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História Sabrina, a virgem - Final de semana


Escrita por: fanfiqueira888

Notas do Autor


Oioi, feliz natal atrasado. Demorei, mas aqui está mais um capítulo.

Capítulo 10 - Final de semana


  Aos sábados os alunos tinham permissão para voltar para casa, se quisessem, é claro. O que não é o meu caso, mesmo se eu quisesse voltar não tinha um lar. Mavis e Katie arrumaram suas mochilas e foram embora em um carro que lhe esperavam na pequena estrada estreita. Ouvi que seus planos era ir para a praia. Eu nunca fui para a praia, sei que é errado, porém senti um pouco de inveja. A escola estava completamente vazia, o estacionamento que era cheio de carros dos alunos e professores estava deserto, exceto por uma moto.

  Acho que Taehyung deve ter voltado para casa. Então vou realmente ficar sozinha aqui. Devia me sentir aliviada por ter um pouco de paz, mas não gosto de me sentir sozinha. Suspiro e continuo andando para o campo, quando me deparo com Jungkook.  Ele não havia me visto, estava ocupado demais brigando com alguém pelo celular, pela sua postura, ele parecia bem irritado e cansado. Ele passava a mão no cabelo, tentando se controlar...

— Ele é mesmo bonito né, com essa postura de bad boy — Cameron comenta, aparecendo do meu lado. Admirando Jungkook, mas logo sua atenção volta para mim, e foi um olhar diferente, raivoso. Talvez seja coisa da minha cabeça. — Você não deve saber dos boatos que ele carrega, não é?

— Que boatos? — Pergunto, observando Jungkook acender um cigarro.

Ela suspira do meu lado e acaba se encostando em uma árvore. Cameron manteu o foco em mim e por algum motivo senti ela diferente, o olhar dela era diferente.

— Algumas amigas minhas já saíram com ele, e falaram algumas coisas. Como ele insaciável, selvagem e não conhece muito bem a palavra limite, qualquer lugar é bom para ele.

Qualquer lugar? Minha mente virou depois que ela disse isso, eu não consegui ficar nem chocada, pois espero qualquer coisa vindo do Jungkook. Qualquer coisa mesmo.

— E diferente do Taehyung, ele vive mais na escola do que na própria casa, não é porque ele é um nerd, longe disso. É porque ele tem sérios problemas com a mãe e com o seu padrasto, que por incrível que pareça é o pai do Taehyung.— ela ajeita a mochila na costa, e vê o relógio no pulso — Preciso meter o pé desse inferno. Ah! Fica longe dele ok? Você não conseguiu ficar longe do Taehyung, mas tenta dele pelo menos — E sem olhar para trás ela some pelos portões.

Fico em choque, mas logo as peças vão se encaixando. Aquele casal que apareceu no dia da briga era na verdade pais dos dois. Taehyung parecia tão furioso quando viu o pai naquele dia e a mãe de Jungkook, tão indiferente. Será esse o motivo de todo esse ódio que eles tem um pelo outro? Essa história é tão complicada e absurda ao mesmo tempo. Se Jungkook está aqui definitivamente Taehyung não está. Então é assim que as coisas funcionam entre eles, para não ficar no mesmo ambiente um tem que sair, nesse caso é o Jungkook. Será que Mavis é irmã dos dois ou apenas de Jungkook?

  Entro para dentro confusa, e com bastantes perguntas sem respostas.

...

Não saí para o almoço, não queria trombar com ele no refeitório, mas quando chegou a noite meu estômago gritava por comida e parecia que eu ia desmaiar, então resolvi que era hora de comer alguma coisa. E acho que ele não vai estar lá, talvez ele nem esteja aqui e sim em alguma festa. É bem a cara dele.

  Mas para o meu azar ele estava lá, de cabeça baixa, sua cabeça estava praticamente coberta com o capuz do moletom cinza que ele usava. Não acho que preciso comer, posso fazer isso amanhã. Caminho lentamente para fora do refeitório, mas acabo esbarrando em uma cadeira, que chama a sua atenção. Seus olhos arregalaram com surpresa em me ver ali. Ele pensava estar sozinho aqui?

— Não sou acostumado em ver pessoas aqui nos finais de semana, você é a primeira — Ele explicou comendo um pedaço de pizza. — Esqueci que você é praticamente uma órfã.

— Você sempre fica na defensiva, não é? Atacando os outros com suas palavras ácidas.— Solto um suspiro de cansaço e explico: — Eu só vim aqui comer, ok? Não quero te atrapalhar nem nada, você nem vai perceber que eu estou aqui. — Ele deu de ombros. Havia duas caixas de pizza na mesa, não tinha nenhuma funcionária no refeitório.

— Os funcionários não ficam aqui nos finais de semana, já que não tem alunos, apenas eu... e agora você. — Ele empurra uma caixa, me oferecendo.

Estava com muita fome para negar ou eu comia ou desmaiva de fome. Então me sentei para comer com ele. Jungkook não fez nenhuma gracinha, nem tentou se aproximar como no dia anterior, na verdade ele comia de cabeça baixa. E seu rosto estava vermelho, assim como seus olhos só agora percebi. Mas não pergunto nada, apenas continuo comendo de cabeça baixa. Até que escuto um fungar vindo de sua parte, levanto a cabeça rapidamente e vejo ele enxugando umas lágrimas rapidamente, tentando disfarçar.

