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História "SAVE ME" tae.kook - Cap 2 - Nunca tive


Escrita por: diskvantae

Notas do Autor


Eu ia esperar até amanhã pra terminar de escrever o 2° capítulo mas... a emoção foi demais e eu não aguentei! Aqui está mais um, escrevi com um carinho enorme, e para confessar, eu meio que me identifiquei com a Kelsey. Espero que gostem!

Capítulo 2 - Cap 2 - Nunca tive


— Tae, querido! — tia Jess jogou seus braços em volta de mim, tascando-me um beijo na testa. Retribui, na verdade eu gostava muito da tia Jess, ela sempre foi legal comigo quando a praga do Jungkook me atormentava. — Senti tanta saudade!

— Eu também tia, sinto falta do seu japchae.

— Oh, então vai gostar da surpresa, eu preparei só para você quando chegar — disse pegando uma das malas, mas logo fez uma careta de dor.

— Deixa, eu faço isso — tomei-a de suas mãos e a acompanhei até o carro, depois de tudo pronto, partimos.

Vi minha casa desparecer ao dobrar uma esquina, afundei-me no banco e deixei-me levar por uma música que tocava baixa no rádio. Minha tia estava mais sorridente do que o normal, talvez seja pelo fato de ter uma outra companhia em sua casa além de Jungkook e a irmã Kelsey, de 6 anos. Para falar a verdade, eu não me lembrava muito da Kelsey, ela ainda era um bebê quando a vi pela primeira e única vez no casamento de uns primos distantes, lembro-me daqueles dois olhinhos escuros me encarando com curiosidade.

— Então, Tae, Jungkook está muito feliz por você vir morar conosco — pigarreou.

— Jura? — Não consegui disfarçar a surpresa. Tipo... o que?

— Sim — ela confirmou de um jeito estranho, quase que contragosto, então baixou o olhar, o que sempre fazia quando tentava mentir. Ela não era muito boa com mentiras desde que a conheci. Ela estava tentando limpar a barra do Jeon Jungkook, sabia que já que iríamos morar juntos, tínhamos que ao menos nos dar bem.

O silêncio se instalou no carro, o que era meio estranho, Tia Jess adorava conversar, e vê-la calada, ansiosa até, era estranho. Todo o percurso até sua casa pareceu uma eternidade. A casa era do mesmo jeito que eu me lembrava, moderna, e grande o bastante para alguém se perder ali — e foi exatamente o que aconteceu comigo —, parecia aquelas casas que você vê em catálogos de decoração. Pelo que escutei da minha mãe, ela tinha se divorciado logo quando a Kelsey nasceu.

Ela abriu a porta e a primeira coisa que vi foi um vulto pequeno correr em nossa direção. Olhei para baixo e descobri uma garotinha sentada no meu pé direito, abraçada a minha perna. Ergui as sobrancelhas.

— Olá, me chamo Kelsey — sua vozinha fina ecoou pelo cômodo.

Esbocei um sorriso.

— Kells — tia Jess a repreendeu —, deixe Taehyung em paz, ele acabou de chegar.

— Não, está tudo bem — me agachei para apertar sua mãozinha estendida. — Me chamo Taehyung.

Kelsey riu de forma angelical e começou a cantarolar e pular pela sala. Acompanhei minha tia até um quarto vazio, a não ser por uma cama e um guarda-roupa, no segundo andar. Abri uma porta e descobri um banheiro.

— Não precisa arrumar suas coisas agora, ou seu japchae vai esfriar — ela sorriu e desapareceu escadas a baixo.

Desci feliz pelo japchae até o penúltimo degrau, onde a felicidade se dissolveu feito água em mãos de um homem com sede em um deserto, foi quando ouvi uma voz conhecida. Minha espinha gelou, ao lembrar das vezes em que voltei para casa chorando porque o Jeon havia escondido meus carrinhos.

— Mãe, você viu o meu... — sua voz morreu quando seu olhar pousou sob mim. Jungkook havia mudado desde a última vez que eu o vi, a 6 anos atrás, agora seus cabelos não eram mais castanhos e sim negros, logo seus olhos também haviam escurecido e seu nariz estava um pouco salientado, mas não de um jeito feio, ele estava mais bonito. Sorriu e acenou, educado. — Ah, oi.

— Oi — respondi meio seco, desconfortável. Ele percebeu, e seu sorriso se tornou um pouco forçado, como se lutasse para não fazer algum tipo de expressão.

Fitamo-nos por um tempo. Por quê ele estava me encarando?

A voz da minha tia me trouxe de volta ao mundo real, ela dava uma bronca em Kelsey por ela estar pulando no sofá. Passei por Jungkook, inexpressivo, e segui direto para a cozinha. Sentei-me e me servi com uma porção de japchae. Aos poucos, Kelsey e Jungkook foram se aproximando e se juntaram a mim e a tia Jess.

— Tae... — começou tia Jess — ...você está ansioso por mudar de universidade?

— Na verdade não — respondi normalmente.

— E você não vai sentir falta dos seus amigos? — Ela perguntou.

— Nunca tive.

— Nunca teve o quê? — Jungkook, meio confuso, quis saber.

— Amigos — tornei a responder com naturalidade, aquele assunto já não me incomodava mais. Apenas aceitei a realidade.

— Oh — tia Jess deixou escapar.

Levei um pedaço de carne a boca e dei um sorrisinho para mostrar que estava tudo bem, mas ele ainda estavam apreensivos, até mesmo Kelsey ficou me encarando com o garfo na metade do caminho à sua boca.

— Sinto muito — ela disse com uma expressão de pena.

Terminei de mastigar e sorri.

— Está tudo bem.

Não, não estava tudo bem, mas eles não precisavam saber disso.

Ninguém disse mais nada, então voltei a comer meu japchae.



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