História Scream - Newtmas Version - Capítulo III - O Lago

"Um lugar onde fantasmas podem voltar"

21/03/2016

Gally por um milagre do destino chegou mais cedo. Havia acordado muito cedo naquela manhã, não sabia o porquê, mas um sentimento ruim havia assolado seu coração de madrugada.

O loiro havia se arrumado apressadamente naquela manhã, ele já estava um pouco alterado.

Afinal, já fazia algum tempo que estava sem seus... remédios.

Gally tinha um trato com Sonya. Desde que a loira lhe trouxesse remédios ilícitos para quem não tivesse uma receita médica, ele ficaria quieto. Ficaria quieto e não mostraria para ninguém as fotos comprometedoras que tinha dela.

A escola estava estranhamente vazia na hora que chegou. Mas ele não ligou para isso, e continuou calmamente seu destino.

Sua mão batia freneticamente em sua coxa enquanto caminhava - um sinal claro da abstinência -, ele precisa logo daqueles remédios.

O loiro chegou na sala de filosofia, que seria o primeiro período de aula que ele teria.

Levou a mão a maçaneta, mas antes de gira lá um arrepio assombroso percorreu sua espinha.

Ele não soube o porquê disso, mas tentou ignorar o máximo que conseguia.

Então, ao entrar na sala ele se deparou com algo que o causou enjoo e tontura; sentiu seu corpo cambalear.

Na mesa do professor estava a cabeça da loira, rodeada de pétalas de cravo púrpura e velas acesas; as cortinas estavam fechadas, o que deixava o ambiente macabro, e por fim a visão mais aterrorizante de todas: o resto do corpo de Sonya estava pregado no quadro, o sangue havia escorrido por várias partes, e até formava uma mensagem que havia sido gravada acima da garota.

"Nenhum de vocês vai escapar"

XXX

Newt tinha acabado de chegar na escola, mas estranhou o fato de haver tanta gente aglomerada na entrada do local. Nenhuma delas tentava entrar, elas apenas observam - as vezes com expressões de nojo e espanto - a porta de entrada da escola.

O pequeno sentiu a curiosidade invadir seu ser imediatamente. O que poderia ter sido feito de tão grave para que tanta gente estivesse ali.

Ele percebeu alguns amigos,  quer dizer, ex-amigos em um lugar mais afastado, perto de uma pequena mureta ao lado da escola.

O loiro pode ver a expressão de tristeza no rosto de cada um deles, e até as lágrimas nas duas garotas que acompanhavam os três rapazes.

Ele sentiu seu peito apertar; não gostava de ver ninguém sofrendo, mesmo sendo alguém que o havia abandonado.

Newt sentiu vontade de ir até eles e os confortar, mas rapidamente foi impedido por dois braços delicados que o rodearam pela cintura.

- Isso é tão horrível Newt, eu não acredito que alguém possa ter feito algo assim. - a loira tinha um tom triste em sua fala, apesar de não se dar muito bem com certas pessoas daquela escola, ela não queria que ninguém morresse, isso poderia causar mais dor ao loirinho.

O menor apenas concordou com a loira, ele não queria falar muito do assunto, a foto do cadáver de Brenda ainda o assustava.

XXX

Newt - junto de Joanne e Minho - estavam na pequena biblioteca e cafeteria que ficava perto do lago da cidade.

O loiro gostava de ir ali para espairecer; era calmo e relaxante, apesar das lendas que rondavam o lugar.

Para muitos, o lago era amaldiçoado por um fantasma. Mas ele não via o local como algo do mal. Era calmo ali, bom para ficar pensando sobre coisas, e também era um local que Thomas não sabia que existia, fazendo com que fosse o esconderijo perfeito para o loiro.

O moreno havia ficado extremamente pegajoso depois do dia que o havia beijado. Mas Newt estava tentando o evitar a todo custo; não queria gostar tanto do maior, mas não conseguia mandar em seu coração.

O pequeno estava distraído com seu capuccino de chocolate, por isso acabou se assustando levemente quando os som de mensagem pode ser ouvido vindo de seu celular.

Uma nova mensagem de Unknown:

Unknown: HEY LOIRINHO - 18:51

Unknown: QUE TAL PARTICIPAR DA MINHA PRÓXIMA BRINCADEIRA? - 18:52

Unknown: A VADIA LOIRA NÃO SOUBE BRINCAR DIREITO -18:52

XXX

21/03/2016

Rez a lenda que Livia Mordon sempre vinha a tal lugar - a mais ou menos cinquenta anos atrás - ela sempre conversava com o lago; seu único amigo, e todas as duas mágoas e alegrias eram despejadas ali.

