1. Spirit Fanfics >
  2. São só 5 Noites >
  3. É só chegar às 6h

História São só 5 Noites - É só chegar às 6h


Escrita por: PjKiribaku e gabizera123

Notas do Autor


hey.

criatividade aleatória que me leva a cenas que não podem viver só na minha cabeça.

boa leitura.

Capítulo 1 - É só chegar às 6h


Katsuki precisava fazer aquilo, pois agora, era questão de honra. 

Há algum tempo, vinha cogitando avaliar o amor imensurável que Eijirou nutria por jogos, seja os mais toscos de docinhos no celular até os mais elaborados e cheios de estratégia sob os comandos do teclado. Kirishima tinha uma extensa coleção de games e consoles, uma cadeira propriamente feita para jogar — o que Bakugou pensava ser uma coisa meio estranha — e mais uma série de jargões que ele escutava ora ou outra, sem nunca entender completamente. 

— “GG easy”, galera. Vou pelo meio, a gente upa mais na 2. — O namorado estava neste exato momento jogando com alguns colegas, extras que Katsuki tinha que aceitar para ter seu próprio tempo reservado com o ruivo, quase todas as sextas à noite e parte das madrugadas de sábado para domingo. 

Mais cedo haviam comentado sobre o assunto, pois Eijirou avisou que estaria em chamada, animado para um novo jogo de terror que tinha sido lançado para partidas coletivas. Bakugou de fato não se importava, mas depois era ele quem aturava o ruivo grudando em si até acordarem suados na manhã seguinte, pois estava com medo de que um bicho qualquer puxasse seu pé. Era irrisório que para o loiro, jogos não podiam ser assim tão imersivos, mas Kirishima rebateu com ênfase, deixando claro que, na verdade, ele precisava experimentar para saber. 

— É mais do que isso, é mais do que aquilo, que se foda! Eu posso muito bem jogar um desses até o final sem problemas, sou ótimo em tudo, claro que eu consigo essa merda... —  resmungava consigo mesmo enquanto terminava o jantar, olhando a todo momento para o relógio, na esperança de que aquela partida acabasse logo para provar seu ponto. Jogaria qualquer coisa que Kirishima escolhesse e se sairia honrosamente bem, mesmo nunca tendo jogado. 

Como um ótimo profissional, ele sabia que nada mais era do que um processo, uma mecânica estabelecida que facilmente podia ser aprendida por olhos treinados como os dele. 

Certamente era vitória certa, poderia até apostar alguma coisa para garantir a vantagem, sabia que seria toda sua para se gabar. 

Teve tempo de finalizar a comida e colocar os pratos à mesa antes de Eijirou aparecer na cozinha, obviamente faminto, por ter chegado do trabalho e já ido para a maratona de jogos inéditos sem ao menos se alimentar adequadamente. 

Bakugou guardou para si ardilosamente o plano, esperando pelo momento certo para colocar a aposta em pauta. Contudo, teve que se contentar com o namorado correndo para tomar um banho, antes que eles pudessem ficar “coladinhos em chameguinhos”, como dizia o ruivo de um jeito muito brega. 

Tudo bem que ele adorava os chameguinhos secretamente, isso apenas não estava na prioridade do orgulho imenso de Katsuki. Sem nem esperar pelo ruivo, que cantarolava no banheiro como sempre as mesmas músicas, sentou-se na frente daquele computador com uma tela super curvada e exagerada. Perto do notebook que ele usava para trabalhar há pelo menos 4 anos. Aquilo era o auge da tecnologia. 

Com calma e cautela, segurou o mouse, notando que luzes coloridas no teclado surgem nas letras e espaços entre teclas, tal como o controle em sua mão que tinha um tom nebuloso de vermelho. Era cheio de firulas, para Bakugou era incrível que Eijirou gastasse tanto dinheiro nessas coisas. 

