História Sakura e Sasuke - O vingador e a Apaixonada- A viagem - Decepção

O Uchiha continuava imóvel. Parecia estar em um mundo paralelo onde apenas ele existia. Um silêncio torturante se entendeu entre eles. Sasuke não fazia menção de responder. Silêncio este que cortava o coração de Sakura mais do que qualquer arma por mais afiada que fosse, poderia cortar. A sensação de não poder fazer nada a possuía por completo e seu coração estava tomado pela angústia. Ela não poderia permitir que ele fosse embora mais uma vez. 

Ah, droga! 

-Sakura me dê uma razão para ficar.  -Disse secamente o Uchiha.  

Sakura não pensou duas vezes e expôs por completo os seus sentimentos, não seria a primeira vez. Disse tudo que estava em seu coração. Não, tudo que sentia por Sasuke ela jamais poderia demonstrar com palavras somente. Ela merecia uma chance de provar. Ela teria que ter uma chance.  E se essa chance pela qual, Sakura Haruno tanto almejava e ansiava, dependia das palavras a serem ditas naquele momento ela não pouparia esforços. Com toda a inteligência e sentimentos, ela faria com que seus dizeres alcançassem o coração do homem trajado de preto a sua frente, o homem que sempre amou e que agora ameaçava deixá-la novamente, Sasuke Uchiha.

-Sasuke, quando eu me sinto sozinha, te faço presente em meus pensamentos. Fecho os meus olhos e nos meus mais profundo e verdadeiros desejos enxergo nós dois. Em questão de segundos eu vou para outro universo, outro mundo, onde só existe nós dois. Quando te vejo, é inexplicável a sensação que me domina por completo. Sasuke, eu sei, que não precisamos estar colados para estarmos juntos. Os nossos corpos sem palavras dizem um ao outro o quanto se adoram a todo instante.  Eu não preciso te olhar para te ter em meu mundo, porque a qualquer lugar que eu vá, você está em tudo Sasuke. Tudo o que eu preciso. Porque... eu não te amo Sasuke... Eu te vivo. 

Nesse momento, o cenário começou a se desenhar, o lago próximo aos dois ganhou suas águas cristalinas. A árvore por fim se revelou mais magnífica do que nunca com as flores rosas se balançando majestosas. A grama verde tomou conta do solo e o Sol finalmente saiu tímido, mas logo ganhou força e os raios começaram a sair com mais intensidade dando a cor que o momento merecia.  

Sasuke virou-se para Sakura encontrando as esmeraldas verdes com seus olhos negros penetrantes. Caminhou lentamente até a rosada e a tomou nos braços a beijando delicado e demoradamente.  Finalmente ele declarou:

-Sakura, eu vou ficar... Porque eu descobri que eu... eu... Também...

-Também...? -Instigou a rosada sorridente.

-Sakura, está na hora vamos!!

A Haruno abriu os olhos, reconheceu o quarto, piscou várias vezes para se acostumar com a claridade do ambiente. A voz que a tirou do melhor sonho que já tivera, felizmente era a mesma do protagonista. Aquela voz rouca e sedutora. 

Droga, tudo não passara de um mero sonho! E eu tinha que acordar na MELHOR parte. - Pensava consigo, ao se espreguiçar sonolenta.  Viu apenas as costas do homem de seus sonhos, se dirigindo para fora do quarto. Ao julgar pela intensidade do Sol, ela tinha dormido demais. Levantou-se rapidamente da cama e foi fazer sua higiene pessoal. Depois disso arrumou suas coisas, e foi para onde acreditava estar o Uchiha lhe esperando. Após se encontrar com o moreno, os dois começaram a caminhar, lado a lado. 

Sakura se recordou do que havia dito a Sasuke na noite anterior e sentiu-se envergonhada por dizer tantas coisas a ele. Ele estava mais sério que o normal -se é possível- naquela manhã. 

-Dormiu bem, Sasuke-kun? -Perguntou ela sorridente. 

-Hm. -Respondeu ele. Sakura odiava quando Sasuke lhe dava respostas como aquelas- o que acontecia quase toda vez que ela lhe dirigia a palavra. 

