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História Sangue e Sombra - Doze Badaladas Para Meia-Noite - Sangue e Sombra I - Meio Dia


Escrita por: ThammiRB

Notas do Autor


✦Hello!✦

Eu disse que tinha mais uma surpresa em outubro e aqui está ela!

Uma história com tema de “Vampiros”, coisa que eu quero fazer a muito tempo e finalmente consegui.Agora só devo alertar vocês que não criem expectativas porque eu juntei todas as referências possíveis em um caldeirão e saiu isso aqui auhsuahsuhasuah.

Outra coisa que vocês precisam saber dessa história é que ela vai ser uma “short-fic”, não pela quantidade de capítulos e sim pelo tamanho deles que vão estar bem menores do que o costume.

Então em homenagem ao Halloween...

Vamos lá!

Capítulo 1 - Sangue e Sombra I - Meio Dia


Fanfic / Fanfiction Sangue e Sombra - Doze Badaladas Para Meia-Noite - Sangue e Sombra I - Meio Dia

Sangue e Sombra✞

I

Meio Dia

O sol brilhava intensamente do lado de fora, mas as duas pessoas dentro da sala onde suas janelas tinham filtro com raios UV e proteção solar, não sentiam nada do calor do astro rei.

A primeira delas era uma jovem ansiosa que ligava a câmera com dedos trêmulos que com algum esforço conseguiu focalizar o belo homem que se sentava de forma elegante na poltrona de couro negro como se fosse um trono.

- Tenho que perguntar de novo. Você está confortável com isso?

- Desde que mantenha a sua palavra em guardar todo o material para sua pesquisa privada eu não me importo em ser honesto. – Sorriu sedutor fazendo a jovem repórter ficar com as pernas bambas ao ver o brilho avermelhado das íris se sobressair no escuro. – E, por favor, não me diga que está tentando recriar “Entrevista com Vampiro” da Anne Rice, sinto dizer que vai ser difícil de superá-la.

- Não estou aqui por ficção. – Afirmou séria. – Meu pai era um antropólogo que iniciou essa investigação e eu prometi que iria terminá-la. Toda a minha família a gerações se dedicou a descobrir a verdade sobre o seu mito.

O ser da noite encarou sua jovem entrevistadora com atenção. Havia verdade nos olhos dela. De tempos em tempos eles selecionavam pessoas verdadeiramente dedicadas a história e pesquisa para compartilhar suas experiências e conhecimento. Antes era mais fácil ficar escondido, mas agora no século XXI com toda essa tecnologia e globalização estava ficando mais difícil.

Ter encontrado alguém interessado na realidade e não na fantasia era muita sorte.

- Muito bem. – Sorriu de lado brincando com a borda da taça. – Faça as perguntas.

- Vou começar com a mais óbvia. Como foi que vocês nasceram?

- O ano era 660 a.C. e uma  praga varreu boa parte das pessoas. Em um vilarejo em particular onde a luz do sol era escassa por natureza, esse vírus sofreu uma mutação transformando seus moradores nos primeiros vampiros de que se tem notícia.

...Os primeiros afetados perceberam que suas habilidades como velocidade, reflexo, persuasão foram ligeiramente aumentadas. Contudo, ao mesmo tempo eles sentiam uma necessidade terrível de beber sangue. As primeiras gerações são bem parecidas com o que vemos nos filmes, mal podiam conter a própria fome ficando pouquíssimo tempo satisfeitos. De uma forma geral não passavam de animais com algum raciocínio.

- E isso mudou com o tempo?

- A matança sem controle logo chamou atenção e eles passaram a ser caçados. Por sorte alguns indivíduos aprenderam a canalizar a sede e controlar esse instinto. Quase podiam ser chamados de “normais” exceto pelo fato de que a luz do sol jamais voltaria a ser bem vinda de novo.

Por isso, a maioria das comunidades vampirescas estava em países situados ao norte do planeta. Lugares estratégicos onde eles precisavam se preocupar muito pouco com o sol. No frio as pessoas também tendiam a ser menos intrometidas, preferindo se resguardar dentro de suas casas sem olhar demais para o mundo exterior.

- E a alimentação de vocês? – A moça tentou não deixar a voz tremer ao fazer aquela pergunta em especial.

O vampiro riu baixinho achando graça do temor da outra. Para quem tinha procurado por tanto tempo e insistido em fazer aquela entrevista, era meio tarde para sentir medo.

- Desmentindo os filmes hollywoodianos, nós não vivemos apenas de sangue. – Agora eles entendiam que a necessidade de beber o líquido vermelho vinha do que ele representava; vida. Agora o porquê de a sede continuar, persistia sendo um mistério. – Temos que comer nossos legumes e frutas também se quisermos ficar fortes.

