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História Satiríase - SOPE 18 - Capítulo 9


Escrita por: HopeLover__

Capítulo 9 - Capítulo 9


Hoseok, se levantou, indo até o banheiro, ignorando minha existência, como da outra vez que transamos. Me senti incomodado e até mesmo triste.

Me levantei da cama e recolhi o roupão que usava anteriormente.

Deixei o quarto, indo até o banheiro que tinha no corredor, entrei no cômodo, acendi a luz, fechei à chave a porta atrás de mim, encarando minha imagem patética no espelho.

Patética, porque já tinha lágrimas banhando meu rosto.

Me sentei sobre a tampa do vaso, me xingando mentalmente e tentando parar de chorar. Não havia motivos para chorar, desde sempre, ficou bem claro, que para ele, eu não passava de um passatempo, então, não havia razões para que chorasse dessa forma.

Entrei debaixo do chuveiro e fiquei por tanto tempo ali, só deixando a água quente cair em meu corpo.

Nunca tive muita sorte com amor, sentimentos, todas as vezes, que me apaixonei por alguém, me dei muito mal, agora, que me apaixonei pelo meu meio irmão, com certeza, não vai ser diferente.

Ele não gosta de mim, isso é fato, eu fiz tudo errado, preciso acabar com isso, preciso parar de ceder a seus encantos e me afastar, antes que eu acabe mais ferido do que estou agora.

Me sentei no piso do banheiro, levando minhas mãos aos meus cabelos e chorei, já que não tinha jeito de conter o choro, então iria chorar, por dez minutos, uma hora, uma noite inteira? Quem sabe?

Mais do que nunca, desejava o colo da minha mãe. Se estivesse em casa, eu poderia correr imediatamente para seu quarto e me deitar a seu lado, enquanto ela me encheria de carinhos, mesmo sem saber o que estava acontecendo, ela iria me apoiar e dar amor.

Logo, o som de batidas, se fez presentes na porta do banheiro.

─ Yoongi? ─ A voz de Hoseok, se fez presente. ─ Está tudo bem? Está precisando de alguma coisa?

Tive que reunir todas as minhas forças, para tentar responder, sem deixar que ele notasse que eu estava chorando ali dentro.

─ Estou bem, já vou sair. ─ Respondi, me amaldiçoando por não ter conseguido falar com a voz normal.

Mas como esperado, Hoseok, não se importou.

─ Ok. Quando sair, pode voltar para o quarto, você vai dormir lá essa noite.

Não respondi.

Lá fora, o silêncio reinou e imaginei que o mais alto tivesse ido embora, então, voltei a chorar alto, rezando para que ele não pudesse escutar de lá do quarto, onde estava.

Me levantei do chão, me sequei com uma toalha que já estava ali, começando a imaginar, quantos já não passaram por aquela cama, quantos já não tomaram banho nesse banheiro, quantos já não choraram por não serem correspondidos, por aquele filho da puta, gostoso para caralho.

Vesti novamente o roupão e abri a porta do banheiro, tomando um susto, ao ver o mais novo, sentado no chão, de frente a porta.

Ao me ver, ele se levantou desajeitado e se aproximou devagar.

─ Eu ouvi... você chorar, quis te dar um tempo, mas... não queria sair e te deixar completamente sozinho. ─ Dizia.

Abaixei a cabeça, vendo novas lágrimas rolarem.

Hoseok, me envolveu em um abraço confortável, acariciando meus cabelos e  me consolando.

─ O que aconteceu? Você quer conversar? ─ Perguntava, parecia estar preocupado.

Mas fiz que não, tentando me afastar de seu abraço, mas Hoseok, não permitiu. Me acompanhou até o quarto, insistindo para que eu contasse o que estava sentindo.

Mas eu simplesmente não podia, não com ele, que era a causa do que eu estava sentindo.

Apenas chorei, até não aguentar mais, até minhas pálpebras, estarem tão cansadas, que não conseguiam se manter mais abertas, até minha garganta estar tão seca, que até para soluçar, doía. Acabei pegando no sono, sem sequer ver.

Yoongi off.

Hoseok on:

Acabei flagrando Yoongi, chorando muito no banheiro. Sei que ele não queria que eu soubesse, mas não pude simplesmente voltar para o quarto, depois de o ouvir chorar daquele jeito, tão sofrido.

