História Se beber, não ligue - Jeon jungkook - Recaida.

Sexta-feira as 23:00horas.

10/12/2020 - Nova York

Frustrada e decepcionada são as únicas palavras que podem me definir em dias assim. 

Sabe quando você pensa que já superou alguém, mas nada disso aconteceu? Pois você é uma pessoa forte e independente e que não precisa de ninguém? E que tudo aquilo que você viveu foi apenas uma fase e essa fase uma hora iria passar? Eu também pensava sobre essa mesma coisa, mas as coisas mudaram quando, há um mês atrás, eu recebi um convite de um casamento e foi com a pessoa que eu menos poderia imaginar; o que me fez ficar horas chorando no meu quarto com o meu amado cachorro. Acredito que nem ele mesmo aguentava. 

Vida triste e vida iludida. 

Todos nós já tivemos alguém que amamos mais que a nós mesmo, seja elas um animal de estimação, nossos pais, nossos amigos ou principalmente o nosso primeiro amor, que temos durante a caminhada em nossas vidas. É novidade saber que o amor escolheu justamente você. Então você aprende amar alguém ao ponto de mudar totalmente seus planos para ficar com ela, até pensar em construir uma vida ao lado dessa pessoa; pensa até em ter filhos; resumindo, ficar para sempre com ele, mas do nada essa pessoa simplesmente vem com um papo sobre fim, e a desculpa mais esfarrapada que tem:

O problema não é com você, e sim comigo. 

Poupe-me de suas desculpas. Se desculpas fossem dinheiro, eu poderia acreditar nelas com as novas coleções de sapatos que queria. 

Ontem mesmo, fui pesquisar o significado de superar e dizia assim: passar por cima; passar além; basicamente uma reviravolta, mas eu estava mais para baixo chorando pelos cantos do que para cima. 

Enfim, minha vida estava só ladeira abaixo. 

Porém, é muito fácil amar alguém; o difícil é convencer o seu coração a deixar a pessoa ir embora, mesmo que a sua maior vontade seja que ela fique. 

Eu não estava preparada para perder alguém, principalmente se esse alguém fosse ele. 

Ai, coelhinho… que saudades sinto de você.

Por mais que hoje fosse o dia que mais amava durante a semana, não me sentia muito bem. Já fazia algum tempo que não dormia direito por conta dos pensamentos que ficavam rondando. Odiava tudo aquilo que tirasse o meu tão precioso sono;  adotei um estilo de ficar até a madrugada maratonando alguma série ou filme, ou às vezes ficar até o amanhecer lendo um livro para que o sono viesse, para não permitir que certas pessoas invadissem minha mente pelas madrugadas. 

Contudo, não adiantava fugir. Ele sempre aparecia de um jeito ou de outro. 

Maldito seja aquele coelhinho que me fez ficar perdidamente apaixonada por ele. Agora, esquecer ele era uma tarefa mais difícil do que encontrar o valor de X em matemática.

A pessoa que tirou a minha paz tem nome e sobrenome: Jeon Jungkook. 

Se você perguntar quem é Jeon Jungkook? 

Jeon Jungkook, motivo das minhas lágrimas, meus surtos, arrependimentos e principalmente das minhas bebidas — não que eu bebesse tanto, mas acontece que tinha vezes que batia a recaídas e acabava por ligar sem querer para ele (o que acontecia sempre).

Jungkook era o meu namorado. Infelizmente, agora é ex, para a minha maior tristeza. Nos conhecemos no verão; eu estava no meu último ano do ensino médio. Lembro que, naquele dia, marquei para sair com as minhas amigas no final da aula, quando, por curiosidade, meus olhos bateram em um moreno de jaqueta escrita rock-roll atrás, encostado em sua moto e mastigando um chiclete. Seu olhar estava perdido, parecia estar pensando em algo. Tinha notado que ele era totalmente diferente dos garotos da minha escola, ou qualquer outro que já conheci, e juro que o meu coração começou a dar umas vaciladas e fiquei por horas admirando a sua beleza.  

