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História Scared Of Happy - Desentendimentos e provas


Escrita por: FuckingYoo

Notas do Autor


Hello, Hello ~~

Então, esta fanfic era para ser uma Oneshot. Entretanto eu não sou tão boa em escrever histórias com apenas 1 capitulo, então tornou-se uma Longfic. Espero que deem muito amor a esta fanfic. Quando eu decidi escrever ela, não estava achando nenhuma fanfic Namjin Abo, que não estivesse cheia de erros de digitação e abreviamento de palavras.
Eu escolhi o tema de investigação porque adoro seriados desse tipo, então, me sinto segura escrevendo sobre. Espero que gostem da estória e tudo mais....
Eu beto o capitulo logo mais, então se tiver algum errinho, relevem, eu não consigo ler assim que escrevo...

BOA LEITURA!

Capítulo 2 - Desentendimentos e provas


Narrador POV~

 

 

 

               Namjoon, após uma noite dirigindo, não se dava por vencido, só queria dormir quando a lua caísse, e agora quem aparecia no céu neblinado era o sol, ou seja, a manhã havia acabado de começar, os estabelecimentos ainda nem se encontravam abertos. Precisava de sua dose de café diária, estava começando a ficar cansado e faltava mais alguns quilômetros para chegar em seu destino. Agora estava dentro de uma cidade simples, era uma daquelas cidades pequenas, onde todos conheciam seus vizinhos, uma cidade pacata. Seria uma parada mais que obrigatória para Namjoon, mesmo não querendo precisaria de pelo menos uma ou duas horas de cochilo, se não seria considerado imprudente.

            Namjoon não sentia sono, mas seu corpo necessitava descansar. O alfa num momento desejava seu tão estimado café, só queria um pouco, um gole se possível, o mais rápido se der.

            Jin se mexeu no banco de trás, gemeu manhosamente ao sentir seus olhos serem incomodados pela luz do sol. Namjoon olhou para trás, o ômega foi tão silencioso a noite, que o alfa até tinha se esquecido de sua presença. O moreno riu de si mesmo, estava começando a considerar a ideia de abandonar o ômega em algum hotel, e ligar para Jimin ou qualquer um para vir buscar o intruso. Mas estava cansado de mais para pensar direito na ideia. Jin abriu os olhos após se conformar que o sono lhe abandonara, respirou levantando-se do banco, bateu a cabeça no teto do carro, pois havia se esquecido da onde estava. Grunhiu de dor, enquanto o alfa soltava uma risada abafada. Só então Jin se lembrou de onde estava, e com quem estava. Lembrou-se da noite passada, do que havia feito, e de como o alfa havia cuidado de si, depois de sua teimosia.

-Bom dia. -Disse Jin, se ajeitando no banco de trás, olhando pelas janelas para ter uma ideia de onde estava. Namjoon havia parado o carro em um sinal, como a rua estava literalmente deserta, não havia problema em ficar parado ali.

-Hurum. – Respondeu Namjoon, mesmo que aquilo não fosse uma pergunta, obviamente seu cérebro dormia, enquanto perambulava por ai, precisava realmente de seu café, para acordar os neurônios, e exercer seu trabalho.

                     Jin ainda estava em dúvida, Namjoon havia aceitado sua companhia? Ou ele estava no carro apenas por pena do outro? Seguiria com Namjoon? Ou seria abandonado ali? Todos os questionamentos possíveis passavam em sua cabeça mas só uma solução era necessária. Eu não vou deixar ele me passar pra trás. Pensava Jin determinado.

-O que estamos esperando? – Jin perguntou, vendo que o sinal estava verde, e que não havia nenhum carro na pista.

-Meu café. – Disse o alfa, olhando para a loja, ainda fechada, do outro lado da pista onde uma rosquinha e um copo de café indicavam que o estabelecimento era uma lanchonete. Jin bufou, acabara de acordar e já estava entediado, não havia nada para fazer enquanto aquela bendita loja não abrisse.

-O que faremos hoje? – Perguntou simpático, apenas querendo puxar assunto com o alfa. Mas o ômega não sabia que aquilo não era uma boa hora, provavelmente aquele dia seria repleto de cinza, já que Namjoon não estava de bom humor. Se não tivesse parado por Jin, chegaria na hora certa em seu primeiro destino, antes de amanhecer, mas não, tinha que sentir pena, seus instintos, seus sentimentos tinham de ajudar Jin, tinham de faze-lo amolecer.

-Primeiro, vamos tomar café, um café bem reforçado, já que eu ainda não considerei a ideia de um almoço. Segundo, vamos seguir viajem até a próxima cidade, que é nosso destino. Terceiro eu vou investigar enquanto você espera no carro, entendeu? – Disse Namjoon, deixando que a impaciência, raiva e frustração saíssem em seu tom, levemente rouco por não ter bebido nada pela manhã.

             Assim que recebeu a resposta um tanto grosseira, encolheu os ombros, e respondeu um sim, quase inaudível, mas captado pelo alfa, assim como a postura que tomara. Só então Namjoon percebeu que estava irritado, e sentiu-se idiota, por ter descontado a frustração no ômega, mesmo que ele fosse um tanto culpado. Respirou fundo para voltar a si mesmo, e olhou pelo retrovisor, vendo que o ômega continuava encolhido olhando pela janela. Praguejou-se mentalmente por pensar em se desculpar, afinal ele era um alfa, seu ego não permitia perdoar-se com ômegas, mesmo que estivesse errado. Num momento Jin não era considerado testemunha ou coisa parecida, era apenas uma pessoa que Namjoon havia trago, mais nada, o moreno não poderia discutir nada com o outro, não podia interroga-lo também, e não queria conversar, e isso deixava um silencio se instalar no carro, um silencio que incomodava a ambos.

