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História Sangue Negro - O Baile


Escrita por: Biiimiranda

Notas do Autor


Oi lindos e lindas!

Prontos para o baile de Dia das Bruxas?

Divirtam-se!

- B

Capítulo 28 - O Baile


Eu não fiquei muito tempo desacordada. Não como de costume. Segundo Madame Pomfrey, minha resistência estava melhorando e meu corpo estava acostumando com as grandes quantidades de magia que eu usava. Mesmo assim ela me repreendeu por ter extrapolado meus limites novamente, antes de me mandar para a torre da Grifinória para descansar. O que não aconteceu.

– O que acha, Mione?

Despertei dos meus devaneios com a questão de Gina. Olhei para um vestido azul cintilante que ela usava e quase fiquei cega. Ela riu da minha cara e voltou a se trancar no provador da loja de vestidos.

Assim que cheguei ao Salão Comunal, depois de ser liberada da Ala Hospitalar, Gina me abordou e pediu que eu a acompanhasse até Hogsmeade, para ajudá-la a escolher um vestido para o baile daquela noite. Eu estava exausta, mas ela parecia tão alvoroçada e desesperada que eu concordei.

Quando Gina tornou a sair do provador, eu não pude evitar ficar boquiaberta. Ela estava deslumbrante! Trajava um vestido bronze fosco de alças, acinturado, curto na parte da frente e longo na parte de trás. Um decote generoso em “V” que se prolongava até o final da linha dos seus seios, deixando seu colo em evidencia, enquanto suas costas estavam inteiramente nuas.

– Maravilhoso, Gina! – comentei quando encontrei minha voz.

– Achei lindo também – murmurou. – Espero que Harry goste.

Um sorriso maroto perpassou por seus lábios antes dela voltar a se fechar no provador. Harry certamente acharia Gina bonita. Ele a acharia linda mesmo que usasse um saco de batatas ao invés de um vestido. Rony talvez não ficasse muito contente, do jeito que era ciumento. Mas provavelmente ele estaria tão ocupado babando em cima de Lilá que nem repararia. 

– Não vai escolher nenhum vestido, Mione? – Gina indagou assim que se aproximou com o vestido nos braços.

– Eu não vou ao baile – expliquei.

Ela me olhou como se eu tivesse um diabrete dançando na minha cabeça.

– Você tem que ir! É Dia das Bruxas! – Ela usou o indicador para apontar para nós duas. – Nosso dia.

– Gina, eu não tenho disposição e nem par. Obrigada.

– Hermione, você não precisa de um par! – replicou com as mãos na cintura. – Só de um vestido. Vamos lá! Você sabe que eu não vou te deixar em paz até que você concorde.

Suspirei resignada. Certamente ela não me deixaria em paz.

– Tudo bem – concordei por fim. – Mas não preciso de um vestido, tenho um novo.

O vestido que eu ganhara de Bellatrix no meu aniversário serviria para a ocasião, apesar de parecer um pouco exagerado para um baile de escola. Mas eu não pretendia ficar muito tempo na festa. Só iria para Gina parar de me atazanar. Ela sorriu vitoriosa e se afastou para pagar seu próprio vestido, que seria um presente de Fred e George para ela.

Assim que saímos da loja, eu já me direcionei para a rua principal para voltar para Hogwarts, mas Gina segurou meu braço e apontou para o Três Vassouras.

– Ainda temos algum tempo, o que acha de uma cerveja amantei...? – ela se calou de repente, como se lembrasse de algo e negou com a cabeça. – Deixa para lá. Você não pode.

Franzi o cenho.

– Claro que posso, Gina – murmurei. – Por que não poderia?

Ela olhou para os lados em alerta e me puxou pela mão até uma viela vazia. Depois de se certificar que ninguém poderia nos ouvir, ela deu voz aos seus pensamentos.

– Não precisa fingir para mim. Eu já sei – ela sussurrou. – Percebi pela história dos seus enjoos na aula de poções e os seus desmaios. Sei que está grávida, Mione.