Um certo dia, um grupo do colégio que ela estudava resolveu investigar o que ela tanto contava para a grande massa de água. Mas eles acabaram indo longe demais, e segredos foram revelados.
Então, o que era para ser uma simples brincadeira, vira algo sério demais.

Livia descobriu os autores da brincadeira que revelou seus segredos, e então, relatos dizem que ela ouviu vozes sussurradas pelo lago; vozes que a mandavam fazer coisas.

Então, ela sorrateiramente foi na penumbra da noite na casa de cada um de seus colegas, e dia após dia um deles era assassinado.

- Nossa, que história mais assustadora Minho. - a morena de olhos azuis pronunciou em um falso tom de espanto, e logo em seguida deu um longo bocejo - Você realmente acredita nisso?

O coreano balançou a cabeça levemente em confirmação, essa era uma lenda que sempre tinha ouvido em sua casa. Sua avó contava para sua mãe, e a mesma contava para ele toda vez que podia. No começo essa história parecia assustadora, mas com o tempo ela começou a fascinar o rapaz de olhos puxados.

- Essa história me deu medo. - disse Junior, que havia se juntado ao trio na cafeteria quando Joanne ligou para ele. O menino de cachinhos estava um pouco encolhido, os seus pelos haviam arrepiado pela história que o oriental contará; ele levantou os braços e abraçou o próprio corpo, numa reação de autoproteção.

- Não se preocupe baby Junior, eu te protejo. - o espanhol havia dito isso assim que viu a reação do menor, ele logo o abraçou e trouxe para seu colo, fazendo Junior sentir vários arrepios com o ato de seu namorado.

Com isso, as duas garotas do grupo deram pequenos gritinhos, completamente encantadas com a fofura do casal.

O seis adolescentes estavam discutindo sobre as duas misteriosas mortes que houveram na semana; isso havia sido realmente estranho.

XXX

21/03/2016

Havia uma multidão de pessoas na frente da escola, todas esperando o pronunciamento da diretora sobre o corpo que havia sido encontrado durante a manhã em uma das salas do local.

Foram alguns minutos de espera até que, finalmente, as portas da escola foram abertas, e uma senhora saiu de lá.

Ela estava vestida formalmente, com um terno e saia preta, salto alto e o cabelo loiro amarrado em um coque perfeitamente simétrico.

A loira se aproximou do palanque que havia sido montado a algumas horas atrás na parte de cima da escadaria da escola, demorando alguns minutos para se pronunciar perante a multidão de jornalistas e estudantes que a olhavam curiosamente.

- Em primeiro lugar eu gostaria de desejar meus pêsames a família da senhorita Sonya. - o eco do microfone pode ser ouvido quando as primeiras palavras foram proferidas pela mulher, mas mesmo assim ela continuou a falar, encarando cada um dos curiosos jornalistas com um olhar sério, não daria as informações de graça para todos eles fazerem o que quiserem com ela. - O caso trágico que ocorreu hoje em nosso estabelecimento nunca havia ocorrido antes no histórico do CRUEL High School...

E no momento que Ava pronunciou isso um dos repórteres que se encontrava na fila da frente a interrompeu, atropelando a mulher com as suas palavras.

- Mas eu soube que em 1996 houve um caso parecido com esse, será que estamos lidando com uma nova Livia Sparks? - o jornalista não fez rodeios ao fazer tal pergunta, o que deixou a diretora desconfortável por alguns segundos, mas ela logo se recompôs, respondendo em um tom sério a pergunta do homem.

- Não podemos afirmar nada sobre uma história tão antiga quanto essa, e o caso não foi fechado para tirar mais conclusões. Só lhes falo que faremos de tudo para que não ocorra novamente. É tudo por agora, obrigada. - e então a mulher novamente se dirigiu para dentro dos corredores da escola, ignorando as inúmeras perguntas que foram feitas assim que o seu discurso se deu por encerrado.

Assim que Ava atravessou as portas de entrada do local elas foram fechadas, deixando vários jornalistas e alunos com várias dúvidas na cabeça.

XXX

O loiro congelou ao ver tais mensagens, isso estava se tornando completamente estranho e assustador. 

Ele ficou alguns minutos apenas olhando a tela de seu iPhone, pensando se deveria responder, mas antes que fizesse isso o aparelho começou a vibrar em suas mãos, indicando que alguém estava o ligando.

