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História Saint Seiya: Sob o Sangue do Escorpião - Refúgio Seguro


Escrita por: Draconnasti e Katrinnae

Notas do Autor


A missão foi cumprida, mas agora Antares precisava levar as informações coletadas para alguém que poderia agir com mais liberdade. Ela só não contava com aquele que a aguardava.

Capítulo 12 - Refúgio Seguro


Com pesar, Antares notificou Berenike sobre o falecimento de Dóris. Ouviu a Sumo Sacerdotisa suspirar em um triste alívio por aquilo e desejar-lhe um bom retorno ao Santuário. A jovem agradeceu, mas não era para lá que iria ainda. Antes de partir para cumprir aquela missão, Athena lhe passara uma segunda ordem: Deveria seguir para a região do Monte Parnassos, onde encontraria um agente do Santuário a quem deveria reportar tudo o que havia descoberto.

A jovem suspirou. De Athenas para lá era uma longa caminhada de 200 quilômetros (01). Poderia se valer de sua velocidade extraordinária para cobrir a distância, contudo, o seu trabalho tinha um prazo de quatro dias. Estranhou tanto tempo para algo simples como aquilo. Seria uma missão mais complexa do que realmente parecia?

Tratou logo de ir, uma vez que não queria perder prazos justo em sua primeira missão de viagem.

O caminho que percorreu, seguindo as instruções da própria Deusa, a deixaram num estado de paz que há muito não sentia. Estava longe dos centros urbanos, desviando até mesmo de vilarejos, por menores que fossem. A contar do sufocante Santuário, aquele trajeto livre parecia fazê-la recuperar suas forças. E, naquele momento, precisava daquilo mais que nunca.

Em primeiro momento estranhou, mas logo agradeceu porque, assim, poderia remover a máscara sem qualquer receio quando lavou o rosto e bebeu a água fresca do rio que cruzou. “Um banho aqui seria ótimo!”, pensou, porém deixaria para uma outra ocasião. Recolheu alguns frutos enquanto descansou alguns instantes, sob a fresca sombra de uma frondosa árvore, antes de continuar o trajeto. Seria um lugar que até mesmo seu mestre adoraria, similar àquele caminho que seguiram na primeira vez em que recebera permissão para acompanha-lo.

Após algumas horas (02), como buscou contar pela posição do sol, parecia se aproximar de uma área bem distante dos centros comerciais e até mesmo dos pequenos vilarejos que viu ao longe. Quem quer que tivesse que procurar, buscou um lugar isolado o bastante de barulhos, movimentos constantes e até presenças indesejadas já que a estrada ficava a bons metros acima. Não era um lugar temeroso como pensou encontrar, mas um lugar ótimo para descanso que ela pensava que poderia ter se, caso um dia, não mais servisse como uma Amazona. Sorriu ao pensar aquilo e de como seu pai adoraria aquele espaço.

“Uma oliveira… Ela falou de uma grande oliveira próximo ao rio em Y”, relembrava de tempos em tempos após passar pelo rio que se dividia. A árvore deveria estar próxima dali, em meio a tantas, mas logo viu uma diferencia dentre todas. O seu tronco parecia brilhar num leve dourado pelo reflexo do sol, como se emanasse um Cosmo, bem sutil e convidativo. “Um pequeno santuário…”, pensou a jovem enquanto se aproximava e encontrou o selo de Athena preso ao tronco, marcado em relevo.

Seus dedos tocaram a inscrição, sentindo um calor preencher seu peito. Sorriu por debaixo da máscara, satisfeita. Estava tudo indo bem até então, e esperava que assim continuasse.

✶~~✶✶✶~~✶

Pollux alongava os músculos após uma longa série de exercícios pesados. Estava satisfeito com o resultado e pretendia tirar algum tempo para descansar um pouco, quando notou o seu irmão mais novo vindo em sua direção.

– Irmão! Como foi? Conseguiu fazer o que queria? – Castor questionou, parecendo animado.

– Sim, consegui. E foi mais fácil do que eu esperava. – Respondeu o semideus com orgulho, enxugando o suor do rosto. – E você? Já terminou com nossos aprendizes?

– Acabei quase agora. Eles fizeram os exercícios que elaboramos e foram bem. Dois precisam de atenção, pois ainda não acertaram a postura corretamente. – Comentou, o caçula, apanhando um odre no chão. – E também fiquei sabendo de uma coisa. – Emendou, bebendo um longo gole daquela água.