Sakura bufou inconscientemente, Sasuke poderia ao menos tentar ser mais acessível. Sasuke olhou para Sakura com um mínimo sorriso nos lábios, ria internamente pelo gesto da rosada. 

Sakura corou e Sasuke voltou a olhar para frente. Continuaram caminhando, até que Sakura percebeu que a vegetação que cercava a estrada começou a mudar gradativamente. Pelo seu conhecimento, o clima da região que adentravam seria bem mais frio. 

Continuaram caminhando até poderem avistar ao horizonte colinas cobertas por neve. Sakura lembrou do que o Uchiha dissera a respeito de onde iriam. Estavam chegando ao País do Ferro. 

Sakura não tinha boas recordações daquele local. Fora lá que há muito, a rosada fora atrás de Naruto mentindo amá-lo para que o loiro desistisse da promessa que fizera a ela de trazer Sasuke de volta para a aldeia, para que nenhum sofresse por sua culpa. Lá também foi o cenário de episódios não muito felizes para o ex time 7. Sakura tentara matar Sasuke sozinha, por amá-lo tanto ao ponto de não aguentar mais vê-lo se afundar mais e mais na escuridão. A rosada teve de tomar atitude, nem que ela tivesse de matar esse amor junto com Sasuke naquela época. 

Sasuke também se lembrava muito bem dos ocorridos na região. Ao confrontar seu time, o mesmo tentou matar Sakura, assim como seu sensei e seu melhor amigo. Felizmente, o Uchiha não teve êxito. 

Os dois adentraram o centro da Vila procurando uma pousada para passarem a noite. O centro da cidade era simples, se assemelhava um pouco a Konoha, porém era um pouco menor. 

Sakura e Sasuke passavam pelas pessoas levantando olhares curiosos e admirados. As mulheres olhavam para Sasuke dando suspiros, e os homens olhavam Sakura nada discretamente. Sasuke não soube explicar o porquê, mas o fato de Sakura estar sendo observada com segundas intenções, o deixou com raiva. Sakura fuzilava com os olhos as mulheres que se derretiam por Sasuke. 

Quando Sakura passou por uma das lojas, avistou tomates bem vermelhos e com uma ótima aparência em um barril. Sakura por um momento deixou de se incomodar com as mulheres indiscretas e teve uma grande ideia. 

Um barulho de uma tosse muito alta chamou a atenção de todos. As pessoas formaram um círculo como se estivessem assistindo algo. Sakura e Sasuke correram em direção ao centro do círculo, nele havia um rapaz de joelhos, com a mão sobre o peito sendo amparado por mais dois outros homens. O rapaz que tossia, parecia não estar conseguindo respirar, Sakura se moveu sozinha, indo em direção a ele. Sasuke tentou impedir ela, mas não conseguiu. 

 Ao ver a aproximação repentina da mulher desconhecida, os homens apontaram suas espadas para a rosada que levantou as mãos em rendição e disse bem alto:

-Eu sou médica, posso ajudar. 

Nesse instante, o rapaz caído tossiu ainda mais alto e os guardas não tiveram escolha, ao não ser conceder aproximação da desconhecida, abaixando as armas.

Sakura se ajoelhou atrás do jovem de cabelos negros e o deitou sobre seu colo. Colocou seu ouvido no peito dele e fechou os olhos para ter a audição mais apurada na tentativa de verificar a frequência cardíaca do rapaz. Checou a cor dos olhos, a respiração e ao tocar na testa absurdamente quente do moreno teve a certeza do diagnóstico:

-Envenenamento! - os dois homens que acompanhavam o rapaz a olharam espantados. A convicção na voz de Sakura era incontestável. 

Todos olhavam a médica, entre eles, Sasuke que admirava a destreza de Sakura. Os murmúrios das pessoas que observavam eram diversos e baixos, mas todos estavam impressionados com tamanha habilidade da mulher de cabelos exóticos. 

Os dois homens se olharam.

-Não há ninjas médicos disponíveis.  Todos estão cuidando do Sr. Mifune. -Disse um dos homens apreensivos. 

Sakura pensou por um instante, e então disse convicta:

-Preciso de um lugar para tratá-lo. Onde ele mora?

-Não é longe daqui. É no.... - Respondeu o outro homem.

