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História Screamin' - TOLOS


Escrita por: The_Yssah

Capítulo 23 - TOLOS


Uma semana havia se passado. Estávamos na Itália com a banda.

A conversa que eu e Jessie teríamos, nunca aconteceu. Sempre acontecia algum imprevisto. Ou alguém precisava dela, ou alguém precisava de mim, ou ela simplesmente fugia.

Pelo menos, ela havia passado á me tratar melhor. Não falava comigo, mas não me olhava com nojo – ela nem me olhava mais -, não gritava comigo, mas também não precisava falar comigo.

Eu que ia atrás dela quando precisava fazer a maquiagem ou o cabelo.

Estávamos em uma entrevista na Itália. Eu havia decidido que daquele dia não passaria, eu chamaria Jessie para enfim termos nossa conversa, pois eu já não agüentava mais aquele clima estranho.

Ao final da entrevista, fui até o camarim onde estavam apenas David e Jessie. vi David dando uma boa quantia em dinheiro para Jessie.

Me aproximei com o olhar curioso, mas não disse nada.

–Bill, vai querer retocar antes de sair? – Jessie perguntou me olhando de forma questionadora. Encarei-a surpreso vendo-a dirigir a palavra á mim pela primeira vez naquela semana, sem que eu a procurasse.

–Não, mas você pode tirar a maquiagem para mim? – Pedi me  sentando de frente para a penteadeira.

–Okay. – Ela foi até sua maletinha preta, pegou um pouco de algodão e um removedor de maquiagem. Fechei meus olhos e ergui a cabeça, encostando-a no encosto da cadeira. Senti suas mãos macias tocando meu rosto e instantaneamente comecei á perceber o quanto sentia falta de seu toque mais ousado, como eu sempre sentia quando ela tocava meu rosto. Durante toda aquela semana, toda vez que ela vinha fazer seu trabalho em mim, eu fechava os olhos e fantasiava que ela me beijaria e diria que me perdoava por tudo... Era idiota pensar aquelas coisas, mas eu realmente não sabia o que estava acontecendo comigo, então, não podia evitar. Tom dizia que passaria, mas eu mesmo sentia que não queria que passasse.

Enquanto ela tirava a maquiagem do meu rosto conversava com David.

–Eu sempre cuido de tudo nessa banda. Achava que não precisaríamos de um assessor, mas percebi que agora que a banda está mais famosa ainda, nem tenho tempo pra quase nada e ainda tenho que cuidar dos assuntos da Universal sobre os direitos dos meninos. Pensei em te chamar para o cargo de assessora já que nem tempo para procurar pessoas de confiança eu estou tendo. O que acha? – Perguntou David.

–Eu? – Perguntou Jessie. – Não tenho o menor jeito com isso. Nem sei o que fazer... Eu tenho uma amiga que é tradutora de livros do inglês e alemão para o português. Ela mora em Londres atualmente e já foi assessora do All Time Low.

–Ela é de confiança? – Perguntou David. – All Time Low é uma banda boa. Porque ela não trabalha mais com eles?

–Sim, ela é uma das minhas melhores amigas. – Respondeu Jessie. – Ela parou de trabalhar com eles para terminar a faculdade de línguas. Só que agora que ela terminou a faculdade, eles já têm outra pessoa trabalhando para eles.

–E porque não disse antes?

-Estava esperando o momento certo. Eu ainda não sabia se ela realmente queria voltar á trabalhar assim.

-Falou com ela?

-Sim. Ela disse que está louca para voltar á ser assessora. Eu disse pra ela que falaria com você antes.

-Bem, antes tenho que fazer uma entrevista de emprego com ela, porque tem que ser de confiança mesmo, entende?

–Entendo sim.

–Me passa o número dela? Nós vamos sair da Itália amanhã á noite.

–Ok! – Jessie falou um número de celular, assim que David saiu do camarim, ela terminou de fazer minha limpeza de pele.

–Pronto, Bill. – Ela falou.

Abri os olhos e a vi guardando as coisas. Já ia sair quando eu a segurei pelo braço. Eu não queria ser agressivo de novo, por isso, eu a segurei sem força, ela não resistiu.

–Algum problema, Bill?

–Posso conversar com você? – Pedi.

Hm... – Ela murmurou quase em um suspiro.

–Por favor! Só peço que você me escute.

–Nós temos que voltar para o hotel. – Ela me encarou e seu olhar era frio, sua voz era calma e tranqüila.

–Não vou conseguir ficar em paz enquanto não falar com você! Não vou te obrigar á nada, prometo. Só peço que me escute!

–Olha, Bill... – Ela suspirou. - Eu não quero ouvir o que você tem pra dizer.

–Mas... Vamos conversar, eu te juro que se você me ouvir e ainda assim não me desculpar, eu nunca mais vou te incomodar!

