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História Say It - Jeon Jungkook - Capítulo 12


Escrita por: Camelias

Notas do Autor


Voltei anjinhos.


E como assim estamos com 106 favoritos?!
Muito obrigada, de verdade mesmo, vocês não sabem o quanto eu estou feliz!
🤍🤍🤍🤍🤍


Aproveitem o capítulo 💋

Capítulo 12 - Capítulo 12



 Capítulo 

 12 





 Desejos e pedras. 







 POV’S JEON JUNGKOOK. 




 



 Eu cresci dentro do universo dos Aboleos. Sempre foi parte de mim, sempre foi quem eu sou. Lembro da minha desordem começar a ficar “incontrolável”, quando eu tinha seis anos. Henry já era meu amigo nessa época, e por ironia do destino, ele já sabia de sua desordem a muito tempo. Acho que foi aí que a nossa amizade se tornou mais forte, nos dávamos bem, morávamos do lado um do outro e tínhamos algo em comum que não tínhamos com os outros. Éramos diferentes.Demorou alguns anos para que conhecêssemos o restante da colônia. 

 Colônia. 

 Era como tínhamos chamado o nosso grupo de amigos. Não sabíamos qual nome daríamos, ou se daríamos um nome, mas sabíamos que não éramos apenas um grupo de amigos. Com o passar dos anos alguns dos meninos começaram a trazes gente nova. Primos, irmãos, amigos. E assim o grupo foi crescendo. Chamamos de colônia porque somos assim, uma colônia de sobreviventes que trabalha juntos. Éramos ingênuos na época, e ao fazíamos ideia do que sofreríamos pela frente. 

 Quer um conselho? Nunca duvide do universo. Ele é o maior filho da puta que existe. 

 Sou filho único, de dois verdes. Um saco. A razão reina na minha casa, e por incrível que pareça meus pais são incrivelmente felizes. Talvez esse fosse o principal motivo pelo qual eu passo noventa por cento do meu tempo na casa de Henry. Os outros dez por cento eu passo na colônia. Não era como se odiasse a minha casa, ou não me sentisse bem nela, muito pelo contrário, eu amava aquele lugar. Só era chato quando seus pais insistiam em algo que você não quer para a sua vida. Ou para o momento em que você está. 

 - Deixa eu adivinhar. - Rose estava deitada em sua cama. - Casamento? - Eu revirei os olhos e ela gargalhou. 

 - Você ri porque não são seus pais. - ela me cutucou com o pé. Me retirando uma careta de nojo. 

 - É impressionante o quanto eles não te conhecem. - ela se sentou ficando de frente para mim, ainda na cama. - Você vai morrer sozinho desse jeito. - ela riu mais uma vez. 

 Rose era bonita, linda na verdade. Era radiante e tinha uma bondade gigante, lembre de uma vez que ela viu uma borboleta morta, chorou por duas semanas. Ela e Hoseok são muito parecidos, até de mais. Meu primeiro beijo foi com ela, e a primeira vez também. Temos a mesma idade, e tudo, literalmente tudo, diz para ficarmos juntos. Se não fosse por um único motivo. 

 Dois corações pertencentes à pessoas diferentes. 

 - E você também, ou já se esqueceu? - seu sorriso morreu e o meu cresceu. 

 - Pelo menos eu não fiz promessa nenhuma quando tinha doze anos. - arqueei uma sobrancelha. - Eu sei seus pontos fracos Jungkook. - ela riu. 

 Existem duas pessoas que confio de olhos fechados. Henry e Rose. São meus confidentes, conto tudo a eles, e espero que o restante da colônia não saiba disso, não estou a fim de resolver mais um problema. Suspiro cansado. Tudo estava me cansando nos últimos dias, tudo me tirava o sono. Principalmente depois de descobrir que sou um descendente dos guardiões. Eu só queria encher a cara em uma festa, transar com alguém, e no outro dia não me importar com nada. Essa era a minha vida. 

 Eu ia para festas, dormia com quem eu queria e ia embora sem dar satisfações. Odeio satisfações, me sinto preso. E tem mais de um mês que não vou a festas, e que não transo. Talvez meu mau humor e estresse seja isso, falta de sexo. Ainda bem que Rose não lê pensamentos, ela brigaria comigo e diria que eu só penso em peitos. Ela era doce e ingênua de mais, para alguém que já fez coisas promíscuas de mais. 

 - Está preocupado, né? - sua voz ecoou pelo quarto. 

