História Sangue Maldito - Mais Próximas

Tora POV’s On

Fazia algum tempo que eu havia acordado, mas não conseguia voltar a dormir, eu estava com muito frio e não tinha forças para levantar e colocar algum agasalho. Ayato havia me deixado lá sem colocar minhas ataduras ou minhas roupas de volta no meu corpo, por isso eu estava só de calcinha e sutiã encolhida debaixo do cobertor e ainda tremia.

Era bem provável que eu estivesse com febre, pois o frio que eu sentia não era nem um pouco normal. De qualquer forma não era nenhuma surpresa eu estar doente, já que desde que eu vim para cá perdi muito sangue e me esforcei demais. Tentei me levantar de novo, no entanto eu estava muito fraca até mesmo para levantar o braço. Ficar doente é mesmo uma droga!

Ouvi uma batida na porta.

- Entre. – falei com a voz cansada. Até falar estava exigindo muito esforço. Edgar abriu a porta e me encarou.

- Tora-san, você está bem? – ele pergunta preocupado. Reiji vai ficar bravo por eu estar doente, só que a culpa não e minha.

- Estou péssima, Edgar-san. – sussurrei rouca. Eu queria melhorar logo, não era nem pelo fato de eu odiar ficar doente, era mais pelo fato de não conseguir me defender quando algum vampiro tentasse alguma coisa, porque do jeito que eu estava podia acabar morta.

- Vou chamar o Reiji-sama. – avisou e se retirou fazendo uma reverência, suspirei. Sabe agora que eu estava pensando, o Reiji só bebeu meu sangue naquela vez na sala dele, desde então a gente não teve muito contato e também ele ainda não me deu nenhuma aula de alquimia. Bem, não dá para culpa-lo, afinal aconteceram muitas coisas que impediram nossas aulas, quando eu melhorasse iria falar com ele.

- Você realmente dá muito trabalho! – Reiji falou entrando no quarto. Se eu dou muito trabalho é porque tem dez vampiros me instigando a dar trabalho, não é porque eu quero. Ele colocou a mão gelada na minha testa e eu gemi em sofrimento. – Está com uma febre muito alta.

- Ehhh, Muchi-chan, está doente? – Laito disse aparecendo no quarto e trazendo todo mundo com ele. Que beleza! Vai começar a reunião de família!

- Quem vai cuidar dela? – Yuma perguntou.

- Eu cuido da Ningyo-chan! – Kou se ofereceu.

- Isso está fora de cogitação, Kou. – Ruki disse, eu poderia ter gritado de alegria se não estivesse tão fraca. Imagina um pervertido cuidando de mim!

- Eu posso cuidar dela, Reiji-san. – Yui se ofereceu. É isso aí! Com ela cuidando de mim eu vou ficar boa rapidinho.

- Certo. – Reiji concordou, eu suspirei de alivio. – No entanto, outra pessoa terá que ficar quando formos para a escola. – acrescentou, eu gemi bem baixinho de decepção.

- O Yuma e o Azusa podem ficar. De toda forma eles não teriam aula já que a turma deles está em uma excursão. – Ruki sugeriu calmamente. Não sei se os Sakamaki iriam concordar com isso, não! Reiji pensou por um momento.

- Tudo bem. – concordou. Espera aí! Que milagre foi esse?!

- Por que você concordou com isso, Reiji? – Subaru perguntou com raiva. É agora que o bicho vai pegar!

- Ninguém vai faltar à escola! Nenhum de vocês é bom aluno o suficiente para isso! – retrucou calmamente. Agora Reiji cutucou a ferida dizendo que todos eram péssimos alunos! Eu até dei um sorriso.

- Você está se divertindo com isso, não é? – Shu perguntou para mim, eu olhei e percebi que ele estava deitado do meu lado. Isso foi agora ou desde que ele chegou? Provavelmente desde que ele chegou, mas eu devia estar prestando tanta atenção na conversa que nem percebi.

- Só um pouquinho. – respondi abrindo um sorriso, Shu também sorriu. – Você é quem devia cuidar de mim, já que eu sou seu animal de estimação. – murmurei provocativa, falar em sussurros era a única coisa que eu conseguia fazer.

- É muito cansativo! – retrucou fazendo cara de cansaço. Eu dei uma risada meio rouca.

- Yui, cuide dela! – Reiji falou e saiu do quarto. Calma aí! Eu perdi alguma parte da conversa! Putz, eu nem sei como acabou.

Todos evaporaram do quarto deixando somente Yui e eu. Ela veio até mim e colocou a mão na minha testa para sentir a temperatura.

- Tora-chan, é melhor você tomar um banho frio para ver se a febre abaixa. – avisou e me estendeu a mão para me ajudar a levantar.

- Hai, Yui-chan! – concordei colocando minha mão na dela, consegui ficar de pé com a ajuda.

- Por que você está só de lingerie e sem as ataduras? – perguntou assim que me viu. Eu corei, porém respondi.

- É culpa do Ayato! – respondi vermelha como uma pimenta. Ela me olhou boquiaberta, acho que ela estava pensando em coisas pervertidas. – Y-Yui-chan, você n-não acha que a gente...? – não consegui terminar a pergunta de tanta vergonha.

- A-acho... – respondeu meio perplexa. Foi a minha vez de ficar boquiaberta.

- Yui-chan, eu nunca faria isso! – falei ofendida.

