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História Se for pra ser nós dois, talvez seja melhor depois. - Gunê - Pequenas doses de realidade


Escrita por: becawasilewski

Notas do Autor


Boa leitura! 🌻

Capítulo 29 - Pequenas doses de realidade


Fanfic / Fanfiction Se for pra ser nós dois, talvez seja melhor depois. - Gunê - Pequenas doses de realidade

Meses depois.

Meses se passaram desde que finalmente o juíz tinha tomado a decisão de Bellie ficar definitivamente com Gunê. O casal de pianistas não demoraram muito para registrar a pequena com o sobrenome deles e sempre vinha o assunto casamento na conversa deles. O fato era que os dois não sabiam muito bem o que fazer, será que casar novamente seria uma boa ideia? Ou continuar do jeito que estavam seria a mulhor solução? Esses pensamentos serem vinham mas eles queriam curtir o momento junto a pequena pianista que não poderia estar mais do que feliz, por finalmente estar morando com eles e como uma família. Bellie continuou a chamar eles de tios, ainda tinha um certo receio de chamá-los de pais de novo e os dois entenderam isso e disseram que iriam deixar as coisas acontecerem, até porque nenhum dos dois ainda disseram com todas as palavras "filha", a ela. Não queriam forçar nada, deixariam o momento ocorrer naturalmente. Com os meses que passaram num piscar de olhos, o processo cansativo contra o racismo a Ellen, continuava. Como dito pela tecnológa, o fato de terem descoberto que ela era uma ex hacker, prejudicou parte do processo, a deixando mais transtornada e aumentando mais as sessões de terapia, essa que era dividida entre dividual e uma em conjunto com Guto, já que decidiram que iria fazer juntos, tendo sessões três vezes por semana, assim como o pianista e a professora de piano, em uma sessão de terapia de casal, uma vez por semana. Ellen tentava se manter forte e a cada dia que passava, se surpreendia ainda mais com o apoio de MB que se mantinha ao lado dela, mesmo com o mau humor e o cansaço da neta de Das Dores, surgindo na tecnóloga algo maior do que paixão sobre o empresário e o relacionamento deles. Mas a expectativa das coisas em volta dela e de Gunê eram diferentes da realidade, apesar dos momentos bons que tinham, momentos ruins também surgiram. A convivência com Bellie estava bem melhor, digamos que 90% mas assim como estar com Guto era imprevisível, ter Isabelle na vida dos dois, também era imprevisível, pequenas doses de realidade surgiam da forma mais assustadora e trazendo muitas emoções de uma só vez. 

 Restaurante La Musik - Terça, 14:00pm.

– Mais paciência, mais paciência! Como se nós dois tivéssemos, né? - perguntou a five revirando os olhos ao entrar no estabelecimento.

– E menos reclamação também. - Guto revirou os olhos entrando ao lado dela. 

– Eu não reclamo, a Marcela que coloca coisas demais na cabeça dela. - disse Ellen andando pelo restaurante.

– Você quer saber mais do que a nossa terapeuta? É sério? - perguntou Guto andando ao lado dela. 

– Como que eu posso ter mais paciência, se você tira ela? - Ellen perguntou ao encará-lo e puxou a cadeira se sentando.

– Se você não me irritasse tanto, talvez eu não tirasse. - resmungou o pianista puxando a outra cadeira e se sentando de frente a amiga. 

– Cês dois acabaram de sair da terapia e já tão brigando? - MB perguntou ao se aproximar deles e os encarar. 

– Não estamos brigando! - disseram juntos em uníssono.

– Não? - MB perguntou levantando uma das sobrancelhas e riu depositando um beijo na testa da namorada. 

– Marcela disse que nós dois temos que ter mais paciência um com o outro mas não dá! - explicou a five cruzando os braços. 

– Claro, você só fica reclamando e reclamando. E além do mais, ela disse que temos que confiar mais um no outro em questões difícies, o que é muito complicado. - explicou Guto revirando os olhos.

– Eu acho que os dois deveria aumentar a sessão de terapia, três vezes na semana num tá resolvendo. - riu MB ao olhá-los e os dois o encararam. 

– Ele e a Benê tem uma vez por semana e estão super bem. - explicou a five o encarando.

– Quer mesmo comparar? - Guto perguntou ao encará-la.

– O que ela mais disse? - MB perguntou rindo. 

– Que eu e o Guto devemos nos comunicar e conversar mais. - explicou Ellen ao olhá-lo.

– Mas sem querer um matar o outro, sem ofensas, ironias, deboches, sem essa daí querer me socar. Uma conversa pacífica mas se depender da Ellen…- riu baixo o moreno.

– Depois cê reclama quando a maluca quer fazer isso, tu provoca maestro. - riu MB ao olhá-lo. 