- E é verdade que só é possível matá-los com uma estaca no coração ou arrancando a cabeça? – A jornalista ignorou o sarcasmo alheio.

- Bem... – A criatura nas sombras bebeu um gole do que estava na taça. – Acho difícil qualquer ser sobreviver com seu coração furado ou sem cabeça, não acha? – Pela primeira vez a repórter pareceu ficar sem graça. – Mas eu entendi o fundamento da sua pergunta. Cortes de facas não nos afetam porque temos um fator de cura muito acelerado e o mesmo vale para tiros. De fato, para matar um de nós é necessário acertar um órgão vital com precisão.

Os dois se encararam longamente até a moça sacudir a cabeça ao perceber que estava se deixando levar pela magnitude do vampiro. Pigarreou tentando recuperar o foco.

- Existem outros seres extraordinários como vocês?

- Sim... lobisomens, duendes, fadas, bruxas. Todos esses mitos têm um fundo de verdade. Claro que as lendas foram adaptadas à cultura X e Y, mas eu posso garantir que estamos todos aqui há muito tempo.

- E é verdade que os vampiros e lobisomens são inimigos?

- Adoraria saber onde exatamente começou essa lenda. – Pode-se ouvir um suspiro resignado. – Por que duas criaturas da noite seriam inimigas? Nossos territórios são afastados e só encontramos com os lobos em raras ocasiões. Naturalmente, biologicamente não há razões para termos qualquer tipo de inimizade.

Aquela resposta em particular pareceu mexer com a repórter e escrever freneticamente no seu pequeno computador portátil. Então a teoria do seu pai estava certa. Lobisomens e vampiros só eram inimigos nos contos.

O que de certa forma fazia muito sentido uma vez que as colônias dos lobos ficavam mais ao sul enquanto as dos vampiros ao norte. Não tinha lógica nenhuma às duas raças travarem uma guerra milenar.

- O que acontece exatamente se forem expostos ao sol?

- Não vamos arder em chamas até virar cinzas. – Soou divertido. – E muito menos brilhar. – Agora não havia tanta diversão assim o que fez a jornalista rir contida. – O que aquela mulher estava pensando quando fez aquilo?!

A comunidade vampiresca precisou aguentar gozações de toda sociedade sobrenatural graças àquele filme. A melhor de todas foi as das fadas que diziam que estavam tranquilas em passar a coroa de criaturas brilhantes para eles.

-... Enfim. – Sacudiu a mão para dissipar sua própria indignação. – Nossa pele e retina são sensíveis a raios UV, se a radiação for a níveis aceitáveis podemos pegar um pouco de sol desde que seja por um tempo limitado.  

- O que é necessário para se transformar em um vampiro?

Aquela pergunta em particular foi feita com muito interesse. O homem nas sombras encarou a entrevistadora com tanta intensidade que ela chegou a engolir a seco, contudo dando crédito a jovem, sustentou o olhar o tempo inteiro.

- Não há como transformar alguém em vampiro. Você nasce um.

Essa era a informação que os mantinha em segurança todos aqueles anos. As lendas de vampiros eram muitas e todas variantes, porém se tinha uma coisa que elas concordavam era que vampiros podiam ser criados aqui e ali com apenas uma mordida.

Provavelmente aquilo era influência do conto dos lobisomens. Licantropia era passada através da mordida. Vampirismo não.

Vampiras se casavam com humanos. Vampiros com humanas. E os filhos dessas uniões não nasciam mestiços. Ou eram totalmente humanos ou totalmente vampiros. Assim como o gênero era definido pelos gametas, o mesmo acontecia com o gene “V” ou “H”.

Entretanto as crianças humanas nascidas de pai ou mãe vampiros traziam consigo um sangue muito especial e nutritivo, tornando-se assim perfeitas para a alimentação. Foi desse jeito que eles fecharam o círculo da sua sociedade, evitando deslizes que poderiam significar o fim do segredo.

Mas a expectativa de vida dos vampiros continuava sendo muito superior à dos humanos. Tornou-se doloroso para eles verem seus parceiros e crianças morrerem de enfermidades ou velhice.

Foi quando as bruxas entraram e criaram o que eles chamavam de "vínculo de sangue” onde o vampiro compartilhava a sua longevidade em troca de sangue só podendo se alimentar daquela pessoa em particular.

Seus pais, por exemplo, iriam completar trezentos anos de casados em alguns meses...

- Mas não há mesmo uma maneira? – Insistiu a jornalista.