            Jin, passou os olhos pelo carro, e viu no banco da frente, a pasta aberta do caso, as fotos que Namjoon havia tirado, e outras fichas ali em cima, que não eram tão visíveis da onde estava. Moveu-se minimamente para poder vê-las. Seu movimento não passou discreto, Namjoon o pegou no ato e fechou a pasta.

-Haaa não. Deixa eu ver. – Pediu Jin, fazendo bico. Infantil? Talvez, mas ele não perdia a beleza, a delicadeza de seus traços, o alfa se praguejou por ter olhado para aquela face, tão delicada, delicada e masculina, estranhamente, começava a ver além de um suposto assassino, afinal, as provas ainda não apontavam para ele, mas os motivos sim. Então, mesmo tendo ele em seu carro, não podia descarta-lo.

-Você não pode ver. Querendo ou não, ainda é suspeito. – Respondeu Namjoon ainda com a mão sobre os documentos. Jin olhou incrédulo para Namjoon, na cabeça de Jin não poderia ser ele, afinal ele amava muito seus pais, não faria mal nenhum a eles, sentia falta deles e raiva de quem havia lhes feito mal.

-Porque demônios, eu mataria meus pais? – Perguntou, alterando um pouco a voz, deixando que suas emoções tomassem de conta de si, afinal ômegas eram assim, deixavam ser levados pela emoção do momento, sempre precisavam de atenção e cuidado.

-Você herdou a empresa, dinheiro e status, já é o suficiente para assassinato. – Respondeu Namjoon, simples, sem pensar direito nas palavras, afinal ainda não tinha conseguido seu café.

-Eu os amava, sabia? Nunca, jamais se quer levantei o tom de voz para meus pais. Sabe o quanto dói em mim, saber que alguém faria mal a eles. Eles eram ótimas pessoas! Não venha me culpar, eu não sou o culpado, e não me olhe ou trate como se fosse um! – Jin disse um pouco alterado, deixando que uma lágrima teimosa descesse por sua bochecha, tratou de levar a mão ao rosto e apara-la, evitando que o alfa a visse.

-Entenda. Eu não vou pelos seus sentimentos, nem pelo que você diz, vou pelas provas, pelo que as circunstâncias indicam. Não me leve a mal, mas não posso dar minha opinião pessoal, nem acreditar em tudo que me dizem. – Namjoon disse apenas a verdade, era assim que ele trabalhava, e não seria agora que as coisas mudariam. Jin sentiu seu coração se apertar com a resposta, mas não queria fraquejar ou chorar frente ao alfa.

-Você é um completo insensível. -Gritou Jin, olhando para os pés em seguida, notando o que tinha feito. Namjoon realmente não tinha um pingo de sentimento em suas respostas, mas ele estava sendo honesto, e isso era um tipo de sentimento, ele responderia apenas com a verdade, pena que Jin não conseguia ver isso, ele novamente Jin estava sendo egoísta, pensando apenas em seus sentimentos, e esquecendo-se da razão.

-Já escutei isso várias vezes, isso não me afeta mais ômega. – Namjoon disse tranquilo. Não queria assustar o ômega, muito menos faze-lo chorar, não saberia lidar com lágrimas ou coisa parecida. O alfa não tirava o olhar da loja, pode ver movimento, alguém estava lá preparando o estabelecimento, sorriu minimamente por isso.

-Tsc. – Jin estava irritado, sensível como uma criança querendo algo e recebendo uma resposta negativa dos pais. Era mimado? Não, Jin sempre fez por merecer suas coisas, mas vez ou outra usava aquele biquinho rosado para conseguir algo, e ficava irritado quando não conseguia por nenhum dos meios.

-Se sente incomodado? Pode sair do carro se quiser, mas não me responsabilizo por suas ações. – Namjoon disse, agora irritado. O ômega conseguiu irritar com ações, a pessoa mais sensata que conheceria, era quase impossível, mas ele conseguiu. Namjoon não olhava pelo retrovisor ou coisa parecida, sua visão estava totalmente concentrada na lanchonete, ele aguardava por seu café, ansiando pelo gosto amargo em sua boca.

-Você está jogando baixo. – Jin reclamou, cruzando os braços e fazendo bico. Não queria voltar, nem ser abandonado, queria descobrir quem tramou aquilo tudo e se vingar. Mas, infelizmente, só havia passado quatro horas com Namjoon, sendo que poucas dessas horas estava acordado, e já haviam se desentendido.

-Na verdade, você jogou baixo quando decidiu correr atrás do carro. – Namjoon disse, dando partida e seguindo para o estacionamento da lanchonete. Respirou fundo assim que a placa foi virada, indicando que o estabelecimento estava aberto. Jin estava emburrado no banco de trás, foi o que percebeu ao olhar pelo retrovisor, não perderia tempo com brigas e implicâncias, podem até o chamar de bipolar, ele não vai se importar, está apenas fazendo seu trabalho. -Vem, vamos comer, não vamos parar tão cedo. – Chamou saindo do carro. Jin demorou um pouco, recompôs seu orgulho, saiu do carro e sem dizer uma palavra, passou por Namjoon, que o analisava de longe. O alfa logo entrou no estabelecimento seguindo Jin, a moça que estava atrás do balcão, olhou para os desconhecidos e sorriu, turistas eram sempre bem-vindos.