E naquele instante,  quis conhecer aquele garoto nunca soube o nome dele e nem o seu passado, mas fiquei fascinada por ele. Jurei que seria apenas uma coisa momentânea, mas o garoto estilo bad boy passou a frequentar todos os dias no mesmo horário da esquina da escola, sempre à espera de alguém. 

Mas naquela época, achava que o destino estaria a favor para mim… e pior que estava mesmo. 

Eu, toda tímida e sem experiência com algum garoto, e ele, todo marrento e apenas querendo curtir sua vida. A primeira vez que conversamos foi algo espontâneo; estava tomando meu café na lanchonete da escola quando ele veio e sentou do meu lado e começou a fazer algumas cantadas bem idiotas. 

Eram idiotas, mas conquistaram o meu coração. Que irônico, não é?

Então, com um convite para sairmos, acabei aceitando. Tivemos um lance no momento, só que não passou na minha cabeça que algo passageiro poderia durar um longo tempo. O meu relacionamento com o Jungkook foi rápido demais; quando me dei conta, eu já compartilhava os meus maiores segredos e medos com ele, já que nunca fui muito de ter relacionamento com as pessoas, por medo de me apegar, mas, com Jungkook, era totalmente diferente, porque ele me entendia mais que ninguém. 

Jeon Jungkook virou a minha calmaria no meio da minha tempestade. 

O meu namoro com Jeon nunca foi dos melhores, já que Jungkook, naquele tempo, tinha uma vida adulta enquanto eu estava com os meus dezessete anos, contudo, por mais que meus pais tivessem proibido, saía às escondidas no meio da madrugada, apenas para ficarmos vendo o pôr do sol juntos. 

No meu aniversário de dezoito anos foi um dos meus melhores aniversários que tive. Jungkook foi me buscar na escola com o carro mustang do seu pai — ele estava incrível naquele dia; me levou até um estúdio de tatuagem, e juntos fizemos um cadeado no seu braço e uma chave no meu, que significava que apenas um tinha a chave do coração do outro. 

E algo inesperado aconteceu quando ele colocou uma música do Radiohead e nos beijamos pela primeira vez. Jungkook roubou uma garrafa de vinho do seu pai e fugimos para cima do telhado. Conversamos sobre o nosso futuro ou algo que achávamos interessante no dia. Lembro das promessas que fizemos juntos; ainda estão gravadas em meu coração. 

"Ficaremos juntos para sempre, princesa."

Aquele lugar era o nosso refúgio quando queríamos sumir com os nossos problemas. Lembro que, naquele dia, nós acabamos transando loucamente em cima do telhado dos seus pais, fazendo juras de amor em um futuro incerto que teríamos pela frente, mas, no meu aniversário, ele me deu um dos maiores presentes: me amar. 

A minha preocupação era com os vizinhos verem a tamanha safadeza de dois jovens fazendo coisas inapropriadas em cima do telhado. 

Jeon Jungkook fez parte da minha vida quase inteira. Foi o garoto que foi ao baile de formatura comigo, o primeiro a desejar a enfrentar os meus pais mesmo que eles fossem contra, o primeiro a me aplaudir no dia que fui aceita no meu emprego. Sempre esteve lá comigo, assim como estive com ele. Estava tudo bem, namoramos por cerca de seis anos de pura safadeza, mas cheia de aventuras e também altas risadas. Éramos felizes naquele tempo, tínhamos uma vida simples e comum, até que aquele filho da abençoada mãe — não vou sujar o nome da minha ex-sogra — resolveu terminar comigo justo no nosso aniversário de namoro. 

Recordo-me também que quebrei tudo em nosso apartamento, tudo mesmo, até o seu boneco do Homem de Ferro. Ele veio com várias desculpas e não foi sincero o bastante para falar a verdade. 

Sabe quando você finge que aceitou algo, mas não aceitou? Pois bem, eu fiz isso. Saí do apartamento e decidi viver minha vida sem aquele bonitão. 

A missão durou uma semana, depois foi só fracasso, mas meu orgulho é muito forte, então eu deixei Jungkook sair da minha vida sem ficar indo atrás.

