TAEHYUNG POVS
— Vocês tem certeza disso, Taehyung? — suspiro pela milésima vez ao ouvir meu tio do outro lado do telefone dizer.
— Quantas vezes terei que dizer que sim? Jeon também concorda. — digo observando o alfa que conversava com Hoseok.
Hoseok nos acompanhava sempre. Eu sentia falta de Namjoon, mas como ultimamente eu estava mais em Busan do que em minha cidade, eu preferi que o mesmo permanecesse Daegu, além de que ele também está acompanhando meu tio Seokjin.
— Tio, o senhor me conhece mais do quê ninguém. — murmuro para o mais velho. — Por favor, tio. — imploro novamente.
— Tae, eu até entendo, mas sabe como é sua mãe! O que meu irmão e minha cunhada diria sobre isso? — resmungo entediado.
— Seokjin, é o meu casamento. — bufei impaciente. — Nós não escolhemos nada. Eles só estão planejando uma cerimônia segundo seus próprios gostos.
— Mas Taehyung...
— Se não quiser fazer, é só dizer, eu e Jeongguk procuramos outro. — digo já irritado. — Mesmo que isso não seja cem por cento verdadeiro, ainda é meu casamento, e eu quero que seja feito do nosso jeito. — vejo Jeongguk se aproximar e reviro os olhos para as falas de Seokjin.
— O que houve? Ele não aceitou? — Jeongguk perguntou baixo e peço para ele esperar.
— Se estiver com medo da sua cunhada, deixa que eu me viro com ela. — tento mais uma vez. Quando o ouço suspirar do outro lado, prendo um sorriso.
— Tudo bem, Tae, eu faço. -— faço um legal para Jeongguk, animado, e o alfa sorri ladino antes de voltar para sua conversa com ômega ruivo. — Porém primeiro fale com o meu irmão e sua mãe, assim que estiver tudo certo, nós falaremos sobre o que vocês irão querer.
— Pode deixar, tio, obrigado.
— Certo. Agora, cadê sua irmã? — pergunta e reviro os olhos.
— Não sei. — dou de ombros mesmo sabendo que ele não pode ver.
— Vocês brigaram? — sinto preocupação na voz do mais velho. Já perdi as contas de quantos suspiros soltei, desde o começo do dia. Estou cansado!
— Não, mas eu me cansei dela! Hoje fomos no tal restaurante para decidir o cardápio e só sei que fiquei irritado, porque eu não decidi nada. Nem ela, nem a gerente perguntou o que eu realmente queria. — desabafo sob o olhar do moreno e o ruivo. — Só tinha coisas que nossos pais queriam.
— Entendo, meu manhosinho, mas não fique com raiva da nossa alfinha. — diz manso e murmurei um tudo bem. — Ela não fez por mal.
— Eu sei que ela não fez por mal, mas ela nem se lembrou que precisava da minha opinião e não um só: "está bom ou gostoso" para decidir que seria aquilo. — volto o olhar para Jeongguk e Hoseok, esses que riam enquanto conversavam com duas crianças. — Ela nem percebeu que tinha amendoim e nozes em alguns doces, e pimenta em alguns alimentos. Lá tinha mais coisas que poderia nos matar do que nos alimentar, Seokjin.
— Seus pais não escolheriam algo que pudesse prejudicá-los... Ou escolheriam?
— Eles não nos conhecem direito, Seokjin, então eles seriam capazes, mesmo sem saberem. — retruco sem ânimo. — Eu vou desligar agora. Eu, Jeongguk e o Hobi precisamos resolver algumas coisas.
— Okay, boa sorte, emburradinho. — deseja e desliga a chamada.
Guardo o celular enquanto caminhava em direção aos outros dois. Quando me aproximei o suficiente, vi duas meninas e uma jovem, e acabo por ouvir a conversa.
— Você é ainda mais bonito de perto, príncipe Jeon, parece com os que minha mãe costuma ler pra mim. — a menina de cabelo amarrado em chiquinhas e vestida com um vestidinho rosa comentou tocando o rosto do moreno.
