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História Seacht - Epílogo


Escrita por: AyzuLK e ByaNamikaze

Notas do Autor


E chegamos ao epílogo!
Esse é o fim pessoal, espero que tenham gostado e agradeço a todos que acompanharam e não desistiram de Seacht apesar dos contratempos em meio ao caminho.
Estarei postando os extras assim que possível, mas espero ler a opinião de vocês sobre o que acharam do epílogo.

Muito obrigada pela paciência nesses últimos três anos, agradeço do fundo do meu coração.

Is breá liom tú!

Ayzu

Capítulo 48 - Epílogo


Eis o significado por trás da invisibilidade dada por Mananann aos Tuatha de Danann: os deuses ainda estão lá, presentes como sempre, só que sem serem vistos. Eles estão, de certa forma, reprimidos na mente inconsciente: mas não precisa de muito para que eles ressurjam.

— Jean Markale

 

Sete anos depois

SASUKE APROVEITAVA O SILÊNCIO NO CARRO. Olhou pela janela, vendo a luz do sol misturada com o verde dos grandes eucaliptos, e aquele cheiro que Naruto o dizia ser tão reconfortante. Haviam entrado em um caminho de cascalho, ladeado pelas grandes árvores que mais pareciam guardas fixos. Pela janela aberta, o vento era fresco, mas não gelado com o que estava acostumado, e pelo que via do céu filtrado, não havia uma nuvem sequer de chuva. Fechou os olhos por um instante, aproveitando o agradável clima que se estabelecia ali.

Isso até Naruto começar a cantar.

Não conseguia desviar os olhos quando ele fazia isso. A luz do sol batia na janela do motorista, passando pelos cabelos loiros bagunçados pelo vento. Ele havia tirado os óculos escuros, os olhos azuis estavam na estrada, serenos. Sua bochecha estava contraída em um sorriso leve enquanto cantava naquela língua que trazia uma vibração melancólica em Sasuke; ao mesmo tempo tão bem-vinda.

Sorriu e relaxou no banco, não percebendo quando cochilara ao som daquela voz, até acordar quando o carro havia finalmente parado.

— Chegamos.

Estavam de frente a entrada de uma casa pequena de pedra e madeira, uma cabana. Ao lado havia uma garagem rústica, ao fim de uma entrada de pedras. Era um lugar que ao seu ver parecia vindo de um filme antigo.

Franziu o cenho, reconhecendo ambiente aos poucos, apesar de nunca ter vindo realmente ali em pessoa.

Naruto tomou sua frente e Sasuke viu um sorriso triste no rosto dele enquanto se encaminhava para a varanda. Mesmo curioso, nada falou. Viu o outro tirar uma chave do bolso e abrir a porta, que para sua surpresa, não emperrou.

E novamente se surpreendeu que dentro tudo estava limpo e arrumado. Havia uma lareira, e de frente a ela um carpete de cor escura. Dois lados da parede eram cobertos por estantes com livros, e uma poltrona que parecia confortável estava posicionada estrategicamente perto da janela de cortinas amarelas. Notou um balcão rústico e imaginou que após ele havia uma cozinha. Esticando a cabeça viu alguns produtos modernos. Uma escada em espiral ficava no canto dando espaço ao andar de cima. Havia quadros em peças antigas nas paredes e espalhadas pela sala. Era um lugar visivelmente aconchegante.

Perdido na observação, procurou Naruto e o encontrou de frente a estante, olhando para algo. Se colocou a suas costas e viu os olhos azuis fixos em um porta-retrato de madeira escura, onde se encontrava um garotinho com curativos no rosto, e um homem de cabelos grisalhos com um sorriso largo com uma mão em sua cabeça. O garotinho tinha um olhar vazio, triste.

— É meu avô. — A voz de Naruto estava baixa. — Essa era a casa dele.

Naruto pegou o porta-retrato entre as mãos, um dedo passando no rosto velho através do vidro.

— Foi logo quando aquilo tudo aconteceu, eu estava com tanta raiva e com tanto medo de todo mundo...se não fosse ele, eu teria tido um final muito triste.

Sasuke ouviu em silêncio, já tendo imaginado que esse seria o caso. Lembrava desse lugar, dos pesadelos de Naruto que havia presenciado anos atrás quando saíram da ilha. Das paredes sujas de sangue e o chão coberto de cacos de vidro.