– Ela também provoca e você não fala nada. - disse Guto ao encará-lo.

– Tá com ciúmes, Augusto? - Ellen perguntou e riu ao olhá-lo. – Leva pra casa. - disse a five fechando a cara. 

– Agora é você quem tá. - riu MB roubando um selinho dela. – O jantar de mais tarde ainda tá de pé? - perguntou o loiro ao olha-lá. 

– Que jantar? - Guto perguntou curioso.

– Minha mãe, minha vó, Anderson e eu iremos jantar hoje aqui com o MB, um jantar formal. - explicou Ellen afirmando com a cabeça. – Ainda tá de pé sim. 

– Jantar formal? Teremos pedido de casamento? - Guto perguntou esboçando um sorriso.

– Teremos um socão na sua cara, isso sim. Não brisa, Guto. - disse Ellen o encarando. 

– Vou te entregar pra Marcela quinta-feira, me aguarde. - disse Guto ao encará-la.

– Vi ti intrigir pri mircili quinti-firia, mi iguirdi. - disse Ellen debochando com uma voz fina e o empresário riu a olhando.

– Abusada! - disse Guto revirando os olhos.

– Cês dois parecem crianças. - disse MB rindo ao olhá-los. – É só um jantar, maestro. Tenho que passar uma boa impressão pra minha sogra, né? Ela não gosta de mim. - disse o empresário ao encará-lo. 

– Michel…- Ellen o encarou.

– Ela também não ia com a minha cara mas a tia Nena é legal. - disse Guto ao sorrir. 

– Que foi? - MB perguntou. – Ela não gosta mesmo. - disse o loiro ao olha-lá e desviou o olhar para o amigo. – Cisma porque nós é rico? - perguntou o empresário.

– Ela só não teve oportunidade de te conhecer bem, você sabe que ela vive ocupada. - explicou a five. – E ela não tem cisma por serem ricos. - disse Ellen ao encará-lo.

– Relaxa, mano. Vai conseguir domar a fera que a tia Nena é. Se conseguiu fazer isso com essa daqui, vai conseguir com ela também. - riu Guto ao olhá-los. – CÊ QUER PARAR DE FICAR FAZENDO ISSO? - perguntou Guto ao gritar dando a five se inclinou e beliscou o braço dele. 

– É pra você calar a porra dessa boca, não coloca lenha na fogueira. - disse Ellen ao encarar e se ajeitar na cadeira.

– Cês dois precisam ir pra terapia todo dia. - riu o loiro ao olhá-los. – E nada melhor do que uma boa comida e vinho, pra sogrinha gostar de mim né. - disse o melhor amigo de MB. – Falando nisso, o que vão querer? - perguntou o loiro. 

– Focacci de queijo com peito de peru e suco de abacaxi com hortelã. - disse Ellen ao olhá-lo. 

– Tapioca com banana e queijo. Suco de laranja. - disse o pianista ao olhá-lo.

– O pedido de vocês é uma ordem. - sorriu MB antes de se afastar dos dois. 

O pianista se ajeitou na cadeira e a five olhou o loiro ir esboçando um sorriso, voltando a direcionar seu olhar para o melhor amigo a sua frente. 

– Por que você tá me olhando com essa cara? - Ellen perguntou ao encará-lo.

– Você ama ele. - disse Guto deitando a cabeça na cadeira e cruzando os braços.

– Você fala baboseira demais. - disse a five revirando os olhos.

– A Marcela disse que devemos um confiar no outro. - Guto a encarou. 

– E desde quando você escuta a nossa terapeuta, garoto? - Ellen perguntou o encarando.

– Você também escuta mas só o que quer e que acha necessário. - disse o pianista ao rir. – Não quer conversar sobre isso?

– Eu não tenho nada pra conversar com você. - disse a tecnológa o encarando.

– Eu soube que amava a Benê depois que nós dois fomos ver ela. Eu fiquei morrendo de medo, medo de perder ela. - disse o pianista a olhando. – Fiquei deitado na cama pensando sobre isso, na época não sabia que era realmente amor mas depois fez tudo sentido. A preocupação, o querer ela bem e feliz. - explicou Guto ao olhá-la e a five desviou o olhar para o loiro que a olhou e sorriu mandando um beijo para ela. 

– Acho que tô me precipitando. - disse a five antes de jogar um beijo de volta para o loiro e suspirar desviando o olhar novamente para o pianista. 

– Você não tá se precipitando, tá é com medo da reação dele. - disse Guto se ajeitando na cadeira. 

– Dizer que ama uma pessoa tão complicada quanto você, não é f...Ah não! De novo não, Guto! Por que você sempre faz isso? - perguntou Ellen ao encará-lo após se tocar o que o melhor amigo estava fazendo. 

