História Screamin' - O QUE HOUVE?

Na porta do hotel, junto com as fãs tinha também uma equipe de reportagem. David pediu para que os seguranças facilitassem o contato dos repórteres com ele, e assim foi feito.

–Senhor Kaulitz! – Gritou o cara com o microfone.

–Perguntem á mim, os meninos estão exaustos! – Interrompeu David.

–Senhor Jost, onde está Natalie Franz? – O homem perguntou.

–Natalie está grávida e vai se casar, por isso pediu demissão. E já temos uma substituta. – Disse David olhando para Jessie.

–Ela é a namorada de Bill Kaulitz? – O homem perguntou.

–Não, não! Ela é minha namorada. – Respondeu David de um jeito tão confiante que até eu acreditaria. - Ela anda muito com Bill porque eles são grandes amigos, e ela é a maquiadora e cabeleireira dos quatro rapazes, por isso a aproximação. Mas ela é minha namorada, estamos muito felizes juntos, e isso é o que eu tenho á dizer, agora estamos atrasados para uma entrevista senhor. Com licença!

Os seguranças tiraram os repórteres do caminho e nos levou até a van. Entramos rapidamente, Jessie sentou entre mim e Jost. Georg, Tom e Gustav foram no banco de trás. Na frente só havia o motorista e um segurança.

Um clima tenso pairou.

–David, elas vão entender... – Comecei, mas fui interrompido

–Não, não vão, Bill. Você não viu o quanto elas ficaram bravas só por ver a Jessie, sem nem ao menos saber quem ela é? Se você tem amor pela sua namorada e pelo bem-estar dessas garotas, pelo amor de Deus, vamos esperar! Temos a segurança da Jessie e da banda nas mãos! – Disse David.

–Um dia elas vão ter que saber, como eu já disse antes! Se elas nos amam de verdade, elas vão aceitar e...

–Bill, você precisa entender! Não é questão de amor, é questão de obsessão, elas são obcecadas por vocês, algumas vão aceitar por amor sim, mas nem todas vão se importar com a felicidade de vocês! Não se lembra de como era com a Natalie? Elas xingavam a coitada mesmo sabendo que ela era só sua amiga! E no caso das stalkers? Você acha que elas seriam compreensivas como suas fãs?

–Mas elas aceitaram o namoro do Georg...

–Mas o Georg não contou quem é a namorada dele, Bill. – Disse Tom tranquilamente.

–Porque essa necessidade de me expor, Bill? – Jessie perguntou meio temerosa.

Eu a ignorei e voltei á olhar pela janela.

Aquelas garotas pelas quais eu tanto lutei para ser bom o suficiente, será que elas seriam capaz de destruir minha felicidade só por egoísmo? Talvez David esteja certo... Talvez eu tenha que ser menos ingênuo... Mas e minha felicidade? Vai ficar oculta?

Não que eu visse realmente necessário dizer a verdade sobre a Jessie, mas eu me sentia muito mal de não poder sair de mãos dadas com ela, ou não poder compor uma canção para ela e dizer para meus fãs que ela é minha musa. Também não me agradava o fato de ver David abraçando-a o tempo todo.

–Bill, onde você vai passar as férias? – Perguntou Tom atrás de mim.

–Nas Maldivas como sempre passamos, porque?

–Eu pensei que já que você tem uma namorada poderia ficar a vontade com ela... Eu queria visitar nossos pais, mas você não precisa vir comigo.

–É mesmo? Não tem problema, eu posso ir com você.

-Relaxa. – Murmurou Tom.

-Jessie, o que você acha de passarmos as férias juntos? – Perguntei.

–Seria arriscado vocês... – David ia dizendo, mas olhou para mim com um olhar mais compreensivo. – É arriscado dependendo do lugar onde vocês vão ficar. Também vão ter que ser muito cuidadosos, mesmo em um lugar pacato.

–Eu pensei em irmos para as Maldivas, mas é lá que os paparazzi sempre me procuram e acham, então... – Eu disse pensativo.

–O Brasil. A Jessie é de lá, e ninguém da mídia sabe disso, então acho que eles não procurariam você por lá. – Disse Gustav. – Aliás, ouvi dizer que Brasil é lindo.

–Mas o Brasil é... – Jessie pareceu não gostar da idéia.

–O que houve? Não gosta de lá? – Perguntou David. – É onde sua família está, não é?

–Não é isso... É que eu estou evitando minha família, mas nós podemos ir para outro lugar. Eu sou de Brasília, tenho algumas tias em São Paulo, mas podemos ir para o Rio de Janeiro ou... Tem muitos lugares com praia por lá. Também tem o Rio Grande do Sul que é lindo, mas muito frio... Bem, eu amo o frio.

–Teremos muito tempo para falar sobre isso minhas férias são só em Maio mesmo. – Georg falou desinteressado.

