na porta e batendo com certa força.

— Nakiri, será que pode abrir a porta? Sou eu! -bateu de novo- Nakir- estranhou, não estava escutando barulho algum, olhou a maçaneta e viu a porta ligeiramente encostada, mesmo sabendo que algumas portas estavam com maçanetas quebradas, não era o caso do quarto de Erina.

Souma abriu e ficou estático ao vê-la desmaiada no chão, com uma febre absurda e quase não respirando.

. . .

Desespero daqui, corre-corre dali... Tudo certo para dar errado!

 

*

*

*

*

Resumo: Foi um sacrifício conseguir dormir bem naquela noite. A febre alta de Nakiri exigia supervisão máxima e todos estavam ajudando no que podiam.

Hisako precisava dormir depois de passar duas noites seguidas atrás da porta do quarto da amiga (visto que até então, estava trancado), Todokoro ajudou muito com os panos e os remédios, e claro que, Ryouko e Souma se responsabilizaram pela comida.

Duas da manhã e ele ainda estava acordado, havia medido a febre dela faziam poucos minutos.

— Sinto muito, Nakiri... fui eu que causei isso, não é? -mesmo sem ter resposta, Yukihira não deixou de falar- Eu não sabia que você ficaria tão chateada por aquilo, então, quando acordar, vou me desculpar adequadamente... Eu não entendo as mulheres, eu não conseguia entender a minha mãe muitas vezes, agora que ela não está mais aqui, não sei o que fazer para não ter mais esse desfalque na minha vida. -suspirou pensativo- Meu pai sempre diz que a melhor forma de conquistar uma mulher, é pelo estômago, então, se o que você disse é verdade, quer dizer que você gosta da minha comida, não é? -sorriu de canto- Então agora, só falta você dizer que ela é ótima!

— Eu nunca vou dizer uma coisa dessas...

. . .

A resposta foi aquela, mas a felicidade dele em vê-la acordar foi muito maior. Se aproximando da cama de Erina, Souma lhe sorriu no jeito de sempre.

— Admite logo que gosta da minha comida!

— De jeito nenhum... -tossiu- O que está fazendo aqui?

— Estou cuidando de você.

— Não quero sua ajuda.

— Não é questão de querer. -falou sério- Eu te magoei, não foi?

— ...

— Sinto muito. Eu não gosto de ver mulher alguma no mundo, chorando, ainda mais se é por culpa minha.

— Devia pensar nisso antes de me deixar irritada...

— Nakiri...

Os rostos colaram, os lábios roçaram e de repente, a noite ficou quente e esplendorosa... Se morrer de febre, já sabe quem foi o culpado.

Pela segunda vez, estavam aos beijos e pela segunda vez, Erina estava ficando nervosa- Eu realmente sinto muito. Não quis te fazer chorar daquele jeito, eu apenas não sou bom nisso, não sou bom para essa espécie de situação e sei que não entendo o motivo de você gostar de mim.

— Eu também não sei! Eu... -corou- só gosto...

— Não posso te prometer algo que não posso cumprir, então, eu acho que por enquanto, nossa relação é boa como está, eu não quero te trazer mais problemas por causa do meu pai...

— Isso não tem a ver com ele, Yukihira... -bufou- Eu só não gosto de sentir isso... Porque dói o tempo todo...

— ...

— E eu não sei o que fazer para parar...

. . .

— Vamos pensar nessa resposta com calma... -respondeu num sorriso torto- Mas dessa vez, vamos pensar juntos, tudo bem?

Ela assentiu enquanto seus olhos despejavam lágrimas novamente, talvez, esse sabor que até agora ficou em sua boca, seja o sabor do amor... É gostoso, porém, difícil de engolir.

 

 

 



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