Ao invés de me afastar, me sentei de frente aquela porta de madeira e esperei pelo fim daquele banho.

A imagem que vi, me encheu de preocupação, a forma como ele chorava, partiu meu coração em milhões de pedaços. Não sei o que pode ter acontecido, talvez ele já estivesse com algum problema antes, ou será que fui eu, que fiz alguma coisa que o magoou?

Mas ele, não recusou meu abraço, não recusou meu apoio, então não sei se realmente pode ter sido algo que eu fiz.

Agora, ele dormia ao meu lado, soluçando por vezes e eu estou aqui, totalmente incapaz de fazer qualquer coisa que seja.

Mal pude dormir a noite, me pegava vigiando seu sono, em busca de saber se acordaria ou se conseguiria dormir a noite inteira.

Às seis e meia da manhã, seu despertador tocou, eu o desliguei. Não iria permitir que fosse a faculdade, queria conversar com ele, entender e me desculpar, caso tenha sido eu, o causador de seu choro.

Aquela manhã, se arrastou, não conseguia pregar os olhos e as horas sequer passavam, já faziam dezesseis anos que eram nove e meia e nada de Yoongi, acordar.

Quando já passavam das dez, finalmente o mais velho, começou a acordar aos poucos, me ajeitei na cama, encarando seu rosto.

Yoongi, acordou aos poucos e se sentou na cama, coçando seus olhos e fazendo um bico fofo.

─ Eu perdi aula? ─ Foi a primeira coisa que perguntou.

Assenti.

─ Sim. Eu, acordei com seu despertador, mas achei melhor, deixar você descansar. ─ Revelei, recebendo sua atenção.

Ele suspirou e apertou seus olhos, achei que iria me trucidar, como antigamente, porém, ele falou comigo, de forma calma.

─ Não posso perder aula assim. Você devia ter me acordado, Hoseok.

Yoongi, se levantou da cama e foi até o banheiro.

Me levantei também, me sentindo acabado. Fui até a cozinha, onde comecei a preparar algo para que pudéssemos comer.

Minutos mais tarde, Yoongi, chegou à cozinha, vestido em suas roupas de ontem.

─ Pode vestir algo meu, Yoon. ─ Disse.

─ Prefiro ficar com o que é meu.

Coloquei a garrafa de café e alguns pães, que me trouxeram mais cedo, como eu havia pedido.

Tomamos café, em completo silêncio. Yoongi, não olhava em minha direção, em nenhum momento. Mantinha seu olhar baixo.

Suspirei e olhei em sua direção.

─ Você quer conversar sobre ontem? ─ Perguntei, calmamente.

Ele negou.

─ Estava sensível, porque estou cheio de problemas e não sei como resolver tudo, então, me desesperei, não foi nada de mais. ─ Respondeu.

─ Como não foi nada de mais? Você chorou por horas, era algo importante. ─ Insisti.

Pela primeira vez, naquela manhã, o mais velho, olhou em minha direção.

─ Não quero falar sobre aquilo, com você. Não insista. ─ Respondeu.

Após o ouvir dizer isso, não tive escolha, se não me calar. Se Yoongi, não queria falar sobre aquilo, iria o respeitar, mas havia algo, que eu precisava saber, se não, não poderia dormir por noites.

─ Respeito isso. Mas só me diga uma coisa, foi alguma coisa que eu fiz?

Yoongi, me lançou um olhar de fúria e se levantou da mesa. Naquele momento, entendi que tinha sido eu.

O mais baixo, saiu do apartamento e fui atrás, insistindo que o levaria para casa, mas ele não quis.

Negou diversas vezes e foi embora, em um carro de aplicativo, me deixando para trás, me sentindo a pior pessoa do mundo. Sempre fui um grande babaca, por mais que tentasse ter cuidado, sempre acabei magoando as pessoas que são importantes para mim. Mas nesse caso, eu não fazia a menor ideia, do que tinha feito de errado, na noite passada.

Voltei ao meu apartamento, me sentei na sala e pensei por muitas e muitas horas, não conseguia me lembrar de nada que pudesse ter magoado Yoongi.

Me amaldiçoei ainda mais, por sequer ser capaz de enxergar os meus erros.