A tela se acendeu bloqueada, mas ele sabia que a chave de acesso era algo simples, que ele mesmo poderia adivinhar só pensando em datas ou certos nomes. 

Acessou a dica para lembrança de senha, se deparando com algo no mínimo constrangedor. 

“Gosto muito de você...” 

Bakugou podia ouvir o som da voz de Kirishima recitando essa frase, antes de soar como um anjo ao chamá-lo pelo apelido mais tosco que já encontrou. A senha só podia ser...

Senha: Leãozinho

Bem-Vindo Eiji Hunter Killer 

Com um suspiro profundo e a mão sobre os lábios, o loiro precisou de muito esforço para não entregar a gargalhada bizarramente alta que chegou perto quando viu o nome do namorado na tela, com uma animação boba de um tubarãozinho dançando hula hula nas laterais da saudação. 

Não era possível, um homem daquele tamanho... Bem, Katsuki tinha um objetivo, então vagou os olhos pela tela, verificando meticulosamente cada ícone enfileirado na parte direita do monitor. Claro que ficava um pouco desconcertado pela imagem em full HD do fundo, que era uma foto deles no dia em que completaram dois anos de relacionamento, embalados apenas com um cobertor no resort mais caro que acharam, sorrisos radiantes e olhares apaixonados, tudo isso sem qualquer coisa que obstruísse seus rostos na tela fina. 

Quando um ícone chamou atenção, clicou sem pensar demais, atraído pela imagem macabra de um monstro cheio de dentes afiados, provavelmente era um dos de terror que Kirishima tanto falava. 

O começo era meio monótono. Pelo visto, havia uma história por trás, pois só podia controlar uns bonequinhos feios e pixelados, muitas cores, falas que não faziam sentido. Notou tardiamente que pegou uma continuação, mas não se atentou ao fato, só precisava cumprir o objetivo do jogo e provar que era foda. 

Parou atentamente por um momento, sabendo que Eijirou ainda estava em sua segunda música, provavelmente fazendo aquele ritual de hidratação no cabelo e os caralhos. Certo, tinha tempo suficiente para deixar uma grande vitória na tela para esfregar na cara alheia. 

De repente estava num quarto, tinha uma lanterna e o jogo começou a informar certos atributos. Quando viu o aviso sobre escutar com atenção, não hesitou em pegar o headset na bancada, apertando o botão para conectar via bluetooth no computador. 

Tudo certo para começar a partida, ele precisava ficar de olho no relógio do canto superior direito, para o momento em que chegaria às seis da manhã. 5 vezes fazendo isso e pronto, teria provado seu ponto. 

Bakugou chegou a se inclinar mais para frente, atento a cada detalhe daquele quarto de criança, correndo de um lado a outro. Conferiu a porta pela primeira vez, olhando bem as instruções. Se ouvisse uma respiração, fechava, se estivesse tudo bem, era só ligar a lanterna por garantia e voltar. Fez isso um par de vezes com cada lado, vendo também o armário logo em frente. Testou fechar as portas, tinha que segurar e não podia se mexer, então isso significava que precisava ter noção do tempo. 

Simples. Claro que para um jogo fácil destes, não tinha segredo. 

Percebeu que uns bichinhos do caralho ficavam chiando atrás de si, obrigando-o a disparar a lanterna na cara deles em direção a cama às suas costas. Determinou um padrão de conferência dos locais, passando da primeira noite do jogo com muita facilidade. 

Estava até fácil demais, será que havia mudado a configuração? Não importava, isso não o impediu de aumentar o volume no máximo, para garantir que ouviria respirações quando estas estivessem mesmo lá, pois até então, nada feito. 

Ainda às 3h da segunda noite, ele ouviu o primeiro ruído no lado direito. Era distante, não parecia um perigo, mas quando ligou a lanterna para ter certeza, pôde ver um vulto no fundo do corredor, se afastando para voltar de onde estava anteriormente. Seu corpo gelou e sentiu um arrepio por toda a coluna ao ter noção de que as coisas estavam começando a acontecer. 