O pequeno atendeu a chamada de um número desconhecido e com as mãos levemente tremendo levou o celular ao ouvido, esperando a pessoa do outro lado da linha começar a falar.

- Ora, ora, finalmente estou conversando com o meu loirinho. - a voz completamente modificada por algum aplicativo de celular foi ouvida pelo loiro; cada palavra era assustadora e arrepiante. - Eu queria que você tivesse participado das minhas brincadeiras anteriores. Foi uma pena não ter sua participação. Mas agora eu tenho um papel especial para você, loirinho.

Newt tentou se levantar e sair do lugar, mas o louco do outro lado do telefone o parou quando o mandou sentar de novo, ele não queria que mais ninguém trapaceasse em seu jogo. O loiro apenas olhou em volta, se certificando de que não havia ninguém suspeito no local.

Havia apenas algumas pessoas junto do loiro no local; tudo estava pacato e sereno. Joanne e Minho estavam no balcão, discutindo sobre quais bebidas escolherem.

- O loirinho ficou tímido, que pena. - então uma risada um tanto psicopata foi proferida pela pessoa no outro lado do telefone - Daqui a pouquinho nós vamos começar a brincadeira, e eu vou adorar que participe dela.

E então o telefone ficou mudo, a pessoa havia desligado o telefone. O loiro ficou paralisado por um tempo, com o celular perto da orelha - mesmo que a ligação já estivesse encerrada -, ele só voltou ao normal quando uma cesta de pães de queijo foram colocada a sua frente. Minho e Joanne finalmente haviam decidido o que beber.

O loiro - depois de desperto do seu estado paralisado -, bloqueou rapidamente seu celular e o deixou em cima da mesa, com a capinha de arco-íris virada para cima. Então os três começaram a conversar entre si, e por alguns minutos o pequeno tentou esquecer a voz monstruosa da pessoa misteriosa - e provavelmente louca- que havia lhe ligado.

XXX

22/03/2016

- Ta, então vocês não acharam nenhum um pouco estranho os dois recentes assassinatos? Tipo, nenhum um pouco? - o oriental indagou para seus amigos. Por algum motivo eles haviam chegado no assunto dos recentes assassinatos, e isso acabou ocasionando uma discussão sobre o assunto.

Todos se entreolharam após a pergunta do moreno, alguns mantinham expressões de medo, enquanto outros pareciam interessados sobre o assunto.

- Será que o fantasma de Livia Sparks  não retornou para assombrar a cidade? - a morena de olhos azuis indagou, com o tom de voz repleto por sarcasmo - Desse jeito, até você poderia ser o próximo, Minho.

E de repente o clima havia ficado mais pesado na cafeteria, parecia que algo sombrio e misterioso estava pairando o ar, como se fantasmas espreitassem a conversa. Todos os jovens sentiram os pelos do corpo inteiro arrepiar; aquilo estava ficando mais estranho que o normal.

- Mas eu acho que devíamos investigar tais fatos. - Junior quebrou o silêncio incômodo que havia se instalado desde a brincadeira da morena - Sabe, poderíamos descobrir o que está acontecendo e se está atrás de nós.

Então, assim que Newt foi responder a pergunta do menino de cachinhos ele sentiu uma mão em seu ombro. Ao olhar para cima pode ver as íris castanhas de Thomas.

- Eu acho uma boa ideia. - o moreno disse com um sorriso radiante - Você não acha, loirinho?

XXX

21/03/2016

Newt ainda não havia esquecido a rápida ligação que recebeu da pessoa misteriosa, aquilo havia ficado gravado em sua mente; a voz transbordando loucura ainda podia ser ouvida pelo menor.

Ele estava tão imerso em seus pensamentos que tomou um susto ao sentir seu celular vibrar em seu bolso, indicando que alguém estava ligando para ele.

- Hey loirinho, que tal participar agora da minha brincadeira? - a voz da pessoa continuava transbordando sarcasmos, e agora também estava sádica - Vamos fazer um jogo de escolhas. Quem você não quer: a loira baixinha, ou o oriental espertinho? 

Newt prendeu a respiração ao ouvir tais palavras. Como assim teria que escolher um de seus amigos?

- E-eu... Eu não vou escolher ninguém. - o loiro disse tais palavras com um tom de voz firme, tentando transparecer seriedade - Você é louco!

Então, outra risada foi ouvida pelo telefone; a pessoa do outro lado parecia estar se divertindo com isso.

- Eu não gosto de trapaças. - de repente, a voz da pessoa havia ficada extremamente séria - Se fizer isso, será pior para os dois.

