História Sacerdotisa da Morte - O tempo que decide!

Ainda no templo de Tenten, Naruto descansava numa cama perto delas. Observava as duas mulheres lendo vários relatórios, parecia que Tenten mandava a Hinata buscar as almas. Elas riam, se emocionavam, até mesmo tinham raiva com algumas vidas. Curioso, ele se levantou da cama, tentou fazer o mínimo de barulho para se aproximar delas.

-Oh, finalmente se levantou. –Tenten guardava alguns relatórios. –Para uma alma de um homem jovem é bem preguiçoso. –Caçoava.

-M-mas como perceberam? –Ela havia levado um susto quando Tenten falou.

-Creio que somos um pouquinho diferente dos humanos. –Hinata usava suas mãos demostrando o “tamanho”.

-Eeh, que sem graça. –Levava sua mão até a cabeça.

-Está melhor? –Hinata perguntava.

-Sim, podemos ir até o templo do tempo.

Hinata e Tenten trocavam olhares, não estavam seguras com aquela decisão.

-Parem com isso! –Ele batia o pé no chão. –Vai dá tudo certo!

-T-tudo bem. –Hinata se levantava da cadeira. –Vamos para o templo do Tempo.

-Não quer vir com a gente, Destino?

-Não. As chances dele ficar enfurecido comigo por dado as informações são gigantescas! Na próxima talvez. –Ela voltava a arrumar a papelada.

-De qualquer forma, ele vai ficar bravo com você. –Hinata fitava sua amiga.

-Ah... –Suspirava. –Por que meu templo tem que vir antes do dele? –Ela cobria seu rosto com as duas mãos, soltando um grito abafado. –Mesmo assim, não posso acompanha-los. Tenho muito trabalho.

-Nós entendemos, Tenten. Obrigada pela hospitalidade e ajuda. –Hinata se curvava agradecendo sua amiga.

-Pode contar comigo sempre. Garoto! –Ela chamava atenção de Naruto. –Boa sorte!

-Obrigado.

Hinata ia na frente, indicando onde ficava a saída. Naruto apressou seu passo para acompanha-la. O caminho era simples, uma vasta ponte feita de pedra na frente deles.

-Vamos? –A mulher sorria para o rapaz.

-Sim. –Ele engolia seco.

-Não se preocupe. Vai dá tudo certo. –Ela ia na frente.

Naruto conversava com ela, fazendo perguntas de como era o dia dela. A mulher sorria, explicando que não tinha nada de interessante. Ele insistia, perguntou como ela aparecia na frente de pessoas que estavam na beira da morte.

A mulher soltou um suspiro longe e desanimado, explicou que sua aparência era de uma jovem de quinze anos, usando trajes de colegial e uma azaleia branca desabrochada em seu cabelo.

-Por que aparência de uma colegial? –Ele estranhou um pouco, achou engraçado até.

-Por que no seu mundo as mikos tem essa idade. –Ela afirmava com um sorriso sereno em seu rosto.

-Mikos? –Questionou. –Ah, sim. As sacerdotisas! Tenho medo delas.

-Porque? –Perguntou com um tom de curiosidade.

-Não sei, elas tocam e cantam músicas tão triste. Parece que estão chamando os mortos.

-Haha. –Ela cobriu sua boca abafando um pouco a risada. –Na verdade é para acalmar os mortos. As mikos tem uma tarefa crucial.

-Sério? Me conte mais!

-Além de profetizar, elas ouvem os segredos de pessoas na beira da morte.

-Hum... –Encostou sua mão fechada debaixo do queixo. –Eu vi uma animação que elas lutam contra os demônios. E são excelentes em fatores de cura e proteção.

-Interessante. –Ela sorria. –Humanos tem uma imaginação adorável! Possui uma imaginação aguçada?

-Nem tanto. Na verdade sou um pouco ao contrário.

-Compreendo. Estamos quase chegando, se prepare.

-Tá certo! –Levou as duas mãos até a nuca.

Por mais alguns segundos caminharam na ponte. Naruto estava sentindo sua ansiedade elevar, sentiu um frio na barriga gerando uma dor forte e aguda. Hinata parou, ela também não estava confortada. Ambos sabiam que seria uma tarefa difícil.

Hinata acenava com a cabeça, confirmando que estava pronta, ele apenas inspirou o ar, segurou por alguns segundo expirando. Ela deu o primeiro passo, subiram os degraus. Hinata franziu as sobrancelhas demostrando determinação, ela abriu a porta rapidamente e caminhou até a outra saída. Atrás do templo havia uma linga cachoeira, com várias pedras contendo vários tamanhos; Ao lado havia uma arvore, suas folhas eram de um tom azulado.

Mais adiante, perceberam que havia uma pessoa sentada em uma das pedras. Ele parecia concentrado, parecia que estava meditando. Os dois se aproximaram dele, Hinata fazia um sinal de silencio com seu dedo, Naruto estava muito nervoso, ficou um pouco atrás dela esperando que o tal homem fizesse alguma ação.

-Que honra vê-la novamente aqui, Hinata-sama. –O tal homem ainda estava na sua posição de meditação.

-Que bom vê-lo, Nejinii-san. –Ela o cumprimentava.

-O que? –Naruto sussurrou. –São irmãos? Morte e tempo são irmãos?

-Vejo que trouxe visitas. –Ele se levantava da pedra. –Mostrando o local?

-Parecido. Esse é o Naruto Uzumaki.

-Prazer conhece-lo. Foi uma tragédia sua morte, lamento.