– E você caiu de novo. - Guto riu. – Aliás, você sempre cai. Toda vez que quero te arrancar algo, uma conversa ali, outra aqui e você acaba se entregando. - disse o moreno rindo mais. – Foi mal, mas sabe que é o único jeito. Por que você faz terapia? Não conta isso pro seu terapeuta ou conta? - perguntou o pianista ao olha-lá.

– Otávio me definiu como imprevisível demais, ele nunca tá preparado quando eu vou falar as coisas. - riu a five. – Eu faço terapia pra lidar com meus estresses diários e pessoas que me estressam diariamente. Não faço e não pago terapia pra ter conselhos amorosos, pra isso eu tenho as meninas. - disse Ellen resmungando.

– E elas sabem? - Guto perguntou segurando o riso.

– Não. - disse Ellen cruzando os braços ao fazer careta e desviar o olhar para a rua. 

– Você não tá achando que ele vai fugir e terminar tudo porque você o ama, tá achando? - Guto perguntou ao encará-la e a five continuou calada. – Eu não acredito que você tá! Ellen? Acha que o MB é desses caras? - perguntou o pianista a encarando. 

– Eu não acho nada, tá? - Ellen o encarou e respirou fundo. – Se essa conversa sair daqui Augusto, eu juro que…

– E ainda acha que a sessão de hoje foi desnecessária? - Guto perguntou ao interrompe-lá. – Você não confia 100% em mim. - disse o musicista a encarando. 

– Se eu não confiasse em você, não estaríamos tendo essa conversa. - disse Ellen desviando o olhar novamente para o loiro que estava atendendo alguns clientes. – Guto? - chamou a tecnológa ainda olhando o loiro. 

– Fala senhora. - disse o pianista a olhando.

– Ele bagunçou minha vida completamente. - disse a five ainda olhando o loiro. 

– E isso se tornou amor. - sorriu o pianista.

– Pode não ser recíproco. - disse Ellen voltando a olhá-lo. – E provavelmente ele vai fugir quando eu falar. - suspirou a filha de Nena. 

– E vai deixar de falar? - Guto perguntou ao encará-la. – Ellen, você tem que parar com essa mania de dizer por dois o que outro tá sentindo. - disse o melhor amigo de MB. – Fomos parar na terapia por causa disso. - riu o pianista. 

– Por isso e muitas outras coisas. - riu a five o olhando. – O que eu faço, Guto? Falo? - perguntou a amiga de Benê. 

– Faça o que tiver vontade, senhora. Mas quer um conselho? Arriscar, é bem melhor. E pode ser que o MB esteja sentindo o mesmo por você. - disse Guto a olhando. 

– O que tem eu? - MB perguntou ao se aproximar e entregar os pedidos pessoalmente aos dois. 

– Você tá nervoso pro jantar? - Ellen perguntou. – Se tiver, podemos desmarcar. - disse a five mordendo um pedaço do Focacci e o pianista riu bebendo um pouco do suco. 

– Não vai dar um chilique na hora. - disse Guto rindo mais ao olhar o loiro. 

– Zoa mesmo, Gutchenho. - disse o loiro ao encará-lo. – Nervoso eu tô né, mas desmarcar não. 20hrs não vai esquecer, maluca. - disse MB roubando mais um selinho da namorada. 

– O esquecido aqui é o Guto. - riu a five e o pianista revirou os olhos. 

– Sabia MB que a Ell...

– Come, você tá precisando comer. - disse Ellen ao interrompe-ló enfiando a tapioca inteira na boca do pianista. 

– Ô maluca! - riu MB olhando. – Deixa eu voltar pro trampo, cês não vão se matar hein. - disso o loiro se afastando.

Ellen o olhou ir e voltou a encarar Guto mastigando a tapioca e engolindo junto com o suco. 

– Tá querendo um soco? - Ellen perguntou o encarando.

– E você tá querendo me matar engasgado, né? - disse o pianista a encarando. – Eu não ia contar, só queria ver a sua reação. - riu o filho de José Augusto.

– Palhaço. - disse a five revirando os olhos e voltando a comer. 

– Ellen? - chamou o pianista e a five o olhou. – Seja feliz, tá? - disse Guto a olhando. – E não tenha medo de se arriscar, é melhor se arrepender se arriscando em dizer algo, do que não se arriscar e ficar com a dúvida te atormentando. - disse o pianista.

– Obrigado, implicante. - agradeceu a five ao sorrir para o melhor amigo.

Horas depois - Apê de Gunê, 19:30pm.

– Amor? O que foi? - Guto perguntou ao se aproximar da bancada da cozinha e a olhou. – Você não para de olhar pro quarto da Bellie. - disse o pianista a olhando. 