 - E tem como não estar? - retruquei rude. Mas ela já estava acostumada. 

 - Não é o fim do mim Jeon. - me levantei da cama. Precisava andar. 

 - Me diz Rose, como eu vou liderar uma espécie inteira? - ela também se levantou. 

 - Você é bom em dar ordens. Só não é bom em obedecê-las. - Ela era boa nos argumentos, mesmo que eles não mudassem em nada a minha opinião. 

 - É irônico. O líderes dos Aboleos ser alguém que não consegue controlar seus desejos. - ela bufou. 

 - Já passou da hora de você resolver essa merda de promessa. - ela riu. - Vocês tinham doze anos, não deveriam levar isso tão a sério. - ela riu tentando me passar conforto.

 - Já tínhamos idade o suficiente para saber oque promessas significam para nós. - fui até a porta. 

 Eu precisava resolver algumas coisas, e Rose não poderia me acompanhar dessa ver. Ela era boa em conseguir distrações enquanto eu pegava algo, mas oque eu pegaria agora, talvez não fosse bom que ela visse. Se é que me entende. 

 - Eu tenho que ir agora. - deixei beijo em seu rosto. - Nos vemos na colônia. - ela abriu a porta para mim.

 - Vê se chega sóbrio, o treino vai ser importante. - ela riu da minha cara. Como sempre fazia. 

 Minha relação com Rose era diferente do que todos imaginam. Confiamos um no outro, e isso era maior do que tudo. Não saiamos transando a todo momento, na verdade só fizemos isso duas vezes, e tínhamos quinze anos. Depois daí, entendemos que não éramos compatíveis dessa forma, preferimos continuar nossas vidas como amigos. Dois meses depois ela se juntou oficialmente à colônia. E era bom tê-la por lá, ela trazia alegria para a casa quando Hoseok não estava, e quando estavam juntos, bom, era uma explosão de alegria. Eram compatíveis em todos os sentidos. 



 [...]



 - Já vai? - a voz fina de mais se fez presente no quarto. 

 - Já. - me apressei em colocar a minha roupa.

 - Achei que ficaria aqui essa noite. - tentou me abraçar por trás. 

 - Não dessa vez. Tenho compromisso agora. - Não me importava se Celine acharia que era outra foda marcada para daqui cinco minutos, ou uma reunião importante. 

 Eu realmente não me importava com oque pensavam de mim. E pude constatar que oque ela pensava era a primeira opção, já que seu rosto se contorceu em raiva. Sai do quarto antes mesmo que ela dissesse mais alguma coisa. Satisfações, eu as odiava. Esse era o problema nas últimas semanas, venho tendo que dar satisfações de mais para pessoas de mais. 

 E só existe uma única pessoa no mundo que me obriga a dar satisfações, e a única a qual eu não reclamo de fazer. Minha mãe. Todo o resto são pessoas curiosas, e prontas para usar isso contra nós. Meu carro deslizava pela estrada de forma rápida, eu estava um minuto adiantado. Chagaria a tempo de assistir ao treino de S/N. Era isso que eu fazia a dois meses. Observava ela. 

 Toda a colônia, sem excessão, estão completamente vidrados nela, preocupados com ela. Aquele merda no pendrive deixou todos paranóicos. E só piorou quando a desordem dela apareceu. Henry já é protetor de mais com ela sendo alguém normal, depois de tudo então? Ficou pior ainda. Tudo e todos que chegam perto dela são uma ameaça, aos olhos dele. Chega a ser assustador. Ele tem traumas, tem medo que ela caia de novo, que se machuque de novo, e por isso a proteje como se fosse uma porcelana, e ele se esquece de que ela tem a própria vida. 

 Durante toda a nossa vida sempre treinamos para caso algum dia, algo aconteça. E agora, treinamos a S/N, porque sabemos que algo vai acontecer. Jin, Jisoo e Namjoon não dão muitos detalhes, são sucintos quando nós dão alguma informação do que sabem, e isso nos deixa cada vez mais em alerta.

 Talvez minha insônia e estresse não fosse apenas pela falta de sexo. 

 - Está atrasado. - Jimin abriu a porta.  

 - Falta meia hora pra’ ela chegar. - Passei por ele e me juntei aos outros na sala. 

 - Mesmo assim temos coisas para conversar. - Ele sentou no outro sofá. 

 - Taehyung conseguiu pensar em um treino que a prepare de forma mais intensa. - Hoseok comentou. 