O mais velho não conseguiu evitar de rolar os olhos com alguma impaciência e um sorriso debochado no rosto. Por que o seu querido irmão mais novo não conseguia ficar longe das histórias absurdas que os aprendizes contavam entre si?

– Se for para me dizer que mais uma aspirante me viu tomando banho no lago próximo da borda norte do Santuário, eu já sei. – Ele respondeu sem qualquer vergonha em sua face. – Inclusive... a convidei para me ajudar... já que... – E riu.

– Não, não foi isso que fiquei sabendo, mas agora estou e estou decepcionado que não tenha me convidado. – Rebateu o Príncipe de Esparta, bebericando da água que não era sua. – É sobre nossa “Donzela de Ouro”. Se é que ela realmente é uma.

O sorriso morreu no rosto do outro. Já imaginava o que estava por vir, ainda mais ao ver o irmão com um semblante pseudopensativo. Durante aqueles dias, após a fatídica sagração, o mais velho nunca parou para divagar a respeito.

– Castor... – O Príncipe-Herdeiro de Esparta estava prestes a interromper seu sermão a respeito daquele tom debochado e daquele título usado para se referir à Antares. – Você sabe que a vida particular dela não é problema nosso...

– Calma, deixa eu falar! – O geminiano mais novo sorriu de canto, algo do qual o Filho de Zeus não gostou.

Castor tinha péssimo hábito de tomar conhecimento daqueles assuntos. E, pior, os compartilhava com Pollux, que quase sempre deixava claro que não deveriam se envolver. Principalmente quando sabia que as histórias não tinham lá fontes muito confiáveis, como aquela parecia ser.

E como o Príncipe de Esparta tinha um certo desgosto da jovem recém-sagrada, isso podia ser um problema ainda maior. O mais velho sabia melhor que ninguém o quanto o seu querido irmão poderia ser implacável em atormentar um desafeto.

– Apenas soube que ela fez um Cavaleiro de Bronze marchar de Athenas até aqui, cansado e ferido, até o Santuário, sem um único descanso. Porém, o pior nem é isso. – Pontuou o espartano mais novo, abrindo um sorriso maldoso. – Ele era subordinado do Íficles.

– Ah, não...! Ela não fez isso, fez?! – O semideus questionou, primeiro arregalando os olhos dourados em incredulidade, e em seguida levando uma mão ao rosto barbeado naquela mesma manhã.

– Ah, ela fez! – O caçula confirmou e bebeu mais água. – Preciso dizer que isso vai dar problemas para ela? Acho que vou apostar dois jarros de azeite desta vez. – E franziu o cenho, mais em chacota do que em real preocupação com o que poderia estar por vir.

– Castor... isso não é hora de brincadeiras! – Reclamou o mais velho, tomando o odre do irmão sem qualquer cuidado. – Sabe ao menos dizer o que a motivou a fazer isso?

– Como assim “o que a motivou”? – Indagou o Príncipe rindo, sem entender. – Tá querendo justificar a atitude dela?

– Óbvio que não, irmãozinho. Eu quero saber se houve uma provocação ou se ela simplesmente fez isso por puro sadismo, que nem aquele... – O Príncipe-Herdeiro resmungou, semicerrando os olhos áureos e se interrompeu em um suspiro. Tudo o que menos queria era ter que citar aquele nome outra vez. – O que essa criança tinha na cabeça pra fazer isso?

Castor deu apenas de ombro.

– Apenas sei que o que está sendo comentado. É só o que falam no anfiteatro.

– Espera... – Pollux voltou-se para o irmão, incrédulo do que acabara de escutar. – Quer dizer que... todos já estão sabendo? E Íficles? Ele também já sabe?!

– Não sei, acho pouco provável já que está restrito às visitas e bem afastado. Mas quando ele souber… – O mais novo comentou e fez uma careta de desgosto. – Bom! Vou comer alguma coisa. A expectativa de termos um novo espetáculo como aquele me deixou com fome!

O Filho de Zeus balançou a cabeça incrédulo, vendo o irmão se afastar. “Meu Pai, que essa garota não seja igual a ele...”, pediu em silêncio, olhando para o céu azul e sem nuvens. Respirou fundo, levando o odre à boca, prestes a dar um gole farto, quando o percebeu vazio.