Senti como se meus olhos fossem saltar das órbitas de tanto que os arregalei. Estava tão perplexa com sua suposição que não conseguia falar. Abri a boca para dizer algo, mas tornei a fechá-la. Que loucura era aquela?

– Você já contou a ele? – ela prosseguiu.

Ele? Gina sabia sobre meu relacionamento com Severo? Não era possível. Ela não tinha como saber.

– Ele quem, Gina?

– Lupin, é claro! – respondeu prontamente. – Você acha que eu não percebi quando ele colocou aquele bilhete no seu bolso um mês atrás? Ou a proximidade de vocês?

Merlin! Lupin? Forcei-me a encontrar minha voz ou sentia que ela continuaria com aquela ideia estúpida.

– Gina, eu não estou grávida! – exclamei convicta. – Se quiser que eu te prove, vamos até o Três Vassouras agora e eu tomarei a primeira bebida alcoólica que passar na minha frente.

Seus olhos azuis se arregalaram e ela negou com as mãos e a cabeça, aflita com a minha sugestão.

– Eu acredito em você, está bem? – murmurou, mas eu percebi que era mentira. – Só vamos voltar logo para Hogwarts para nos arrumarmos.

Sem dizer mais nenhuma palavra, nós nos encaminhamos para o castelo. Que ideia absurda! Eu, grávida. Os enjoos e desmaios foram apenas uma coincidência. Apesar de fazer mais de um mês da minha primeira noite com Severo e eu não ter tomado nenhuma poção contraceptiva... Mas aquilo era loucura. Eu não estava grávida. Não podia estar grávida. Aí, Merlin!

 

Coloquei um último grampo para firmar meu coque frouxo e parei para me olhar no espelho de corpo inteiro. Estava satisfeita. Optara por usar uma maquiagem leve com apenas os olhos delineados. Usava o colar de Severo e os brincos que Narcisa me emprestou no casamento e acabaram por ficar comigo.

O vestido que Bellatrix me deu era dividido em duas partes. O espartilho, era no estilo cropped, que se estendia até um pouco abaixo do umbigo. Era feito de dois tecidos, um tomara que caia preto, e do seu decote em formato de coração, saiam alças grossas verde-musgo que caíam dos ombros. A saia era do mesmo tom das alças verdes, reta e cobria meus pés com os saltos pretos. Havia uma fenda frontal em sua extensão que revelava boa parte das minhas pernas conforme eu andava. Para finalizar, uma enorme calda se estendia da barra na parte traseira da saia.

Eu estava uma verdadeira sonserina. Revirei os olhos com o pensamento.

– Uau, Mione! – Gina comentou ao entrar abruptamente no meu dormitório. – Você está linda!

– Você que está maravilhosa! – retribui com um sorriso.

Ela estava incrível! Se ela queria seduzir Harry, conseguiria facilmente. Além do vestido, seu rosto estava maquiado com perfeição, os olhos delineados em preto e a boca colorida por um batom vinho. Seu cabelo ruivo estava solto com cachos nas pontas. Ela calçava um salto meia pata nude.

– Vamos! – Ela chamou ao ver que eu estava estática. – Harry está esperando.

Saí da quarto com Gina, me perguntando porque eu estava indo àquele baile. Se ao menos Severo lembrasse de mim, eu teria um motivo para me arrumar daquele jeito. Mas não, eu iria apenas para alegrar Gina e depois voltaria rapidamente para o dormitório.

Harry quase enfartou ao ver Gina descer a escadaria para o Salão Comunal, como era de se esperar. Ele estava muito bonito com seu terno preto e o cabelo ajeitado para trás com gel. Para a minha surpresa, apenas ele estava na sala. Aparentemente, eu e Gina demoramos mais que o esperado para nos arrumarmos.

– Vocês estão muito bonitas – murmurou gentilmente e estendeu o braço para Gina. – Vamos? Rony foi na frente com Lilá, disse que nos encontra no Salão Principal.

Assim que cruzamos a passagem do quadro da mulher gorda e seguimos para um corredor mais largo, Harry me ofereceu seu braço livre para me ajudar a caminhar. Era muito gentil da sua parte.