 - Vai demorar quanto tempo? - olhei para o verde na minha frente.

 - Vai dar tempo. Ainda temos um mês. - Jisoo disse calma. 

 - Achamos que temos um mês. - Henry retrucou, recebendo um olhar aniquilador da mais nova. 

 - Não vamos entrar em pânico. - Namjoon se pronunciou. - Ela é boa, muito boa. Não vai demorar Lara que esteja realmente pronta. 

 - Como espera que ela aguente tudo isso depois de descobrir sobre a descendência? - Yoongi, com seu típico estresse. - Tá tudo caindo sobre nós, e tem dois meses que ele descobriu oque é. - Ele estava certo, não seria fácil. Para ninguém. - Tivemos sorte em conseguir o pendrive a tempo. - Taehyung riu. 

 - Tivemos sorte do Jungkook ser irresponsável? - Nem nossas desordem eram capazes de superar a trica d silhares entre nós. 

 Jin resolveu dar um basta na conversa antes que algo saísse do controle. Tínhamos que nos preparar para mais um treino, hoje todos participariam, tentando de alguma forma fazer parecer que não era nada de mais, ao mesmo tempo que procurávamos respostas para coisas muito grandes. 

 



 S/N treinou durante boa parte da noite, eu estava exausto. Já que mais uma vez tive que apenas observar. Oque em partes era bom, se eu odiava dar satisfações, imagina ter alguém lendo minha mente. Eu odiaria ainda mais. 

 Ela estava mais cansada hoje, talvez triste. Chuto ter sido por causa de ontem de manhã, uma coisa que minha desordem me concedia era ter uma boa percepção das coisas, me concentrava e tudo parecia estar literalmente na minha frente, colado a mim. Sons, cheiros, visão, literalmente tudo. Então foi fácil saber do que se tratava a conversa dos dois em frente ao colégio. Era ridículo como ela não entendia oque ele queria. 

 Era óbvio para qualquer um que prestasse o mínimo da atenção. Ele queria ela, de todas as formas, queria que ela fosse uma posse dele. E para isso acontecer tinha que ganhar a confiança da família dela. Se você tem a família do seu namorado ao seu lado, você tem todo o controle da relação. E era isso que ele queria, controle sobre ela, controlar ela. Assim eles seriam o casal perfeito, só não entendi quem era a terceira pessoa na história. Não imagino S/N traindo alguém que ama, e ela parece o amar. 

 - Tá olhando de mais. - Aquela voz me irritava ao mesmo tempo que me ajudava. 

 - É a minha função. - cruzei os braços. 

 - Não é a sua função encontrar com ela no meio da noite, em um bosque. - o olhei e ele retribuiu o olhar. - Oque faziam lá? 

 - Eu não te devo satisfações. - Seus olhos pegaram fogo. 

 - Quando se trata da minha irmã, sim, você deve sim. - sibilou entre dentes. - Ultimamente parece que você anda se esquento de que ela é minha irmã. - Acusou. Henry ficou desconfiado de mim a alguns dias, quando os dois brigaram. E eu já estava de saco cheio. 

 - Não Henry, Eu não esqueci quem ela é. Porque você não deixa ninguém esquecer que ela é a porra da sua irmã. - passei as mãos pelo cabelo. Minha cabeça começa a latejar. - Você tem que parar com essa paranoia. Não é como se eu fosse enfiar ela em um quarto a qualquer momento. - minha voz estava áspera. Um sinal de que eu perderia a cabeça se continuasse a discutir. 

 - Acontece Jeon, que eu sei bem o tipo de cara que você é. - apontou para o meu peito. 

 - Então sabe que eu não quebro minhas promessas. - irritado. Furioso. 

 Henry conseguiu me tirar do sério pela terceira vez na semana, e ainda era terça-feira. Ele estava ficando paranoico, como se S/N fosse quebrar a qualquer segundo. Céus, ele não percebe que ela namora? E que já fizeram mais do que se beijar? Porque isso era óbvio lata qualquer um que visse os dois juntos. Eu precisava sair dali, antes que arrebentasse a cara dele. A minha desordem era traiçoeira. 

 - Acha que não sei que foi todos os dias no hospital naquela época? - falou um pouco mais alto, eu já tinha me afastado. 

 - É claro que eu fui. - me virei irritado. Não sou de fazer boas ações, e quando faço não são de boa vontade. Mas nunca duvide de algo que eu fiz por amor. - Eu fui todos os dias vê-la, porque o imbecil do irmão dela não foi. A família dela não foi. - ele se aproximou de mim. 