Tomei um banho, mais tarde e fui embora, para casa, onde encontraria Yoongi, outra vez e ele provavelmente, iria me tratar com a frieza que me tratou mais cedo.

Isso machucava. Por alguma razão, a forma fria, como o mais baixo me tratou essa manhã, fez meu peito doer e eu me sentir muito mau.

Entrei no meu carro e havia uma ligação da Hymena, minha secretária da escola.

Retornei, pois sempre que ela me liga, algo está errado.

─ Hoseok, temos um grande problema, seu pai está aqui, ele quer falar com o diretor do colégio, sobre o ocorrido com Jimin e Jungkook. ─ Meu coração disparou, ao ouvir isso. ─ Ele está fazendo muitas perguntas, quer saber por que tem um bar, no meio da escola. O que eu faço? Ele não pode saber que você é o dono.

Respirei fundo e me pus a pensar, tinha que haver algum jeito de contornar aquela situação.

─ Vou pensar em algo, tente se manter calma, diga que também acha peculiar esse bar, não fale muito, logo estarei aí. ─ Informei e liguei o carro.

Sai do prédio, rumo ao colégio, mesmo que ainda não soubesse que desculpa usar. Pensei em pedir que SeokJin, se passasse por diretor, mas não é certo, envolver as pessoas em minhas mentiras.

Dirigi até a escola e estacionei na minha vaga de sempre.

Respirei fundo, muitas vezes, antes de abrir a porta principal e entrar no local.

Subi as escadas e fui até minha sala, onde sabia que meu pai já estava, aguardando pelo ilustre diretor dessa escola, que ele nem sonha, que sou eu.

Adentrei a sala, tentando me manter o mais calmo possível.

─ Boa tarde. ─ Anunciei minha chegada.

Meu pai, se voltou em minha direção, com uma expressão confusa em seu rosto, me olhando minuciosamente.

─ Você? ─ Perguntou.

Assenti e me sentei em minha cadeira, tendo o olhar do mais velho sobre mim.

─ O diretor Kim, está de férias, então estou cuidando da escola para ele. ─ Menti. ─ Em que podemos ajudar?

─ O diretor deve confiar muito em você, para lhe dar uma função tão importante em sua ausência. ─ Meu pai, dizia.

Assenti e sorri fraco, se falasse muito sobre aquilo, ia acabar entregando o jogo.

─ Nos conhecemos há bastante tempo, acho que ele confia o suficiente em mim. Mas, prossiga, o que o senhor precisa de nós? ─ Insisti.

─ Preciso de imagens das câmeras de segurança, alguém que possa ter testemunhado o ocorrido. Precisamos colocar o Kang, na cadeia, os malditos advogados dele, conseguiram a liberação.

Assenti, já sabendo sobre isso.

─ Podemos disponibilizar tudo o que for preciso. Mas, testemunhas, será um problema, todos que trabalham aqui, disseram que não viram nada suspeito. ─ Lamentei.

Meu pai, fitava os quadros na parede, fiquei apreensivo, pensando se algo ali, não iria entregar minha mentira, estava cada vez mais difícil, me manter calmo.

─ Tem um segurança no portão principal, ele também não viu nada?

─ Pois é. Ele disse que não estava em seu posto, pois não viu absolutamente nada. Disse, que a única coisa que viu, foi uma caminhonete azul, sair rapidamente da frente da escola.

─ Isso é muito estranho, Hoseok. ─ Meu pai disse, com desconfiança.

Na verdade, eu também achava. Desde a primeira vez, que ouvi a declaração do segurança, não confiei totalmente, mas pode ser paranoia, afinal, todo mundo precisa ir ao banheiro, deve ter sido apenas uma infeliz coincidência.

Acompanhei meu pai, até a sala de segurança e repassamos as imagens daquele dia, estranhamente, as imagens da cabine de segurança, não estavam funcionando, sendo que todas as câmeras da escola, funcionam normalmente.

Hoseok off.

Jungkook on:

Deixei Jimin, sozinho no apartamento, para ir até o mercado, comprar algumas coisas que estavam no fim. As compras para uma pessoa só, não são suficientes para duas.

Sai do prédio e fui até o mercado mais próximo, a pé.

Enquanto escolhia algumas verduras, senti uma mão segurar forte em meu braço e ao me voltar a pessoa, meu coração disparou, era Kang, com um sorriso de escárnio em seu rosto.