– Eu tô preocupada com ela, Guto. Ela só tomou um copo de achocolatado hoje, errou duas vezes no piano e três no violão. - explicou a five. – Não quer jantar, não quis descer pra ir no parquinho e muito menos sair pra passear com a Giu e o Arthur. - suspirou a pianista. – Tentei conversar com ela, mas ela só diz a mesma coisa. Que está bem e só quer ficar na dela. - disse Benê ao encará-lo.

– Talvez ela queira ficar quieta e no mundo dela. - disse Guto entrando na cozinha e parando ao lado da pianista. 

– Não, eu sei quando ela quer ficar no mundo dela. Eu tô preocupada, Augusto! Nunca vi ela assim, será que tá passando mal? - perguntou a five ainda mais preocupada.

– Se ela tivesse passando mal, iria falar com nós dois. - disse Guto enquanto a olhava. – Se bem…

– Se bem o que? - Benê perguntou ao encará-lo. – Guto, fala! - disse a five o encarando.

– A gente vive falando que ela tem um pouco da Ellen, né? - disse Guto a olhando. – A Ellen geralmente não conta quando não tá bem, pra não preocupar ninguém. - disse o pianista a olhando.

– Eu tinha me esquecido disso! Ela deve estar precisando de nós, Guto! - Benê o encarando. – Vem comigo! - disse a five segurando a mão do pianista e o puxando para fora da cozinha até o quarto da pequena. 

– Calma, amor. - disse Guto a seguindo segurando mão dela. 

A pequena pianista estava deitada na cama encolhida e olhando pra tv. Os pianistas se entreolharam assim que pararam na porta no quarto da garotinha.

– Bellie? - Benê a chamou. 

– Você está bem? - Guto perguntou ao olha-lá.

– Oi tia, Benê. - disse a pequena um sussurro direcionando seu olhar para os dois parados na porta. – Estou sim, tio Guto. Aconteceu alguma coisa? - Bellie perguntou. 

– Aconteceu! Sabemos que você não está bem. - disse Benê ao entrar no quarto.

– E queremos saber o que você tem. Sabe que pode conversar com nós dois. - disse Guto entrando em seguida e se aproximando da cama. 

– Estou bem. - disse Bellie se sentando na cama. 

– Você não me parece bem. - disse Benê se sentando na cama. – Você mal comeu hoje, não estava bem pra tocar. - disse a five a olhando.

– Eu não tocar bem, não quer dizer que estou mal. - disse a garotinha ríspida.

– Isabelle! - Guto a repreendeu. – Não precisa falar assim com a Benê, ela só está preocupada com você. - disse a five. 

– Não precisam se preocupar comigo, já disse que eu tô bem. - disse Bellie ao encará-lo.

– Você sabe que pode conversar comigo quando quiser, não sabe? - Benê perguntou ao olha-lá. – Eu te conheço, Bellie. E por te conhecer, sei que tem algo errado e você não tá bem. - disse a pianista enquanto a olhava. 

– E nós sempre vamos nos preocupar com você. E queremos te ajudar mas pra isso, precisa contar o que está acontecendo. Você brigou com a Giulia? Ou o Arthur? - perguntou o pianista.

– Eu não sou você e a tia Ellen. - Bellie o encarou.

– Isabelle, não precisa ser grossa. - disse Benê ao encará-la.

– E ele precisa parar de fingir que se importa comigo. Ele nunca me quis aqui mesmo. - disse Bellie cruzando os braços.

– Pensei que tivéssemos passado dessa fase. - disse Guto a encarando.

– Isso não é um jogo pra fases serem passadas. - disse Bellie o encarando.

– Figura de linguagem. - explicou a five ao olhá-la. – Você tá sentindo falta dos seus pais? - Benê perguntou ao olha-lá.

– O que sabem sobre sentir falta das pessoas que nunca mais vão vê-las? Ou melhor, por que sempre falam deles sendo que agora eu tô com vocês? Não me consideram como filha, não é? - Bellie perguntou os encarando. 

– Porque nós prometemos a eles que sempre iríamos falar deles pra você, Isabelle. - explicou Guto. – E nós três concordamos em irmos com calma sobre tudo isso de filha, pai e mãe, concordamos com isso. Mas não significa que você não é nossa filha agora. - disse o pianista a olhando. 

– Por que não fecha os olhos, respira fundo e nos conta o que está te incomodando e fazendo você ficar desse jeito? - Benê perguntou ao olha-lá. – Eu sei que tem algo de errado, Bellie. - disse a pianista. 

– NÃO TEM NADA DE ERRADO, ME DEIXEM SOZINHA! - Bellie gritou se levantando nervosa e correu rapidamente para o banheiro e entrou trancando a porta por dentro. 

– ISABELLE! - gritaram os pianistas juntos arregalando os olhos ao se assustarem e se levantaram rapidamente da cama, indo para a porta do banheiro. 

– Bellie, abre a porta. Por favor! - disse Benê batendo devagar. 