- Gomen, Tora-chan, eu não queria te chatear. – disse envergonhada. Bem, eu não podia culpa-la por achar que algo aconteceu, afinal olha o jeito que eu estava.

- Não tem problema. – eu disse com um sorriso, ela retribuiu e depois passou o braço pela minha cintura me ajudando a ir até o banheiro. Quando entramos ela ligou a torneira da banheira e se sentou no chão ao meu lado. – Yui-chan, toma banho comigo? – perguntei com olhos de cachorrinho pidão. Eu nunca havia tomado banho com uma amiga antes e eu queria saber como era.

- Claro, Tora-chan! – respondeu com um sorriso. A banheira encheu e nós tiramos nossas roupas e entramos na água fria.

- Isso é horrível! – exclamei em sofrimento. Yui deu uma risada e eu a fuzilei com o olhar. Passamos um tempo em silêncio até que eu resolvi perguntar. – Yui-chan, você ainda é virgem?

- Quê? – falou assustada com a pergunta. Eu ri da reação dela, enquanto ela decidia se respondia ou não aquela pergunta. – Não, eu não sou.

- Sério? E foi com algum dos meninos? – questionei curiosa.

- Tora-chan! – exclamou meio que me repreendendo.

- Nós somos amigas, qual o problema de perguntar essas coisas? – retruquei franzindo as sobrancelhas. Ela me deu língua, toda birrenta e nós duas rimos.

- Tem razão. – concordou e então respirou fundo. – Foi com o Ayato.

- Ele quer mesmo as primeiras vezes de todo mundo, não é? – brinquei e Yui riu. – Como foi?

- Foi bom. – respondeu simplesmente.

- Qual é, Yui-chan, me dê detalhes! – pedi fazendo graça. Ela continuou calada e toda corada. – Ele foi gentil?

- Foi. – respondeu num sussurro. Já vi que ela não gostava de falar disso, por isso resolvi mudar de assunto.

- Você sente ciúmes deles? – perguntei num sussurro. Até hoje eu nunca tinha me preocupado em saber o que a Yui sentia em relação ao meu envolvimento com os meninos, com certeza eu deveria ter perguntado isso desde o inicio. Ela me encarou em dúvida.

- Para quê você quer saber isso? – questionou apertando os lábios.

- Eu acho que devia ter perguntado isso desde o inicio, até agora eu nunca levei em consideração o que você sente por eles. – respondi com a cabeça baixa.

- Eu os amo e é claro que às vezes eu vou sentir ciúmes, mas desde que você chegou eu me sinto muito mais feliz e isso supera tudo, porque eu já estava cansada de ser a única menina aqui. Era muito solitário. – falou sincera. – E também é bom ter alguém para me ajudar a lidar com todos eles! – acrescentou com um misto de alivio e divertimento. Nós rimos e agora era minha vez de esclarecer algumas coisas.

- Eu não quero te deixar triste, Yui-chan, eu também me importo com os garotos, mas me importo mais com você. Então se algum dia eu fizer alguma coisa que te machuque, por favor, me diga para que não se repita. – revelei com franqueza.

- Bem... – Yui começou a falar, parecia que ela ia dizer algo muito importante. – Tem algumas vezes que eu me pergunto se eles estão bebendo meu sangue só para curar o veneno que tem no seu.

Está aí uma questão bem complicada, isso deve doer para caramba nela, toda vez que alguém te morder você imaginar que ele só está fazendo para não acabar morto. Eu suspirei e pensei em uma solução, já sei!

- Yui-chan, já sei como resolver seu problema! – anunciei animada.

- Como? – perguntou curiosa.

- Se eu disser quantas vezes cada um me mordeu até hoje você vai poder comparar com o número de vezes que eles te morderam desde que eu cheguei aqui e aí você vai saber. – expliquei sorrindo.

- Ótima ideia! – elogiou com os olhos brilhando.

- Certo, vou começar, está bem? – falei pedindo confirmação, ela assentiu e eu comecei. – O Reiji, o Shu, o Yuma e o Kou me morderam uma vez; o Ayato, o Laito, o Subaru e o Kanato me morderam duas vezes; e o Ruki e o Azusa ainda não me morderam. – listei pensativa, eu dava pausas esperando a Yui assentir. – E então? – perguntei ao final.

- Obrigada, Tora-chan, estou muito mais aliviada. – respondeu me mandando um sorriso. Eu também sorri, estava feliz por ter ajudado a Yui. Ela saiu da banheira e me ajudou a sair também, nós voltamos para o quarto e Yui me ajudou a pôr as ataduras e as roupas, depois ela me deu comida que o Edgar havia trazido e eu consegui dormir.

Tora POV’s Off

Yui POV’s On

Depois que Tora me contou quantas vezes cada um a mordeu eu percebi que dois Sakamaki haviam me mordido exatamente a mesma quantidade que haviam mordido ela, fiquei um pouco chateada, contudo se Tora os fizesse felizes eu não ia reclamar.

Quanto aos Mukami, eu resolvi não tirar nenhuma conclusão já que eles haviam acabado de chegar na mansão e, na verdade, eu não sentia tanto ciúmes deles já que fazia muito tempo desde que eu os havia visto e o amor que eu sentia por eles se tornou mais fraternal do que carnal ao longo desse tempo.

Eu realmente gostava da Tora e não ia brigar com ela por causa dos meninos sendo que ela era minha única amiga. Cuidei dela até que ela adormecesse e então a deixei dormindo e fui andar pela mansão.

Yui POV’s Off