-... – Os olhos negros piscaram lentamente. – Há sim, mas requer o sangue da tríade anciã. As três famílias de sangue puro precisam aprovar porque durante a transformação precisa receber o sangue das três famílias. A dor é absurda e a chance de morte alta demais para correr o risco.

Mais da metade das tentativas, que foram muito poucas, terminaram mal e a prática foi deixada de lado. Não valia a pena. Se um vampiro ou vampira quisesse manter alguém consigo pela eternidade teria que usar o "Vínculo de Sangue”.

Esse laço só era desfeito com a morte. Nada além dela podia quebrar essa corrente.

A lembrança desse fato fez as feições do homem se contraírem no escuro. Hora de terminar aquilo. Deixou a taça de lado e se levantou expondo o longo cabelo negro que parecia seda contra as roupas vinho.

- E-Eu ainda tenho algumas coisas para perguntar...

- Vamos precisar deixar um pouco para a imaginação. – Sorriu sedutor. – Afinal, que graça teria o mundo sem os seus mistérios?

A mulher repreendeu um ofego de surpresa quando em menos de um segundo o entrevistado, que estava sentado a alguns metros de distância apareceu na sua frente. Seus olhos se fixaram nas presas pontiagudas e brancas que se sobressaiam do resto da arcada.

- Vou te dar uma recompensa por ser tão determinada. – Sussurrou estendendo a mão que foi segurada de modo hipnotizado. Era tão fácil manipular os humanos. A jornalista se transformou em uma marionete dos seus desejos, toda vontade própria rendida. Segurou o queixo fino e inclinou a cabeça dela para o lado expondo o pescoço delicado.

Um gemido baixo de prazer e dor soou pela sala assim que a pele fina foi rompida pelos caninos do vampiro. A sensação de êxtase se espalhou por todo seu corpo encharcando seu sexo que se contraiu de necessidade. Agarrou os ombros fortes ficando mole contra o vampiro que tomou grandes goles do seu sangue.

Ela tinha desmaiado devido à intensidade da sensação, percebeu revirando os olhos. Acontecia com alguns humanos. Lambeu as feridas gêmeas que se curaram imediatamente. Ops... Havia se esquecido de contar que a saliva deles tinha poder curativo?

Devolveu a moça à poltrona dela ciente de que acordaria em breve. Desligou a câmera e a colocou nas mãos femininas.

- Nunca entregue ou mostre isso para ninguém. – Ordenou com a voz persuasiva.

Quando a jovem repórter acordou, o sol já estava se pondo e não havia ninguém além dela na sala. Por alguns minutos ficou bastante desnorteada e só se recuperou quando sentiu o objeto eletrônico nas mãos.