Conforme nos aproximávamos da escadaria que levaria ao Salão Principal, o burburinho aumentava assim como meu nervosismo. Queria ver Severo, mas passar pelas pessoas era a pior parte. Todos ainda me viam como a temida filhote de comensal.

– Harry!

Automaticamente, nós três paramos para olhar para quem o chamava. Era Lupin. Ele se aproximou com seu típico sorriso no rosto. Estava bonito e bem vestido. Seu terno parecia novo, contrário às suas roupas normalmente gastas e puídas.

– Como está, Remo? – Harry indagou contente.

– Bem. Não tanto quanto você – murmurou brincalhão apontando para Gina e eu –, mas bem. 

O garoto ao meu lado pareceu perdido por alguns instantes, mas logo tratou de explicar a situação.

– Gina é meu par. Estou apenas acompanhando, Hermione.

– Eu não tenho um par, Remo – prossegui. – Harry foi muito gentil em se oferecer para me guiar.

Os olhos de Remo correram para mim e eu senti meu rosto queimar.

– Por um momento, achei que tivesse se espelhado no jeito galanteador de Sirius – comentou bem humorado. – Mas se não se importar, Harry, eu poderia acompanhar Hermione?

Eu fiquei surpresa com seu pedido e aparentemente, Harry também. Gina apenas olhava de mim para Lupin. Claro que ela achava que nós éramos um casal, logo nada mais natural que ele quisesse me acompanhar.

– Se Hermione não se importar... – replicou e olhou para mim.

Concordei com um meneio de cabeça e soltei Harry para pegar o braço de Lupin. Ele me lançou um belo sorriso e eu senti que minhas bochechas estavam mais vermelhas que tomates.

– Vamos na frente, Harry – Gina puxou o garoto. – Temos que encontrar o Rony. Até depois!

A ruiva desceu a escadaria para o Salão arrastando Harry, que parecia confuso com a pressa da namorada. Mas eu sabia que ela queria nos deixar a sós. Com toda a tranquilidade, Remo começou a me guiar para a escadaria.

– Você está deslumbrante, Hermione – murmurou. – Muito me espanta que esteja sozinha.

Olhei para os meus próprios pés, aproveitando a desculpa de que precisava olhar os degraus para não olhar em seus olhos.

– Obrigada. Você está muito elegante.

Quando meus olhos me traíram e eu o olhei, vi seu rosto levemente rubro. Acho que Remo não estava acostumado com elogios. Era adorável.

Distraí-me em olhá-lo e esqueci dos meus pés. Pisei em falso e só não cai porque Lupin me segurou a tempo, puxando meu corpo contra o seu pela cintura. A proximidade me fez sentir seu perfume cítrico e sua respiração contra o meu rosto.

– Desculpe – sussurrei constrangida.

Ele sorriu e me ajudou a me recompor e descer o restante dos degraus em segurança. Seguimos em direção ao Salão e eu respirei fundo antes de atravessar os portões de madeira. Os olhares nos avistaram em questão de segundos e os cochichos correram o Salão. Era irritante, mas Remo não parecia nem um pouco incomodado. Segurei mais firme em seu braço e ele retribuiu me puxando mais para perto de si.

– Todos os garotos devem estar arrependidos de não terem te convidado – murmurou. – Você é, sem duvidas, a mulher mais bonita nesse salão.

Ruborizei ainda mais, se era possível. Por sorte, logo alcançamos Harry e Gina, que conversavam com Rony e Lilá. A loira me lançou um olhar desdenhoso e arrastou Rony para o outro lado da sala. Qual era o problema daquela menina comigo? Talvez fosse como todos os outros ignorantes.

Mas tudo sumiu da minha mente ao avistar Severo parado próximo à Dumbledore na frente do Salão. Ele trajava suas vestes de sempre e por um momento eu desejei que ele estivesse com o terno que usara no meu quase casamento. De qualquer forma, ele estava lindo. Mesmo com a cara de tédio que exibia ao observar desinteressado os alunos.