Passou as mãos por trás de Naruto, abraçando, e sentiu ele repousar seu corpo contra seu peito. Repousou o queixo na cabeça dele, o confortando.

 

— Eu sempre venho aqui, desde que ele morreu. Deixo a casa limpa. Meu pai faz o mesmo, quando não posso vir.

Naruto deixou o porta-retrato na estante e virou para Sasuke, sorrindo de leve.

— Apesar da tragédia que aconteceu nesse lugar, eu passei muitos momentos bons aqui, Sasuke. — Tocou o rosto do outro de leve, que fechou os olhos com o carinho. — E agora, meu pai me disse que meu avô deixou a casa para mim. Ela é minha agora. Minha para transformar no lar que já foi.

Sasuke abriu os olhos surpreso, e encontrou os azuis brilhando nos seus. Naruto mordeu o lábio, franzindo a testa, como se lutasse na dúvida de dizer algo.

— O que foi? — Perguntou curioso, segurando o rosto do outro com ambas as mãos quando ele parecia querer fugir.

— É que... ela é sua também. Se você quiser.

Naruto teria rido da cara que Sasuke fez, se não estivesse tão nervoso. Sasuke de boca aberta era raro demais.

— Você...está me convidando para morar com você? — perguntou de forma pausada.

— Se você quiser. — Ele disse baixinho.

Claro que Sasuke queria, mas ver Naruto naquele momento era muito raro. Geralmente era ele que experimentava o medo de ser rejeitado, e sinceramente, não entendia como Naruto cogitava a ideia de ele não aceitar. Mesmo assim resolveu brincar e prolongar o momento raro. Soltou seu rosto e segurou seus ombros, o olhando de cima.

— Não sei, Naruto. Não quero saber de seu pai querendo atirar em mim em todo fim de semana por tocar no menininho dele.

Naruto bufou, ficando vermelho.

— Já falei com meu pai, Sasuke. Contanto que você não saia da linha, seu traseiro está salvo. E falei com seus pais também.

Isso fez Sasuke o soltar, surpreso, e Naruto dessa vez conseguiu rir. Isso explicava por que seus pais pareciam tão prontos para tirar com sua cara pela manhã quando os visitara. E tinha certeza de que Itachi havia sido o primeiro a saber de tudo aquilo. Até mesmo Hinata havia soltado uma piada quando se encontraram para tomar um café dias atrás. Se sentia uma donzela. Naruto pareceu entender seu pensamento e riu, os dentes brancos a mostra.

— Você é o mais novo, Skywalker. Eu sou o responsável aqui.

Sasuke o olhou de forma petulante.

— Não sei se quero morar com você. — falou venenoso. Dessa vez o Naruto apenas riu. Havia recuperado sua confiança.

— Você já aceitou, eu posso ver. — Ele se afastou de si, indo até a lareira a acendendo enquanto Sasuke absorvia aquele atrevimento. Se perguntava há quanto tempo Naruto planejara aquilo. — Nós já temos emprego e aqui não fica tão longe da cidade. Seu pai disse que lá também tem um apartamento nos esperando, que ele lhe daria já essa semana, para comemorar sua graduação na universidade. Eu já tenho vinte e sete, já estou velho demais e quero me aquietar.

Sasuke bufou, cruzando os braços.

— Além do mais, meu pai disse que parássemos com a pouca vergonha. Você lembra bem o que aconteceu naquele verão.

Sasuke se arrepiou. Lembrava sim. O Namikaze havia invadido o campus da universidade quando descobriu que Naruto e ele estavam no mesmo dormitório após uma troca de colegas e aprontaram horrores por isso. Nunca esqueceria do corredor cheio de homens armados e do olhar azul irado nos dois. Naruto apenas encarava o pai entediado enquanto ele o ameaçava mudar de país, Sasuke não podia dizer o mesmo com uma arma em sua cabeça, por mais que soubesse que o Namikaze nunca atiraria em si, fora assustador. No fim Naruto enredara o pai como sempre fazia, ainda assim ficaram em dormitórios separados até o fim do curso dele, sob ameaça.

O que não adiantou de nada, pois sempre davam um jeito de se pegar em algum lugar dentro do campus. Naruto era muito criativo em relação a isso.

— E eu quero um pouco de paz, Sasuke.

