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História Santuário - Voem juntos, mas não amarrados


Escrita por: Mallagueta

Notas do Autor


Desculpem a demora, é que eu tive alguns problemas e também o final precisou ser modificado algumas vezes. Do jeito que estava, não tinha ficado bom. Esse capítulo é meio curtinho, pensei até em cortar mas achei interessante postá-lo. Espero que gostem.

Capítulo 24 - Voem juntos, mas não amarrados


Alguns dias tinham se passado e quando soube que o prefeito não só tinha vetado a construção do parque aquático no Recanto do Paraíso como também declarado aquele local uma reserva protegida, Ângelo viu que aquela etapa tinha sido concluída.

Era noite, Nina tinha feito seu trabalho daquele dia e depois de ela ter se banhado no lago para se recuperar, Ângelo decidiu levá-la para conhecer D. Morte. Durante um tempo ele pensou se devia ou não fazer aquilo. Embora D. Morte fosse amigável, ele temia que Nina acabasse ficando com medo de conhecê-la e também o pessoal do cemitério. Para sua alegria, ela não importou e estava até curiosa para conhecer os amigos do seu namorado.

- Aqui, chegamos. Olha, se você não quiser entrar no cemitério, eu vou entender numa boa.
- Tudo bem, eu não estou com medo. Sei que você jamais me levaria a um lugar perigoso.
- Não mesmo. Você vai ver, o pessoal aqui é muito legal!

Quando o casal chegou, todos estavam reunidos em volta da fogueira que tinha sido acesa para espantar o frio.

- E aí, pessoal? Beleza?
- Oi Ângelo! – eles saudaram alegremente. – senta aí pra se esquentar.
- Valeu. Eu queria apresentar Nina, a minha – o rosto dele ficou bem corado – namorada.
- Prazer, senhorita! – Zé Vampir cumprimentou cheio de galanteios, beijando a mão dela com um olho em seu pescoço, que lhe pareceu muito apetitoso e adorável.

Os dois se sentaram e os outros ficaram encantados com Nina e Todos se desmanchavam diante dela, ficando até mais educados do que de costume.

(Penadinho) – Olha, esse cemitério tá ficando muito chique, heim? Primeiro um anjo, agora uma ninfa!
(Muminho) – Você tem muito bom gosto, Ângelo! Ela é mais bonita do que a Cleópatra!

O pessoal riu, conversou, contou histórias engraçadas, fizeram várias perguntas sobre o trabalho de Nina e quando chegou a hora de se recolherem, Ângelo fez a D. Morte um sinal de que queria conversar. Depois que todos foram embora, ela levou o casal para sua casa, onde poderiam conversar a vontade e aquecidos.

- Então vocês estão mesmo namorando firme? – ela perguntou assim que eles se acomodaram, abraçados e visivelmente apaixonados.
- Estamos sim, D. Morte. E tudo graças a você.
- Imagine, rapaz. Eu só dei umas dicas, nada mais. O resto foi por conta de vocês. E aí, o que queriam me falar?

Após pensar mais um pouco para organizar as idéias, ele começou.

- Sabe o que é, D. Morte? Eu já tô tranqüilo quanto a gostar de Nina, sei que isso não vai me fazer virar humano, mas a gente ainda tá encanado com umas coisas.
- Tipo o quê?
- Outro dia você falou que eu perdi meus poderes porque esqueci da minha identidade e falou que isso acontece quando a gente tá amando.
- Se não tomarmos cuidado, pode acontecer sim.
- E a gente se ama muito, mas não queremos que isso aconteça.
- É verdade. – Nina ajuntou – Acho que para isso dar certo, a gente vai ter que equilibrar muito bem o trabalho com o namoro para não prejudicar nada. Só que a gente não sabe direito o que fazer. Ângelo é o primeiro namorado que eu tenho.
- E a Nina é minha primeira namorada também.

“Ah, os jovens...” D. Morte pensou olhando os dois se divertindo um pouco com a falta de experiência deles. Aquele receio era normal e até justificável.

- Pensem comigo. O que aconteceria se vocês pegassem dois pássaros e os amarrassem pelas asas?

Eles refletiram um pouco e Nina respondeu.

- Acho que não iam gostar nem um pouco, iam?
- Parece que não. Quer dizer, ficar amarrado o tempo inteiro, sem poder ir a lugar nenhum sem arrastar o outro... acho que eles iam até acabar brigando, não iam?
- Exato. – ela falou feliz por eles terem compreendido. - Se vocês estiverem amarrados, ainda que por amor, viverão arrastando-se e, cedo ou tarde, começarão a machucar um ao outro.
- Puxa... até que faz sentido...
- Se querem que esse namoro dê certo, então voem juntos sim, mas nunca amarrados. Vocês podem ficar juntos sem problemas contanto que cada um tenha o seu espaço.
(Nina) – E poderemos nos amar sem problemas?
- Claro, desde que não transformem esse amor em um grilhão. É o conselho que eu dou a vocês.

Ela fez uma pequena pausa e vendo que os dois prestavam atenção, continuou.

- Vocês podem aproveitar a vida juntos, podem namorar, ser felizes, passar bons momentos, mas lembrem-se de que é importante que cada um tenha seu espaço e possa ficar sozinho de vez em quando. Ambos têm suas vidas e obrigações que não podem ser anuladas por causa do outro. Se querem ser felizes, voem juntos, mas nunca amarrados.

Os dois deram um grande sorriso, sentindo-se mais seguros do que queriam. D. Morte tinha razão. Eles podiam se amar livremente contanto que não se deixassem anular e sufocar por aquele sentimento. Equilíbrio era a palavra chave.

- D. Morte, valeu mesmo, viu? Você ajudou um monte!
- Eu também agradeço! Estava sem nenhuma esperança e você abriu os nossos olhos para muitas coisas!
- Imaginem, crianças.

O casal se levantou, ainda abraçado e despediu-se dela ainda agradecendo efusivamente pela ajuda que receberam. Ela os acompanhou até a porta e percebeu que eles foram voando lado a lado, mas cada um respeitando o espaço do outro sem se esbarrarem e nem se atrapalharem.

- Sim, sim... eles realmente entenderam o que eu quis dizer. – ela falou consigo mesma antes de voltar para dentro de casa, ansiosa para se aconchegar debaixo das cobertas e descansar para enfrentar mais uma jornada de trabalho no dia seguinte correndo atrás dos clientes fujões.


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