- Derek, não te esqueças que o pack deve estar aí a chegar. – O Stiles disse enquanto estava sentado no sofá a folhear um livro qualquer.
- Eu não percebo o porquê de insistires tanto para lhes contares. A esta hora já todos devem saber. – Respondeu descendo as escadas, acabando de vestir a camisola que tinha ido ao andar de cima trocar e sentando-se ao lado do rapaz.
Depois de há uns dias atrás o filho do xerife sair da consulta, onde constatou que estava tudo bem e que não havia nenhum dano cerebral, decidiram reunir com o pack e contar a todos a novidade.
Breves minutos depois, ouviu-se a porta de metal anunciando a chegada do pack. Tinham chegado todos ao mesmo tempo. De forma automática, o humano e o lobo levantaram-se esperando que todos entrassem.
- Então Stiles, que querias falar com todo o pack? – Scott inquiriu querendo passar a ideia de que não suspeitava do motivo da reunião.
- Bem… – Começou a falar sem saber muito bem o que dizer. – Como já todos devem saber, o Derek esteve para deixar Beacon Hills e eu, mal acordei, saí disparado do hospital para o impedir… – Fez uma pausa. – E eu vim ter com ele ao loft. Mas quando cheguei, isto estava deserto e achei que já era tarde. – Fez uma nova pausa que pareceu demasiado longa.
- Vais chegar a algum lado com isso tudo, Stiles? – Malia perguntou um pouco farta da lentidão com que o humano falava.
- Sim, isto tem um objetivo. – O ex-alfa revirou os olhos já a achar também que ele estava a enredar muito. – Como eu estava a dizer, eu vim ter com ele ao loft e…
- Eu e o Stiles estamos juntos, fim da história. – O lobo decidiu intervir na explicação demorada do companheiro. – Vês!? É assim que se faz.
- Que problema é que têm as minhas explicações? Eu acho que dizem o necessário.
- Achaste necessário dizer ao teu pai que dormimos juntos!?
- Eu devia arranjar um namorado melhor. Um que não critique o que eu faço.
Enquanto os dois “discutiam”, Kira perguntou ao resto do pack em meio de um sussurro:
- Vocês acham mesmo que eles estão a namorar? Parece um pouco difícil de acreditar.
- Por muito inacreditável que pareça, eu ouvi o Derek dizer-lhe, lá no hospital, que o ama. – A Lydia respondeu.
- E eu também já tinha falado com o Stiles antes do acidente e ele admitiu ter sentimentos pelo Hale por isso já esperava a notícia. – O alfa juntou-se à conversa.
- A minha dúvida não é sobre o Stiles, dele eu acredito. Agora o Derek… – Malia ainda se questionava.
- Hey! Essa doeu. – A “discussão” dos dois já tinha acabado e Stilinski ouviu as palavras da rapariga.
- Eu ao início também não acreditava, quer dizer, ele tem uma capacidade incrível de me irritar mas tirando isso é boa pessoa. – O lobo respondeu com um sorriso sarcástico sentando-se no encosto de braços do sofá.
- Eu vou mesmo arranjar um novo namorado. – O humano disse fingindo ter ficado ofendido.
Perante esta reação, o ex-alfa puxou o namorado pela mão para um beijo rápido.
- Pelo que percebi já falaste com o teu pai, Stiles. – Foi Scott quem falou.
- Sim, eu falei. – Respirou fundo por ser um assunto que lhe apertava o peito. – Digamos que não correu muito bem e agora estou temporariamente a viver com o Derek. Eu perdi o meu pai…
Todos perceberam o que tinha acontecido pelo que ficaram sem saber o que dizer. Às vezes abriam e fechavam a boca numa tentativa de falar mas não lhes vinham as palavras certas. Com isto, criou-se um silêncio um pouco constrangedor que foi cortado por uma voz:
- Não perdeste, Stiles. – John estava à entrada do loft encaminhando-se lentamente para perto do grupo.
- Pai… – Foi tudo o que o mais novo conseguiu dizer.
- Se calhar era melhor deixarmos-vos a sós para conversarem. – McCall fez sinal com a cabeça para que o pack o acompanhasse.
- Não é necessário, Scott. Podem ficar aqui. – Fez uma pausa e encarou o filho. – Desculpa Stiles pelo que passaste nos últimos dias mas acredita que para mim também não tem sido fácil. Tu sabes que eu te amo, filho, e tudo o que faço é para te proteger. Tu já sofreste tanto que não quero que te iludas e magoes. Só não quero que nada de mal te aconteça. – Respirou fundo.
- Mas não precisavas de reagir assim. Além disso posso-te garantir que não precisas de ter medo nenhum.
- Deixa-me continuar. – Pediu e o mais novo assentiu. – Não é fácil, sabes!? Não é todos os dias que se recebe a notícia que o filho de 17 anos está a namorar com um homem mais velho. E… e eu fiquei com um pé atrás acerca do que ele dizia ser verdade. Mas depois o Derek veio falar comigo… – O rapaz rapidamente olhou para o companheiro meio confuso por uns segundos enquanto o xerife falava mas logo depois voltou a encarar o pai. – …e eu senti a sua dor. Senti que o que ele dizia era verdade ou talvez tenha sido apenas a segurança que ele transmitia nas palavras. Mas o que estou a tentar dizer é que quero que sejas feliz e se tu, realmente, queres esta relação eu não me oponho. Só te peço uma coisa. Volta para casa.
Por uns momentos o rapaz não reagiu deixando John com muito medo. Medo de ter ferido demasiado o filho e de assim o afastar. Isso era a última coisa que queria. Mas, inesperadamente, Stiles encaminha-se para o pai e dá-lhe um abraço forte como que matando saudades apesar de terem passado muito poucos dias. Era um abraço que para ambos significava que não iam deixar-se ir embora assim tão facilmente.
- Claro que eu volto para casa, pai. – Sussurrou ao ouvido do xerife e lágrimas formaram-se nos olhos de ambos.
Stiles não podia estar mais feliz. Apesar de terem passado poucos dias desde a conversa com o seu pai, ele tinha sofrido muito. Os seus pesadelos tinham sido dominados pela ideia de já não ter o apoio do seu pai. Mas agora, essa tormenta dissipar-se-ia. A angústia de já não ter o seu único familiar consigo foi imediatamente substituída por pura felicidade. E tudo graças ao homem que ele ama. Que por ser um amor correspondido não conseguiu vê-lo sofrer. De facto, não podia ter escolhido melhor pessoa para se apaixonar. Agora, sim, sentia-se completo.
Hale estava igualmente contente. Era uma sensação ótima ver o seu amado completamente realizado e por ter contribuído para que fosse possível. Com esta reconciliação, a crença de que as suas histórias amorosas passadas não se iriam realizar crescia. Ele finalmente podia entregar-se à esperança.
E assim, passaram a tarde todos juntos a conversarem principalmente sobre o novo casal e explicando como tudo aconteceu.
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