-Bom dia. O que vão querer? – Perguntou a senhora simpática, deixando uma jarra de café esquentando na cafeteira, para dar atenção aos garotos -para a senhora eles eram jovens, muito jovens-.

-Uma xícara de café e um sanduiche completo, por favor...... E você Seokjin? – Perguntou, vendo o brilho nos olhos alheios, Jin estava encantado com as demasiadas tortas, bolos e outras guloseimas, não sabia o que pedir, era a primeira vez que estava numa lanchonete. Normalmente quando saia para comer, os restaurantes limitavam seu cardápio a palavras. Mas agora podia ver a comida, e praguejou isso, pois agora se encontrava numa encruzilhada de sabores, o que comer?

                            Jin olhou para Namjoon, esquecendo-se que estava com raiva do alfa. E depois retornou seu olhar a vitrine. A mulher do outro lado do balcão notou a indecisão de Jin, e riu de sua feição fofa e indecisa, lembrava uma inocente criança.

-Enquanto decide, vou fazer o sanduiche. – Disse a mulher sorrindo e dando as costas para o balcão.

-Namjoon, eu não sei o que escolher. – As formalidades foram deixadas de lado, Jin tratava Namjoon como um amigo, parceiro, enquanto Namjoon o tratava devidamente, ainda com as formalidades. O alfa percebeu isso, mas não reclamaria. Namjoon apenas respirou profundamente, ele sabia muito bem o que poderia escolher para o outro, um sanduiche, mas, Jin parecia tão encantado com as coisas do balcão de vidro, que decidiu escolher uma daquelas coisas doces.

-Já decidiu? – A mulher retornou entregando o pedido de Namjoon ao mesmo, e fintando Jin, esperando que ele a respondesse.

-Para Seokjin, corte uma fatia desse pudim, e dê a ele uma xícara de café também. -Namjoon tomou a frente, acabando com a indecisão alheia. E assim a senhora fez, cortou um pedaço agradável -até maior que o de costume-, para Jin e pegou a xícara de café.

-Pode pingar um pouco de leite aqui? – Jin pediu se referindo ao café. Namjoon riu abafado, aquilo não era tão engraçado, mas por Namjoon saber a que família o outro pertencia, o fato de ´´pingar um pouco de leite´´, soava engraçado. A senhora pegou o leite e despejou bem pouco na xícara de Jin, que sorriu contente. O alfa, seguiu para a mesa no canto, e Jin o seguiu. Agora Jin pensava no que havia feito, saiu apenas com as roupas no corpo, não trouxe dinheiro ou roupas, o que faria? Namjoon, como um bom perfilhador, notou isso.

-Não se preocupe eu pago tudo. Apenas coma depressa, quero chegar lá o mais cedo possível. – Namjoon respondeu a pergunta, feita mentalmente por Jin. Não porque eles tinham uma ligação, mas porque Namjoon sempre foi bom em adivinhar pensamentos simples. Jin, olhou para a comida, pegou a colher e levou um pedaço pequeno a boca.

-Huum. Isso é uma delicia! – Comentou Jin cortando outra fatia. Namjoon começava a achar o outro uma graça, afinal, cada ação que Jin fazia, era possível a assemelhar a uma criança que descobria o mundo. Namjoon e Jin comiam aquilo ao som da cafeteira, e da senhora cantarolando alguma coisa, que não fazia muito sentido para ambos. Aos poucos o local foi ficando cheio, e Namjoon impaciente, fazia vinte minutos que Jin havia começado a comer, e ele enrolava, dando pequenos goles no café, e colocando pequenos pedaços na boca. Jin não estava com pressa, Namjoon sim, Seokjin não estava dirigindo, Namjoon sim.

-Seokjin, dá pra comer isso logo? Precisamos ir, você está nós atrasando! – Namjoon pediu impaciente, com a demora, era um simples pudim, não precisava de esforço nem para mastigar, não entendia o porquê ele demorava tanto para comer aquela massa gelatinosa.

-Desculpe. – Pediu Jin, apressando-se. Jin queria degustar de cada pedacinho, gostou muito daquela cobertura caramelizada e daquela massa, suave e pouco doce, o que não deixava enjoativo. O alfa não o entenderia, até porque sempre foi de comer na pressa para poder aproveitar o dia, brincando de ser detetive, ou perfilando alguém. Já Jin, não tinha pressa, sempre fazia as coisas com sua calma, não via necessidade de fazer tudo como se o mundo fosse acabar, suas tarefas podiam lhe esperar, e cá entre nós, ele nunca foi tão fã de matemática, a não ser quando se tratava de quantas xicaras usaria para fazer biscoitos.

                   Namjoon colocou o dinheiro sobre a mesa, era bom de cálculo, então não precisava de que lhe entregassem a conta, ele mesmo calculava por conta própria. Colocou junto do dinheiro a gorjeta da senhora que havia lhe agradado. Mas antes de sair, pediu dois cafés para a viagem, e a senhora aprontou rapidamente, sorrindo sempre ao fazer as coisas. Novamente Namjoon tirou a carteira do bolso e pagou a mulher pelo que havia comprado. Saiu do estabelecimento sendo seguido por Jin, que em seu rosto tinha uma expressão de curiosidade. Para que dois cafés? Jin se questionava.

                Namjoon guardou as pastas no porta luvas, e colocou o, porta café perto da marcha. Colocando ambos os copos ali. Deixou o banco do passageiro livre para que Jin se sentasse, e saiu da frente da porta, apontando com a mão que era para o outro entrar, porque? Bem, ele queria não precisar ficar olhando pelo retrovisor. Jin vendo aquilo, adentrou o carro, e colocou o cinto, a porta foi fechada por Namjoon, que rodeou o carro e entrou o mesmo. Deu partida no veículo e seguiu a estrada novamente. Vez ou outra, Namjoon pegava o café e bebericava um pouco, apenas para sentir o gosto amargo batendo contra sua língua.