Se for para ir atrás de algo, que seja o meu dinheiro. 

Mas tinha um problema: eu sou fraca para bebidas. fico totalmente fora de mim mesma; faço besteiras e falo besteiras. Uma vez, meu amigo disse que chorei porque ele matou o mosquito na minha frente, e segundo ele, eu havia dito que aquele mosquito poderia ter uma família. Outra vez, dancei e fiz uma espécie de striptease na frente de todo mundo, principalmente do meu chefe, o que me fez ficar uma semana fugindo dele — aliás, era vergonhoso demais.E há várias outras coisas que faço quando estou bêbada, e odiava ficar assim, porque só ouvia os relatos que eu fazia. Só não contava que as besteiras que faria também seria ligar para o meu ex-namorado, xingando ele de vários nomes por fazer o meu pobre coração sofrer por coisas bobas que ele fazia. 

 Fiz uma lista de como esquecer o meu ex — puta merda!. Tudo que fazia me lembrava o Jungkook, principalmente beber água. Então, foram seis anos jogados fora. Para a tristeza de todos, o término do relacionamento foi oficial, restando que, durante esses meses que ficamos separados,  tentei superar ele de todas as formas. 

Só não contava que veria ele na empresa do meu chefe. Fiquei ainda mais chocada por saber que ambos eram irmãos. É o fim da minha sanidade mental!

Soltei um gemido em sinal de frustração por lembrar dessas coisas, mas, como dizem, segue o baile, mas, puxa, ainda continuava sofrendo por ele. 

Jungkook, seu idiota, devolva o meu coração!

Eu desejaria que nada pudesse estragar o meu dia hoje, exceto o meu chefe, Kim Taehyung, que ficou o dia todo no meu pé sempre colocando mais e mais trabalho, todavia, como acordei feliz e bem plena, eu nem liguei muito para os sermões que ele me deu logo pela manhã. A vida não poderia ter me dado um chefe melhor do que Kim Taehyung. Além de ser um homem atraente e sexy, também é amável e carinhoso; às vezes, coloca um sorriso em seu rosto e é a coisa mais bonita do mundo, porém… é casado e tem uma filha muito linda. Se não fosse por isso, dava uns pegas nele, mas respeito meu chefe e principalmente meu emprego, e por ele ser irmão do meu ex. 

Hoje é o dia da semana mais feliz da minha vida: sexta-feira, e só de imaginar que não poderei vir ao trabalho e acordar cedo nos próximos dias é uma felicidade imensa. Como diz eu mesma, sextou. Tudo bem que, normalmente, saía com os meus amigos, às vezes ficava em casa aproveitando, mas nada poderia me atrapalhar nesse dia, porque é sexta-feira e, meu Deus, acho que é uma das semanas em que não poderei me preocupar com nada. Sem chefe no meu pé, sem ficar horas sentada na cadeira, sem dormir tarde pra acordar cedo, sem ter que me preocupar se terei ou não que bater em alguém. 

Estava em um bar que acabou sendo inaugurado recentemente com os meus amigos do trabalho. Tínhamos todos combinado, já que resolvemos comemorar o aniversário da minha amiga Lisa, ou Lalisa, como às vezes costumava chamar, minha amiga dos tempos da faculdade. Nos conhecemos através de uma pessoa que eu nem lembro, mas, então, como tínhamos as mesmas coisas em comum, acabamos por virar amigas e nunca mais nos separamos. 

Ela é dois anos mais velha que eu, ou seja, às vezes levo sermão, mas sei que ela me ama e só quer o meu bem… bom, de vez em quando, por conta da sua impulsividade, acaba me colocando em situações constrangedoras. Eu não estava muito afim de vir, já que tinha um compromisso chamado "maratona de série". Entretanto, pela minha amiga, eu sacrificaria, pois ela ficaria muito feliz, também precisava curtir um pouco, já que criei uma rotina automaticamente: casa, trabalho, casa, trabalho; o que me deixou um pouco estressada. Acho que não faria mal sair um pouco da rotina que acabei entrando nesse mês. Só que tinha um problema, não poderia exagerar na bebida, mas não faria mal eu tomar pelo menos uma dose e depois ficaria mais nas coisas que são saudáveis para mim, tipo refrigerante, apenas. 