 - Não quebre a sua promessa. - Sussurrou. - Ou eu mato você Jeon. - me fuzilou com os olhos. 

 Namjoon o chamou. E a sorte de todos naquela propriedade era que alguém tinha nos tirado de perto um do outro. Ou veriam do que duas desordens em guerra causariam. Era ridículo a postura que ele estava tendo. Oque ele pensa de mim? Eu sou o melhor amigo dele, ele deveria saber quem eu sou. E isso foi a gota d’água para o meu dia piorar em níveis grandes. 

 Rose me olhava através do vidro da porta. Ela sabia oque acontecia, e por sorte S/N estava de costas, não tinha visto nada. Rose sempre soube só ciúmes de Henry, e sempre soube do que a promessa se referia. Eu pude ver pena e força em seus olhos, ela também estava presa ao destino. Eu ri em escárnio. Somos dois perdidos em meio a um evento. Mas parece que só ela sabe o caminho para nós tirar daqui. Parece que só a rose tem a chave que destranca tudo, só não sei como ela ainda está perdida. 



 [...]



 

 Quer outro conselho? Nunca deixe que sua insônia de domine. 

 Viver em um mundo onde não se pode confiar em ninguém, onde não pode ser alguém normal, é a pior das sensações. Minha briga com Henry reviveu memórias antigas no fundo da minha mente. Memórias que eu preferia esquecer. E toda vez que isso acontecia, eu ia até o bosque. Não tinha nada de mais aqui, nunca tentada aqui. Não sei porque ele brilha para mim todas as noites, mas nunca é nada. Talvez seja só a minha mente confusa. 

 Uma das lembranças me atormentou por anos todas as noites. Eu fechava os olhos e via o sangue. Saindo da cabeça dela. Todas as noites, o som da cabeça dela batendo no chão, dos gritos do parceiro de dança, eu lembro de tudo toda vez que durmo. Por isso ia todos os dias no hospital sem que ninguém soubesse, porque eu era o único lá. Era muita hipocrisia a mãe dela cobrar tanto que ela treinasse e fosse a melhor de todas, mas ela nunca foi em nenhuma das apresentações. Nenhuma. Nunca, e nem ninguém. S/N sempre estava sozinha, em todas as apresentações, em todas as premiações, em todos os testes. Porque eles nunca iam, mas sempre comemoravam.

 O pai dela me pediu isso. Ele sempre quis ir, mas sempre foi ocupado de mais com coisas que ninguém sabe ou entende, então ele me pedia para que eu fosse e fizesse companhia para ela. E eu fui, só que ela não sabe disso. Não queria que ela me visse ali, porque saberia que eu me importava, mesmo que pouco. Não sou o tipo de pessoa que faz esse tipo de jogo, não implicaria com ela porque a quero. Isso sempre foi, e ainda é, algo causado pelo nosso DNA, e eu não tenho controle disso. 

 Fomos criados para nós odiar. 

 Mas quando ela caiu, partiu a cabeça em três locais diferentes. Ninguém estava lá por ela, e isso mexeu com algo dentro de mim. Algo que eu não sei explicar, que não quero explicar, porque não quero imaginar coisas. Ela ficou praticamente em cima por meses, e ninguém ia lá, porque ela era um fracasso, uma vergonha. Eu já fui a vergonha da família por muito tempo, e olhar que eles nos dão não é, nem de longe, oque um filho prodígio como ela gostaria de receber. Não é oque ela aguentaria ver. 

 E aqui estava eu mais uma noite, em claro. E no bosque. Ele sempre me trazia até aqui, no exato lugar onde eu posso ver a janela de ambos os quartos. O de Henry e o de S/N. Só um deles estava acordado, ou pelo menos não se importava em mostrar que estava. Fiquei olhando a cortina bilhar com a luz do quarto, era a única coisa que eu via. Não era um costume, na verdade era a segunda vez que isso acontecia. A primeira foi ontem, e foi tão estranho quanto hoje. 

 - Se tornou um hobby vir até aqui? - meu coração disparou com o susto. Mas não demonstrei, seria como ouro para ela. 

 - Não sei porque ainda se incomoda. Eu vivo aqui a muito tempo. - revirei os olhos. Ela me causava isso, ao mesmo tempo que me puxava ela me retraia. Sem nem mover um único músculo. 

 - Entra no bosque comigo? - meus olhos se arregalaram. 