Para não interromper, eu fiquei um pouco mais distante observando o jeito que o alfa estava. O mais novo tinha os joelhos flexionados, o fazendo ficar meio curvado na altura da criança e o Hobi estava ao seu lado - com a postura reta - atento a qualquer aproximação indesejada ao príncipe, já que do lado de fora se encontravam algumas pessoas nos observando.
— Seu casamento vai ser que nem nos contos de fada? Bem lindo e grande assim? — a outra menina perguntou afastando os braços para enfatizar o grande.
— Eu não sei, eu não gosto de coisas muito extravagantes, mas vai ser bonito. — comentou o alfa sorrindo.
— O quê é 'extragente? — sorrio com a pergunta inocente e errada, e os outros também.
— Extravagante quer dizer que é... Fora do comum, algo exagerado ou estranho. — disse recebendo um ah uníssono.
— Eu posso ir? Eu queria ver de perto o casamento de um príncipe de verdade. — a garotinha questionou tímida.
— Sunhee. — a mais velha delas repreendeu. — Desculpe, vossa alteza!
— Você quer ir? — me aproximo chamando a atenção de todos.
— Oh, você é tão lindo! — sorrio para elas e elas retribuem. — Parece um príncipe encantado.
— Oh, eu pareço? Mesmo? — ambas acenam rapidamente e aproveito para me abaixar e ficar na altura delas. — Quantos anos vocês têm?
— Eu tenho cinco e minha irmã tem sete. — a mais nova dizia animada e tirava a parte da franja que cobria seus olhos.
— Acho que não teria problemas em vocês irem ao nosso casamento. — comento fitanto Jeongguk desta vez. — Querem tanto ir assim?
— Senhor, elas não est... — a voz da mulher que observava de longe se fez presente.
— Não se preocupe com isso, senhorita... — olhei a mulher, pedindo silenciosamente que me diga seu nome.
— Bong, alteza. — assinto.
— Como estava dizendo, senhorita Bong, não se preocupe, só são duas crianças inocentes que querem ver dois príncipes se casarem. — volto a me pôr de pé e ficar o lado do moreno. — Contudo não é somente eu que decido, meninas, o príncipe Jeongguk também. Além de seus pais, principalmente.
— Eu não vejo problema algum em recebê-las em nossa festa. — o alfa passa o braço por minha cintura me deixando um pouco tenso, mas procuro relaxar. — Só precisamos que deixe seus nomes e o endereço de onde moram para que assim mandamos os convites.
— É sério? — perguntou a mais velha animada e o moreno consentir. — Obrigada, obrigada mesmo.
— Hobi, pode pegar os nomes de seus familiares. — peço ao ômega que assente e pega o próprio celular.
— Não precisa, senhor, os pais delas trabalham aqui. — a mulher disse ao Hoseok, esse que somente deu de ombros e voltou a ficar do nosso lado. — Os pais delas são donos daqui. — disse fazendo eu e o alfa se olharmos rapidamente.
— Os pais delas são donos dessa agência? — indaguei surpreso.
Eu e Jeongguk resolvemos procurar outra agência para a organização do casamento. No tempo que eu comunicava com Seokjin, Jeon informava sobre o cancelamento com a empresa que os senhores Jeon e Kim contrataram.
Sei que, com toda absoluta certeza, iríamos levar sermões - mais - dos nossos pais e mães. E confesso que eu não ligaria muito, de fato, era sim meu casamento com o Jeongguk, e posso está sendo movido pela vontade de contrariá-los, mas tudo bem, eu sempre gostava de imaginar como seria os preparativos quando chegasse esse dia, e por mais que não tenha sentimento envolvido, eu iria fazer do meu jeito, planejaria desde a refeição à decoração do local.
Eu iria ter o casamento dos meus sonhos. E mesmo que seja com Jeon Jeongguk, eu vou realizar a minha vontade... Claro a do alfa também, já que ele era o outro noivo.