– Bill...

-Não precisamos voltar. Só me escute. Podemos ser amigos, pelo menos, mas me escute.

–Tudo bem. – Ela colocou as mãos nos bolsos da frente de seu jeans e me encarou séria, apenas esperando.

–Sente-se, por favor. – Eu disse puxando uma cadeira.

Ela se sentou e eu me sentei na frente dela e peguei suas duas mãos, e comecei á falar:

–Olha, não sei o que aconteceu pra você exagerar tanto assim! Georg me disse que você está com medo, David me disse que você estava tentando fugir dos problemas, e Tom disse que você deve estar de TPM. O caso é que eu não sei o que é, eu só sei o quanto isso está me fazendo mal e sei que você também não deve estar muito bem nessa situação. Eu sinto muito por tudo e por ter te escondido isso. Eu só... Só queria te proteger, era perigoso demais contar... Eu não sabia o que podia acontecer... 
Não precisava ser tão dura comigo! Será que você se sentiu tão ameaçada assim?

–Bill. – Ela suspirou e baixou o olhar - Você mentiu para mim. – Disse pausadamente e acrescentou, como se eu fosse uma criancinha que não entende as coisas: - Você pode entender isso? Pode entender o quanto isso me magoou e o quão... feio foi o que você fez?

Não! Foi pra te proteger! Eu não menti, eu só... Só não te contei!

–Não me faça de idiota...

–Jessie, não vamos discutir, apenas conversar. Ok?

–Continue.

–Pode me dizer pelo menos porque você foi tão dura comigo?

Ela me encarou como se eu fosse burro, sua expressão me passava a mensagem de “Você está de brincadeira comigo?”.

–Acontece que eu não suporto mentiras. Eu não esperava isso de você! Eu sei que você pensa que eu sou uma vadia que se deita com qualquer um só porque fiquei com o seu irmão sem conhecê-lo direito ou porque eu me entreguei muito fácil pra você, só que isso não é certo, Bill! – Ela me encarou friamente e magoada. - Eu nem ao menos tive muitos namorados! Eu nunca fui de ficar com alguém só por ficar. Se eu não gosto de alguém, eu não fico com ela! Se você quer saber ou simplesmente se importa com isso, eu só confiei em você! Pode ter sido tudo rápido demais e, sim, nós começamos de uma forma completamente errada, mas eu confiei em você. Eu dormi com o seu irmão por uma recaída e eu nunca percebi que ele tinha significado algo pra mim até ter conversado com ele naquele dia, porque foi a única vez em que eu ouvi Tom falar de um jeito sensível. Eu não sei se você ouviu a minha conversa toda com ele, mas eu era virgem. Tom foi quem tirou minha virgindade, e eu me odiaria se tivesse feito isso sem que ele significasse algo pra mim. Eu não deitaria com ele. No dia seguinte Tom foi muito legal comigo, mas eu não queria me envolver com ninguém. – Ela me encarou. - Sabe porque eu estou te contando isso? – Balancei a cabeça negativamente e ela continuou: - É porque queria que você soubesse que eu não sou uma vadia, e que não precisava que você fizesse isso comigo! Se você não estava satisfeito comigo, era só falar! E se você quisesse terminar comigo também, era só falar!

–Não estou entendendo! O que a psicopata tem á ver com isso?

–Essa menina sabia que eu estava com você, pelo menos?

–Ela... Ela tirou fotos nossas para me mostrar que ela sabia de tudo...

–E porque vocês a chamam de psicopata?

–Porque é o que ela é!

–E eu sou o quê? Sou a retardada, a idiota? Conte-me! Quero saber!

–Eu não estou te entendendo. – Falei tentando esconder minha frustração. –Mas o que eu fiz?!

–Você quer que eu te lembre?

–Não preciso que você me lembre, apenas me explique direito, porque não dá pra entender. Não acredito que tudo isso foi por causa das ameaças...

–Você me traiu! – Ela gritou. – Isso é pouca coisa pra você?! TRAIÇÃO é uma grande coisa pra mim, Bill, e não é uma coisa boa.

–Eu te traí? – Ri cético. - Só porque eu não te contei antes você diz isso?

–Você ficou com outra pelas minhas costas enquanto estava comigo! Ou será que eu é que era a outra?! Isso é imperdoável pra mim. Você acha mesmo que eu ficaria na boa com você depois dessa? Não sei como as coisas funcionam na sua Alemanha ou talvez na sua faminha, mas no Brasil e na minha vida, isso é...  ,

Eu não agüentei e comecei á rir descontroladamente, ela ficou séria e me encarou por alguns minutos.

–É tudo uma brincadeira pra você, não é? Já saquei esse seu joguinho... Nem sei por que eu ainda tento te entender!