-Levem-no, rápido! -interrompeu a rosada. O veneno agiria muito rápido, não havia tempo.

-Hai! -Disseram em uníssono, pegando o rapaz desacordado do chão. 

Sakura ia segui-los, mas Sasuke a segurou pelo braço

-Sakura, não é uma boa ideia. É melhor deixar um dos ninjas médicos cuidar dele, você nem o conhece. - Disse seco. Sasuke não tinha um bom presságio quanto aquilo.

-Sasuke! -Sakura soltou o braço num movimento brusco, estava indignada. - Estou cumprindo a missão que foi nos dada e mesmo que não estivesse, eu não negaria ajuda a ninguém, conhecendo o beneficiado ou não. -Disparou a rosada olhando no fundo dos olhos escuros de Sasuke- Você ouviu, não há ninjas médicos disponíveis e eu sei me cuidar. -Finalizou seguindo os homens que já haviam se afastado um pouco. 

O Uchiha fiou surpreso com tamanha determinação vista nos olhos de Sakura. Ela nunca havia falado com ele dessa maneira. Ele não podia deixar que ela fosse sozinha com aqueles homens, então a seguiu mesmo que contrariado. 

Andaram cerca de vinte minutos, até chegarem em um palácio majestoso, onde os grandes portões de ferro foram abertos dando passagem para o quinteto que adentrou o palácio rapidamente. Sakura e Sasuke perceberam o quão bem armado e protegido era o local. Tiveram de passar por mais dois portões até chegarem em alas, onde havia várias portas e inúmeros corredores. 

Uma mulher de cabelos azuis correu em direção a eles, ela vestia um vestido leve e tinha um corpo escultural. A pele pálida fazia contraste com seus olhos verdes.

-O que aconteceu?!! -Gritou ela se aproximando do jovem desacordado. Ao se deparar com Sakura e Sasuke ela os analisou dos fios de cabelos até o pé.  Dando um sorriso malicioso ao observar o Uchiha e semicerrou o olhar ao fazê-lo com a rosada. 

-Quem são eles? -perguntou a mulher com desdém. 

-Eu me chamo Sakura Haruno -se apresentou- e ele é Sasuke Uchiha. - Apontou para o moreno sério ao seu lado. -Por favor, não há tempo para maiores apresentações. Eu sou uma ninja médica, e ele precisa de cuidados o mais rápido possível. Apontou para o jovem.

-Me chamo Naomi. -Disse a azulada. - Venham comigo. 

 Seguiram pelo corredor central até subirem um extenso lance de escadas. Sakura estava aflita, porém não deixou de notar o quão luxuoso era o local, tudo no maior requinte e sofisticação. Enfim adentraram um quarto grandioso. 

Sakura pediu para que deitassem o homem na cama e trouxessem água morda e bandagens, junto com todas as ervas medicinais disponíveis. 

Após a saída dos homens, Sakura concentrou o chakra verde em suas mãos as pondo na testa do homem que delirava constantemente. 

-O que está fazendo? -Indagou Naomi, curiosa.

-O veneno que foi usado, é constituído por ervas tóxicas que são injetáveis ou consumíveis. O veneno se espalha pelo sistema cardiovascular, atacando as vias respiratórias, principalmente o pulmão. Em resposta, o corpo tenta expulsar as toxinas por meio do suor, mas ao fazer isso, os componentes tóxicos apenas se multiplicam, até que a vítima morra de febre, sufocamento ou intoxicação. -A rosada fez uma pausa- Quando eu o curar na região da testa, as toxinas pararão temporariamente de se multiplicar. Isso me dará tempo suficiente para fazer um antídoto, salvando a vida dele -Sakura o olhou não deixando de se concentrar na energia curativa em suas duas mãos sobre a testa do homem deitado. 

-Naoki. -Disse Naomi. Sakura a olhou confusa- Naoki. Naoki é o nome dele. -Esclareceu a azulada.

-Naomi... Naoki... -Sakura ligou os fatos rapidamente. -Suponho que sejam irmãos? 

-Sim... somos. - Respondeu. - E vocês? São casados? -Perguntou olhando Sasuke. 