– NÃO, ME DEIXEM SOZINHA! - gritou a menina de dentro do banheiro.

– Isabelle, se fazer de difícil igual sua tia Ellen, não vai resolver as coisas. - Guto encarando a porta do lado de fora. – Abre! Queremos te ajudar, pequena. - disse o pianista.

– Abre, vamos conversar! Queremos te ajudar, Bellie. - disse a five respirando fundo.

– N-ninguém pode m-me a-ajudar! - disse Bellie de dentro do banheiro deixando as lágrimas caírem. – EU SOU DOENTE! DOENTE! SOU ESTRANHA, NINGUÉM NUNCA VAI ME AMAR, QUEM ME AMAVA MORREU! MORRERAM! ELES MORRERAM! EU SEMPRE VOU SER ESTRANHA, SEMPRE VOU SER DOENTE! É ISSO QUE EU SOU E VOCÊS NÃO ENTENDEM! - gritou Isabelle nervosa e chorando.

Os pianistas se assustaram mais uma vez e se entreolharam apreensivos.

– Eu também me sentia assim, Isabelle. Às vezes ainda me sinto estranha e doente e entendo que é ruim sentir tudo isso e de uma só vez mas saiba que você é muito amada por nós e não é doente! Não quero que repita isso de novo, está bem? Você não é! - disse Benê ao se aproximar da porta pelo lado de fora. 

– Bellie, eu sei que nós dois temos nossos desentendimentos mas isso não significa que é menos amada por isso. Você é muito importante pra mim, tá? Muito! Você é incrível, Isabelle! E queremos que você fique bem, por favor abre a porta. - disse Guto ao se aproximar junto com a pianista até a porta. 

– E-eu não vou sair, quero ficar sozinha. Me deixem sozinha! - disse Bellie chorando ainda mais. 

A pianista respirou fundo e passou a mão no rosto encarando o musicista ao seu lado. 

– Me faz um favor? - Benê perguntou ao encará-lo.

– Faço sim. - disse Guto afirmando com a cabeça. – O que é? - perguntou o pianista.

– Vai até a área de serviço, debaixo da segunda pia tem uma caixa. É uma caixa azul, abre ela e pega pra mim uma chave de fenda, acho que é assim que se fala e traz pra mim. - Benê sussurrou o encarando.

– Uma chave de fenda? - Guto perguntou levantando uma das sobrancelhas ao sussurrar pra pianista. – Não tem uma chave normal? - perguntou o pianista.

– Se tivesse eu já tinha pegado, Augusto. Por favor, vai lá pegar. - disse Benê ao sussurrar ainda o encarando. 

– Já tô indo, não demoro. - disse Guto se afastando e saindo do quarto. 

Benê o olhou ir e respirou fundo. 

– Eu ainda tô aqui. - disse Benê perto da porta do banheiro.

– Por que? - Bellie perguntou de dentro do banheiro.

– Porque eu me importo com você. - Benê olhando para a porta. – E eu tô muito preocupada, assim como o Guto. Você sabe que ele também se importa. - disse a five. 

– Do jeito dele de ser mas sei. - disse Bellie chorando baixinho.

– Você não o odeia, odeia? - Benê perguntou.

– Como eu posso odiar alguém que eu gosto? - Bellie perguntou. – Apesar dele me irritar. - disse a garotinha. 

– Você também me irrita as vezes mas eu gosto muito de você. - disse Guto ao entrar novamente no quarto e se aproximar entregando a chave pra pianista.

– Bellie? - Benê a chamou pegando a chave de fenda e colocando no trinco, assim como ouvido perto da porta. 

– Oi. - sussurrou a garotinha.

– Você está perto da porta? - Benê perguntou mexendo a chave de fenda.

– Não, eu tô sentada no chão. - disse Bellie de dentro do banheiro. 

– Continue aí. - disse Benê sendo encarada por Guto. 

– Posso fazer uma pergunta? - perguntou o pianista a encarando. 

– A minha mãe sabia mexer com isso, eu observava ela consertando as coisas. E quando se tem amigas como Heloísa Gutierrez e Ellen Rodrigues, você aprende algumas coisas. - explicou a five ao encará-lo e se afastou. – Consegui. - disse Benê ao se afastar e entregar a chave de fenda ao pianista. 

– Conseguiu? - Guto perguntou ao pegar a chave de fenda e a pianista afirmou com a cabeça. 

– Bellie? - Benê a chamou colocando a mão na maçaneta e abriu a porta, sentindo a garotinha se levantar rapidamente e pular em cima dela, fazendo as duas caírem no chão. 

– Eu sou doente! - disse Bellie voltando a chorar e começar a se debater. 