 - Oque quer lá dentro? - coloquei minhas mãos no bolso da calça.

 - Quero saber o porque ele brilha. E sei que não é perigoso, porque você passa por ele para chegar até aqui. - ela era uma boa observadora. 

 Eu repassei todos os prós e contras, e tinham muito mais contras do que prós. Isso por si só já seria motivo o suficiente para manda ir dormir e me deixar em paz. Automaticamente meus olhos foram até a janela do quarto com a luz apagada. Ele estava dormindo, eu espero que esteja. Ele tinha que estar porque se não, eu estaria morto. Voltei o olhar para ela novamente, e observava o bosque como se fosse a coisa mais fascinante do mundo. E aquilo me deu tédio. 

 - Vai logo. - ela me olhou animada. 

 - Sério? - concordei. 

 - Tem que ser rápido e o seu irmão não pode nem sonhar com isso. - Comecei a andar na frente. 

 Ela era menor do que eu, oque fazia com que tivesse que andar mais rápido para me alcançar, e aquilo estava me divertindo. Poderia ser divertido esse passeio. Era só deixar a desordem domar controle. Eu ouvia seus passos rápidos, profundos e desajeitados atrás de mim. Era óbvio que ela nunca tinha entrado no bosque, então não sabia se olhava por onde pisava, se olhava para mim para saber onde deveria ir, ou se controlava seu fôlego. Um completo desastre. E eu segurei uma risada. 

 - Vai mais devagar. - Protestou ela.

 - Não queria ver o bosque. Aqui está. - abri os braços enquanto andava. 

 - Eu não estou vendo nada. Porque você está andando rápido de mais. - ela parou de andar.

 - Não está vendo nada porque está de noite. - ela bufou. 

 - Foi uma péssima ideia. - começou a voltar por onde vínhamos. 

 Eu sabia que era birra dela, e sabia que ela se perderia. Então eu tinha duas escolhas, ajudar ela, ou deixar que se perdesse. E eu escolheria a segunda opção, se não estivesse de noite. Andei até ela é segurei um de seus braços. 

 - Tenha paciência, coração. - ela granizo o senho. - Mais dois metros e tem uma área plana, que da para ver as estrelas. - falei enquanto andávamos. 

 Ela não soltou seu braço de meu aperto leve, na verdade ela enlaçou nossos braços e tentou se aquecer. Estava frio, mais do que nas outras noites, e ela não tinha muitas roupas além de seu pijama. Não retrucou, ou falou durante o caminho. Andamos am silêncio e essa sem dúvidas, era a melhor opção. Falar as vezes era o problema, as palavras podem estragar um momento. 

 - Chegamos. - parei de andar assim que chegamos na pedra.  

 Era a única parte desmatada do bosque, ele tinha uma única pedra grande no centro, que tinha a forma exata de um puff, eu gostava de vim aqui quando era pequeno, era o lugar onde eu e Henry treinávamos nossas desordens. Foi onde ele me ensinou a controlar minha desordem. 

 - Vai me dizer que aqui é o seu lugar secreto? - brincou assim que nos sentamos na pedra. 

 - Eu não tenho lugares secretos, e mesmo se tivesse. - olhei para ela. - Você seria a última pessoa que eu levaria. - Sorri, da forma que eu sabia que ela odiava. 

 Revirou os olhos e olho para as estrelas. Ela ficou em silêncio, como se pensasse em um filme. Aquele lugar não tinha nada de especial, mas ela sorriu triste como se quisesse que tivesse alguém ali. 

 - Oque você faz quando não quer pensar em alguém que gosta muito? - me pegou desprevenido com a pergunta. 

 - Terminou com seu namoradinho otário? - eu sorri em escárnio e ela me deu um tapa. 

 - Estou falando sério Jungkook. - Eu ri Mais uma vez.

 - Eu também. - ela bufou. Era uma boa pergunta, acho que eu saberia a reposta. Já tive uma namorada quando mais novo e foi difícil aceitar o término. - Eu dormi com a cidade inteira. - dei de ombros e ela me olhou assustada. 

 - Tá falando sério? - concordei com a cabeça. Ela continuou me olhando como se a ideia não fosse tão maluca assim.

 - Se for começar a sair com a cidade inteira, nunca deixe seu irmão descobrir que essa ideia veio de mim. - ela riu. Alegre, como não fazia desde ontem. 

 - Eu não estou cogitando essa hipótese. - Que pena. - Isso não é uma pena Jungkook, é dignidade. - arregalei meus olhos.

