História Seashell - Pôr-do-Sol à beira mar

Era um bonito fim de tarde. Luhan estava deitado sobre aquela pedra que tempos atrás tinha ido parar ali, em uma noite de Lua cheia. Aquele lugar passou a significar muito para ele e Sehun, tornando-se o lugar favorito de ambos.

E falando no loiro, este estava deitado ao seu lado de forma preguiçosa, apenas observando o céu que aos poucos ganhava vários tons de laranja. O menor virou-se de lado, sorrindo ao poder encarar a bonita silhueta daquele que amava.

— Sabe, hoje é a coroação do Baekhyun — Comentou enquanto seus olhos buscavam decorar cara traço do rosto alheio.

— Então temos que comparecer, é um momento muito importante para ele.

Luhan ficou admirado como o maior se deu bem com sua família assim que os conheceu, especialmente com seu irmão do meio, pelo qual gerou um carinho como se fosse de sua própria família. E ver eles se darem tão bem aquecia seu coração, já que tinha como maior medo a rejeição de todos a Sehun por ele ser diferente.

— Mamãe nos chamou. Vai ser hoje à noite, quando a Lua estiver em seu ápice.

— Vocês realmente gostam da Lua — Sehun sempre achou aquele fato bem curioso.

— Ela é a nossa deusa, controla as marés e todo o ritmo do mar, então a devemos devoção, pois ela rege nossas vidas.

Quando falava de sua deusa, os olhos do garoto ganhava um brilho ainda mais especial, o que fazia os amar mais ainda.

Levou seus dedos até a bochecha alheia, acariciando a área com carinho.

— Tudo bem, então acho que logo deveríamos voltar para começarmos a nos arrumar.

— Não é como se você fosse de terno e gravata — Riu de sua própria piada — Além do que, quero ficar aqui mais um pouquinho.

Moveu-se para mais perto dele, passando seus braços por seu torço, acomodando-se confortavelmente ali. E em resposta, os braços do loiro o envolveram, criando um escudo protetor, onde ele sentia que nada podia o atingir.

E em meio a aquele abraço, recordou como as coisas tinham sido conturbadas assim que voltaram. A mãe de Luhan teve que apagar a memória recente daqueles que estiveram no barco sem ser os que de fato estavam envolvidos na história, pois ter tantas testemunhas da existência de sereias era algo muito perigoso.

Tao depois que recuperou a consciência se mostrava bem agitado e assustado, levou um tempo e muito apoio para que ele voltasse ao seu normal. Mesmo que tenha se tornado notoriamente mais medroso que antes.

O senhor Shin, ainda não simpatizava com Luhan e torcia o nariz ao ouvir qualquer coisa relacionada aos seres místicos, porém já não demonstrava todo aquele ódio de outra hora.

Luhan sentou-se na pedra, saindo do conforto dos braços de Sehun para encarar a praia ao seu redor. E para sua surpresa, acabou avistando o moreno passar próximo a eles, só que este acabou não os notando, pois estava muito concentrado em algo no celular.

— É impressão minha ou ele anda muito mais sorridente esses dias? — Perguntou desconfiado.

Sehun também se sentou para ver ao que o castanho se referia e logo entendeu ao ver seu amigo se distanciando.

— Ele está envolvido com um garoto da cidade, o pai dele disse que até planeja começar a faculdade lá para ficarem mais próximos.

— E isso te aborrece?

— O cara é até legal, ele veio conhecer o senhor Shin e o resto do pessoal semana passada. Mas sabe, sou amigo dele há muitos anos, vê-lo ir embora assim… não é a melhor coisa — Tinha um tom de voz desanimado e Luhan entendia o seu ponto de vista perfeitamente.

— Sabe que não é por muito tempo e que eu vou estar ao seu lado enquanto isto — Passou a mão por seu braço em sinal de conforto, o que o fez sorrir.

— E é isto que me conforta meu amor — Sua mão foi segurada e levada aos lábios finos do outro, onde ganhou um selar.

Os dois ficaram em silêncio por um tempo, apenas observando o fluxo de pessoas ali. E foi neste meio tempo que uma dúvida inquietante passou pela cabeça de Luhan.

— Hun? — Chamou inseguro, já mordendo os lábios em nervosismo.

— Sim? — Ele ainda estava distraído, então respirou fundo para fazer a pergunta.

— Você pensa em… um dia também se mudar para a cidade? — Era uma possibilidade aterrorizante, pois ele sabia que não o acompanharia caso isto acontecesse, pois um filho do mar não poderia viver longe das águas e da praia.

Sehun olhou-o e viu todas as suas aflições refletidas em seus olhar, então tentou o acalmar.

— Não penso em abandonar isto aqui, não sei se é pelo o que aconteceu com minha mãe, mas a possibilidade de ir para uma daquelas grandes cidades me aterroriza. Quero fazer uma faculdade a distância e arranjar um emprego, mas não abandonar esta vida pacífica e boa que tenho aqui. E claro, não iria te deixar.

O menor sorriu pequeno com sua declaração, logo o dando outro abraço.

— Obrigado por isto. E… eu te amo Hun.

— Eu também te amo, meu Luhan.

E abraçados sobre aquela pedra, tendo o pôr-do-sol os banhando eles sabiam que, não importasse quais as dificuldades que viessem a surgir, eles sempre estariam juntos, compartilhando desse amor.