— Isso é ótimo! Será mais fácil convidarmos sua família para a cerimônia. — Jeongguk comentou e assinto. — Mas agora se nos der licença, vamos falar com os mesmos. — olho para o casal, que se aproximou e se curvou.
— Vossa alteza real, é um prazer recebê-los em nossa agência. — a mulher de longos cabelos castanhos e alta falou animada.
— O prazer é nosso, senhor e senhora Choi.
— Bom, nós trouxemos o catálogo de modelos para que pudessem dar uma olhada e se inspirar.
— Neste caso, já podemos começar. — Jeongguk diz e passamos a seguir os dois à frente.
(...)
Havia se passado algumas horas, desde que iniciamos a escolha dos convites, a lista dos convidados e as outras coisas mais pequenas.
Os convites estavam lindos, todos foram feitos sob medida e os convidados a dedo por mim e pelo Jeongguk. Eu diria que o luxo que os convites exalavam era delicado e em cada um era escolhida uma flor para compor a decoração graciosa que todos apresentavam. A parte interna do convite, - já que a exterior era formato de envelope de palha falsa em tom rústico - continha uma folha branca com nossos nomes, a de nossos progenitores, o dia, a hora e local. E ao redor do mesmo havia um laço na cor maçã verde e alguns ramos de flores.
A dos padrinhos, optamos por um caixinha em tons branco e azul, dentro haverá uma gravata e na tampa a seguinte frase: "vou começar um new! E gostaria de você ao meu lado para dar um start! Aceita ser meu padrinho?" no tom azul.
No total serão quatro padrinhos. Do lado do alfa serão Yoongi e Jimin, e no meu, Namjoon e Hoseok. Esse último foi uma pequena confusão, já que o alfa queria os primos e Hoseok, então para não fazer desfeita, eu escolhi o ômega como o meu padrinho. Mas seria segredo, pois o ruivo não sabia ainda, já que estava ocupado distraindo as crianças. Após escolher ambos os convites, a contagem de convidados - os meus junto ao do mais novo -, deu cerca de quarenta pessoas, mas como teremos que ter as presenças de quase toda a família, nós mandaremos a lista completa.
— Preferem ao ar livre ou num salão de festa? — o senhor Choi, um beta simpático e gentil perguntou nos olhando.
— Eu prefiro ao ar livre. — Jeon respondeu olhando as imagens no catálogo. — Além de ser mais simples, sai do costumeiro casamento real, e além do mais, eu não quero usar roupas demais. — resmungou. — Seria legal usar algo mais leve, não acha? — perguntou me olhando e nego sorrindo.
— Você não quer ter trabalho demais para se vestir, isso sim.
— Mas é claro. Ter que usar o traje real, a faixa, a coroa é cansativo só de pensar. — replicou incrédulo. — Além do mais, eu quero uma cerimônia simples, mas ao mesmo tempo sofisticada.
— Se escolhermos ao ar livre, onde faríamos? Alugamos uma parte na praia ou faríamos num campo? Dia ou noite? — cruzo os braços olhando sua feição pensativo.
— Acho que em um campo seria uma ótima opção, além que o ambiente transmite calma. — o alfa mordia a ponta da unha do polegar ao que olhava os gerentes.
— Tira isso da boca, Jeon. — digo batendo em sua mão e o mesmo revira os olhos. — Eu gostei da sua sugestão de poder fazer o casório mais casual.
— Então ao ar livre? — indaga Ryung nos encarando.
— Sim? — Jeon disse me olhando e consinto. — Será ao ar livre.
— Certo. Aqui estão os modelos para que possam se inspirar. — a dona nos entrega outra revista. — Se escolherem ainda hoje será meio caminho andado. — assentimos e me aproximo para ver junto ao alfa. — Nós deixaremos vocês a vontade para que pensam bem, mas antes gostariam de algo para beber?
— Tem café? — questiono rapidamente vendo-a balançar a cabeça, e o alfa ao meu lado riu anasalado. — Eu quero café, por favor.
— Certo, e você, príncipe Jeon?