✶~~✶✶✶~~✶

Antares continuou pela trilha próxima ao rio, buscando por qualquer sinal que indicasse estar próxima do enviado do Santuário. Contudo, alguma coisa a perturbava desde então, e apenas piorava. Alguém parecia observa-la desde o momento em que cruzara com a oliveira com o símbolo de Athena, mas nada escutava ou ouvia de anormal.

Um odor sutil se destacou em meio às folhas que a cercavam, adocicado e pungente como uma carcaça. Novamente olhou ao seu redor e julgou prudente ser o mais discreta possível. Devagar, caminhou a passos mudos seguindo em frente. O cheiro ia se tornando cada vez mais forte, chegando ao ponto de obriga-la a prender a respiração para evitar náuseas. Aquilo estava ficando cada vez mais perigoso.

Ainda podia ouvir o rio murmurar suavemente a alguns bons metros a sua direita, e isso começou a preocupa-la. O ruído não era alto o bastante para perturbar, entretanto sentia que prejudicava a sua percepção. Isso somado a impressão de que não estava sozinha a incomodava enormemente. Era como se algum predador estivesse para saltar sobre a jovem, vindo de qualquer direção…

Um zumbido cortante se fez ouvir, se aproximando veloz. Sem qualquer dificuldade, a Amazona segurou a flecha tão logo entrou em seu alcance físico. Virou-se em um salto, apontando o dedo com uma protuberante unha vermelha-incandescente.

– Bom… – Scorpio quebrou seu silêncio, surgindo por trás de uma árvore com o arco em mãos. – Muito bom, mas ficou muito exposta. Se quisesse matá-la, eu o faria. – E sorriu para ela, abrindo os braços.

A escorpiana não conseguiu conter a surpresa e a alegria que se seguiram ao vê-lo novamente, ainda que sua máscara não permitisse que as visse. Mas a sua linguagem corporal entregou suas emoções, na forma de um pulinho e uma corrida animada até ele, seguida por um abraço forte.

Embora fizesse pouco mais de um mês, parecia que um ano inteiro tivesse se passado, tamanha a euforia que aquele encontro lhe causou. Ela notou o semblante de seu antecessor mais suave, embora os olhos, vermelhos como os da jovem, ainda guardassem sua selvageria. As sandálias de couro cru ainda pareciam novas, ainda que já demonstrassem sinais de uso frequentes. Um arco estava em sua mão, parecia feito de madeira maciça e cuidadosamente talhado. Na cintura, a aljava (03) com flechas repousava.

Estava vestido como um homem comum, longe de todo o luxo do qual tinha acesso apenas por ser o Guardião de um Templo Zodiacal, e parecia muito bem com isso.

Talvez, até melhor que outrora.

– Mestre! Eu não esperava encontrar o senhor aqui!!! – Ela falou, sentindo os braços dele a envolverem e apertarem contra o corpo robusto. Foi então que se deu conta de algo. – Espera... É o senhor a quem eu...?

– Sim, Scorpi. – Ele respondeu com um aceno suave, imaginando o tamanho do sorriso em seu rosto com aquele reencontro. – Estive esperando ansioso pela primeira missão que receberia. Mas vamos, aqui não é um bom lugar para conversarmos. – Falou soltando-a e dando-lhe um empurrão gentil para que caminhasse.

Scorpio a guiou por entre as árvores, levando-a para fora daquele bosque e para longe do cheiro de podridão. Ela ousou perguntar, pois aquilo lembrou a forma como encontrou o templo escondido de Hades, onde a sacerdotisa e o Cavaleiro de Bronze que resgatara estavam cativos. E seu mestre a tranquilizou, garantindo que o odor nada tinha a ver com Espectros.

Mal ultrapassaram a última árvore daquele local e logo avistaram uma casa adiante, com um amplo pátio de pedra e árvores frondosas para fazer sombra. Uma oliveira e um loureiro ladeavam uma pequena escadaria que guiava a um terraço, onde Ágape tocava uma lenta melodia em uma lira. Seu ventre estava mais destacado que da última vez em que a jovem a vira e isso, de certo modo, a deixou ansiosa.

O ex-Cavaleiro pegou a jovem pelo braço, e levou uma mão à máscara, removendo-a. Os olhos surpresos da garota o observaram enquanto fazia aquilo

– Mestre... – Ela tentou protestar com um sussurro, enquanto ele lhe entregava o objeto em mãos.