— Por que a Emma não está aqui?  — pergunto, tentando disfarçar o clima tenso que estava ali. Com bastante relutância, ele fala:

— Não gosto de ficar com ela nos fins de semana  — tento disfarçar minha cara de horror, mas já havia transparecido.  — Eu prefiro ficar sozinho aqui, é mais calmo e é o tempo em penso melhor  — ele explica rapidamente.

— Se eu estiver incomodando é só dizer — era a desculpa perfeita para voltar para o quarto, estava prestes a levantar, quando ele disse em um tom baixo:

— É estranho, mas não me incomoda — seus olhos vermelhos encontram os meus e ficamos em silêncio novamente. — Quer comer na cobertura? Hoje não vai chover.

Caminhar ao lado de Jungkook rumo as escadas, pareceu mais estranho do que eu esperava. Ontem passei o dia inteiro com ele grudado em mim, com um sorriso prepotente e sempre me lançando olhares insinuosos. Mas hoje só havia eu e ele aqui, e sua quietude me deixava desconfortável, seu semblante, seus olhos e nariz vermelhos mostravam o que ele chorou bastante. Não deveria sentir pena do cara que me humilhou, mas eu senti.

— Olha freira, eu tô tentando ser legal então para de me olhar assim — ele fala assim que chegamos na cobertura do prédio da escola.

— Tudo bem se você quiser chorar, eu não sou fofoqueira e sou do seu grupo então somos parceiros — falo me sentando no caixote de cerveja, ao seu lado. Ele dá uma risada fraca e bate no meu ombro.

— Verdade, agora somos parceiros. — ele ainda ria fracamente, quando suas lágrimas começaram a descer em meio ao riso. — Se você contar para alguém que me viu vulnerável...

— Ninguém nessa escola vai acreditar, nem mesmo o diretor — conclui, fingindo não ver ele chorar bem ao meu lado. — Até porque você é o Jungkook bad boy, o garoto mais temido dessa escola, que não tem pena de ninguém — digo com sarcasmo.

O garoto ri balançando a cabeça, enxugando novas lágrimas que caiam. Ele me olha de canto de olho e fala:

— Quem diria que a virgenzinha do convento ia estar do meu lado, me vendo chorar — parecia inacreditável para ele. — Você não vai perguntar o motivo?

— Tem algo haver com sua família, eu acho — Digo finalmente, olhando em seus olhos, procurando pela verdade e ele assente.

— A vaca da Cameron deve ter te contado que eu e Taehyung somos da mesma família. Eu vi você me observando hoje mais cedo com ela. Sabia que é pecado falar da vida dos outros — Sinto meu rosto ficar vermelho de vergonha, e seu semblante era mais sério do que antes.

— Eu juro que só escutei — Falo rapidamente.

Esperava por uma briga ou coisa pior vindo da parte dele, mas Jungkook apenas suspirou e disse fazendo pouco caso:

— Dessa vez eu deixo passar.

— Vocês são ir...

Jungkook não permitiu que eu completasse a pergunta, pois rapidamente ele trocou de assunto. Dando a entender que não queria falar sobre Taehyung ou algo relacionado aos supostos pais.

— Daqui a duas semanas é Natal, para onde você vai? — Ele perguntou olhando para as estrelas.

Dessa vez foi eu quem fiquei muda, pois não tinha para onde ir. Ninguém viria me buscar. Jungkook logo entendeu meu silêncio, e ficamos nos olhando por um bom tempo, parecia que ele me entendia. Então resolvi contar sobre como era essa data para mim no convento.

— Desde os meus onze anos eu não sei muito bem o que é natal, sempre que essa data chegava os pais das outras meninas vinham buscá-las. Eu era a única garota que não era órfã que não tinha visita dos pais ou ia embora no natal. Foi assim desde então, e eu me acostumei a não receber cartas, ou ligações. É como se eu fosse órfã mesmo — Dei um meio sorriso.

Virei o rosto para o outro lado, escondendo as lágrimas que ameaçavam cair. Ele não precisa ver essa parte tão humilhante de mim.

O silêncio se instalou entre nós dois, era um clima tão tenso que não suportei ficar mais ali. Não queria pena de ninguém, especialmente dele. Estava chegando a porta de saída, quando escuto ele dizer:

— Pelo jeito esse ano vai ser diferente, até porque você tem um grupo e um líder — Ele disse ainda sentado de costa.

— Não preciso da sua pena.

— Eu não gosto muito de fazer caridade, mas no natal passar sozinho é demais até para alguém como eu. — Ele levantou, abrindo a porta, passou por mim olhando brevemente em meus olhos. — É melhor você acordar cedo amanhã, se quiser comer algo decente. Daqui até a cidade mais próxima demora duas horas.

E foi assim que ele me deixou, descendo rapidamente as escadas,como se estivesse fugindo de algo. De mim?


Notas Finais


Se tiver erros peço desculpa, não revisei nadinha.


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