-Esse outro é seu, mas não tem leite, se não quiser, deixe ai que eu tomo. – Disse, após notar que Jin hora ou outra olhava para o segundo copo. Jin olhou para aquilo novamente, pegou e levou a boca.

-Sabia que a quantidade de café que você toma pode lhe fazer muito mal. – Alertou Jin, não gostando tanto do café amargo, mesmo assim tomaria todo o líquido, não era agradável mas não era ruim.

-Você não é o primeiro a me alertar sobre isso. E não será o último. – Namjoon disse, provocando, levando novamente o café a boca, mas desta vez engolindo uma quantidade maior que o de costume. Jin bufou, só queria ajudar, mas o outro não queria ser ajudado, então deu de ombros e voltou a olhar pela janela.

                          Silencio, as duas horas de viagem foram puro silencio, apenas escutava-se o face sendo puxado pelas bocas, e o barulho do carro sobre a estrada. O sol batia minimamente nos ombros de Jin, pegando um pouco de seus olhos, pela posição onde se encontrava. Tédio, era o que Jin sentia, não havia nada para se fazer ali, se perguntava o que passava pela cabeça de Namjoon. E o alfa, pensava nas hipóteses, duvidas e possibilidades do caso, revia mentalmente as pistas, isso tudo enquanto dava atenção a estrada, era isso que o café fazia consigo, ativava todos os neurônios, e o deixava alerta, pensativo e inquieto.

 

                                                                     

                       Após três horas de viagem, chegaram ao destino. Um prédio, onde um andar era apenas para os pais de Jin. Na recepção, Namjoon fez algumas perguntas para os funcionários, que responderam com o que sabiam. Claro que tudo estava sendo gravado, Namjoon revisaria os áudios mais tarde. E assim que entrevistou cada um dos atendentes e funcionários, subiu. O quarto do casal não havia sido limpo nas duas últimas semanas. Isso poderia ser de grande ajuda. Subiu até o quinto andar, sendo acompanhado por Jin. Antes de Jin por a mão na maçaneta para abrir a porta, foi parado, Jin olhou surpreso para Namjoon, e Namjoon retribuiu o olhar com um calmo.

-Não mexa em nada, vou pegar meu kit dentro do carro, já volto.  Não saia daí. – Mandou, correndo novamente para o elevador, e apertando o botão do térreo. Assim que a máquina parou, Namjoon correu em direção a seu carro, apertou o botão para o veículo destravar, e correu até o porta-malas, onde tirou um kit de colher provas das cenas do crime. Sempre andava com um, para esses casos.

                       Retornou até o quinto andar, carregando sempre seu bloco de notas, que nunca abandonava em momento algum quando chegava a uma cena, aquele bloco era mais importante que todas as evidencias. Jin ainda esperava, obedecendo a ordem de não tocar em nada, e assim que viu Namjoon respirou fundo, agora impaciente, queria ver o que o outro faria. O alfa, abriu o kit, tirando de lá um pó na cor azul, junto a um pincel, similar à aqueles de maquiagem, passou o pincel no pó, e depois na maçaneta, fazendo assim com que, algumas digitais aparecessem. Jin estava observando tudo atentamente, vez e outra até prendia o ar sem notar, por ver tanta delicadeza nas ações de Namjoon.

                      Após as digitais estarem cobertas com pó, Namjoon a cobriu com um plástico transparente, transferindo a digital, da maçaneta para o plástico. Grudado no plástico, havia um papel, que dava base para a digital, e assim evitava que ela se desmanchasse. Namjoon selou a digital e a colocou dentro de outro plástico, o plástico de prova, anotou nele ´´digitais´´, e enfim, abriu a porta usando luvas, não queria que nada na cena fosse afetado, tudo era essencial.

                    Jin além de estar aprendendo, estava maravilhado com a esperteza do outro. Namjoon começou a bater fotos do local, com o próprio celular, câmeras normalmente quebravam em sua mão. Observou o local atenciosamente, até a poeira no local era uma prova. Enquanto isso ele era observado por Jin, que mantinha os olhos atentos nele, acompanhava cada movimento do alfa. Pode-se dizer que Jin já começava a respirar no mesmo ritmo de Namjoon, de tanto o olhar. E Namjoon não se incomodava com isso, na verdade, se sentia a vontade, como se não houvesse ninguém ali além de si.

                  Fios de cabelo, alguns objetos pequenos e uma lente de contato, tudo embalado, e tudo achado na cama, classificadas como provas. Namjoon parou tudo, quando observou uma anomalia, andou até o criado mudo, que estava ao lado da cama, e o arrastou minimamente. Os abajures, não eram iguais, corrigindo, os abajures eram para serem iguais, porem uma coisa os diferenciavam, além do fato de um estar ligado e outro não, um possuía características mais velhas.

-Esse abajur foi trocado recentemente. – Acusou Namjoon, anotando as diferenças em seu bloco.

-Ué, eles podem ter trocado, minha mãe constantemente esbarrava nas coisas. – Jin concluiu, não percebendo nada de diferente nos abajures. Mas Namjoon via além, ele já tinha pistas que Jin nem imaginava, estava a passos a frente de Jin, e isso que diferenciava o profissional de uma pessoa raivosa.