– Ao vir para cá, deverá vir como uma mulher comum, Scorpi. – Ele explicou, enxugando o suor na testa da escorpiana, enquanto se referia a ela daquele modo carinhoso. – Vem aqui como Amazona, mas deve ser discreta. Nossos potenciais inimigos não devem saber desse lugar e nem de qualquer outro onde hajam enviados de Athena em serviço. – E apontou com a cabeça para a mulher sentada no terraço.

A compreensão daquelas palavras veio quase que imediatamente à jovem.

– Há inocentes aqui... – Ela disse, deixando claro que tinha entendido.

– Sim. Ágape e os servos da casa sabem do meu papel aqui. – O escorpiano falou e apontou para um ponto mais afastado, ao leste, onde sua visão aguçada podia identificar uma vila afastada. – Mas os humanos que vivem ali, e com quem eventualmente interagimos não sabem. E é melhor para eles que continuem ignorantes disso.

– Verdade, mestre... – Antares concordou.

– E aqui, não sou o seu mestre. Não deve me chamar desse modo quando estiver aqui. – Scorpio completou, olhando fixamente para ela. – Deve me chamar de outra coisa. Deixarei que pense nisso... Me conhecem por aqui como Caçador, então...

– Pai? – Ela murmurou, devolvendo o olhar, embora sua face corasse ao dizer aquilo. – P-posso chama-lo de... meu pai?

Scorpio a olhou surpreso. Sempre o fazia quando a Amazona o chamava daquele modo, nunca se acostumou com isso. Não o incomodava, mas ainda era algo que lhe causava uma sensação estranha. Era como se achasse não ser merecedor, depois de tudo o que ela precisou passar quando criança.

– Já disse uma vez que sim, e repito: Sim, você pode, minha... minha filha. – Ele falou, passando o braço pelas costas dela, puxando-a para um abraço, e se aproximou do ouvido da garota. – Não diga a ela sobre a flecha. – Pediu e piscou para ela, que assentiu prontamente. – Ágape, veja quem veio nos ver!

A mulher virou-se devagar ao ouvir seu nome ser pronunciado em um tom mais alto. Estava tão distraída treinando aquela música que tinha aprendido naquela semana que sequer havia percebido quem chegava. O rosto se iluminou com um grande sorriso ao ver a escorpiana e se levantou com cuidado colocando o instrumento musical em uma mesa ao seu lado.

– Minha menina… – A mulher disse com a voz embargada e abrindo os braços para ela. – Quanta saudade!

A Amazona correu em sua direção. Seu Cosmo pulsou, fazendo com que a Armadura de Ouro se retraísse até desaparecer, e abraçou a mulher de longos cabelos verdes com vontade. O contato com aquela que a criou desde pequena sempre era quente e revigorante, fazendo com que Antares se sentisse viva como poucas vezes podia afirmar estar.

– Minha mãe! – Ela deixou escapar, com a voz tão trêmula quanto. – Que bom vê-la bem!

– Não poderia estar melhor. – Ágape e olhou para Scorpio, voltando-se em seguida para ela, olhando-a. – Mas, e você? Parece mais magra desde a última vez que a vi. Bom que deixei alguns pães assando. – E sorriu, puxando-a para dentro.

– Sua mãe não parava de perguntar como você estava, ao longo desses dias. – O Caçador comentou, rindo, e se aproximando das duas. – Não importava o quanto eu dissesse que estava tudo em ordem e que, se houvesse algo de errado, eu saberia de imediato.

– Ainda assim, senti que algo estava acontecendo… e estava certa. – A gestante insistiu e olhou para o homem. – Olha como ela está mais magra? Será que aquelas meninas não aprenderam nada do que disse?! – E bufou.

– M-mãe! É claro que elas aprenderam! – Antares guinchou, sentindo a face ruborizar. – Só não fazem uma comida tão gostosa como a sua, então eu como menos!

– Hum… Sei…! – Ágape disse, e a beijou na testa, abraçando-a forte. – Então venha comer uns pães quentinhos com chá. Já estava para entrar mesmo e ver se já tinham assado. Theron… – E chamou Scorpio por seu nome real, movendo um dedo.

– O que precisa? – Ele questionou, olhando para a mulher.

– Você. – Ela replicou com o tom amável. – E assim poderemos ter uma reunião em família.

