História Salvation - Alvo Principal

Katherine point of view

Ter uma relação com alguém que mora na mesma casa que eu não me parecia uma coisa muito boa, poderia até ser, se essa pessoa não fosse o Shawn... e também não posso chamar o que temos de relação. Não vou apressar as coisas...quem sou eu para fazer isso afinal de contas?

       Isso mesmo, ninguém!

Mesmo que tenhamos nos beijado há dois dias, pra mim parece ter sido há duas semanas atrás e por isso a cada vez que o vejo a vontade de beijá-lo aumenta cada vez mais... estou considerando deixar com que eu perca o controle de vez mais é claro que ele não pensa da mesma maneira até porque já teria feito isso...Eu não vou arriscar, porém hoje ele me convidou para um passeio.

    Estranho demais, não?

Mas um dia exaustivo para minha coleção de dias exaustivos. A escola não parece mais tão entediante assim qualquer lugar que não fosse meu quarto não era tão entediante, mais esse pensamento muda ao ver a professora entrar pela porta e ela não tinha uma cara muito boa. E lá vem a mesma carranca de sempre, mais também, quem em plena segunda-feira estaria super animado quando mais sendo uma professora e tendo de aturar "adolescentes nervosinhos" . Eu com certeza surtaria!
Com muita luta, retiro os fones de ouvido e a professora me lança um olhar de "que bom que você fez isso, já estou cheia de mandar alunos para a diretoria por isso" e eu revirei os olhos.

― Bom dia turma, seus trabalhos de hoje serão em dupla. Eu mesma vou escolher e não tem nada de trio! ― ela disse rancorosa.

A turma fez um couro de "ahh" sofrido, e a professora revirou os olhos bufando em seguida.
Ela começou a distribuir as folhas e patadas gratuitas, é claro que ninguém aprovou as duplas de hoje. Kenna que o diga pois sua dupla é a Ashley, vi ela por o dedo na boca e fazer uma ânsia falsa, Ashley a olhou com sua típica cara de nojo e também de "eu sou burra, então faz tudo sozinha"
A professora estava se aproximando de mim enquanto observava a sala de aula, segui seu olhar mais meu olhar encontou o de Shawn. Todo o ar dos meus pulmões parecem ter escapado, eu mal podia evitar encará-lo, era como se algum tipo de conexão existisse entre nós.

― Senhorita Jones! ― ouço alguém me chamar.

Sou obrigada a desviar o olhar daquela imagem maravilhosa para encarar a bruxa carrancuda.

― E... Samuel McKellen! Depressa! ― ela ordenou.

Algo atrás de mim se moveu, vulgo Samuel Wilkinson, o irmão da Ashley... eu mereço mesmo! Só pode.
O garoto arrasta a carteira pelo chão produzindo um barulho irritante mais duvido que alguém realmente tenha prestado atenção no barulho, os olhares estavam fixados nas pobres inocentes folhas que poderiam destruir a vida acadêmica de todos se deixar distrair por uma coisinha boba.

― Espero que saiba alguma coisa, pois eu sou uma porta de burro. ― Samuel disse rindo.

Sério mesmo que eu estava sentada em dupla com um burro? Eu estou aqui para me ferrar completamente. Esse garoto vai me trazer os piores problemas possíveis.
Tentei esforçar uma cara de irônica mais eu não sou muito boa com esse tipo de coisa, fingir nunca foi meu forte.

― Ok, Samuel. ― eu disse revirando os olhos.

― É Sammy.

Assenti.

Ele riu brevemente e pegou a folha na mão, começou a ler um pouquinho em voz alta o que atraiu a atenção de alguns alunos que estavam perto de nós. Olhei para eles pedindo desculpas pelo ogro da escola estar tirando a concentração deles.

― Samuel, você pode ler mais baixo? A sala toda está ouvindo você! ― eu sussurrei.

Ele me olhou como se eu tivesse acabado de dizer "nossa como você fede hein garoto!".

― É Sammy. ― ele corrigiu pausadamente ― E fica tranquila, gatinha.

Reviro os olhos e volto a atenção total para a folha, não poderia me ferrar por causa de um garoto tão inconsequente feito esse tal de Sammy.

                    ...

Sorrio ao ver Nash entrar pela porta, ele tinha um sorriso indecifrável no rosto... eu poderia me arriscar e dizer que ele estava com Debbie.

Ele se sentou na carteira atrás de mim e já podia imaginar que não iria prestar atenção nenhuma na aula, minhas conversas com Nash fluem tão bem que mal consigo prestar a atenção no tempo que passa.