-Seokjin, eles não vem aqui a dois meses, esse abajur, foi comprado recentemente. – Concluiu, pegando o celular do bolso do sobretudo e apertando um botão, que discava automaticamente para um número salvo. Andando em direção a saída, Namjoon aguardava o celular terminar de chamar, e Jin o seguiu, fechando a porta atrás de si e a trancando. – Taehyung, faça uma lista das pessoas que compraram um abajur igual a esse que vou te mandar, compare com a lista de funcionários do primeiro endereço da lista. Se não bater, veja quem tem acesso a este apartamento e quem veio aqui nos últimos dois meses. Me ligue quando tiver os resultados.......- Do outro lado da linha Taehyung preparava duas das listas necessárias, dizendo um ´´Okay chefe´´ em seguida. - Obrigado. – Agradeceu o alfa, encerrando a ligação e mandando a foto do abajur em seguida.  Namjoon parou frente ao seu carro, respirou fundo, precisaria esperar um pouco por ali, o que significava, que havia possibilidade de passar a noite ali. Havia um escritório da empresa dos Kim naquela cidade, por isso o apartamento comprado ali, o que significava mais pessoas para entrevistar.

                    Infelizmente, Namjoon se sentia cansado, não poderia passar a noite em clara, então teria de arrumar um hotel para ficar, mas o alfa não pensava apenas em si, afinal havia trago contra sua vontade Seokjin, e não queria ouvir reclamações sobre a coluna alheia, durante a viagem. Buscou novamente o ar para encher seus pulmões e o soltou bufando. Seu celular indicava uma chamada de vídeo, e ao olhar o visor, pode ver o rosto de Tae, sorriu, pela foto engraçada de Taehyung, e atendeu em seguida. O vídeo, travava minimamente, mas não estava num estado tão grave assim, demorou um tempo para que Tae, percebesse que Namjoon havia atendido, por culpa da distancia, havia uma pequena interrupção na conexão de ambos, sem contar que Namjoon estava dependendo de um sinal 4g.

-Então, eu descobri duas coisas com o que você me pediu. Cinco pessoas tem acesso ao quarto, mas nos últimos dois meses, apenas uma foi até ai. Digamos que isso não seja exclusivo dos Kim, mas sim, da empresa, ou seja, quando alguém tem uma reunião eu uma cede, eles liberam os apartamentos, comprados na mesma cidade que os escritórios. A pessoa que teve acesso a ele esse mês foi Sean Jun Di, ela passou três dias nesse apartamento, e foi ela quem quebrou o abajur e o substituiu. – Taehyung dizia sem prestar atenção na câmera, na verdade sua atenção estava toda voltada ao computador, já estava um passo a frente dos próximos pedidos de Namjoon. E quando o alfa fez que iria abrir a boca, Tae riu e prosseguiu. -Ela, ainda está ai. Vou te mandar o endereço, pelo que vi, ela tem álibi, então boa sorte. – E assim Taehyung encerrou a vídeo chamada, deixando Namjoon boquiaberto, sua equipe realmente estava preparada para tudo, visto que, ele sempre, pedia as mesmas coisas. Riu nasalmente da situação, e olhou para Jin que estava ali, sempre o encarando.

-Escutou né? – Perguntou Namjoon, mas para si mesmo do que para o outro, afinal, não estava usando seu fone bluetooth, que Tae lhe recomendou. Jin apenas abriu um leve sorriso, respondendo a pergunta óbvia de Namjoon. O alfa entrou no carro, e o ômega fez o mesmo. E assim, o moreno pode dar a partida e seguir para o endereço que havia recebido através de mensagem. Não era longe dali, mas, havia um problema. Jin não poderia ser visto, ou reconhecido. Primeiro Jin não tinha distintivo, e segundo, ele era um suspeito, poderia trazer problemas para Namjoon, aquilo poderia ser visto como encobertamente, mesmo que não fosse, quem iria acreditar?

             Namjoon parou algumas quadras de distância do destino. Respirou frustrado com a situação e encarou Jin, pensando no que fazer. Jin estava confuso, não entendia o que o outro estava fazendo, estava nervoso, o olhar do alfa em si, estava deixando-o assim. Preciso de um disfarce para ele. Pensava Namjoon, tentando ver as opções que tinha ali, no carro.

-Seokjin, veste o casaco que eu usei pra te cobrir ontem, aquele boné ali.... – Apontou para o boné na parte de trás do carro - e coloca esses óculos escuros. – Entregou o óculos ao outro, que estava no porta luvas. Jin ficou olhando para Namjoon sem entender o porque de tantos acessórios. E assim que Namjoon olhou para Jin e o viu novamente com a feição curiosa, ele respirou fundo, não porque estava ficando impaciente, mas porque Jin era lindo fazendo aquilo. – É para não te reconhecerem. Anda, coloque logo. -Pediu, fazendo o outro se apressar, assim que entendera o porque daquilo.

             O alfa, voltou a dirigir, assim que o outro estava usando todos aqueles acessórios, mesmo que um tanto exagerados, afinal, estava frio, o sol quase não fazia diferença, então o boné era inútil para cobrir os poucos raios solares, o óculo também se tornara desnecessário pelo mesmo motivo, já o casaco não, ele era útil.

              Chegando no local, Namjoon pediu a Jin que esperasse por ele no carro, e recebeu um aceno positivo da parte do ômega, mas se ele foi teimoso para lhe seguir correndo pela estrada, poderia ser teimoso para segui-lo pela casa alheia. Sim, uma casa, a garota, suspeita, estaria na casa do namorado, passando a folga ali. Seriam três horas de viagem até a cena do crime, então ela era uma suspeita em potencial, Namjoon, se quisesse poderia pedir para os policiais locais, a levarem até a sua delegacia, mas não quis, queria ter certeza de que era ela.