Vários pensamentos imundaram a mente do pequeno loiro. Como tomaria tal decisão então pouco tempo? Na verdade, nunca deveria tomar tal decisão. Mas não podia fazer nada para mudar isso; tinha que escolher.

- Não, n-não toque na Joanne! - o tom de voz do loiro havia se alterado um pouco ao proferir tal frase. Nunca, em hipótese alguma, queria que sua melhor amiga sofresse. Além de que, ele sabia onde o oriental ficava, seria mais fácil chegar a ele.

Então o pequeno saiu correndo assim que ouviu o bipe, indicando o fim da ligação. Precisava se preparar para proteger seus amigos.

Foi então que uma mensagem chegou em seu celular sem que ele visse.

"Vou adorar cumprir sua ordem, loirinho"

XXX

22/03/2016

Minho estava sentado no píer do lago Sparks. Já era noite, mas o moreno gostava de ficar ali. Era calmo, principalmente a essa hora, já que praticamente todas as pessoas da cidade morriam de medo de encontrarem algum fantasma por ali.

O oriental podia ouvir o som dos pequenos grilos na noite, também ouvia alguma corujas cantando mais longe dali; em meio as árvores densas que ficavam ao redor do lago.

Então a calmaria foi quebrada ao ouvir um pequeno galho sendo quebrado atrás de si. Aquilo havia sido muito estranho, não deveria ter ninguém além do moreno naquele lugar as essa hora da noite.

Ele observou o pequeno caminho que ia em direção a cafeteria. Mas não viu nada de estranho, então voltou a prestas atenção no lago; balançando lentamente seus pés sobre a quase cristalina água abaixo de si.

Mas novamente o silêncio foi quebrado ao ouvir o rápido bipe do seu celular, indicando uma nova mensagem.

Uma nova mensagem de Unknown:

Unknown: HEY VADIO - 19:27

Unknown: ESTÁ UM POUCO FRIO AQUI FORA, NÃO É MESMO? - 19:28

O moreno franziu as sobrancelhas ao ver tal mensagem. Que tipo de pessoa em sã consciência faria isso?

Minho: O que você quer dizer com isso? Quem é você? - 19:30

Ele resolveu entrar na brincadeira, mesmo achando que a pessoa que estava lhe mandando mensagem era completamente louca.

Uma nova mensagem de Unknown:

Unknown: EU ACHO QUE VOCÊ NÃO DEVIA FICAR SOZINHO EM UM LUGAR COMO ESSE -19:47

Unknown: ESTÁ MUITO FRIO AQUI FORA - 19:48

Foi então que pode ouvir mais alguns sons de galhos se quebrando em meio a vegetação que cercava os lados da estrada.

Minho observou entre as árvores, e até cogitou se aproximar. Mas ele pensou melhor e percebeu que isso não seria boa ideia.

Uma nova mensagem de Unknown:

Unknown: QUE TAL SE ESQUENTAR UM POUQUINHO? - 19:48

Dessa vez o moreno não pode ouvir os sons de passos se aproximando perto dele.

Ele só pode perceber que alguém estava perto dele quando dois braços o impediram de prosseguir. E então ele sentiu algo em seu nariz, algo com um cheiro forte. E ele só percebeu tarde demais que era um pano banhado em álcool.

E depois disso tudo ficou preto.

XXX

Newt havia acordado a poucos segundos com a mensagem da pessoa misteriosa.

"Talvez seu amigo oriental precise de ajuda"

O loiro apenas se levantou rapidamente; o sono havia sumido assim que leu tais palavras.

Ele rapidamente foi em direção ao lago que ficava perto de sua casa; sabia que Minho gostava de ficar ali para espairecer sobre seus problemas.

Mas assim que chegou perto do lago seu corpo parou - completamente estático por causa da visão -, ele não acreditava naquilo; seus olhos se encheram de lágrimas ao ver tal cena.

No meio do lago, amarrado a um tronco, que era sustentado em uma superfície de madeira.

Minho estava se debatendo em meios as cordas, pois o fogo que havia sido ateado em seu próprio corpo que estava o queimando, e isso causava uma dor excruciante no oriental.

Sua pele enchia de bolhas a medida que o fogo aumentava, tudo isso enquanto seus gritos eram abafados pela amordaça.

Então, depois de longos minutos o moreno parou de se debater, havia morrido completamente carbonizado.

Newt já estava de joelhos na areia perto do lago, chorando compulsivamente.

Foi então que ele viu uma pequena mensagem na areia, o que apenas aumentou seu choro.

"Aproveitou o show, loirinho?"