-Não... Não. Somos apenas...-Sakura parou para pensar. Afinal, o que ela e Sasuke eram? - Amigos. -Concluiu ela, com um meio sorriso triste.

-Obrigada, Sakura por ajudar o meu irmão, mas pode deixar, o ninja médico daqui cuidará dele.

Um dos homens voltou com a água morna e as bandagens. Ouviu o que a azulada falou e teve de contestar.

-Naomi-Sama, desculpe ter ouvido a conversa, mas o Sr. Maza está muito ocupado com o Sr. Mifune. Creio que não poderá prestar os devidos socorros.

-Ah, sim claro. - Disfarçou Naomi.

-Não se preocupe Naomi, eu me responsabilizo por seu irmão. Ele ficará bem. -Sakura sorriu para Naomi para ela.

-Obrigada, Sakura. -Disse Naomi saindo a passos pesados do quarto.

O homem entregou os pedidos a Sakura e se prontificou a trazer qualquer coisa que ela precisasse. O outro homem veio e trouxe várias ervas para Sakura que dispensou os dois.

Sasuke observava Sakura. Ela era tão inteligente, tão astuta, tão bela... Sasuke saiu do quarto também, avisando a rosada na porta que esperaria lá fora.

A rosada despiu toda a roupa de Naoki, deixando apenas uma toalha em sua cintura. Colocando as bandagens com água morna em seu corpo. Não pôde deixar de notar que o corpo de seu paciente era bem definido, sendo resultado de treinamento ninja ou de outro tipo. A pele bronzeada transpirava muito, mas com as bandagens a febre diminuiu minimamente, dando o tempo para que Sakura fizesse o antídoto. 

Ela mediu o pulso dele, estava muito fraco, quase parando. A rosada começou a prepará-lo desesperadamente. Logo depois ela deu em um recipiente para Naoki que tomou tudo. 

-Não, não pode ser! -Disse a rosada muito aflita. -Eu não vou te deixar morrer!!! -Disse ela vendo-o tomar a última gota do antídoto. 

Sakura não podia fazer mais nada, apenas esperar que o antídoto fizesse efeito. Ela pegou a mão de Naoki e a apertou forte. Fechou os olhos e pediu a Kami que ele não morresse. 

Sentiu a mão dele se mexer e abriu os olhos aliviada.

Os olhos de Naoki abriram-se lentamente. Ao se deparar com Sakura, ele indagou com voz fraca:

-O que aconteceu? - perguntou ele reconhecendo o seu quarto e sentindo-se nu. Se sentia fraco e quente. 

-Você foi envenenado, eu fiz o antídoto e evitei sua morte. Explicou a rosada. 

-Você... Salvou a minha vida? -perguntou ele.

-Se você prefere chamar assim... Sim, eu salvei...-Disse Sakura sorrindo.

-Obrigada. -Agradeceu ele sorrindo.

Sakura sorriu em resposta. 

-Bom, eu tenho que ir agora... -Disse ela se dirigindo a porta. 

-Espera! -Disse se levantando. -Eu não sei nem ao menos o seu nome.

A mulher se virou para ele.

-Sakura. Haruno Sakura. -Se apresentou.

-Naoki. Meu nome é Naoki. 

Sakura sorriu. Já sabia, mas seria mais formal se apresentarem.

-Sakura como posso te agradecer por ter salvado minha vida? - Naoki quis saber. Sakura sorriu e respondeu humildemente:

-Se cuidando mais. Apenas não seja envenenado de novo -Soltou uma breve gargalhada.

-Deixe-me agradecer. Passe a noite no palácio.

-Não posso, Sasuke está me esperando. Recusou gentilmente.

-Sasuke também está convidado. -Insistiu Naoki. Mesmo não sabendo de quem se tratava, faria de tudo para convencer ela.

-Tudo bem então. Mas só aceito para ter a plena certeza de que vai ficar bem. -Sorriu.

-Obrigada. -Agradeceu.

Uma moça adentrou o quarto, olhou Sakura e depois se aproximou da cama.

-Naoki-Sama, Samary-Sama deseja vê-lo.  

-Namy, providencie aposentos para Sakura e seu acompanhante. Providencie roupas limpas e um grande banquete em agradecimento. Diga a minha mãe que já vou.