-Na verdade estou em coma. –Naruto sentiu um pouco de ódio.

-Sim, mas quase ninguém volta. –Ele descia da pedra. –Por que ele não está no Jardim Florido? –Ele fitava a Hinata.

-Jardim? –Naruto ergue uma das sobrancelhas, estranhando um pouco.

-O local onde as almas esperam para reencarnar. – Hinata se aproximava dele. –Respondendo sua pergunta, viemos aqui para lhe pedir algo, Nejinii-san.

-Pedir algo?

-Sim! Gostaria de fazer o pedido, Naruto?

-Ah, sim. Mas antes, preciso perguntar. Vocês são irmãos? –Ele fazia sinais com suas mãos em direção deles.

-Não, é uma maneira formal que utilizamos para nos comunicar. –Neji cruzava os braços.

-E a aparência?

-Hihi, é uma longa história. Talvez encontre nos livros em seu mundo explicando melhor. –Hinata ria.

-E qual é o pedido? –Neji estava sério.

-Bom... –Naruto coçava a cabeça. –Eu sei que várias pessoas já perguntaram antes, Destino me alertou e até mesmo a Morte. Mas eu gostaria de saber, se tem como eu voltar no tempo e mudar meu destino?

-Não! –Neji foi rápido e perspicaz.

-O que? Por que não? –Mesmo ele sabendo que a resposta era aquela, Naruto insistia convencer o Neji.

-Você fez uma escolha errada, agora aceite a consequência! –Ele se virou, voltando a sentar na pedra.

Não era mais possível ouvir o som da cachoeira, Naruto resmungava alto, batia os pés nas pedras, procurando alguma solução. Neji voltou para sua meditação, ignorando qualquer ofensa disparada pelo rapaz. Hinata não se conformava com a situação, ela sabia que Naruto não ia desistir, precisava agir logo.

-Nejinii-san, por favor ajude ele! –Ela implorou.

-Não posso. Destino decretou, será mais fácil aceitar.

-E se ele não aceitar? A alma dele vai ser corrompida!

-Corrompida? –Naruto despertou de seu momento de fúria. –Como assim?

-Hinata-sama, deveria informar melhor suas companhia. –Ele voltou a fitar os dois. –Sabe o que acontece com almas que não aceitam a morte?

-Não! O que acontece? –Imediatamente, Naruto se sentou em uma das pedras para ouvir.

-Deve ter ouvido uma vez que existe espíritos ruins, não é mesmo?

-Sim, pura bobagem isso. –Estralou a língua no céu da boca.

-Na verdade, não é. –Hinata sentou ao lado dele.

-C-como? –Confuso, ele olhava para Hinata e o Neji. –Como ocorre isso? –Indagou.

-O que você está fazendo é um começo. Não aceitar o fato que está morto é o primeiro passo. –Neji permanecia na sua posição.

-Em seguida, desenvolve um ódio, não só por ela também pelos os outros. –Hinata completava.

-A alma da pessoa é consumida pelo ódio e o desejo de machucar. Então, ela assombra, sabota objetos para haver um acidente ou até mesmo, mata por diversão.

-Quando chega no último caso, somos obrigados a eliminar completamente. E também é um dos motivos que caminho em seu mundo. –Hinata tentava disfarçar sua tristeza com um sorriso forçado.

-Que horrível... –Naruto fitava o chão. –Acontece muito?

-Sim, infelizmente.

-Entenda, rapaz. Há outra maneira de viver. –Neji saia de sua posição, sentando ao lado de Naruto.

-E qual é? Não me diga que tem como reencarnar? –Naruto passava sua mão em volta do pescoço.

-Creio que já comentei isso. –Hinata fechava seus olhos, procurando se lembrar.

-Lá vamos nós. –Neji respirava fundo. –Sim, você pode reencarnar, mas não pode escolher o que será.

-Quer dizer que posso reencarnar como mulher ou até mesmo num animal? –Naruto elevava suas sobrancelhas, demostrando espanto.

-Sim. –Neji procurava disfarçar a risada.

-Não, obrigado.

-Não será tão ruim assim. –Hinata depositava sua mão no ombro do rapaz.

-Não, Hinata! –Ele se levantada da pedra. –Quero voltar a minha vida! Não quero reencarnar! –Bufava de raiva.

Neji e Hinata trocavam os olhares, ela estava desapontada, acenou com a cabeça demotrando seu desprezo pela decisão de Neji. O rapaz se sentiu mal ao vê-la naquela maneira. O rapaz gostava da companhia e decisões de sua amiga de longa data, ele precisava fazer algo para anima-la.

-Fazemos assim: Hinata te leva para conhecer Vida e Reencarnação. Eles irão apontar os prós e contras da reencarnação e de reviver. Se mesmo assim, sua decisão for a mesma, volte aqui e te veremos o que posso fazer.

Naruto gelou no mesmo instante, ele não acreditava no que tinha ouvido. Hinata aproximou suas mãos até seu peito, contente, sorria para seu amigo, mexeu seus lábios falando sem som um “obrigada”. Neji corou, sentindo um pouco de orgulho.

-Estamos decididos, Naruto? –Ele demostrava sua postura.

-Claro! – O rapaz falou alto quase gritando. –Onde fica o Templo da Vida?

-Fica depois desse. Será um prazer te levar. Hinata se levantou da pedra, parou na frente de Neji. –Obrigada.

-O mínimo que poderia fazer. –Ele desviou o olhar. –Vão logo! Não estarei aqui o tempo todo.

-Sim. Me acompanhe, Naruto!

-Certo!