― Ei ― ele me chama baixo.

Viro de lado e guardo meu material na mochila, provavelmente não iria fazer nada nessa aula mesmo. É a última aula do dia!

― Eu queria falar com você sobreaa Debs.

― Pode falar! ― digo com certa expectativa na voz.

― Nós estamos, avançando de amigos para algo a mais ― ele sorriu ― Mas eu sei que ela só está me usando para esquecer... você sabe...

Engulo um seco, ele faz o mesmo. Todas as possibilidades de um romance entre mim e Debbiw estão descartadas, não por ela... eu realmente não penso dessa forma, não a vejo dessa mesma maneira. Também tenho consideração por Nash, ele gosta dela... jamais poderia magoá-lo desse jeito.

― Fico feliz que vocês estejam se entendo, de verdade.

― Eu também estou ― ele disse ainda sorrindo ― E então? O que foi aquilo na aula da Wood?

Ele tinha sorriso malicioso no rosto mais eu não entendia.
Ah Deus! Será que ele está falando do idiota do Sammy? Sem chances disso vir a acontecer.

― Do que você está falando? ― perguntei
― Shawn, Sammy. Eles ficaram secando você, o Shawn eu até entendo mas o Sammy? ― pergunta rindo ― Não sei se você sabe mais eles não se dão.

― Ah não sabia.... e porque você entende o Shawn me "secando"? ― digo fazendo sinal de aspas na palavra secando.

― Não se faça de sonsa! Sabe muito bem que o Shawn é afim de você.

Meus olhos se arregalaram mais voltaram ao normal rapidamente. Será que está assim tão percetível? Óbvio que não senão alguém a mais já teria me dito isso e o Nash é amigo do Shawn... talvez já soubesse disso.

― É, sei.

Então todo mundo já estava percebendo a situação. Mil vezes merda!
O resto da aula ocorreu assim, Nash e eu éramos os únicos na sala que se atreviam a dizer algo... um ao outro.
Na saída da escola vi Cameron e Mckenna conversando escondidos em um cantinho...poderia dizer que era uma conversa civilizada mais pareciam que poderiam se matar a qualquer momento, sem exagero nenhum.
Apesar da vontade de ir lá para saber do que o assunto se tratava permaneci parada encarando o nada, isso já estava virando um hobbie na minha vida. Ultimamente tenho feito muito isso de encarar o nada, talvez essa fosse uma prática boa para alguma coisa. Não que eu realmente saiba.

― Ei, Katherine! ― alguém gritou

Rapidamente dou um pulo com o susto, mais me viro para trás encontrando Shawn, ele estava rindo do meu mini-ataque-cardíaco. Se fosse em outras circunstâncias eu bateria nele, mais esse  sorriso me impede.
Sorri feito uma boba ao vê-lo, como ele podia me deixar tão careta sem ao menos me tocar? 
No mesmo instante meu celular vibra no bolso de trás, uma nova notificação de mensagem, número desconhecido: "Rapaz bonitão não é? Haha agora é nosso alvo principal"
Era uma foto minha ao lado de Shawn, e aparentemente havia sido tirada agora. Isso significa que eles estão por perto e poderão fazer algum mal para ele se continuarmos aqui.
Olho para todos os lados e sinto minha visão ficar embaçada por conta das lágrimas que começavam a se formar, meu desespero era aparente. Minhas mãos começaram a tremer e meu coração acelerou como se eu estivesse acabado de correr uma maratona olímpica.

― Você está bem Katherine? Aconteceu alguma coisa? ― ele perguntou

Ele segurou meus braços fortemente e praticamente me forçou a encará-lo, eu não podia mais esconder isso de ninguém.
Deixei que pegasse o celular, seus olhos se esbugalharam ao encarar a tela, ele piscou atordoado até voltar a si.

― Mas ... que porra! Tem mais mensagens, eles estão te ameaçando a muito tempo! ― ele praticamente cuspiu as palavras na minha cara.

Seu dedo polegar deslizava na tela do celular e sua frustação era incrivelmente aparente, nunca o vi dessa maneira. Talvez eu devesse ter contado isso antes, mais eu sou o ser humano mais ridículo do mundo. É claro que tudo sempre vai dar errado!

― Acha que ainda estão por aqui? ― ele perguntou parecendo mais calmo.

Novamente olho todos os lugares que consigo alcançar com o olhar e as mesmas lágrimas me ameaçam.
Shawn se moveu, caminhava lentamente até mim. Minha visão foi bloqueada quando ele envolveu seus braços ao meu redor.

Me senti estranhamente menor, mais estranhamente protegida também.