-Hai. -Disse a serva saindo.

-Um banquete? Muita gentileza, mas eu e Sasuke não queremos dar trabalho. -Sakura disse.

-Não é trabalho nenhum, afinal você salvou minha vida. 

-Tudo bem, então. Com licença.  -Sorriu deixando o quarto e encontrando Sasuke do lado de fora. 

Ele estava em uma espécie de varanda.

-Sasuke eles fazem questão de passarmos a noite aqui. 

O Uchiha assentiu. Para surpresa de Sakura, sem nenhum tipo de hesitação. A serva Namy, avisou aos dois que os quartos estavam prontos. Cada um se dirigiu para o respectivo quarto que ficavam no andar de cima um ao lado do outro. 

Sakura se encantou ao entrar no cômodo. Havia uma grande e macia cama de casal, um lindo guarda roupa com flores entalhadas na madeira, o piso e as paredes de cores opacas, trazendo aconchego ao ambiente. O lustre em cima da cama dava uma iluminação perfeita ao quarto, havia outra porta que Sakura julgou ser o banheiro, outro cômodo também muito sofisticado.  A família de Naoki parecia ser muito rica, tudo gritava a dinheiro.

Depois de um demorado banho, Sakura vestiu as roupas que estavam em cima da cama. Eram confortáveis e quentinhas. Duas batidas soaram na porta.

-Entre. -Disse a Haruno.

Namy apareceu avisando que o jantar estava servido. Sakura a seguiu encontrando Sasuke ao sair do quarto. Os três seguiram até uma sala de jantar espetacularmente grande. Havia uma enorme mesa com capacidade para 12 pessoas, e na ponta dela estava sentada uma mulher muito bonita, em um vestido preto. Ela tinha os cabelos compridos negros como os de Naoki e os olhos verdes assim como os de Naomi que estava sentada ao seu lado. No outro lado estava Naoki, um pouco pálido.  Havia dois lugares vagos postos a mesa, um do lado do irmão, e o outro do lado de Naomi. 

A mulher se levantou e se apresentou com a aproximação dos dois:

-Sejam muito bem-vindos. Eu me chamo Samary. Sou a esposa do Senhor Feudal do País do fogo, Mifune. Ele pede desculpas por não estar presente no jantar em agradecimento a médica que salvou a vida de seu filho herdeiro. Muito obrigada Sakura.

A mesa estava repleta com vários tipos de comida. Havia três servas ao lado.

-Sente-se aqui, Sakura-chan. -Disse Naoki puxando a cadeira ao seu lado. O moreno lançou um olhar intimidador para Sasuke que agiu indiferente. 

Sakura pensava que a família de Naoki era muito importante, por ser tão rica, mas não ao ponto de ser uma das mais importantes do mundo Shinobi. Sakura sorriu e reverenciou a Primeira dama. 

Sasuke se sentou ao lado de Naomi que sorriu para o Uchiha que repetiu a postura com a irmã de Naoki. Agindo com indiferença. 

-Por que não me disse quem era? -Perguntou Sakura entre dentes para Naoki que sorriu.

As servas começaram a servir todos da mesa.

-Como assim? -Se fez de desentendido.

-Não me disse que é filho do Senhor feudal? -Questionou ela. 

-Ah, isso... apenas um detalhe. -Disse com bom humor. 

Naomi do outro lado da mesa não fazia questão de disfarçar suas olhadas insinuantes para Sasuke. O moreno fingia não ver, apenas continuava comendo o arroz em seu prato. Sakura não conseguia fingir, sem se dar conta, apertou sua taça de vinho com tanta força que acabou a quebrando em sua mão, cortando-a. Com o barulho, Samary gritou:

-Sakura, querida?! Tudo bem? -Disse ela preocupada.

Sasuke a fitou também preocupado. Naomi olhou a cena com desdém.  

-Ah sim. Não foi nada. -Disse ela olhando para a própria mão sangrando. Concentrou a energia verde sobre a mão machucada e a curou em poucos segundos. -Viu? -Mostrou a mão para Samary- Não foi nada... 

-Tragam outra taça para Sakura e limpem a sujeira.  - Ordenou Samary a uma das servas. 