–É. Mas e você Tom? – Perguntou David.

–Já disse, vou pra Alemanha ver meus pais. – Tom disse.

–Se você quiser pode ir para o Brasil com a gente, Tom. – Falou Jessie.

–E ficar no meio do casal? – Tom debochou.

–É sério. – Disse Jessie.

–Até lá eu decido... Quero ver minha mãe e o Gordon!

Assim que chegamos ao local da entrevista, David e Jessie foram à frente de mãos dadas. Olhei meio sem graça e continuei á entrar no estúdio. No meu camarim, fiquei sozinho, Jessie foi cuidar do cabelo de Georg. Depois de alguns minutos ela voltou, parecia aflita com alguma coisa, ela não falou nada, apenas pegou a maleta e começou á arrumar o meu cabelo.

–Aconteceu alguma coisa, querida? – Perguntei.

–Não, nada não. – Ela respondeu

–Você parece incomodada. O que houve? Pode falar qualquer coisa comigo.

–Não, não é nada, é só uma dorzinha de cabeça, mas ela já vai passar, não se preocupe!

–Tudo bem. – Sorri. – Se precisar de algo, é só falar.

–Moicano em pé, ou baixo? – Ela perguntou com um sorrisinho nos lábios.

–Por favor, baixo, senhorita! – Eu disse brincando. Ela sorriu e arrumou meu cabelo.

Assim que terminamos, saímos do camarim, mas ficamos separados, para não correr o risco de ninguém nos ver juntos. David a pegou pela mão para tirar uma foto com a apresentadora do programa, depois nos juntamos para também tirar a foto com eles, olhei de canto para Jessie e Georg falou alguma coisa com ela que a deixou meio tensa.

Ela sorriu de canto, mas parecia preocupada.

–Meninos, cinco minutos! – Disse David saindo.

–Boa sorte! – Murmurou Jessie.

Eu a segurei pela mão antes que ela pudesse sair.

–O que houve? – Perguntei.

–Nada! Bill, aqui não é hora...

–Então houve alguma coisa?

–Já disse que não! – Me encarou meio irritada. – Me solta.

A soltei e esperei até a hora de entrar no palco.

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P.O.V JESSIE

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–David, eu não estou me sentindo muito bem. Vocês ainda vão precisar de mim nessa entrevista? - Perguntei

–Não. Mas não é seguro que você saia sem a gente. Você quer que eu peça para alguém pegar algum remédio para você ou uma água? – Disse David preocupado.

–Não, obrigada. – Sorri.

–O que você tem?

–Eu... Hmm... É só uma dor de cabeça. Na verdade, está muito forte.

–Então é melhor você tomar um remédio.

–Não, tudo bem!

–Então vai se deitar no camarim do Bill.

–Certo, obrigada. – Fui para o camarim e me sentei.

Não conseguia acreditar no que Georg havia feito

Fiquei sentada pensando nisso até a entrevista acabar e Bill aparecer.

–Jessica... – Merda, ele me chamou de Jessica! Deve estar muito bravo comigo! -... Olha, não sei o que você tem, e nem sei por que está evitando me contar, eu sei que não é uma dor de cabeça! Eu sei que aconteceu alguma coisa. Se você não quiser me contar, tudo bem, mas você sabe que pode confiar em mim. Não precisa esconder nada de mim, eu estou aqui para te ajudar ou pelo menos te entender, mas não estou entendendo porque eu não posso saber o que está acontecendo! – Ele disse sério.

Eu conhecia bem meu namorado, Bill poderia estar se fazendo de bonzinho, mas ele não me deixaria em paz até conseguir saber o que quer, e eu logo o contaria como uma tola apaixonada. Não tinha porque eu esconder isso dele... Nossa, claro que tinha! Ele não poderia saber!

–Jessie?

–Bill... E-eu... – Fiquei pensando no que dizer.

–Você não consegue mentir para mim. Está nervosa.

–Isso foi uma pergunta?

–Não, uma afirmação.

–Mas...

–Pode me contar pelo menos se houve alguma coisa?

–Sim.

–Houve?

–Sim. – Abaixei o olhar para meus pés. – Mas... É melhor que você não saiba... Por favor, não me force á dizer!

–Mas... Porque? – Ele estava quase ficando irritado.

–Porque... Porque não! – Bufei. – Não seja tão curioso! Eu estou bem.

–Mas que droga! E o nosso trato de que não haveria mais mentiras entre nós?!

–Não há mentiras, eu...

–Porque está me escondendo as coisas então?!

–Porque... Pro bem de...

–Não! Não é pelo meu bem, se não você contaria! Pelo seu bem eu escondi uma coisa de você uma vez e isso quase te afastou completamente de mim!

–Eu sei... – Murmurei

–É tão sério assim?

–Não... Não é nada!

–Por favor...