Com o modo competitivo ativado, respirou fundo e prosseguiu, espantando os bichinhos estridentes, olhando as portas e tendo cuidado para ouvir antes de ligar a luz. Em certo momento, quando chegou à esquerda, o som foi alto demais em seus ouvidos para não ser óbvio que fechar a porta era o ideal. Segurou o botão para essa ação, mantendo-a fechada por um tempo que não sabia exatamente qual deveria ser. Continuou sem piscar, olhando para a maçaneta evidente no meio da tela, estava quase perdendo a paciência, quando de repente sentiu um toque em seu ombro que faz seu dedo soltar do comando. 

A porta se abre e o mouse pressionado nas digitais congeladas aciona a lanterna, trazendo um periquito monstruoso gritando em sua cara poucos segundos depois, com dentes arreganhados e tremores na tela que denotavam sua derrota. O aperto em seu ombro se tornou mais forte e, por instinto, se levantou num pulo, gritando e socando a porra maldita que pretendia matá-lo pelas costas:

— SHINE, CARALHO, MERDA DOS INFERNOS. — Estava ofegante pelo pânico, mas por sorte, Kirishima havia conseguido desviar do soco que certamente o nocautearia, mas não conseguia evitar o sorriso de escárnio pelo estado alterado do loiro com o jumpscare. 

— Calma! Eu não sou um animatronic assassino, Kat! — brincou com as mãos para o alto, dando mais risada quando Bakugou percebe sua real situação, cruzando os braços e fazendo biquinho, só para ficar adorável com aquele rubor subindo pelas bochechas. 

— Vai tomar no cu, Eijirou! Eu estava quase terminando a terceira partida desse jogo de bosta, e... Puta merda... Por que caralhos eles têm que respirar tão baixo? Mas que porra... — Katsuki não podia sequer disfarçar, ainda sentia o coração acelerado pelo puta berro que recebeu no volume máximo, arregaçando seus tímpanos e levando seu sangue ao auge da adrenalina. 

Ele não percebeu que tinha se concentrado tanto assim. 

— Tudo bem, amor. Você foi muito longe pra quem nunca tinha jogado Five Nights, eu vou pegar um pouco de mousse na geladeira e já volto pra te acompanhar. Posso usar a segunda tela e a gente joga ao mesmo tempo! — Kirishima havia tirado sarro como podia da reação brusca do namorado, esta que perigosamente quase lhe rendeu um olho roxo, mas estava mais empolgado que tudo, por ver o loiro interessado em compartilhar um hobby seu que tanto amava. 

Ao se deparar com aqueles olhinhos vermelhos pidões, como um cãozinho na adoção, Bakugou não pode fazer nada além de sorrir, rendendo-se ao cenário com um aceno leve e recebendo em troca o maior sorriso do mundo. 

Podia primeiro ficar bom no jogo antes de pedir uma aposta, podia aproveitar esse tempo para tomar gosto por coisas novas, podia passar mais momentos ao lado de Kirishima, vendo aquele sorriso enorme de garoto mesmo após tantos anos. 

Voltou a se sentar na cadeira para reiniciar a partida, deixando Eijirou saltitando para fora, indo até a cozinha para o prometido mousse de chocolate. O ruivo não cabia em si com a euforia, mas sua gargalhada ecoou no corredor com vontade, somente quando, do quarto, Katsuki gritou cheio de indignação: 

— KIRISHIMA, tem a PORRA de um guaxinim do SATÃ no armário!


Notas Finais


Muitissimo obrigada a toda equipe fantabulosa do @ProjetoKiribaku, sendo os da vez:
@GhostHaunt pela capa macabra, Katsuki claramente acovardado pelo periquito do demonho, adoreeei. @_binanca pela betagem really beautiful, muito profissa, aprenderei com tudo o que foi apontado <3

bjo tchau


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...