-Vejo que é uma médica muito habilidosa, Sakura. -Elogiou Samary. 

-Muitos anos de treinamento e dedicação.  -Sakura respondeu - Falando nisso, o que o Sr. Mifune tem?

-Ele está doente, há um tempo.  Ninguém sabe dizer ao certo o que meu pai tem. -Naoki respondeu.

-Entendo... -Sakura disse. 

O jantar seguiu calmo. Samary se retirou, seguida de Naomi. Sasuke foi o terceiro e logo em seguida Sakura e Naoki seguiram para o jardim juntos. 

-A Lua está bonita hoje... -comentou Naoki enquanto andava lado a lado de Sakura que observava o céu estrelado maravilhada.

-Sim... Muito! -Falou empolgada.

-Sakura... Você e Sasuke são casados? -Indagou Naoki de uma vez.

Sakura gargalhou. Era a segunda vez que ouvia a mesma pergunta no dia.

-Não, não... apenas amigos. 

-Ah... -Disse -Mas percebo no seu olhar que você nutre algo mais profundo e intenso do que uma mera amizade. -Disparou.

-Digamos que sim. -Respondeu ela um pouco envergonhada. -Mas porque as perguntas?

-Uma moça tão bonita, inteligente e bondosa como você... Não poderia ter o coração nas mãos de qualquer pessoa... -Respondeu.

-Sasuke não é qualquer pessoa... Ele é especial. -Retrucou ela.

-Entendo. -Concordou Naoki. -Mas... -Continuou, Sakura o fitou. - Espero que ele não parta o seu coração, ou eu vou ter que tomar alguma atitude. 

-Atitude? -Questionou Sakura.

-Sim, como catar todos os pedaços e juntá-los para mim. -Riu. -Não se esqueça. 

Disse ele deixando a rosada para trás. 

-Boa noite. -Desejou ele já um pouco afastado.

-Boa noite. -Respondeu Sakura.

Sasuke nunca partiria seu coração. Não mais uma vez. Sakura se lembrou da ideia que tivera mais cedo. Foi até a cozinha, encontrando Namy. 

-Namy, você poderia me ajudar? -pediu a rosada. 

-Pois não Sakura-Sama. - Se prontificou.

-Só Sakura... -Riu. Sakura nunca se acostumaria a ser tratada com tanta formalidade a todo o momento. 

-Pois não, Sakura? - Namy disse meio incerta.

-Eu queria cozinhar uma torta. Será que eu posso?

-Claro. Do quê você precisa?

-Farinha, ovos, leite, e alguns... Tomates! -Disse ela empolgada.

.....

Sakura tirava um pedaço da torta ainda morna da forma. Com a ajuda de Namy, Sakura havia feito com muita dedicação, a fim de agradar Sasuke. Ela lembrava-se nostálgica de como havia descoberto que aquele era o prato preferido de Sasuke.  

Quando criança, a rosada o seguia a fim de descobrir do que o Uchiha gostava ou não. Fora assim, que um dia ela viu o pequeno comprar um pedaço de torta de tomates em uma loja no centro da Vila. 

Namy a deu um pequeno prato para que a rosada colocasse o generoso pedaço da torta. Sakura levava para o quarto de Sasuke. Caminhava lentamente, estava esperançosa de que Sasuke iria gostar da surpresa. 

Sakura entrou no quarto silenciosamente:

-Sasuke-kun? Olha o que eu preparei para voc....

Sakura ficou imóvel, sua mente não era capaz de processar tanta informação. Muito menos o seu coração.  

O barulho do prato se quebrando se fez presente no quarto. O prato se quebrara audível, mas o coração de Sakura se quebrou em silêncio, causando apenas dor para a rosada. Uma dor tão intensa e constante que deixou Sakura sem chão. 

O barulho do prato de encontro ao chão fez com que Sasuke e Naomi olharem para Sakura que saiu do quarto com a visão mais dolorosa que já tivera:

Sasuke e Naomi em um beijo intenso, com Naomi seminua nos braços do moreno, sem camisa.

"Sasuke jamais seria capaz de partir seu coração. Não mais uma vez." Porém com aquela cena diante de seus olhos, ela teve certeza de que sim, ele seria.