Nunca iria mostrar para ninguém. Aquilo era seu e apenas seu.

~~~~

Vancouver, Canadá

Sabia que estava sonhando. Sempre sabia quando estava sonhando porque seus sonhos sempre eram os mesmos.

Ao seu redor havia pessoas dançando, música tocando e risos por todos os lados. Através das janelas um céu estrelado com uma lua crescente belíssima. Alguém chamava seu nome. Uma voz doce e cheia de amor que segurava sua mão com carinho.

Se via caminhando por aquele enorme salão decorado. Era difícil enxergar com clareza, mas dava para sentir a atmosfera feliz que o cercava. Então chegava o momento que ficava frente a frente com aqueles olhos.

O par de olhos tão azuis que a mais cara das safiras teria inveja da cor. O rosto em si estava desfocado, mas não os olhos. Os olhos eram nítidos. A maneira como eles brilhavam tão cheios de sentimentos crus. Tinha tanta coisa naquelas íris.

Magnetismo.

Alegria.

Satisfação.

E fome...

Um gemido baixo ressoou uma dor aguda e estranhamente gostosa na base do pescoço. A sensação de êxtase se espalhou por todo seu corpo a partir daquele ponto. Em seguida o beijo, o entrelaçar de línguas com o gosto metálico do seu próprio sangue que tornava tudo mais voraz.

Daí, em um piscar de olhos, aquele cenário se quebrava como uma janela de vidro acertada por uma pedra.

O medo, a raiva, a preocupação substituíram todos aqueles sentimentos quentes. Gritos ecoavam por aquele mesmo salão onde instantes atrás todos dançavam alegremente.

Então como se o mundo entrasse em câmera lenta assistia uma besta ser carregada com uma flecha de onde pingava um líquido, não entendia como, mas sabia que aquilo era veneno. Só que a mira não estava na sua direção. Ia acertar outra pessoa...!

Girava o corpo entrando na linha da flecha e...

Sasuke acordou com um arfar de susto e resmungou baixo ouvindo a música irritante que tocava no seu celular. De má vontade estendeu a mão para a mesa de cabeceira e percebeu que eram 08h15min da manhã.

Precisava levantar. Tinha muita coisa para fazer porque no dia seguinte naquela hora estaria em um avião rumo à Inglaterra. Ele e Sakura, sua melhor amiga, iriam para Oxford com bolsas conseguidas a muito custo. Iria estudar música e sua colega história da arte.

Nada mal para dois órfãos que cresceram em abrigos.

Não que pudesse reclamar até porque foi muito bem tratado no lugar em que foi criado. Teve um grande suporte comparado a crianças sem pais no resto do mundo. Só precisou deixar o lugar quando atingiu a maioridade legal e Sakura veio com ele.

Juntos os dois encontraram um apartamento pequenininho, era o aluguel que eles podiam pagar com seus empregos de meio expediente para estudar para a universidade do Reino Unido.

Desde novo era completamente apaixonado por Oxford. Lembrava-se da sensação que teve ao escutar o nome da faculdade pela primeira vez. Tudo que pensou foi “eu tenho que ir para lá”.

Outra paixão sua era o piano, acessar o grande instrumento não foi fácil. As aulas eram caras, contudo sua determinação acabou chamando atenção de um professor, Kakashi Hatake que por pena o deixou usar o piano que dava aula. Assim que seus dedos tocaram as teclas de marfim foi como se sua vida fizesse sentido e demonstrou um talento nato que deixou o grisalho impressionado.

O Hatake era inglês que veio passar algum tempo no Canadá e instruiu seus passos para conseguir chegar a ser um bolsista no curso de música de Oxford. Para a audição treinou tanto que quase ficou sem sentir os dedos.

Mas seu esforço foi recompensado e conseguiu a bolsa.

Kakashi, infelizmente pareceu agir como se tudo isso fosse por causa dele e assim tivesse uma dívida que gostaria que fosse paga da qual não estava disposto a se submeter. Era grato ao professor, ciente de que sem o aconselhamento dele talvez nunca tivesse conseguido, mas daí exigir seu corpo já era demais para que pudesse aguentar.

- Bom dia. – Sakura saudou assim que o viu. – Chá?

- Café... – Murmurou sonolento invejando a energia da colega.

Simplesmente não era uma pessoa diurna. Preferia dormir o dia inteiro e ficar a noite inteira acordado. Era o horário que sua mente fluía que conseguia compor e tocar – seu teclado comprado de segunda mão porque sem chance de conseguir um piano de verdade -, e os pesadelos eram menos frequentes quando dormia de dia.

- Teve sonhos estranhos de novo?

- Sim.

- Estão ficando mais frequentes. – Comentou Sakura servindo café preto sem açúcar ao outro.

- Eu também percebi. – Repreendeu um bocejo. – Deve ser a ansiedade. Assim que chegarmos em Oxford isso passa.

Ou pelo menos esperava que sim.

- Adivinha quem me mandou um e-mail avisando que conseguiu o cargo de professor assistente do curso de música que o senhor vai fazer? – A garota cruzou os braços se apoiando na pia.

A xícara parou alguns centímetros afastada dos lábios de Sasuke que se apertaram em uma linha rígida.

 - Kakashi...

- Acertou em cheio. – Sakura jogou o pano de prato em cima da cabeça do amigo. – Vem cá, o que vocês faziam durante aquelas aulas de piano que o fez ficar tão maluquinho por você?

- Não teve charme nenhum. – Grunhiu revirando os olhos. – Tomara que ele não fique em cima de mim no campus. Eu quero me concentrar exclusivamente na música.

- O cara se candidatou a trabalhar lá depois que soube que você ia – Relembrou sem piedade. – Acha mesmo que ele não vai insistir? E vem cá por que você não dorme logo com ele e acaba com isso? Kakashi é gostoso e tem cara de que fode bem. Um orgasmo ia te desestressar rapidinho.

O rapaz de olhos escuros não respondeu. Nunca havia contato a amiga que às vezes Kakashi passava um pouco do limite e começou a demonstrar um estranho comportamento de posse. Querendo saber mais da sua vida do que tinha direito, afinal eles foram apenas aluno e professor.

Foi um alívio quando soube que ele tinha voltado para o país natal, mas se sentiu um verdadeiro idioto de não ter imaginado que o Hatake iria justamente para Oxford.

Não importava. Ele seria aluno e Kakashi professor dentro de uma instituição famosa por sua rigorosidade. Isso devia ser o suficiente para estabelecer os limites necessários.

A partir de amanhã uma nova fase da sua vida se iniciava.