Apenas uma dose e depois refrigerante. 

É, meu Deus, quem eu estaria querendo enganar nessa vida? O meu pai? Só pode. 

O que era para ser apenas um copo de bebida e o resto de refrigerante, acabou não funcionando. Por favor, não me julgue! juro que tentei, mas acabei fracassando na minha missão. 

Exagerei... e não foi pouco.

Me empolguei muito, então o que era para ser algo controlado saiu totalmente do controle.Era para ser apenas um, acabou sendo uns seis copos e, olha lá, se não fosse por Lalisa, que controlou, acho que já estaria no décimo. Comecei a rir e chorar por coisas fúteis, minha visão estava embaçada demais, e a única coisa que ouvia eram as vozes e risadas das pessoas à minha volta… elas estavam se divertindo, principalmente Lalisa, que estava flertando com Park Jimin. 

Minha cabeça começou a doer e a vontade de querer vomitar começou a surgir. Meu estômago estava dando várias reviravoltas, porém, já estava completamente fora de mim mesma, e me encontrava lembrando Jungkook. 

Aquele babaca que ainda me causa euforia. 

Odiava ser vulnerável, ainda mais bêbada. 

Odiava aquele babaca.

Odiava o seu sorriso.

Odiava ficar longe dele.

Odiava por saber que o meu coração ainda não superou.

Piorou ainda mais quando começou a tocar uma música que fez ter lembranças que lutava todos os dias para esquecer. 

Droga... 

Eu e Jungkook tínhamos uma música que era só nossa. Quando ele colocava, era inevitável — acabamos dançando com ela, a música era "Nothing Like Us" do Justin Bieber. O sentimento era como se eu estivesse novamente com Jungkook, como se eu nunca tivesse saído do seu lado. As lágrimas começaram a sair; me levantei com a minha bolsa e fui em direção a um local que não ficaria muito movimentado. 

 Precisava sair dali o mais rápido possível, contudo, bêbada e sem saber o que fazer direito, disquei rapidamente o primeiro número que surgiu em minha cabeça. Eu só orava para que alguém atendesse, antes que um tsunami de lágrimas surgisse por aqui. Fiquei algumas horas ali esperando alguém atender. 

— Olá… oi? — ouvi uma voz sonolenta e logo meu coração começou a querer errar as batidas. Não importava os anos, eu ainda lembrava perfeitamente a sua voz. 

Silêncio… era a única coisa que se fazia presente,  nem sabia como falar alguma coisa, só torcia para ele desligar. 

— Olha, não tem graça fazer isso às onze horas da noite, idiota! — falou em um tom sério, ainda me chamou de idiota.

Idiota é você, Jungkook. 

Roubador de corações. 

— Coelhinho, sou eu — por fim, resolvi me manifestar, já estava bêbada mesmo, ainda por cima chamei pelo seu apelido que dei a ele logo no início do nosso namoro. 

— Eu imaginei mesmo, você nunca mudou — pude ouvir a risada do outro lado da linha. 

— Você continua chamando as pessoas de idiota — digo. — Aliás, estou bêbada, então, não ligue caso eu fale alguma besteira, eu só… estou com saudade. 

— Já conversamos sobre isso, princesa — suspiros. — Você precisa superar, já faz um ano. 

— É difícil, coelhinho, às vezes olho para a água e lembro de você, o quão bonito era ver você tomando água — riu mais uma vez. 

— Ultimamente, você ficou mais engraçadinha, você não era assim — confessou em um tom baixo. 

E mais uma vez o silêncio reinou, porém resolvi perguntar algo que já faz um tempinho que queria saber a confirmação. 

— Jungkook… — o chamei.

— Huh?

— Você vai mesmo se casar? — perguntei. Lembrei também do convite que recebi no mês passado; aquilo quebrou meu coração por inteiro. 

—Sim, as coisas acontecem, sabe, e foi depois do nosso término, não pense que te traí, mas foi o destino, estou feliz, sabe, ela está grávida também de uma menina — minhas lágrimas começaram a cair descontroladamente. 