Ela se levantou e ia caminhando, mas eu a segurei mais uma vez, dessa vez ela tentou resistir, mas eu não deixei.

–Espera, Jessie! – Falei. – Me desculpa...

–Me solta! Você prometei que depois da conversa eu poderia ir, esqueceu?

–Mas a conversa não acabou...

–Pra mim acabou!

–Me desculpe!

–Já passou pela sua cabeça que uma hora eu iria cansar de te desculpar?

–Me deixe falar!

–Não! – Ela girou a maçaneta.

–Desculpe! – peguei girei a chave e a tirei da fechadura.

Jessie se virou para mim, furiosa.

–Abre essa merda agora!

–Desculpe, mas eu preciso mesmo da sua atenção.

–Abre essa porta agora, senão eu vou gritar!

–Só me escute!

Ela partiu para cima de mim na tentativa de pegar as chaves, mas como eu sou mais alto que ela, tive minhas vantagens.

Ela conseguiu me derrubar no chão e ficou por cima de mim para me prender, rapidamente coloquei a chave dentro da minha cueca, na parte da frente. Ela olhou para mim e para o volume na minha calça, balançou a cabeça negativamente.

–Fala logo! – Ela disse com raiva.

Inverti as posições, ficando por cima dela e prendendo seus braços com meus joelhos.

–Eu não sei de onde você tirou essa ideia  Eu nunca traí você, eu juro! De onde você tirou isso?

–EU NÃO SOU IDIOTA! – Ela gritou pausadamente.

–De onde você tirou isso, mulher?!

–Da sua bunda, seu infeliz! Sai de cima de mim agora!

–Me explique e eu te deixo em paz!

–Não to nem aí, se você não me deixar, problema seu! Uma hora você vai ter que sair.

–Tudo bem, então... Não vamos sair daqui até que você me conte!

–Vamos passar a vida toda aqui então!

–Passar a vida toda assim em cima de você? – Fiz uma cara sugestiva. – Não me parece uma má ideia.

–A minha perna está dormente.

–Que pena pra você!

–Tá bom! – Ela exclamou. Você mesmo me contou que tinha uma menina na história, depois falou de umas cartas e depois disse que escondeu algo de mim... O que você quer que eu pense? Que você trocava cartas de amor ás minhas costas com uma amiguinha?

–Você entendeu tudo errado! Eu não te traí!

–Então como você chama isso?

–Meu Deus! – Dei um selinho nela – Achei que tivesse te perdido mesmo! – Dei outro selinho nela.

–Ei! – Ela gritou entre meus lábios. - Você de fato me perdeu mesmo!

–No dia em que dormimos juntos pela primeira vez, David me ligou de manhã e eu fui para Berlin me encontrar com ele. Ele tinha recebido uma carta de uma fã que te ameaçou de morte por você ser minha namorada. Eu fiquei desesperado e liguei para o Georg ir cuidar de você. David pediu para eu não deixar você saber disso, pois você ficaria assustada, ou poderia fazer alguma besteira e ir embora. Isso pode ter sido só uma brincadeirinha de mau gosto, mas como poderíamos saber?! Eu não pagaria pra ver se é verdade mesmo. Te juro que eu nunca faria uma coisa dessas com você! Me perdoa... – Ri atoa percebendo a situação. - Eu sou muito burro, eu deveria ter te contado...

–Pode sair de cima de mim agora? – Ela pediu me encarando séria..

–Claro! – Saí de cima dela e a ajudei á se levantar.

Ficamos um de frente para o outro.

–Pode abrir a porta agora? – Ela pediu de cabeça baixa, nessa hora o meu sorriso de alívio se desfez.

–O-o quê?

–Porque eu acreditaria nisso?

–Porque é a verdade!

–Ótimo. – Ela cruzou os braços e olhou para minhas mãos. – Eu quero ver essa carta.

–Está com David...

–Ótimo. Peça á ele, eu gostaria muito de vê-la.

–Tudo bem. – Falei baixo. – Nós... Está tudo bem entre nós, então?

–Não... Eu preciso pensar... Eu... Eu tenho que pensar nisso.

–Mas... Tudo bem, leve o tempo que precisar. – Olhei-a nos olhos, mas não fui retribuído. – Eu nunca magoaria você, Jessie.

–Pode abrir a porta, por favor?

Fui até a porta e a destranquei. Jessie saiu correndo e trombou com Gustav no meio do corredor, na mesma hora ele a seguiu e os dois foram conversando juntos.

Agora era só esperar e ver no que isso ia dar.

 


Notas Finais


Heeeeeeeey!!! Como vcs estão? O que acharam do cap.?
Até a próxima, e obrigada pelos comentários. Leio todos! <3


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