– Você não é doente! - disse Benê segurando ela e a abraçando apertado, tentando controlar a pequena. – Tá tudo bem ser diferente, seria uma grande merda se fôssemos iguais! - disse a five ao fechar os olhos, sentindo os bracinhos de pequena retribuir o abraço.

O pianista as olhou e deixou a chave de fenda de lado e se aproximou envolvendo os braços nas duas e as abraçando devagar. 

– Você foi a melhor coisa que nos aconteceu, Bellie. Estaremos sempre aqui por você, está bem? - disse Guto num sussurro enquanto a garotinha chorava e Benê direcionou seu olhar ao musicista.

– Sempre estaremos por você. - disse Benê a abraçando junto com o pianista. 

– Fechem os olhos e pensem na pedra de gelo derretendo bem devagar. - disse Guto sussurrando.

– E-eu n-não acho que v-vai resolver, tio Guto. - disse Bellie num sussurro.

– Mas não custa tentar. - disse Benê ao fechar os olhos. – Feche os olhos e pense. - sussurrou a five. 

– Pense na pedra de gelo, pense. - disse Guto fechando os olhos junto ainda abraçando as duas. 

Restaurante La Musik - 20:20pm.

– O risoto tá bom? Gostaram do vinho? Posso pegar outro se quiserem. - MB perguntou ao olhar as mais velhas e o cunhado na mesa. 

– Tá de boa, playba. - disse Anderson ao olhá-lo. 

– O risoto tá ótimo querido. - sorriu Das Dores comendo mais um pouco. 

– Ficou tudo incrível. - disse Ellen ao olhá-lo e pegou a taça de vinho bebendo mais. 

– Ficou bom. - disse Nena. – Não precisava ter fechado o restaurante para o jantar, vai perder clientes assim. - disse a mãe de Ellen. 

– Dona Nena! - Ellen a encarou. – Ele fechou porque é um jantar em família, pode pelo menos agradecer? - pediu a five. 

– Tá tudo bem, maluca. - disse MB ao olha-lá. – Dona Nena, não se preocupe. Meus clientes são fiéis, um dia fechando mais cedo não terá problema. - explicou o loiro pegando mais um pouco do risoto e comendo. 

– O negócio vai bem, né? - disse Das Dores olhando em volta. – Eu gostei daqui. - disse a mais velha tomando seu vinho. 

– Cê se deu bem, né playba. Até que o lugar é legal. - disse Anderson comendo mais risoto. 

– Seus pais não quiseram vir para o jantar? - Nena perguntou ao encarar o loiro. 

– Mãe! - Ellen a encarou e respirou fundo. 

– O que, Ellen? Só fiz uma pergunta simples. - disse a mulher ao encará-la.

– Eu não vejo meus pais há bastante tempo. - disse MB ao encará-la. – E não me fazem falta. - explicou o loiro bebendo mais vinho. 

– Você não tem uma boa relação com eles, certo? - Nena perguntou bebendo o vinho. 

– Não tenho. - disse MB. – Mas eu encontrei nos meus amigos, uma família de verdade. E agora a sua filha, que tá me fazendo muito bem. - disse o loiro ao olhar para a five que sorriu. 

– Você me faz muito bem também. - disse Ellen o olhando.

– Nunca pensei que cês dois fossem ter algo. - riu Anderson ao olhá-los. – Mas se faz minha irmã bem, tô de boa. - disse o namorado de Tina. 

– E você é muito gentil, meu filho. - disse Das Dores levando uma das mãos até o rosto do loiro. – E minha neta gosta muito de você. - sorriu a mais velha.

– E eu gosto muito da sua neta, Dona Das Dores. - disse MB dando um beijo na mão da avó de Ellen e Anderson. – Ela é estressada mas já acostumei. - riu o loiro.

– Estressada, MB? - Ellen perguntou ao encará-lo e revirou os olhos. – Não dá muita moral pra ele não, vó. Vai se achar ainda mais. - riu a melhor amiga de Guto e o loiro revirou os olhos. 

– Você não sente mais nada pelo João Augusto, filha? - Nena perguntou ao olha-lá e Das Dores mais Anderson a encararam. 

– Dona Nena, já deu né. - disse Anderson a encarando. 

– Desculpa pela indelicadeza da minha filha, Michel. - disse Das Dores ainda encarando a filha. – Ela tem costume de pegar no pé de quem namora os filhos dela, foi assim como a Tina. - explicou a mais velha desviando o olhar para o loiro. 

– Tá tudo bem, Dona Das Dores. - MB a olhou desviando o olhar pra Nena. – Olha, eu sei que a senhora num vai com a minha cara. Talvez porque eu seja branco e rico, mas isso não foi por herança. Não tem nada aqui, com dinheiro sujo dos velhos, foi mérito meu. - disse o loiro se levantando. – Eu realmente gosto da sua filha, a maluca me faz feliz e eu sinto muitas coisas boas quando tô do lado dela. - explicou o empresário. – Vou pegar a sobremesa, espero que cês gostem de torta crocante de nozes, fui eu quem fiz. Modesta parte, cozinho bem. - riu fraco o loiro se afastando e indo para a cozinha do restaurante.