Levantou os olhos e encarou os azuis que o fitavam de frente a lareira, com um brilho que o fez suspirar. Por mais que passasse o tempo, nunca se acostumava com a beleza que Naruto era. Era mítico, puro e ao mesmo tempo arrebatador. Seu rosto havia mudado um pouco nos últimos anos. Linhas mais firmes, mandíbula mais forte, o rosto menos delicado. Todos os traços infantis haviam sido substituídos, e se possível, ele estava ainda mais magnífico. Na opinião de Sasuke.

Hinata tinha toda razão quando dizia que era um desgraçado de sorte.

Seus passos o guiaram até ele, com calma. Massageou sua nuca e o viu fechar os olhos com um sorriso suave. Beijar Naruto nunca era o bastante e suficiente, mesmo ali. Mesmo sentindo as mãos dele o puxando para aquilo. Era sempre forte, urgente, e com todo seu medo de perdê-lo, de não ser o bastante.

Até aquele momento. Quando toda a insegurança sumiu.

Naruto largou seus lábios formigantes e o afastou suavemente, só para abrir a camisa branca devagar, sob seu olhar devorador. O pano deslizou caindo no chão a seus pés, no carpete escuro sob a luz do fogo, o convidando com os olhos azuis brilhantes refletindo a luz alaranjada.

Não recusou o convite.

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Sasuke acordou com o som da voz suave de Naruto e o crepitar do fogo. Abriu os olhos e o viu fitando o teto alto, deitado de barriga para cima ao seu lado. Com os olhos entreabertos ficou fitando os lábios judiados de tanto mordê-los se movimentando, novamente cantando a música em irlandês, a canção de ninar de seu avô. As palavras desconhecidas fluíam com facilidade hipnotizante, o rosto iluminado quase de forma sobrenatural.

Ele parou quando notou ser observado e virou o rosto, lhe encarando com um sorriso largo e sonolento. Sasuke esticou a mão para seu rosto, ouvindo um sussurro rouco.

— Is breá liom tú, Sasuke.

Sentiu um arrepio em seu corpo, como sempre sentia quando ouvia Naruto dizer que lhe amava.

— Eu também te amo. Koishiteru. — Falou baixo, o puxando para perto. Uma perna de Naruto se enroscando na sua, fitou o corpo dourado, ainda mais bonito na luz do fogo. 

Uma mão sua desceu pela coluna, e pode ouvir o suspiro leve em seu peito. Sua mão fria desceu, apertando a bunda do outro e ouviu uma risada abafada.

 — Tarado.

Sasuke sorriu, seus lábios desceram para o pescoço longo, e se felicitou por saber que seria o único a ter Naruto assim, tão entregue. O único a quem ele se entregaria sem resistência, a quem beijaria, corresponderia. Rolou por cima dele, encarando os olhos azuis travessos, os cabelos caídos ao redor do seu rosto, os lábios esticados em um sorriso.

Ele nunca teria o suficiente de Naruto. Ele o amava demais, como nunca pensou que podia amar outra pessoa. Não sabia mais onde um começava e o outro terminava. Koishiteru era a forma mais forte de dizer eu te amo em sua língua natal. E nem assim parecia ser o suficiente.

— Vai ficar só olhando ou o quê, Sotalach?

Naruto se surpreendeu quando Sasuke encostou a testa na sua, um sorriso aberto que raramente via no rosto estoico. Um sorriso reservado a ele, apenas.

 

— Apesar de tudo, sete pode ser nosso número da sorte. — Sussurrou em tom conspiratório.

Naruto deu uma risada, jogando a cabeça para trás. Às vezes Sasuke vinha com cada uma, nos momentos mais estranhos.

— É Skywalker, pode ser. Agora cala a boca, e me fode de uma vez.

— Estou tentado a fazer isso, Padmé. — Sorriu sarrista, o mesmo sorriso de adolescente de tantos anos atrás. — Sete vezes, só para garantir que você não fuja com Itachi ou Hinata.

Naruto revirou os olhos azuis, dando um suspiro exasperado.

— Quem fala muito não se banca, já disse isso.

— Então, terei que mostrar para você.

— Faça isso. — Naruto sorriu, beijando seu rosto com carinho. — Me ame sete vezes, e então uma a mais, só para garantir.

 

Fim 

 


 
 
 


 



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