Não tive forças para tentar me soltar de sua mão, sentia o desespero e o terror de antes, me consumir.

─ Quanto tempo você achou que ia conseguir se manter longe de mim? Hum? ─ Perguntou, mas não respondi. ─ Jungkook, eu iria te encontrar mais cedo ou mais tarde, mas não faça essa carinha de assustado, não gosto de te ver assim, em público. ─ Riu e apertou meu braço. ─ Eu vou te soltar, mas você não vai tentar fugir, você vai me ouvir, eu só quero conversar, não vou te levar a força e nem te machucar, eu só quero negociar. Entendeu?

Assenti.

─ Mas, se você fizer alguma gracinha, não vai ter conversa, porque eu vou te encher de porrada aqui mesmo, fui bem claro? ─ Disse, usando seu tom autoritário.

─ Sim, senhor.

Kang, me soltou e encarou meus olhos.

─ Você me denunciou, isso não foi legal, Kook, a gente viveu tanto tempo juntinhos, a gente era feliz e se amava, não é? Você ainda me ama, querido, só está confuso. Vamos fazer o seguinte, você vai naquele seu apartamento ridículo, vai pegar suas coisas e a gente vai voltar pra casa, depois você vai retirar a queixa que fez. Tá bom? ─ Sorriu.

─ E-eu... e-eu não p-posso retirar a queixa, não f-fui eu q-que fiz... ─ Não consegui ser firme diante daquele homem.

Kang, ainda parecia paciente.

─ Tudo bem! Não importa, você pode convencer a pessoa a tirar. Está tudo bem. Olha, vamos pagar suas compras, eu faço questão de pagar, vamos em seu apartamento e buscamos suas coisas, vamos para nossa casa e vamos recomeçar! Eu te prometo, meu amor, dessa vez, vai ser diferente, eu vou te dar o mundo inteiro, chega de bdsm, chega de submissão, seremos iguais. ─ Prometeu.

Fiz que não. Não queria voltar e sabia que aquilo tudo era mentira.

─ N-não quero... por favor. ─ Choraminguei.

─ Não chora, não gosto quando você chora na frente das pessoas! ─ Brigou. ─ Eu vou te dar um tempo para pensar, meu anjo, uma semana, pense em tudo que vivemos, todas as vezes que eu te machuquei pra valer e decida se você quer viver tudo isso de novo, ou se prefere que eu leve seu novo amiguinho, que vive com você, no seu lugar. Pense com carinho, Jungkook, esse tal, Park Jimin, que você está se envolvendo, ele faz muito o meu tipo.

Kang, saiu rapidamente, me deixando completamente em pânico. Tentei buscar o ar, mas parecia que não chegava a meus pulmões.

Algumas pessoas se aproximaram, perguntando se eu precisava de ajuda, mas as ignorei, dizendo estar bem e fui até o caixa, pagando o que havia comprado.

Segui pelas ruas, já sabendo que Kang, sabia onde eu morava, sabia sobre Jimin, sabia até seu nome, agora meu medo dobrou e eu não tinha ideia do que fazer.

Se não voltasse, sei que ele iria machucar o Jimin e ele não pode se ferir por minha culpa outra vez.

Ao chegar no prédio e entrar no elevador, não pude mais segurar o choro e desabei sozinho. Antes de entrar em casa, tentei o conter.

Deixei as coisas na cozinha, torcendo para que Jimin, não me visse chegar, mas enquanto me apressava para ir ao quarto, ele me parou e acho que notou meu choro recente, pois seu mínimo sorriso, se desfez.

─ O que houve? Está se sentindo mau, outra vez? ─ Perguntou, tocando meu rosto, fiz que não. ─ Então qual o problema?

─ Não é nada. Sinto muito.

Jimin, me abraçou e me consolou, mesmo sem saber o que estava acontecendo.

Me guiou até seu quarto e nos sentamos em sua cama, ele acariciava meu rosto, enquanto eu tentava parar de chorar.

─ Quer me contar o que aconteceu? ─ Fiz que não. ─ Me conta, não posso ir embora e te deixar assim. ─ Ele disse.

─ I-ir embora? ─ Perguntei.

Ele suspirou e assentiu.