– Senhores e senhoritas, peguem seus pares e se aproximem da pista para nossa valsa inicial – a voz de Dumbledore reverberou.

Ninguém parecia disposto a ser o primeiro casal a ocupar a pista. Mas Neville resolveu o problema ao se prontificar com Luna. Harry e Gina os seguiram e logo, mais casais a preencheram. Até Draco e Pansy Parkinson.

– Aceitaria dançar comigo, Hermione? – Remo convidou puxando minha mão na direção da sua boca e beijando meus dedos.

Assenti um pouco desnorteada e ele sorriu, antes de me guiar até o meio dos casais. Ele fez uma meia reverência e estendeu a mão direita para que eu a pegasse e assim que o fiz, ele me puxou para perto do seu corpo e me firmou pela cintura, deixando nossos tórax extremamente próximos. Deixei minha mão esquerda se apoiar um pouco abaixo da sua nuca e ele alargou seu sorriso. Eu via em seus olhos verdes como ele estava feliz e isso me fez retribuir seu sorriso.

A música começou a reverberar pelo salão e Remo me guiou com destreza e cuidado entre os casais. Ele dançava muito bem e parecia satisfeito por mostrar seus dotes. Eu mentiria se dissesse que não estava me divertindo. Pela primeira vez em dias, eu estava me sentindo bem.

Infelizmente, meus olhos correram para a direção de Severo e eu perdi o foco ao ver seus olhos cravados em mim e em Lupin. Mas fui forçada a desviar o olhar, ao ser tirada do chão por Remo para um giro aéreo e eu precisei me apoiar em seus ombros para me equilibrar. Ele me desceu vagarosamente, deixando nossos corpos se tocarem, enquanto eu via seus olhos brilhando de fascinação.

Remo me puxou para mais perto e apoiou o rosto no topo da minha cabeça, tornando a dançar no chão sem a mínima dificuldade.

“O que Bellatrix diria se visse isso?”

Ouvi uma voz desconhecida soar alto, sendo pouco abafada pelo som.

“Ela está querendo substituir Greyback?”

Outra provocação voou, mas do lado oposto da pista.

“A filhote de comensal gosta mesmo de lobisomens.”

Parei de dançar ao ouvir o terceiro comentário. Como sabiam sobre o segredo de Lupin? Aquilo estava indo longe demais.

Mais provocações se espalhavam pelo espaço e aquilo me irritou a ponto de me afastar de Remo. Lancei a ele um olhar com uma desculpa implícita e me apressei para passar pela multidão que nos cercava. Cruzei os portões do Salão e corri para os jardins.

– Hermione!

Olhei por sobre o ombro e vi Remo correndo atrás de mim. Parei ao perceber que eu não conseguiria ser mais rápida que ele e olhei para o anel na minha mão. Era minha única rota de fuga.

– Desculpe – murmurei e ativei a chave de portal.

Senti meus pés saírem do chão e meu último vislumbre do rosto de Lupin me mostrou o quanto ele parecia preocupado.

Quando voltei a sentir firmeza sob meus pés, vi o portão de ferro da mansão Malfoy. Ficaria por ali até a festa acabar. Era o melhor a fazer para evitar aqueles idiotas.

Bati à porta e esperei que alguém me atendesse. Não demorou para um elfo aparecer e fazer uma reverência exagerada ao me ver.

– Boa noite, Srta. Black. Como posso ajudá-la?

– Boa noite, senhor – cumprimentei e ele pareceu surpreso com meu tratamento. – Narcisa ou Bellatrix estão aqui?

– Estão sim, senhorita – replicou. – Flink irá levá-la até suas senhoras.

O elfo me guiou pelo piso térreo da casa e logo paramos em frente a uma porta branca. Ele bateu à porta e entrou comigo ao seu lado. Parecia um escritório, muito luxuoso como todo o resto da casa. Além da imponente mesa e das estantes de livros, havia uma lareira com duas poltronas voltadas para ela.

– Minha senhora – chamou e Narcisa o olhou –, a senhorita Black deseja falar com a senhora.