Ellen o olhou ir e direcionou seu olhar para a mulher. 

– Por que fez isso? - Ellen perguntou a encarando. – Primeiro implicou com a Tina, depois com o Jota mas essa cisma com o MB já deu, Dona Nena. Não quer me ver feliz ao lado de quem eu gosto? Ele me faz bem, muito bem. O que eu sinto pelo MB, nunca senti pelo Jota. Eu não tenho mais nada com João Augusto, não sinto mais nada por ele. Quem eu quero acabou de ir pra cozinha chateado com a sogra! Ele me faz sentir coisas que eu nunca senti por ninguém, me faz sentir da forma mais bagunçada e intensa, gosto de sentir isso. - explicou a five se levantando. – Não estraga esse jantar por implicância! - encarou a tecnóloga.

– Cê pisou na bola, Dona Nena! - disse Anderson encarando a mãe. – Deixa a minha irmã ser feliz e se for com o playba, que seja muito. Pô, primeira vez que eu vejo a Ellen mais solta e de bem com a vida, desde que passou a morar com o MB e olha que na época eles eram só amigos, beleza? - disse o namorado de Tina. – Ele tá com ela o tempo todo desde que o processo contra aquele racista, num tá deixando minha irmã desistir não. E Ellen, cá pra nós né? Isso daí tá parecendo é amor. - riu o rapaz bebendo mais um pouco do vinho. 

– Não brisa, Anderson. - Ellen o encarou.

– Ele tá certo, minha filha. - disse Das Dores ao encarar a neta e sorriu. – É amor e acho que você sabe disso. - disse a mais velha. – Para de implicar com o rapaz, Nena. Ele preparou essa noite pra nós, fez sobremesa e tá tentando se esforçar pra te agradar, quer parar com essa implicância? - perguntou Das Dores ao encará-la. – Pegou no pé da Tina e depois abaixou a guarda, depois foi com o João Augusto e não vamos esquecer do Guto, gosta dele agora. Deixa sua filha ser feliz com quem ela ama, olha a carinha dela. Olha as coisas que ele disse dela pra você? Ele ama a sua filha e quer fazer ela feliz. - disse a mais velha a encarando.

– Vó, ele não me ama. - disse Ellen ao encará-la. 

– E cês dois vão ficar nessa de se negar por quanto tempo ainda? - Anderson perguntou ao encará-la. 

– É só uma questão de tempo até pararem com essa negação. - disse Das Dores ao encará-la. – Meu neto postiço me contou umas coisas…- disse a mais velha segurando o riso.

– É claro que aquele bocudo do Augusto te contou. - disse Ellen revirando os olhos. 

– Porque se ele não contar, você não conta. - disse Nena ao encará-la. – Me desculpe. - pediu a five ao olhá-la. – Eu não deveria estar tratando ele assim, dá pra ver o quanto se gostam. - disse Nena enquanto a olhava. 

– Não é a mim que a senhora precisa pedir desculpas, Dona Nena. Eu puxei essa dureza toda de você. - riu a five a olhando.

– Eu disse que era de família. - disse MB ao se aproximar com os pedaços de torta nos pratos. – Espero que cês gostem, fiz com carinho. - sorriu o loiro entregando cada prato para eles e se sentando em seguida. 

– Já pode casar. - riu Dona Das Dores comendo um pedaço. 

– Ih, se depender da minha irmã…- riu Anderson comendo um pedaço da torta. 

– Vocês já pararam? - Ellen perguntou ao encará-los.

– Quero te pedir desculpas, rapaz. - disse Nena ao encarar MB. – Eu nunca pensei que esses três pudessem defender tanto alguém, como te defenderam agora. E dá pra perceber o quanto gosta da minha filha e que ela também gosta de você. E o que eu sempre quis era meus filhos sendo felizes e se você a faz feliz, isso já é o suficiente. Me desculpe pelas implicâncias e essa cisma que eu tinha com você, nunca foi minha intenção, só queria proteger ela de alguma forma. - explicou Nena enquanto o encarava. – Mas a Ellen sabe fazer isso sozinha e sei que vai cuidar muito bem dela. Espero que aceite minhas desculpas. - disse a mulher. 

– Tá desculpada e sem ressentimentos, Dona Nena. Vamos recomeçar? - MB perguntou alcançando as duas mãos da sogra e sorriu, fazendo Ellen sorrir junto. 

– Nada melhor do que recomeços. - sorriu Nena segurando a mão do genro e afirmando com a cabeça. – Mas me contem, pretendem se casar? - perguntou a mulher ao rir. 