─ Minha mãe me ligou, ela quer que eu fique com ela e o papai, por alguns dias. Eu... sinto falta deles e não quero ser um peso para você, então aceitei. ─ Disse o mais baixo, com um brilho em seu olhar.

─ Que bom que você vai, Jimin. Eu... acho que vai ser bom para você. ─ Se ele estivesse longe, Kang, não poderia fazer nada com ele, certo?

Jimin, sorriu e me abraçou outra vez.

─ Me diz porque está assim, por favor. Eu quero ir, mas quero que esteja bem.

Por mais que insistisse, optei por não contar. Não sabia o que iria fazer, se aceitaria de bom grado, ou não, uma vez, que ele me levaria consigo de qualquer forma.

Não sabia como seria pior.

─ Quando você vai? ─ Perguntei.

─ Hoje a noite, devo ficar umas duas semanas, mas, quando estiver de volta, irei para casa, você não tem obrigação nenhuma comigo, está tudo bem. ─ Ele dizia, assenti.

─ Espero estar aqui, se você precisar de mim. ─ Digo e logo me amaldiçoo.

Jimin, se afastou e me encarou outra vez.

─ Por quê está falando assim? Parece que está condenado, ou algo do tipo. ─ O menor, tinha o cenho franzido e seus olhos atentos aos meus.

Respirei fundo e sacudi a cabeça, odiando o fato de ser tão impotente e fraco.

─ Eu vou voltar, ele sabe onde estou morando e disse que vai me dar uma semana para voltar por bem... ele... fez ameaças e... eu não tenho escolha, Jimin. ─ Coloquei as mãos sobre o rosto e continuei com o choro, sentindo a vergonha me consumir.

As mãos delicadas de Jimin, tocaram as minhas, as tirando da frente do meu rosto. Me olhou nos olhos, preocupado.

─ Você tem escolha. Todos temos. Se voltar com ele, vai estar assinando sua sentença, nada vai mudar, ele não te ama, ele só se sente bem, te fazendo sofrer. Eu sei que você também não ama ele. Por favor, não volte, seja forte, o denuncie outra vez, peça um distanciamento, existem outras saídas, você só precisa ter coragem de seguir uma delas. ─ Aconselhou.

Assenti e suspirei.

Jimin, me fazia querer ser forte, me fazia sentir mais confiança em mim mesmo, mas assim que ele virar as costas, vai tudo por água abaixo. No fundo, não sou eu quem sou forte, ele é, a coragem dele, é que me deixa confiante.

─ Não sei o que vai acontecer, mas, espero que a viagem seja boa para você e que a gente possa se ver, em um outro momento. ─ Sequei as lágrimas nas minhas bochechas.

Pude ver lágrimas se formarem no rosto do loiro.

─ Está tomando a decisão errada, Jungkook. Eu sei como é difícil, sei que é assustador, mas você precisa se levantar contra ele, precisa reagir. Conheço isso, sei que é dependência, medo... você tem medo da solidão, mas ela não é tão ruim, sem contar que você nunca mais vai estar sozinho, eu estarei aqui, pelo resto da vida. Por favor, esteja aqui quando eu voltar. ─ Abaixei minha cabeça e apertei os meus lábios.

O que eu deveria fazer?

─ O que eu faço, Jimin?

O mais baixo, secou sua própria lágrima.

─ Vem cá! ─ Chamou e eu me apertei em seus braços. ─ Ninguém vai tocar em você outra vez. Eu juro.

Mais tarde, Jimin, me fez ir para o banho e ao sair, vi que ele não estava se arrumando para a viagem, estava na cozinha, guardando as compras que fiz.

─ Que horas é seu vôo? ─ Perguntei, me aproximando.

Jimin, deu de ombros.

─ Não irei mais. Amo meus pais, sinto muita saudade, mas eles estão bem e seguros, diferente de você. Você precisa mais de mim, do que eles. ─ Sorriu.

Agora, me sentia ainda pior, estraguei a viagem dele e ainda o coloquei em risco.

─ Jimin, você tem que ir! ─ Pedi.

Ele fez que não.

─ Não vou a lugar algum, nem você. Vamos ficar aqui e se ele quiser entrar aqui, terá que se ver comigo. ─ Se voltou as compras.