Uma menina — era tudo que ele queria antes de querer estragar o nosso relacionamento. 

— Fico feliz por saber disso — solucei.

— Estou muito empolgado por isso — falou em um tom animado. 

 — Jungkook… posso perguntar algo? 

— Claro — falou.

— Você por um momento me esqueceu? 

— Não… acho que você foi uma das melhores ex-namoradas que eu já tive, sabe — confessou. — Aliás, quantos copos você bebeu? 

— Acho que uns seis, não se preocupe, eu não lembrarei de nada.

—Quer que eu vá te buscar? —Proposta tentadora. 

— Não, idiota — tentei limpar minhas lágrimas. — Sabe, eu estou aqui em um bar e sabe o que eu acho mais engraçado? É que está tocando a nossa música. 

— Princesa, já conversamos… — interrompi. 

— Não, escuta… eu passei um bom tempo pensando e estou bêbada o suficiente para falar e depois não lembrar de nada. Poxa vida, você é um idiota e sem um pingo de compaixão em seu coração, como você ainda pode fazer isso comigo mesmo depois de anos? Seu babaca bonito e gostosão, se lembra daquela vez que ficamos no telhado do seu pai fazendo várias promessas de um futuro incerto? Eu acreditei em você, eu acreditei em nós, droga, Jungkook, você disse para te superar, mas eu não te superei. Eu ainda continuo te amando, ainda continuo sentindo sua falta, seu idiota — desabafei, soluçando sem parar. Jungkook ficou totalmente em silêncio. — Você não tinha esse direito, devolva o meu coração, coelhinho!

Respirei fundo.

— Você é um completo idiota, um idiota que eu continuo apaixonada mesmo depois de ter terminado comigo, eu desejaria te esquecer, Jungkook, desejaria voltar no tempo e nunca ter esbarrado com você ou ter caído nas suas cantadas que são idiotas, puta merda, vai machucar o coração de outra garota e não o meu, agora estou aqui nesse maldito bar escutando a nossa música e lembrando de você, o quão foi bom ter você, e o quão bom seria se eu fosse a garota que está deitada ao seu lado e esperando um filho seu, e me casando com você. Eu gostaria de ter sido a sua garota favorita, Jungkook. 

— Prin... princesa — gaguejou, estava totalmente sem reação, e eu podia sentir isso. 

— Em outra vida, eu gostaria de ser a sua garota — novamente, as lágrimas saíram. — Eu faria você ficar, às vezes no meu apartamento eu coloco aqueles discos das suas playlists favoritas, e eu danço imaginando você comigo, mas sabe o que acontece? Você não está mais ao meu lado, eu lutaria mais por nós dois, assim eu teria que dizer que você foi aquele que foi embora. É frio e solitário sem você aqui, Jungkook. — Digo— Sabe, o que mais doi? E que permito que o meu coração se iluda na esperança de que você iria voltar, e seríamos um do outro para sempre, mas, no fundo, eu sabia que isso não iria acontecer, e nesses anos todos, notei que, talvez você o amor que sentia por mim, morreu, então, percebi que no final, eu perdi você. 

— Se você me ama, por favor, não se case com ela — supliquei, mas no fundo quis ter a esperança. 

Esperança de que um dia daríamos certo.

— Talvez seja tarde demais — respondeu. 

Juro que nunca foi a minha intenção lhe deixar embora, mas você foi, e eu não pude fazer nada.A pessoa que prometeu estar comigo para sempre; estava saindo de minha vida e a única coisa que podia fazer era abrir mão. 

— Só mais uma coisa: ouvi dizer que você tirou a tatuagem, é verdade? — fiquei com o coração a mil com a sua resposta. A tatuagem que fizemos é algo que ainda nos liga profundamente. 

— Sim… — meu coração começou a se quebrar ainda mais.

— Vá pro inferno, Jungkook — e por fim, desliguei a ligação. 

A única coisa que eu fiz naquela noite foi chorar no colo do velhinho que nem teve culpa de nada.