~~~~

Oxfordshire, Inglaterra.

- Olha só quem apareceu. – Ino riu ao ver Itachi entrando pela porta. – O bom filho à casa retorna.

O vampiro olhou para a feiticeira com a sobrancelha arqueada e resolveu ignorar a provocação que não era tão fora de contexto assim, afinal tinha ficado longe por quase vinte anos.

- Você não tinha uma convenção ou algo assim?

- Aconteceu mês passado. – A loira deu os ombros. – Bruxas de todas as partes se encontraram em Nova York, devo dizer que para a cidade que não dorme ela precisa de uma boa soneca.

O Uchiha negou com a cabeça. As feiticeiras eram aliadas de longa data dos vampiros porque, como eles, foram caçadas incessantemente ao longo da história. A criação delas raiava a época dos druidas e foram os druidas que ajudaram os primeiros vampiros a controlar a sede. Eram basicamente mulheres que entendiam da cura através de ervas, as vibrações do universo e se comunicavam com a natureza.

No tempo em que a religião dominava o mundo e os homens eram quem decidiam o que era certo e errado, tais mulheres foram consideradas um perigo e adoradoras de satã. O que era completamente falso já que elas estavam no planeta desde antes da criação do cristianismo.

Com o tempo aprenderam a se esconder nas sombras e encontraram com os vampiros. As bruxas viviam quase tanto quanto eles porque tiravam energia dos elementos da natureza que os cercavam. Ino, por exemplo, tinha se não falhasse a sua memória cento e setenta e quatro anos.

O que era bem menos do que ele que tinha duzentos e cinquenta.

- Você sabe por que eu voltei Ino. – Sentou na cadeira. – O Baile de Reunião.

No mundo dos vampiros a antiguidade era posto e os três clãs mais antigos eram os Hyuugas, Uchihas e Uzumakis. De tempos em tempos eles se encontravam em comemorações e essa data se aproximava. A reunião sempre acontecia no Castelo de Umbranitis, que era a sede oficial do que se podia chamar de “realeza” dos vampiros. 

- Eu sei. – A Yamanaka suspirou ao lembrar que faltava uma pessoa muito importante. – Estou cuidando de tudo com ajuda da sua mãe. Todos confirmaram presença no baile.

Aqueles eventos eram muito animados, pois vinham pessoas de todos os lados, que viajavam para todos os cantos do mundo e voltavam com histórias incríveis. Na verdade, era o único evento que reunia todos os seus amigos.

Bom...

Quase todos.

Um particular ela não via há 150 anos e era de quem mais sentia falta.

- E como está minha mãe? – Itachi perguntou desanimado. – As datas dessa vez ficaram tão próximas.

O aniversário de morte não estava longe e sempre era uma época difícil para Mikoto.

- Acho que ela está se esforçando. – Ino sorriu. – Os preparativos distraem bastante ela e admito que é difícil de acompanhá-la. Sua mãe é uma mulher incrível.

- Por que você acha que Fugaku Uchiha se apaixonou por ela? – Conseguiu acompanhar a loira no sorriso.

Seu pai que diziam ser um vampiro totalmente austero e desconectado do mundo não conseguiu resistir aos encantos de uma bela camponesa de cabelos negros e pele marfim. Sua mãe era humana e deu à luz dois filhos de Fugaku. Um vampiro e o outro humano...

- Mudando de assunto. – A bruxa chamou atenção do moreno. – Como foi com a jornalista? Acha que ela vai fazer um bom trabalho?

- Acredito que sim. – Deu os ombros. – É sempre divertido lidar com os humanos que sabem a verdade sobre nós. O medo dela se misturava com a curiosidade de forma sublime. Deu um ótimo gosto ao sangue dela.

- Brinque com fogo Itachi Uchiha e você vai acabar se queimando. – Alertou a feiticeira.

Não era muito fã de humanos. Nada de bom vinha deles. Muito hipócritas para o seu gosto. Era só ver a bagunça que o mundo estava, graças a eles.

- Às vezes precisamos arriscar. – O moreno apoiou o rosto na mão.

Ninguém avisava o quanto a imortalidade podia ser entediante e como ela estendia a dor e a tristeza. Sabe aquela história de que o tempo curava tudo? Era mentira. Você apenas se acostumava com aquele amargor contínuo. 

Principalmente quando a morte roubava uma das pessoas que mais amava.

 


Notas Finais


Meus amores, os capítulos de Amiúde e Correntezas estão em produção, eu estou escrevendo, mas em uma velocidade bem menor pela falta de tempo.
Não desistam de mim ><



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