– Mãe! - Ellen a encarou e revirou os olhos, fazendo os demais rirem juntos. 

Apartamento de Gunê - 21:00pm.

– Ela dormiu, amor. Acho que o remédio ajudou. - disse Guto ao parar na porta da varanda.

– Obrigado. - sussurrou a pianista de costas para ele. 

– A conversa com a Renata também ajudou. - disse Guto entrando na varanda.

– Espero que tenha ajudado. - disse Benê sussurrando.

– Amor? - Guto a chamou se aproximando mais dela.

– Sim? - sussurrou a pianista respirando fundo.

– Olha pra mim. - disse Guto atrás dela. 

– Não quero. - Benê sussurrou respirando fundo.

– Por que? - perguntou o melhor amigo de MB.

– Porque tem coisas que não sabemos responder. - disse a filha de Josefina.

– Você estava chorando antes deu entrar aqui, não estava? - Guto perguntou.

– Não. - Benê sussurrou. – Pode me deixar sozinha? - perguntou a five colocando as duas mãos no ouvido.

– Não. - Guto sussurrou se aproximando ainda mais.

– Por favor. - pediu Benê sentindo as lágrimas caírem novamente.

– Desculpa, mas não. - disse Guto num sussurro envolvendo os braços na cintura dela e a abraçando por trás. 

– E-eu pensei que seria fácil. - disse Benê num sussurro. – Pensei que seria, juro que pensei. - disse a pianista desabando no choro. – MAS NÃO É! - disse a musicista com as mãos no ouvido. 

– Tá tudo bem, não precisa ficar assim, tá bom? Aperta ou solta? - perguntou Guto num sussurro abraçando a pianista por trás. 

– Aperta. - pediu Benê chorando e o pianista afirmou com a cabeça apertando a mulher no abraço. 

– Amor, ela tá bem agora. Sabíamos que não ia ser fácil mas iremos passar por isso juntos, está bem? - disse Guto enquanto a abraçava. 

– E-eu pensei numa c-coisa. - disse Benê ao se virar para o pianista. 

– No que pensou? - Guto perguntou levando os polegares até o rosto da five e limpando devagar.

– Existe um lugar que pode ajudar o que está acontecendo e acho que a Isabelle iria gostar de passar uns dias lá. - disse a five ao olhá-lo.

– Um lugar? - Guto perguntou levantando uma das sobrancelhas.

– Rio de Janeiro. - disse a five. – Ela me disse uma vez que nunca foi e que também não conhece o mar. Lá é calmo e acho que vai fazer bem a ela. - disse a pianista.

– E como sempre você tem razão. - disse Guto esboçando um sorriso. – Vou ligar pra academia de música, pedir uns dias de folga, vejo um hotel de frente a praia e iremos essa semana, tudo bem? - Guto perguntou.

– Não. - disse Benê ao encará-lo. – Eu acho melhor ir só eu e ela. - disse a five. 

– Como assim, Benê? - Guto perguntou estranhando. – Eu não tô entendendo, fiz alguma coisa de errado? - perguntou o pianista. 

– Não, claro que não. Mas tenta entender, ela está na defensiva de novo e não quero que ela se sinta de uma forma incomodada. - explicou Benê ao olhá-lo.

– Você acha que eu tô sendo um incômodo? - Guto perguntou ao encará-la.

– Não, você não é um incômodo. Mas ela tá frágil, Guto. Eu vou com ela, tento fazer ela se acalmar, ver o mar, aproveitar um pouco do Rio, tentar achar uma forma de fazer com que ela confie mais em nós. Eu entendo mais a cabeça dela, do que você. E sabe disso, amor. É só por alguns dias, tudo bem pra você? - perguntou a five. 

– Tudo bem. - disse Guto. – Você entende ela melhor do que eu mesmo, mas procuro eu um hotel em frente ao mar pra vocês duas, tudo bem? - perguntou o pianista e a five sorriu. – Vou ligar sempre pra saberem se estão bem e qualquer coisa quero que me ligue, pego o primeiro avião e vou encontrar vocês. - disse o pianista.

– Está bem. - disse a five afirmando com a cabeça. – E obrigado amor, obrigado mesmo. - agradeceu Benê ao se aproximar e deitar a cabeça no peito do musicista.

– Não precisa agradecer, faço tudo pra ver vocês duas bem. - disse Guto num sussurro voltando a envolver os braços na cintura dela e abraçando devagar. 

– Obrigado por estar na minha vida, Augusto. - disse Benê num sussurro retribuindo o abraço.

– Obrigada por me permitir estar, meu amor. - disse o pianista num sussurro fechando os olhos e apertando devagar a pianista no abraço.


Notas Finais


Até o próximo capítulo! :)


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