– Obrigada – agradeci o elfo e ele me lançou outro olhar fascinado antes de se retirar. – Oi tia.

Narcisa levantou da sua poltrona e deixou uma xícara de chá sobre uma mesa lateral antes de se aproximar. Bellatrix me olhou da outra poltrona e pareceu surpresa com meus trajes.

– Como você está linda! – minha tia murmurou ao me analisar. – O vestido ficou perfeito.

Bellatrix, curiosa, se juntou a irmã.

– É lógico que está linda, é minha filha – comentou orgulhosa. – Mas não posso negar que estou surpresa em vê-la tão bem vestida para uma simples visita.

Senti meu rosto queimar. Ela sabia que tinha acontecido algo, mas eu resolvi fugir do assunto.

– Baile de dia das bruxas – expliquei. – Quis passar aqui para mostrar para vocês como o vestido ficou.

– Ora, então volte para o baile! Seu par deve estar te esperando – Narcisa sugeriu animada.

Bellatrix revirou os olhos para a empolgação da irmã, mantendo os braços cruzados sobre o peito.

– Eu não tenho um par, tia – murmurei constrangida. – E a festa nem estava tão legal.

– Como você não tinha um par? – questionou a loira estupefata. – Se tivesse avisado Draco, certamente ele a acompanharia.

– Draco estava com uma garota – contei. – Não me parece justo que eu o fizesse me acompanhar quando ele queria estar com outra pessoa.

Narcisa pareceu incomodada com a menção à outra garota que poderia estar com seu filho e eu achei engraçado seu ciúme.

– Você deve ter jogado na cara de todos os homens a besteira que fizeram em não te convidarem – Bellatrix assumiu a conversa ao ver a irmã perdida em pensamentos. – Inclusive na de Snape. Assim que eu gosto! Agora sente-se conosco e tome um chá.

 

Após um tempo de descontração com as duas, eu anunciei minha partida. Bellatrix se ofereceu para me acompanhar até a porta e eu me despedi de Narcisa com um abraço. Assim que deixamos o escritório, Bellatrix me segurou no lugar e cruzou os braços.

– O que houve? – inquiriu. – Você não viria até aqui apenas para nos mostrar seu vestido.

– Não houve nada, eu só quis vir – menti.

Ela suspirou.

– Você mente muito mal – comentou. – Eu arriscaria dizer que isso é culpa do Snape ou dos leitores idiotas do Profeta Diário. Provavelmente os dois pela sua cara.

Meu silêncio foi o suficiente para que ela fizesse suas interpretações.

– Quer ficar aqui essa noite? – indagou.

– Não, obrigada. Eu tenho que voltar.

Bellatrix respirou fundo e fez sinal para que eu a seguisse. Já estávamos próximas ao hall de entrada e eu esperei pela voz de Voldemort, que não demorou a soar pelo corredor.

– Hermione.

Ele deveria ter colocado um GPS ou sensor em mim. Não era possível.

Virei-me para o homem de feições ofídicas e Bellatrix fez uma reverência a ele, enquanto ele se aproximava. Seus olhos vermelhos me analisaram com curiosidade.

– Está bonita, Hermione – murmurou. – Realmente puxou sua mãe.

Ele ia começar com aquilo de novo? 

– Obrigada – respondi mal humorada. – Tenho que voltar antes do toque de recolher, com licença.

Estava para lhe dar as costas, mas ele me impediu.

– Soube do seu duelo com Severo hoje.

O olhar que Bellatrix me lançou poderia me fazer cair dura no chão. Ela estava brava por eu não ter contado sobre aquilo? Eu tinha o direito de não contar que tentei matá-lo.

– Hoje de manhã sua magia estava oscilando e você ainda se mete em um duelo com Snape? – repreendeu. – Ele sabia que você tinha duelado com o Lorde e não estava em condições. Bastardo!

– Acalme-se, Bella – o homem pediu. – Hermione venceu Severo.

A mulher arregalou os olhos e me encarou incrédula.