— Traga-me um café também. Obrigado. — ambos saíram deixando-nos a sós. — Estava demorando para pedir o seu café.
— Ah, me deixa, idiota, eu estou com sono. — me encosto na costa da cadeira fazendo um bico teatral.
— Mimado.
— Idiota.
— Que repetitivo. — murmura e reviro os olhos passando a encará-lo.
Ele parecia tão cansado quanto eu, mas mesmo assim ele estava ali comigo. Estamos escolhendo como seria o noivado aos nossos próprios gostos, e mesmo que não seja tão real como os outros imaginam, eu gostei - lá no fundo - de poder estar ali com o alfa.
— Obrigado. — digo chamando sua atenção.
— Pelo o quê? — replicou deixando o mostruário de lado e me olhando fixamente.
— Por tudo? — rimos baixo. — Por me defender, por está aqui... Só quero agradecer por, mesmo não querendo, estar ao meu lado.
O mais novo me olha em silêncio e sorrio ladino tentando disfarçar o nervosismo daqueles olhos negros intenso me encarando.
— Kim Taehyung, está me agradecendo por uma segunda vez, é isso mesmo, Coréia? — diz brincalhão depois de uns segundos em silêncio. — Agora estou entendendo o porquê do tempo está fechado.
— Não dá pra deixar de ser bababa um momento? — retruco impaciente. — Quando eu penso que estamos avançando, na verdade estamos é voltando. — bufei ouvindo sua risada fraca.
— Parece que irritei o mimadinho.
— Vai te catar, Jeon. — o empurro pelo o ombro com força, quase o fazendo cair da cadeira. — Foi mal! — falo ao ver sua expressão incrédula. — Mentira, não foi mal não, eu queria que tu caísse mesmo.
— Idiota. — disse entredentes.
— Ei, esse é o seu papel, você é o idiota aqui, idiota! — retruco o provocando.
— Cala boca, seu mimado. — rosnou e mexo os ombros para cima e para baixo.
— O cachorrinho vai me morder, é? Au au. — atiço mais uma vez, e quando o alfa se levanta na minha direção, ele repentinamente sorri falso.
— Se continuar a me provocar desse jeito, eu não me segurarei e o tomarei sobre esta mesa. — arregalo os olhos, completamente em choque, que acabo me engasgando com a própria saliva. — Oh, desculpe senhor Choi. Eu não lhe vi... Sabe, é os hormônios. — disse olhando para um lugar atrás de mim.
— Eu entendo, meu jovem, mas, por favor, segure-se! Não queremos ter que presenciar tal cena. — Jeongguk sorriu de lado concordando enquanto eu olhava sem reação.
— Não se preocupe, Shik, eu tenho respeito pelo os mais velhos, e por meu noivo, porém é difícil segurar-me. — fito a xícara que me estendida e sorrio envergonhado para o beta. — E saber que terei que aguentar mais de um mês para tê-lo, é torturante.
— Jeon! — o mesmo me olha rapidamente e volta o seu olhar para o mais velho.
— Acho que ele está envergonhado. — o grisalho falou me olhando. — Não fique com vergonha, querido, é normal que tenham vontade de ter relações sexuais, já que são noivos.
— Uhum. — murmuro bebendo o café puro. — Está muito bom. — elogio para desviar o assunto, e que o beta possa sair dali para que eu batesse no alfa.
— Agora, com vossa licença. — pediu e saiu calmamente. Assim que o mesmo estava mais distante eu olhei o mais novo com raiva.
— O que foi, Taetae?
— O que foi, o caralho. — falei entredentes, vendo o moreno prender o riso. — A minha vontade é bater nessa sua cara!
— Guarde essa agressividade quando fomos pra cama. — provoca e me levanto indo até ele, mas o alfa rodeia a mesa enquanto tomava o próprio café.
— Eu vou te matar, Jeon Jeongguk. — ameaço ainda atrás dele. — Ah, se vou!
Pois é, tínhamos muitos dias pela frente, e não sei se nesse casamento alguém sobreviveria a ele ou, até ele.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.