 - Leu meus pensamentos? - foi a vez dela rir divertida. E concordar. - Nunca mais faça isso, é horrível saber que oque eu penso não é ouvido só por mim. - a olhei incrédulo quando ela riu mais uma vez. 

 - Foi divertido. Você estava distraído então não foi difícil entrar. - eu pisquei algumas vezes.

 Ela era ardilosa quando queria. Traiçoeira. Daria uma boa vilã de filme de fantasia. Doce, gentil, bela, educada, observadora, calculista, estrategista. Comecei a odiar algo nela, sua desordem. 

 - É divertido porque ninguém lê a sua. - ela me fez rir com a sua risada. 

 - Porque não gosta do Austin? - Mais uma pergunta que me pegou desprevenido. 

 - Tá lendo meu pensamento? - a olhei nos olhos. 

 - Não. Não vou mais ler sem que saiba. - concordei. 

 Porque ele pode tocar em você. 

 - Porque ele parece ser babaca. Igual eu era na escola. - ela riu e negou. 

 - Igual você ainda é. - concordei. Eu gostava de ser um babaca as vezes. Era o meu disfarce. 

 Em silêncio, ela pegou em meu pulso, e observou a pulseira que tinha ali. Seu tive era macio, delicado e quente. Ela olhou para o pingente e brincou com ele. Porra, como eu queria que a desordem falasse mais auto do que o lado humano agora. 

 Ela tinha crescido. Não era mais a garotinhas que ficava brava por não poder brincar na casa da árvore com os meninos. Não era mais a garota que caiu a dois anos, não era mais a menina que não sabia de onde vinham os bebês. Não mais inocente da forma que Henry ainda a via. Ela tinha crescido, era uma mulher agora. E, droga. Eu reparei nela, no corpo dela, da mesma forma que reparei no de Celine hoje de tarde. E graças aos céus ela não leu a minha mente agora. Porque eu imaginei muitas coisas com ela. 

 Espero realmente que Henry esteja dormindo agora. 

 - Porque temos que usar isso o tempo todo? - se referiu a pulseira com a flor de nossa desordem. 

 - Uma identificação. Como se fosse o nosso número de telefone. Nosso DNA. - seus olhos se fixaram nos meus. 

 Mas diferente dela que só olhava para os meus olhos, os meus foram mais além. Passando por todo o seu rosto, principalmente na boca. E eu engoli a saliva que aumentou dentro da minha. Eu sabia como eu era, sabia dos meus instintos e sabia como eu agia. Sei que se continuar ali, eu vou fazer uma merda muito grande, mas tinha algo ali. Me puxando e me prendendo, como um imã. 

 E eu fui, cedendo ao imã que me atraía até sua boca. Ela não recuou quando me viu aproximar cada vez mais. Só ficou imóvel, olhando para mim, como se me desse permissão. E eu continuei. Até chegar onde eu queria. Em seus lábios. 

 Macios, doces, bons. Caralho, era muito bom. Ela sabia oque tava fazendo, e eu também, sabíamos que queríamos aquilo, mesmo nos odiando, sabíamos que naquele momento nos desejamos como nunca tinha passado em nossas mentes antes. Nos envolvemos no beijo, minhas mãos em sua cintura, as dela na minha nuca, e tudo oque sentíamos era aquele momento. Tudo se desligou, principalmente nossas desordens. 

 E quando findamos o ósculo. A fixa caiu. Ela arregalou os olhos e eu desci da pedra. 

 Porra Jungkook! 

 Finalmente tínhamos cedido à tentação e então, percebermos, o porque nascemos incompatíveis. 

 Porque até mesmo em meio aos desejos mais profundos. Em meio à promessas mais fortes. Sempre seríamos incompatíveis, sempre cairíamos no buraco que era a nossa convivência. Sempre iríamos repelir um ao outro. Era nítido no rosto dela, e no meu também, o quanto tínhamos errado e o quanto nós arrependíamos disso. 

 E mais uma vez eu fiz jus à minha fama. 

 E pela primeira vez, não cumpri com a minha palavra.


Notas Finais


O beijo saiu!!!!

Finalmente os dois tiveram um gostinho um do outro Akkakakaka



Tem tanta pista nesse capítulo, quero saber oque acharam.



Espero que tenham gostado e desculpe os erros ortográficos.

Se cuidem por favor!



Beijinhos.



Bye bye 🤍💋


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