– Não o venci – corrigi. – Eu perdi o controle e quase o matei.

– E você teve coragem de me dizer que não tinha acontecido nada! – Bellatrix rugiu.

Olhei para Voldemort querendo trucidá-lo por falar tanto. Eu não era obrigada a ficar ali ouvindo os dois.

– Olha o que você fez! – gritei para o homem. – Já falou bastante, agora me deixe em paz!

Dei as costas a eles e continuei a andar para a porta. Ele que me cruciasse, eu não me importava. Estava farta.

– Eu não comentei sobre seu duelo para aborrecê-la – prosseguiu indiferente. – Só ia perguntar se tem magia suficiente para ativar a chave de portal depois de extrapolar tanto.

Aquilo me quebrou.

Por que ele não podia ser o Lorde das Trevas comigo como era com os comensais? Ele e Bellatrix mudavam perto de mim e aquilo me incomodava. Incomodava porque no fundo eu não queria mudar minha opinião sobre eles. Eles eram os vilões, queriam matar meu melhor amigo e todos os bruxos nascidos-trouxa. Mas, de repente, só faltam arrumar minha lancheira para o recreio!

Saí da casa sem responder. No entanto, tive tempo de ouvir o homem comentar com Bellatrix que eu tinha o temperamento dela. Fiquei parada um tempo no jardim olhando para o céu, precisava me acalmar o suficiente para a minha magia funcionar e ativar o anel.

Voldemort tinha razão, eu usara muita magia em pouco tempo e sem Severo por perto, eu precisava esperar meu próprio núcleo se reestabelecer e isso poderia levar tempo. Tempo que eu não tinha para voltar para Hogwarts.

Depois de muitas tentativas falhas e vários minutos, Bellatrix me alcançou e parou ao meu lado olhando para o céu como eu fizera.

– Por quê? – indaguei e ela me deu atenção. – Por que vocês agem diferente comigo?

Ela suspirou e deu de ombros.

– Quando Snape recuperar a memória, vocês casarem e tiverem filhos, você irá entender – respondeu simplesmente.

Filhos.

A voz de Gina reverberou pela minha mente. Grávida. Eu não podia estar grávida.

Senti toda a frustração e a confusão que rondava minha mente nos últimos dias subir pela minha garganta na forma de um nó e meus olhos começaram a queimar. Eu precisava sair dali. Precisava ficar sozinha.

– Eu tenho que ir – murmurei tentando parecer firme, mas falhei miseravelmente.

Bellatrix fez menção de segurar no meu ombro, mas eu me afastei rapidamente. Quase como se implorasse que minha magia funcionasse, eu toquei o anel e para a minha sorte, ele funcionou.

Assim que meus pés tocaram os jardins de Hogwarts, eu me apressei para dentro do castelo. Ainda tinham pessoas no Salão Principal, isso significava que o Salão Comunal da Grifinória estaria movimentado. Como eu queria ficar sozinha com meus pensamentos, deixei meus pés me levarem até a torre de astronomia. Apoiei-me no beiral e me permiti suspirar.

Eu não podia estar grávida. Merlin! Severo nem lembrava que nós tivemos um relacionamento, como eu diria que ele seria pai? E se ele não aceitasse a criança? Eu teria que criá-la sozinha... Entre os dois lados de uma guerra que poderia eclodir a qualquer momento.

Acalme-se, Hermione! Você não tem certeza... Está se baseando no que Gina disse. Não se desespere ainda.

– Como vai a mais nova futura mamãe de Hogwarts?

A voz que soou às minhas costas me fez arfar e virar rapidamente para encarar o homem.

Não era possível!

– Rodolfo?


Notas Finais


BOOOOM! Quem é vivo sempre aparece!

Lestrange escolheu o momento exato para voltar. Hermione com a magia oscilando, vulnerável e, talvez, grávida.

E agora?

Bom final de semana e não morram de curiosidade. O próximo capítulo fará avadas voarem!

- B

PS. Em Sangue Negro, nada é o que parece e tudo pode mudar a qualquer momento. Não esqueçam disso.


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