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História Scars Of Talent - Chapter One


Escrita por: LordsBabe

Notas do Autor


Gente, essa é a minha primeira fanfic de yaoi e em terceira pessoa, então se ficar muito ruim, não digam que eu não avisei. Tenho que agradecer à @kindailana pela capa da fic que ficou muito foda. Agora, alguns avisos:
●O Mark na fic tem 18 anos e o Jackson tem 24 e o Jackson é mais alto do que o Mark, então quando estiver escrito "mais novo/menor", se refere ao Mark e vice-versa.
●Eu não tenho absolutamente NADA contra o Raymond Tuan, só escrevi essas coisas porque sou maluca mesmo.
●A narração é em terceira pessoa, mas, logicamente, é centrada no Mark, já que ele é o protagonista da história. Vocês vão saber quando estiver na parte do Jackson.
●Para o visual deles (apesar de não estar assim na capa) eu imaginei o Mark como ele estava no Dream Knight e o Jackson loiro.
Perceberam que eu falo muito né? Então, sem mais demoras, boa leitura gente!

Capítulo 1 - Chapter One


Mark amarrava suas sapatilhas. Era um ritual diário antes de começar as aulas na escola de balé. Em sua classe, além dele, havia apenas mais um menino, o que o fazia não se sentir tão deslocado, apesar de ele e o rapaz tailandês nunca terem trocado uma palavra sequer.

O fato de Mark ser homem não deveria impedí-lo de realizar seu sonho, mas aquele era o principal problema. Os palcos pedem por meninas magérrimas e graciosas e ele não se encaixava nesses padrões. A professora era sua maior incentivadora, afinal Mark era talentoso.

Tinha emagrecido bastante para ter um rendimento melhor e ele achava que aquilo estava realmente funcionando. Suas coxas e braços eram definidos, apesar de magros, por ter que, em grande parte das coreografias, sustentar suas colegas de classe no ar. Aquela era uma parte ruim de ser um menino na classe, sempre era usado, como o outro também era, para ficar como coadjuvante. Nunca seria o centro da dança se estivesse acompanhado de uma mulher.

Mark não estudava em uma escola de dança com muita infraestrutura, era uma escola pública que só estava de pé por muita insistência e perseverança dos professores, mas aquilo era melhor do que ter o seu sonho sufocado pela falta de prática e incentivo.

Terminou de se arrumar e se reuniu ao grupo dos outros alunos, que esperavam para ouvir o que a professora diria.

— Como vocês sabem, a companhia do Teatro Municipal vai abrir vagas de figuração para o espetáculo de Natal, "O Quebra-Nozes". — Mark se animou. — Um dos meninos de nossa turma já está confirmado, mas ainda não sabemos qual. Das meninas, serão apenas cinco. E os testes serão realizados agora. — todos se encararam por um momento.

Dançar "O Quebra-Nozes" no Teatro Municipal seria um sonho para Mark, mesmo que fosse figurante. Tinha todas as coreografias masculinas do espetáculo gravadas em sua cabeça. Era um dos espetáculos natalinos que mais gostava. Mesmo que fosse ocidental, era lindo e sempre arrastava sua mãe para vê-lo.

"Um dia eu farei o papel principal!", sonhava o pequeno Mark.

Mas o rapaz ainda tinha um obstáculo a ser ultrapassado e era o seu colega de classe tailandês.

Como eram apenas dois meninos, se apresentariam antes. O colega foi o primeiro. Não usou a ponta, o que a professora nitidamente desaprovou, mas dançava fluidamente, como tinha que ser.

Até que errou um giro. Aquilo seria fatal. O Tuan não queria se sentir aliviado com aquilo, mas era inevitável. Suas chances de preencher a vaga estavam maiores com aquele erro. E ali, Mark Tuan soube que teria que ser perfeito para ganhar a vaga.

Se dirigiu ao meio do salão. Todos os olhares estavam em si, o que o fazia querer sair correndo. Respirou fundo, olhou para o espelho à sua frente. Via um rapaz desesperado.

Quando a melodia começou, ele se pôs na ponta dos pés. Por causa da prática, aquilo não doía mais, mas tinha consciência de que a dor que viria depois que o sangue esfriasse e a adrenalina pelo momento passasse seria extrema e que aquilo o faria dormir mal, como sempre. Executara os mesmos passos do colega, por ser a mesma música, mas acertou o giro.

Aquele foi o seu passe para o espetáculo natalino.

A professora o parabenizou e segredou a ele baixinho de que já sabia que seria o Tuan quem preencheria a vaga. Mark conversou um pouco com a professora e soube que a organizadora do espetáculo era sua amiga antiga. Deu todas as instruções sobre horários e como Zhou Wang odiava atrasos.