               O alfa, bateu na porta, esperou que ela fosse aberta, e a garota aparecer, como Namjoon sabia que era a garota? Porque Tae, era esperto, além de mandar o endereço mandou foto da garota e do namorado dela.

-Posso ajudar? – Perguntou a moça, ao abrir minimamente a porta. Analisando Namjoon de cima a baixo. A primeira coisa que Namjoon fez foi tirar seu distintivo do bolso cinto, que ficava escondido pelo sobretudo, e mostrar a moça. Na verdade é a primeira coisa que todo policial deve fazer, mostrar o distintivo ao civil.

-Eu sou o detetive Kim Namjoon, estou aqui para investigar a morte dos Kim. Se a senhora puder responder a algumas perguntas, ajudaria muito no caso. – Disse, era uma frase quase que padrão, toda vez que iria investigar um suspeito, sem um mandato ou uma sala de interrogatório, tinha de repetir essas palavras.

-Mas.... Eles não foram dados como, suicidas? – Questionou a moça, agora abrindo a porta, e deixando seu corpo a vista. A primeira coisa que Namjoon analisou na senhorita, foi a feição, surpresa, mas nem tanto, indicando que ela de algum modo sabia, agora faltava descobrir, sabia consciente ou inconscientemente, havia uma diferença entre os dois, uma diferença que não poderia ser ignorada.

              Se fosse consciente, significa que ela ajudou, ou sabia ou até mesmo foi a culpada pelo assassinato. Se fosse inconsciente, significaria, que o comportamento do casal era diferente da ação final, ou seja, que os sintomas de suicidas não apareceram ou se manifestaram, e ela sabia disso, mesmo que inconscientemente.

             Agora Namjoon deveria encurrala-la para saber qual dos dois se tratava, pensou rapidamente em uma pergunta, tão rapidamente como o bater das asas de um beija-flor, afinal em seu trabalho era necessário pensar assim, caso contrário, o suspeito poderia inventar alguma mentira.

-Por alguns fatores, consideramos assassinato, a senhora irá responder as perguntas? – Namjoon respondeu ocultando informações ou qualquer coisa que pudesse indicar que ela era uma suspeita, ele teria de fazer isso, cutucando, até chegar onde queria chegar.

-Claro, quer entrar? – A senhorita, deu espaço para Namjoon passar. E ele fez, entrou a casa, e com seu astuto e rápido cérebro, começou a vasculhar o local. Ela o conduziu até a sala, onde deu uma permissão silenciosa para que Namjoon se sentasse.

-Então, senhorita Sean Jun Di, o que pode dizer sobre sua relação com os Kim? – Perguntou, preparando o bloco e a caneta, apoiando- sobre seu próprio joelho, olhando para a Jun Di, procurando por algum deslize físico, um balançar de perna, o brincar com os dedos, o mudar do tom de voz, uma piscada mais demorada; tudo isso poderia indicar uma mentira, uma estória inventada por parte da suspeita, Namjoon precisava prestar atenção nesses detalhes, mas antes de tudo precisava descobrir se ela era canhota ou destra, porque? Simples, se a pessoa for destra, ela olhará para o lado esquerdo antes de inventar uma mentira, e se for canhota para o direito. Todos os mínimos movimentos contavam, até mesmo uma gota de suor, uma mudança no padrão da voz.

-Éramos empregada e patrões, nunca nos relacionamos fora do trabalho, nem nos encontramos fora deste. – Disse, sem gaguejar ou mostrar sinais de nervosismo, ou até mesmo sinais de que estava mentindo, não evitava olhar nos olhos de Namjoon, assim como não demorava seu olhar sobre ele.

-Quebrou o abajur, do apartamento da empresa? Como? – Questionava, após anotar tudo que pensava no bloco, os comportamentos, as respostas, tudo, nada poderia escapar.

-Eu, tropecei em uma das minhas pantufas, e esbarrei no abajur. Mas eu comprei outro, exatamente igual. – Confessou Sean Jun Di. Novamente sem indícios de mentira.

-Como soube do suicídio? – Perguntou, queria que as perguntas tomassem de maneira direta um rumo, mas teria de aguardar, não poderia jogar a bomba, estando na área da explosão.

-Mas você disse que era assassinato.... – Jun Di escorregou, não ao pé da letra, ela mostrou sinal de nervosismo, ao ajeitar-se no sofá. Isso indicava algo, mas o que? Que ela era culpada? Que era cumplice? Que sabia de algo? Namjoon precisaria descobrir todas as respostas. Por sorte, aquela conversa estava sendo gravada, pelo seu celular no bolso de trás da calça.

-Consideramos assassinato, mas podemos estar errados, queremos apenas checar todas as opções. Você conhecia o filho deles? – Mudou a pergunta, mesmo não tendo a resposta para a anterior, queria aproveitar do nervosismo.

-Ham.... Kim Seokjin, certo? Sim, eu me lembro de terem me apresentado a ele. Disseram que seria o herdeiro, parece que agora eu trabalho para ele não é mesmo? – Disse sorrindo amarelo, evitando o contato visual, ela estava nervosa, tensa, Namjoon percebeu isso, mas o porquê dela estar assim, o motivo ainda era desconhecido para o alfa.

-Os Kim, já lhe fizeram algo? Digo, algo que não lhe agradou? – Namjoon questionou, queria aproveitar o máximo daquele deslize, aquela era a brecha perfeita, teria, era obrigado a aproveitar, com perguntas.