Não tinha ideia do que fazer, as falas de Kang, iam e vinham na minha cabeça. Várias paranoias ganhavam vida, imaginava ele fazendo mau a Jimin, outra vez e isso para mim era pior.

─ Já mandei trocar as fechaduras das portas, já avisei ao porteiro que todos, sem exceção, devem ser anunciados e depois que eu tomar banho, nós dois vamos fazer uma nova denúncia. Nada de ruim vai acontecer, eu prometo.

Deixei que ele fizesse as coisas do jeito dele, o ajudei com suas roupas e ele entrou no banheiro.

Diferente das outras vezes, fiquei sentado em sua cama, segurando a camisa que ele vestia mais cedo. Estava ansioso e inseguro, mas agora, só me restava confiar nele, já que fui o causador de sua desistência da viagem.

Logo, ele saiu do banho, com uma toalha na cintura e se assustou ao me ver ali.

─ Eu achei que tivesse ido para seu quarto. ─ Disse, tentando esconder seu peito.

─ Quis ficar aqui... vem, vamos cuidar disso. ─ O mais velho se sentou e com cuidado, apliquei as pomadas e fiz um novo curativo.

Parecia muito melhor agora, a ferida cicatrizava bem e Jimin, quase nunca reclamava de dor.

O mais baixo, estranhamente estava muito calado.

─ No que está pensando? ─ Perguntei.

─ Você é tão cuidadoso e doce, não entendo por que alguém te faria tanto mau.

O ajudei a vestir a camisa limpa e deixei o quarto, para que pudesse vestir sua calça, levei suas roupas até a área de serviços e coloquei para lavar.

Voltei a cozinha e peguei um copo com água e o remédio de Jimin. Levei até o quarto e o entreguei.

─ Pronto para irmos? ─ Perguntou.

─ Aonde vamos? ─ Devolvi a pergunta.

─ Vamos a delegacia, outra vez. Posso te dar um soquinho? ─ Parecia estar falando sério.

O olhei confuso e cocei a nuca, pensando do que se tratava aquela conversa.

Jimin, sorriu.

─ Podemos fazer uma marca, só para eles agirem mais rápido. ─ Encarava sua face, um tanto assustado. ─ Tudo bem, você me bate então, só um soco no canto do lábio, diremos que ele apareceu e me agrediu. ─ Me encarava, esperando uma resposta.

Eu não podia bater nele e não conseguia aceitar que ele me batesse, era estranho e me fazia lembrar de casa.

Pensei por um tempo, enquanto Jimin, me olhava, esperando que eu dissesse algo.

Levei minhas mãos ao meu pescoço e apertei, o mais forte que pude. Jimin, se aproximou, assustado.

─ O que está fazendo? Para com isso! ─ Pedia, tentando afastar minhas mãos.

Soltei, quando o ar já se esvaia de meus pulmões e tossi algumas vezes.

─ Ficou marcado? ─ Perguntei, recuperando o fôlego.

O mais baixo riu e sacudiu a cabeça.

─ Você é meio psicopata. Fez uma boa marca, vamos. ─ segurou em minha mão e descemos, dirigi até a delegacia.

O pai de Hoseok, nos aguardava em sua sala, entramos e nos sentamos de frente ao delegado, que ainda se atentava a seu computador.

Assim que se voltou a nós, abriu um largo sorriso e conversou paralelamente por um tempo.

Logo, contei o que havia acontecido, os fatos verdadeiros e acrescentando um pouco da minha versão mais falsa.

Se eu fosse pego na mentira, poderia ser preso, mas já era tarde para voltar atrás.

Jimin, confirmou o depoimento, afirmando que cheguei completamente abalado e que seguia recebendo ligações e mensagens com ameaças, o que não era falso, realmente acontecia.

─ Dessa vez, eu quero ver aquele desgraçado se livrar disso. ─ Disse o senhor Jung.

─ Espero que ele fique preso dessa vez, senhor, está muito difícil viver dessa forma, tive que cancelar nossa viagem, iríamos visitar meus pais, validar nosso relacionamento, mas esse homem, estragou tudo. ─ Jimin, encenava.

─ Meu sonho é vê-lo atrás das grades, Park. Espero que consiga dessa vez. ─ Confirmou o delegado.

Voltamos para casa e Jimin, cuidou da marca em meu pescoço.