Entraram os três na casa de sala espaçosa e de móveis simples, mas confortáveis. Um arco à esquerda mostrava a passagem do que parecia ser a cozinha, de onde vinham o perfume saboroso de pães assados e de uma peça de carne suculenta.

Scorpio chamou por uma escrava de nome Mirra, a quem pediu para levar o manto de viagem da filha para um dos quartos vagos. Sua ordem fora emitida de uma forma mais branda que aquela da qual a Amazona estava acostumada a ouvir. Curiosa, olhou para a companheira de seu pai, que lhe retribuiu com uma expressão orgulhosa.

Tão logo a escrava saiu, outra apareceu, trazendo uma garrafa e taças com sumo fresco de uvas vermelhas em seu interior. Serviu-as para os senhores da casa e para a visitante, pedindo permissão para ir checar o forno.

– As coisas parecem mais tranquilas que no Santuário. – Antares comentou, bebendo um pequeno gole do néctar fresco e adocicado.

– Creio que a pressão de lá influenciava bastante, algo que aqui já não se faz mais necessário. – A gestante acomodou-se em uma espreguiçadeira. – Mesmo eu sinto-me bem mais relaxada aqui, embora ele precise brigar comigo lembrando-me que não sou mais sua serva.

– Acho que irá demorar um pouco até se acostumar completamente, não é? – Questionou a jovem, olhando de um para o outro.

– Nem tanto… – A mulher sorriu e olhou para o ex-Cavaleiro. – Embora seu pai tenha se adaptado mais rápido que eu.

– Mas você não está indo mal. Apenas precisa lembrar de comer mais e descansar – Ele rebateu, devolvendo o olhar. – O filhote consome muito de suas forças.

Antares pousou os olhos sobre a barriga da mãe. Tão grande e tanto zelo era prestado a ela por conta disso. Por um momento, uma sombra pairou em seu rosto, e aquilo não passou despercebido por eles.

– Não pense nessas coisas, minha criança. – Scorpio pontuou, chamando para si a atenção da escorpiana. Tinha uma ideia do que estava se passando em sua cabeça e precisava evitar aquilo por enquanto. – Aquilo ficou para trás, está morto e enterrado em alguma vala. Agora você tem aquilo que te negaram. Você tem um porto seguro, tem a mim e a Ágape... sua mãe.

– E sabe que será terá o seu lugar aqui, independente de tudo! – A gestante completou e a chamou para perto dela com o mesmo olhar amoroso que sempre a recebeu. – Sabe que te amo e vou amá-la sempre!

A Amazona fechou os olhos momentaneamente e balançou a cabeça, buscando dissipar aqueles pensamentos. Depositou sua taça, ainda pela metade na mesa à sua frente, e foi ter os braços da mulher a quem tinha como mãe.

– Sim... eu sei... – Ela respondeu, retribuindo ao abraço. – Desculpe por isso. Foi só... uma coisa que... que eu não consegui evitar...

Não demorou para que outro par de braços envolvesse as duas, fazendo-as ver que o escorpiano havia se levantado e ido até elas.

– Sempre que quiser, poderá vir para cá, minha criança. – Ele falou, reforçando as palavras de sua companheira. – Aqui sempre terá paz para seu corpo e para o seu espírito.

– Será seu irmão… ou irmã, Antares… – A mulher sussurrou, brincando com os cabelos azuis da jovem a quem amava como uma filha. – Não irá substitui-la, você é única! Somo uma família que está crescendo! Pense o lado bom… sempre!

– Eu... eu irei... Obrigada, minha mãe... Obrigada, meu pai... – A mais jovem sussurrou.


Notas Finais


01 – O sistema métrico da época, evidentemente, não era baseado em quilômetros ou milhas. Milhas foi uma medida que começou a ser utilizada a partir da Roma Antiga, mas sua utilização me obrigaria a fazer cálculos constantemente para determinar distância e tempo de viagem. Portanto, tomei a liberdade de usar o sistema métrico de quilometragem para dar uma melhor ideia do quão distante era o local.

02 – O conceito de “Hora” como forma de matar o tempo existe desde as antigas civilizações. Porém, a primeira hora era contada a partir do nascer do sol e findava ao escurecer. Assim sendo, não era um conceito preciso, variando de acordo com as estações.

03 – Bolsa ou estojo aberto para guardar flechas. Geralmente se parece com um cinto afivelado, feito para carregar um certo número de projéteis e pode ser usado tanto na cintura quanto nas costas.


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