-Olha, não sei o que está insinuando, mas acho que já deu por hoje. Por favor, se retire da minha casa. – Mandou apontando a saída. Namjoon pediu licença e se retirou, havia conseguido o suficiente. Desligou o gravador do celular, e retornou ao carro, onde Jin aguardava. Deixei os papeis junto a ele, droga! Lembrou-se da ficha, e praguejou-se pelo deslize. Agora, interrogaria Jin.  Entrou no carro, suspirando frustrado. Nunca precisou se preocupar com uma segunda pessoa, e agora além de se preocupar com uma pessoa, deveria se preocupar com Jin e os documentos, juntos no mesmo local.

-Não mexeu no porta-luvas, mexeu? – Perguntou, sendo direto, não estava com paciência para enrolar.

-Não senhor. – Respondeu sincero. Jin não havia mexido, aceitou o fato de ser o intruso ali, e decidiu não incomodar Namjoon, já que não queria atrapalhar, contentou-se em ficar apenas olhando a vizinhança.

-Ótimo. – Concluiu Namjoon, após avaliar Jin, e agradeceu mentalmente por ele não estar sendo um grande problema.

           Ainda teria algumas coisas a fazer na cidade, porém, o dia, querendo ou não acabaria logo. Não o dia em si, mas o horário de trabalho, e Namjoon precisava visitar uma das cedes da empresa. Dirigiu o mais rápido possível para a empresa, seguindo as instruções de Jin, que conhecia o local, já havia ido lá várias vezes a negócios, estava aprendendo algumas coisas nos últimos três anos, para ministrar a empresa quando seus pais se aposentassem, pena que o acontecimento chegou mais cedo, e não foi a aposentadoria dos pais, que o fez ganhar a empresa. Triste tragédia.

           Ao chegar, Namjoon entrevistou os funcionários, demorou muito tempo. E não conseguiu nada, afinal os funcionários não falavam nada que o outro já não tivesse dito, e caçar cada resposta até o último ponto, o levaria a buracos sem fundo, e ele não tinha tempo, o assassino poderia procurar outra vítima, poderia até mesmo ir atrás de Jin. Isso se não fosse Jin. O alfa, estava frustrado, nervoso, impaciente, perdeu muito tempo ali entrevistando pessoas que só sabiam fofocar ou inventar mentiras desnecessárias. Assim que o ultimo funcionário saiu, pôs as mãos apoiadas no joelho e colocou a cabeça apoiada nas mesmas, fechando os olhos, buscando assim, na escuridão de suas pálpebras, encontrar alguma resposta, alguma brecha, alguma coisa....

         Levantou-se rapidamente achando algo para fazer, as câmeras. A empresa tinha câmeras, isso o ajudaria muito. Dirigiu-se a sala de segurança e pediu educadamente uma cópia de todas as fitas, dos últimos cinco meses. Infelizmente, por privacidade e política da empresa, o segurança, só poderia entregar as mesmas, caso houvesse um mandato. Namjoon bufou irritado, pegou o telefone, pressionando a discagem rápida, e assim ligando para Hoseok. Saiu da sala, indo para o corredor, abaixou a cabeça, saindo da visão da câmera, não que isso fosse necessário, mas caso falace algo que comprometesse a investigação, já estava fora de perigo. Assim que Hoseok atendeu, Namjoon esperou por Hoseok e sua deixa.

-Do que precisa? – Hoseok perguntou do outro lado da linha, olhando algumas fichas de um novo caso que acabara de chegar.

-Um mandato. – Respirou fundo por saber da impossibilidade de seu pedido. -Pra hoje. – Continuou. Primeiro Hoseok parou o que estava fazendo imediatamente, e pensou nas palavras ditas a si.

-Você tá brincando né?! – Disse incrédulo. – Sabe que demora no mínimo 12 horas para conseguir um, como espera que a essa hora, eu consiga um, ainda mais, pra agora. – Completou, alterando um pouco o tom de voz. Vez ou outra Namjoon fazia pedidos impossíveis, mas sabia que Hoseok conseguia, só precisava ser pressionado um pouco.

-Precisa de 12 horas? Faça em 6. Não quero perder meu tempo nessa cidade, tem um assassino a solta, tenho, devo prende-lo. – Ordenou, completando a sentença com algo óbvio, porem com tanta sinceridade e apelo, que fazia o outro pensar em mil e uma maneiras de conseguir o que Namjoon queria.

-Tá, em 6 horas eu te dou um mandato. Vou mandar para a delegacia, e falar que você busca pela manhã, está bem assim? – Disse Hoseok por fim, derrotado. Namjoon adorava jogar com as pessoas, só perdia para Jeon, que era um manipulador de primeira.

-Obrigado. – Namjoon agradeceu, encerrando a conversa. Retornou ao carro, onde Jin aguardava, porque não havia outra escolha para o ômega. Entrou no veículo e seguiu para um hotel, um que não fosse tão distante da delegacia, estava ficando tarde, Namjoon já havia passado uma noite em claro, não poderia passar outra, então estava sendo obrigado a parar por isso, e outros fatores. Foi até a recepção onde fez sua ficha de estadia, iria apenas pernoitar, então não sairia muito caro. Pediu por um quarto com duas camas. A recepcionista alternava o olhar entre o ômega e o alfa, e o ômega não deixou de notar isso, e também, não deixou passar o que a recepcionista insinuava com os olhos.

                   Não era de se admirar, um ômega e um alfa, um quarto só, juntos. Não havia como, não pensar isso, mas a recepcionista estava enganada, Namjoon não tinha nenhum sentimento por Jin, o relacionamento dos dois era profissional, um relacionamento profissional entre suspeito e detetive, um tanto estranho, porem profissional.