–Bill... E-eu... Eu estou de TPM, ok?! Estou com raiva porque veio adiantado e eu não tomei minha injeção esse mês e não trouxe absorvente, droga! Pronto, não é constrangedor ouvir isso? Você... – Exclamei e me interrompi quando vi David entrando no camarim.

–Desculpem interromper, mas temos que ir. Já mandamos um carro ir à frente para os fãs pensarem que fomos nós e deu certo, a entrada está vazia, então vamos logo. – Disse David.

Antes que ele terminasse de falar eu pulei para fora.

–Não foi isso não. – Murmurou Bill atrás de mim.

Apenas ignorei e continuei andando.

Encontrei Gustav no meio do caminho e já fui puxando-o pelo braço.

–Oi? – Disse ele confuso.

–Oi. Como vai com a Lorí? Como você está? – Perguntei escondendo meu nervosismo.

–Hm... - Nós caminhávamos enquanto conversávamos.

–Hm...?

–Ela está por aí com o Tom!

–Merda, merda, merda! Que saco! Esse Tom... Não se preocupe eu converso com ele. A Lori é sua.

–Como é? – Gustav riu timidamente para mim. Ele era tão fofinho.

–Lori é sua! – Repeti. - Ela não gosta de bad-boys como o Tom.

–Hum... Você está bem?

–Sim. Claro que estou, porque todos acham que não?

–Eu não disse que não, eu só perguntei, e pelo que eu percebi você não está. Vamos, conte o que aconteceu.

Entramos em um ônibus da produção da banda que nos esperava, já que os seguranças despistaram as fãs com a minivan. Não era muito grande nem muito confortável, mas era seguro

Gustav e eu nos sentamos no fundo, enquanto David e Bill acertavam algumas coisas com a assessoria antes de subirem no ônibus.

Comecei á contar tudo o que houve enquanto Gustav ouvia atento.

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P.O.V TOM

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Eu estava conversando com a assessora, ela até que sabia conversar, não era burra igual as bitchies que eu pegava. Só não poderia deixar aquilo virar uma amizade, pois eu não me dava bem na ‘friendzone’ de uma mulher. Uma vez amigos, sempre amigos!

Entramos no ônibus e nos sentamos no meio, olhei para Gustav e Jessie que pareciam muito sérios, acenei e voltei minha atenção para Lori.

–Eu fiquei te esperando no meu quarto ontem, mas você não apareceu. – Sorri brincalhão. Mulheres gostavam de caras assim.

–Até parece... – Ela disse revirando os olhos.

Seu olhar se voltou para Gustav meio preocupada.

–O que tem de mal nisso? – Perguntei. – Poderíamos assistir um filme. Estava passando ‘O Diário de Uma Paixão’ na TV. Tive que assistir sozinho. – Brinquei.

–Você é ridículo, Tom! Porque não me deixa em paz? Eu não sou o tipo de garota certa para você e você não é o tipo de cara certo para mim! – Disse ela meio entediada.

–O que não é certo?! E quem escreve o que é certo? Se o certo fosse usar um bacalhau estragado na cabeça, você usaria?

–Se fosse certo, sim! – Ela disse empinando o nariz.

David e Bill entraram no ônibus, seguidos de Georg. Bill foi se sentar lá atrás com Jessie e Gustav, Georg se sentou no banco da frente com David.

–Então eu declaro que o certo é usar um Tom Kaulitz dentro de um quarto da forma que você desejar. - Murmurei mexendo no meu piercing que todas amam.

–Ás vezes é bom pular as regras! – Ela disse sorrindo cinicamente.

Mas que garota difícil!

–As punições podem ser dolorosas...

–Vou correr o risco! – Ela revirou os olhos. Ela fazia muito isso quando estava comigo.

Ela poderia revirar os olhos em outra ocasião...

–Não quebre as regras que Deus faz com tanto carinho. – Falei.

-Deus? – Perguntou ela.

-O Deus do sexo. O ‘Sexgott’.

-Você é o Deus do Sexo? – Perguntou ela debochadamente.

-Esse mesmo. – Sorri.

-Me poupe.

–Não reclame quando eu for te visitar á noite!

–Ah, claro...

–Vou puxar seu pé debaixo da cama... E lá faremos coisinhas muito divertidas!

–Você é ridículo, Tom Kaulitz!

–Porque não se rende?

–Porque não quero!

–Porque não?

–Porque não!

–Sou feio?

–Não!

–Sou chato?

–Nesses aspectos, sim!

–Porque não se rende, mulher?!

–Porque você não faz meu tipo!

–E quem faz?

–Não é da sua conta!

–Fala!

–Não Tom, agora me deixa!

–Mas...

–O QUÊ???!!!

O grito de Bill foi tão alto que eu pulei, ficando de pé e batendo minha cabeça no teto do ônibus.

–JESUS AMADO, O QUE HOUVE????!!! – Gritei preocupado, já correndo até meu irmão.