Avisei a Hoseok, que não trabalharia naquela noite, ia contar a verdade a ele, mas ele disse: " Não se preocupe, Kookie, descanse e se recupere do que aconteceu hoje. Vai ficar tudo bem. "

Esse delegado é a maior Maria Fifi que eu já vi na vida.

Jungkook off.

Yoongi on:

Naquela noite, deixei Hoseok, ir sozinho para a escola, não queria ficar ao lado dele, nem correr o risco, de chegar aqui e ser devorado outra vez por ele.

Precisava de um tempo, para organizar minha vida, meus pensamentos. Precisava de um tempo sem o Hoseok, para me encontrar outra vez.

Me apaixonar por ele, foi um erro terrível e eu preciso corrigir, nem que para isso, eu precise me afastar por completo.

Espero que logo, me livre desse sentimento estúpido! Ele não me corresponderá jamais, não posso continuar alimentando isso.

Suspirei, sentindo indignação.

Acabei de admitir que estou apaixonado pelo Hoseok.

Que patético, idiota! Com tantas pessoas pelo mundo, fui me apaixonar justo pelo único que não quer nada com nada.

Desde minha volta, do apartamento de Hoseok, fiquei trancado em meu quarto, para que ninguém notasse o quão triste eu estava.

Mas, minha mãe, como sempre, notou.

Entrou em meu quarto, sem ao menos bater e se sentou ao meu lado na cama, mantive meu olhar baixo, enquanto a mais velha, acariciava meus cabelos.

─ Onde você dormiu? ─ Perguntou, docemente.

─ Com uma amiga. ─ Respondi, ainda sem levar meus olhos, ao rosto dela.

─ E por acaso, você gosta dessa amiga? Ela está te correspondendo, meu amor? ─ Perguntou.

Dessa vez, olhei em seus olhos, com os meus, imersos em pranto. Não conseguia esconder nada da minha mãe e nem queria.

Precisava que ela me desse colo e dissesse que tudo iria ficar bem.

─ Ela só me quer como um brinquedo, mamãe... eu gosto dela, mas ela não sente nada por mim. E eu deixo que ela faça o que bem entender, não sei o que devo fazer... ─ Chorei, deitando em seu colo e recebendo um cafuné.

─ Querido, você sempre acaba escolhendo a pessoa errada, não é? Não se preocupe, se essa garota, for seu verdadeiro amor, ela irá perceber, mas se não for, tem alguém no mundo para você, alguém que vai fazer seu coração bater tão rápido, que vai te fazer achar que ele vai parar, vai te causar arrepios e uma grande euforia. Existe alguém, muito especial para você, Yoon. Você ainda vai encontrar. ─ Ela me disse, deixando beijos em minha cabeça.

Minha mãe, ficou uma boa parte da noite, ali, comigo. Cantarolando canções, como ela fazia quando eu era criança e éramos só nós dois.

Alguém, bateu na porta e eu permiti a entrada, tomando um grande susto, assim que a pessoa abriu a porta e levou seu olhar a mim, era Hoseok.

Reverenciou minha mãe, deixando um beijo em sua testa e me encarou.

─ Você não saiu do quarto, só queria saber se está tudo bem. ─ Hoseok, perguntou.

Assenti e tentei sorrir, para mostrar que não havia nada errado, que estava tudo bem.

─ Não se preocupe, estou bem. Foram só algumas chateações, mas... eu vou lidar com isso. ─ Respondi.

Hoseok, assentiu e deixou o cômodo. Não insistiu e obviamente, não tentou nada, como minha mãe estava aqui, ele nem é maluco.

Quando a mais velha, saiu para seu quarto, tranquei a porta do meu e suspirei.

Hoseok, não iria entrar mais uma vez essa noite. Dessa vez, eu tomarei a decisão certa, não irei permitir que me toque outra vez, se suas intenções são completamente diferentes das minhas.

Por mais que me doa, não irei me entregar mais a Hoseok. 


Notas Finais


Vamos dar um tempinho nas safadezas, parece que tem algumas pessoas se incomodando um pouco.

Vão ter menções, algumas vezes, mas não vai ser muito narrado, pelo menos em alguns capítulos.

Deu um trabalho bom, terminar esse capítulo hein?!

Obrigada por ler. 💜

Volto já.

(Não revisado, por motivos de preguiça)


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