                   Seguiram para seus quartos, Namjoon estava cansado demais para perceber o que aconteceu, e também cansado para perceber que Jin estava envergonhado, seu rosto estava vermelho, tudo por causa de uma insinuação, mesmo que Jin soubesse da verdade, ele não podia deixar de ficar rubro, era constrangedor, a ideia de alguém imaginado tal relação.

                  Namjoon abriu a porta com uma mão, visto que carregava consigo alguns documentos importantes na outra mão. Nunca, um investigador, deve deixar suas provas fora de sua vista ou de seu perímetro, para que elas não sejam sabotadas. Namjoon anunciou que iria banhar, separou uma muda para si e outra para Jin, fez uma nota mental: Temos de comprar cuecas pro Seokjin, ele não pode usar as minhas, e nem ficar usando a mesma pra sempre. Deixou Jin sozinho no quarto, enquanto se deleitava na água quente, deixando o cansaço de lado.

                  Enquanto Namjoon tomava banho, Jin não tinha nada para fazer. Não queria ligar a TV, pois sentia-se triste, ainda estava em luto, e cansado também, cansado de não poder fazer nada além de observar.

                  Assim que Namjoon saiu, Jin entrou e tomou seu banho rápido, queria falar com Namjoon antes que o mesmo caísse no sono. Sabia que o outro estava cansado, mas, ainda assim queria tirar algumas informações, e aproveitaria o único momento em que o alfa, não estaria ocupado demais, procurando por provas ou entrevistando suspeitos. Quando saiu do banheiro achou que se depararia com a figura de Namjoon na cama, estava errado, o alfa, estava sentado na pequena mesa que tinha no quarto de hotel, estava escrevendo algo nas notas, com o fone de ouvido plugado no celular. Namjoon estava escutando as entrevistas, para ter uma segunda ideia de tudo.

                Jin tomou toda a coragem que tinha e a juntou, andou até Namjoon, e pousou sua mão sobre o ombro do alfa, que olhou rapidamente para Jin e deixou seu olhar fixo nele. Pela primeira vez desde que se encontraram, Jin parou um segundo para admirar o rosto alheio, talvez aquele cabelo molhado caindo levemente sobre a testa do alfa, deixava uma feição mais sensual. Concentra Jin, concentra! Brigou mentalmente consigo.

-Pode dizer algo para mim? Sobre o caso... – Pediu Jin, olhando firmemente nos olhos de Namjoon, e estes não quebravam o contato.

-Desculpe Seokjin, mas não posso lhe dizer nada.... – Respondeu Namjoon, o ômega assentiu, compreendendo a situação, mesmo que quisesse saber, tinha que esperar, isso machucava, doía, muito.

 

                  Jin caminhou até a cama, deixando Namjoon continuar o que estava fazendo, o ômega, deitou-se e cobriu-se. Trajava uma blusa branca fina e um short curto, na cor preta, não era suficiente para combater o frio que fazia, e Namjoon, como um alfa puro, seu sangue era quente, então o frio não parecia lhe incomodar tanto como incomodava o ômega. Seokjin, encolheu-se na cama, pensando em seus falecidos pais, tentou aguentar até agora para não derramar nenhuma lágrima, mas não podia mais se conter. A ideia de estar sozinho no mundo batia em sua mente com força, a ideia de ter perdido quem mais amava, martelava sua cabeça, cada vez mais e mais forte. E as teimosas lágrimas começara a cair. Mesmo que tentasse chorar em silencio não conseguiria por muito tempo, e o fato do alfa prestar atenção em tudo não ajudava sua tentativa de chorar em silencio, porque vez ou outra cafungava.

               Namjoon não era tão insensível, nem um brutamontes, ele sabia quando deixar seu lado profissional de lado. Sabia como era se sentir sozinho, conhecia essa sensação muito bem. Entendia que era difícil para Jin, mas não podia abrir exceções, porque seria antiético. O alfa, guardou as coisas, e caminhou até Jin, deitou, por cima dos cobertores, atrás de Jin, rodeando-o com os braços.

              Se tem uma coisa que sua mãe lhe ensinou bem, foi a ser forte em tempos difíceis, a ser bom com as pessoas, para que o mundo se tornasse um lugar melhor, mesmo que suas ações fossem mínimas, ele passava todas as emoções por simples atos. Essa era uma qualidade de Namjoon, expressar-se tão bem, com poucas palavras.

-Fica calmo, pode chorar. Não se preocupe, nada vai acontecer com você. – Namjoon dizia, o Namjoon, não o Kim Namjoon o profissional, mas sim o amigo nas horas vagas.

                Jin se sentiu protegido, amado; agarrou-se à aqueles braços que lhe envolveram, e os apertou, queria se sentir assim por mais tempo.

 

Porque ele não me chama só de Jin?

Porque ele está fazendo isso?

Quem ele é? E porque se importa tanto assim?

 

 

 

 


Notas Finais


Bem. O enredo é bem diferente e tudo mais, então o que estão achando? Eu costumo escrever fanfics com mais de um Shippe, mas esta será centrada apenas em Namjin, que é meu OTP. S2

Para não acostumar mal vocês, vou logo avisando, que dependendo do meu estado emocional eu demoro ou adianto a atualização das minhas fanfics..... Normalmente, eu leio comentários antes de escrever pra ficar mais animada e tudo mais. E, bem, eu não quero capitulos com menos de 4000 palavras......
Espero que ainda estejam gostando da estória >.<

BEIJOS
XOXO~


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