Os amigos estavam reunidos no salão principal jantando. Scarlet, George, Fred, Harry, Rony, Luna e Hermione, a última estava com o rosto preto e com os cabelos com cheiro de fumaça, ao que parecia, havia explodido alguma poção na aula do Snape, o que resultara em menos 20 pontos para sua casa.
- Eu já disse. Foi a besta do Malfoy que sabotou minha poção!
- Hermione, sua poção estava completamente errada, aceite isso. Você não é brilhante em tudo! - disse Rony, provocando a garota.
- Você não sabia nem por onde começar, Rony. Não coloque seus erros em mim! - todos da mesa riram.
- Acho melhor tomar cuidado com o tom da voz, Snape está olhando pra você.
- É serio? - a menina se desesperou.
- Não.
Todos da mesa começaram a rir, não tinha ninguém olhando para ela, na verdade, mas tinha alguém que olhou para a mesa dos amigos, mas especificamente para a menina que parecia preocupada com algo. Newt.
Os olhos de Scarlet levantaram e se encontraram com os do ruivo. Ela deu um pequeno sorriso, e voltou a conversar calmamente com Luna, até que uma coruja voa até a grande mesa, entregando uma carta para a castanha.
- De quem é? - perguntou Luna.
- Não sei, vamos ver. - a menina abriu a carta, era de sua tia. Um calafrio passou por seu corpo.
" Scar,
Espero que saiba que voltará para casa no próximo feriado, se esqueceu, estou te notificando.
Até semana que vem.
Ivy."
A garota tremeu. Realmente havia esquecido desse detalhe, não queria ir para casa. Não queria encontrar Ivy.
- Luna, eu vou para o dormitório.
- Não vai ler a carta para nós?
- Não é o momento.
Scarlet saiu da mesa rapidamente, arrancando a atenção de seus amigos, e do bruxo que conversava tranquilo com Minerva. " O que será que aconteceu para ela sair tão rápido assim? Até pouco estava com os amigos. " pensou.
Viu que Luna fora atrás dela, a menina estava descalça, o que não era surpresa para o resto. Newt ficou preocupado, e isso ficou perceptível à bruxa ao seu lado.
- Está tudo bem professor Scamander?
- Ah, sim. Eu já terminei, boa noite professora Minerva. - em seguida o ruivo saiu com uma certa pressa, temendo o pior.
- Mas seu prato ainda está chei... - a professora não teve nem tempo de falar, o bruxo já estava na porta do salão.
- Os jovens. Sempre tão cheios de energia! - disse Dumbledore, rindo calmamente aos demais da mesa.
Na sala comunal da Corvinal, Luna tentava acalmar a amiga, que parecia estar tendo uma crise.
- Por favor Scarlet, me conte o que está acontecendo, eu não sei como ajudar.
- Eu não posso Luna. Não posso voltar para aquela casa, para aquela mulher. - diz a castanha chorando sentada no chão.
- Que mulher?
- Minha tia. Eu não posso. Ela vai fazer de novo, de novo e de novo. - a garota chorava no canto.
- Scar? Fazer o que?
- Não me chama de Scar.
Luna nunca vira a amiga tão séria. Seus olhos estavam opacos, quase sem vida. As lágrimas ainda caíam, e a amiga ainda não sabia o que fazer para ajudar.
- E seus pais? Onde estão?
- Minha mãe não é viva. E eu não faço ideia de onde meu pai esteja, ele nos abandonou. - Scarlet se acalmara um pouco, mas ainda chorava.
- Por favor Scarlet, me conte. Podemos não nos conhecer a muito tempo mas eu me preocupo. Você é a pessoa que sempre acha meus tênis perdidos, eu quero ajudar.
Scarlet se aconchegou no ombro da loira.
- Morávamos os 4 desde sempre. Minha tia, minha mãe, meu pai e eu. Eu não lembro tão bem de tudo, mas éramos uma boa família, minha mãe passava o dia todo comigo, e ela era tão apaixonada por meu pai... Lembro que quando pequena queria ser amada como ela o amava algum dia.
- Continue.
- Minha tia nunca foi muito com a minha cara, mas nunca me destratou. Eu tinha 5 anos quando meu pai nos deixou, mas eu notava minha mãe ficando cada vez mais fraca a cada ano. Eu estava no meu quarto quando ouvi várias vozes na casa, enquanto minha tia gritava. Eu tive tanto medo de sair e algo acontecer, e foi nessa noite que algo aconteceu e nunca mais vi papai.
- A partir daí minha mãe ficou cada vez mais reclusa e doente, nem ela nem minha tia me olhavam mais nos olhos. Depois de completar 6 anos, 5 meses depois, minha mãe morreu, de tristeza. Ela não aguentava uma vida sem o meu pai. E depois de seu enterro, minha tia passou a não falar mais comigo, por uns 2 meses. Depois desse tempo, ela começou a ter atitudes estranhas, começou a gritar cada vez mais e me bater, até que um dia ela...
- Professor Newt? Por que tá aqui? - era a voz de Serena, uma quartanista da Corvinal. Scarlet e Luna ouviram apenas passos correndo para fora da sala da Corvinal até a dona da voz entrar no quarto.
- Oi gente, por que o professor de Trato de Criaturas Mágicas estava na porta?
- Não sabemos, Serena. - Luna diz, incomodada com a interrupção. A mais nova saiu da sala e a loira olhou para Scarlet, que estava escondendo o rosto de choro.
- Luna, eu não consigo contar mais que isso.
- Tudo bem Scarlet. Eu imagino como você tenha sofrido e... - a castanha não queria ouvir palavras de pena. Sabia que Luna não fazia por mal, mas no momento ela só queria dormir.
- Podemos dormir, Luna?
- Sim, se você quiser. Boa noite. - deu um abraço carinhoso em Scarlet, e as duas foram pra cama.
Do outro lado do castelo, Newt pensava em tudo que ouvira de sua aluna. Não fazia ideia do quanto a menina tinha passado, e isso o fez admirá-la ainda mais. Ela colocava um sorriso, mesmo que triste, no rosto e fazia de tudo para deixar os outros bem.
O bruxo fora dormir pensando em Scarlet, e em seus olhos de cor única.
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