Tuan checou as horas. Poderia voltar para casa sem problemas, então, como não tinha mais nada para fazer ali, Mark foi até o vestiário masculino se trocar. Botou uma calça jeans preta, um moletom azul que era exageradamente grande para seu tamanho e um par de tênis. Agradecia aos céus por não ter que ficar com as sapatilhas por muito tempo naquele dia. Adorava dançar, mas elas eram extremamente incômodas, mesmo que já as usasse durante bastante tempo.

Mas, mais incômodo do que as sapatilhas, era o que sofria em casa. 

Não deve ser fácil para nenhum pai descobrir ao mesmo tempo que seu filho é gay e que quer ser bailarino, mas a maneira como Raymond Tuan trata seu filho é abominável.

Quando não era insultado de nomes horríveis ou até mesmo agredido fisicamente, era completamente ignorado, o que fazia o Tuan mais novo querer chorar. Sabia que, se chorasse por causa disso, seu pai gritaria com ele e bateria nele até que o mesmo desmaiasse, então se continha o máximo que podia até chegar ao seu quarto e desabar. Dorine Tuan tentava intervir várias vezes, mas sempre em vão.

O que mais doía em Mark era que ele amava seu pai e queria ser aceito por ele.

Abriu o pequeno portão que dava acesso à casa da família Tuan, ouvindo o barulho da televisão na sala. O pai já estava em casa. Tinha errado o cálculo dos horários do mais velho. Como Mark não queria discutir com ele, apenas entrou pela porta dos fundos, encontrando sua mãe na cozinha.

— Oi, filho! - ela sorria e falava baixo. Sabia que o marido reagiria mal se soubesse que Mark estava em casa mais cedo.

— Oi, mãe! — Mark fazia o mesmo que a mãe. Estava feliz, apesar de tudo. — Consegui uma vaga no espetáculo de final de ano no Teatro Municipal. — dizia à mãe, com um sorriso enorme nos lábios.

— Oh, meu filho! — ela lhe deu um abraço apertado — Meus parabéns, meu amor. Sabia que conseguiria um dia, você se esforça tanto! Mas o que você vai fazer? — o olhar da mãe era doce.

— Vai ser só figuração, mas isso já é o suficiente pra mim. Eu vou estar lá! — o coração do rapaz pulava de alegria.

Continuaram conversando em tom contido, não querendo chamar a atenção do pai, que ainda estava na sala. Mãe e filho ficaram papearam sobre todos os detalhes do teste criaram juntos algumas expectativas sobre o futuro do pequeno Mark no Teatro Municipal, até que Raymond gritou da sala, avisando à senhora Tuan que iria sair, provavelmente para beber.

Mark ficou um tempo com Dorine na cozinha, enquanto a mesma começava os preparativos para o jantar. Decidiu ir tomar banho ao lembrar que sua mãe não gostava de ninguém falando com ela enquanto a mesma cozinhava.

Entrou no banheiro, fechando a porta e se despindo. A água quente fazia um carinho em sua pele que era muito bem-vindo. Lavou os cabelos e o corpo, deixando que a água levasse de si o peso que sentia, juntamente com as lágrimas. Era inevitável a tristeza de Mark. Seu pai o odiava por ser quem era. Ele amava seu pai, mas não podia deixar de sentir raiva dele e de tudo o que ele dizia a seu respeito.

Ele não era nada daquilo.

Apesar de ser convicto em sua orientação sexual, Mark nunca esteve com ninguém em sua vida. Nunca havia beijado alguém. Nunca havia se apaixonado. E agora, no auge de seus dezoito anos, se sentia sozinho sem um companheiro. Não se achava atraente o suficiente para atrair o olhar de qualquer homem para si. Mesmo agora estando mais magro, ainda se achava estranho. Se achava feio em toda sua magreza, mesmo que aquilo fosse escolha dele.

Quando acabou o banho, estava com a pele vermelha, devido à temperatura da água. Enrolou-se à toalha e saiu do banheiro, indo ao quarto.

Mark encarou-se no espelho. Encontrava milhares de razões estéticas para não atrair o olhar de alguém e as piores estavam em seu tronco. Os hematomas, em diferentes tamanhos, proporções e tons de roxo. Passava as mãos por seu rosto, querendo voltar a chorar. Sempre ficava mal quando sua mente o remetia àquele assunto. Sabia que aquele pesadelo estava longe de acabar e, se arrumasse um namorado agora, seus problemas duplicariam.

Mas Mark estava carente de coisas que nunca tinha sentido antes. Queria carinho. Queria que alguém que o acolhesse em seus braços e dissesse a ele que ele era especial. Queria alguém que o consolasse quando estivesse triste. Queria alguém que o ajudasse quando estivesse com dor por causa do balé. Queria alguém que o aceitasse como ele é e não o tentasse mudar.

Mark queria alguém que o amasse.


Notas Finais


Eu sei que não aconteceu muita coisa nesse capítulo, mas é o primeiro capítulo gente, as coisas vão fluir e vão acontecer depois. Até eu fiquei com peninha do Mark escrevendo isso, o garoto sofre muito.
Me digam se gostaram, manas!


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