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História Second Chance - Juric - Capitulo 2


Escrita por: YuuHiko

Notas do Autor


E mais um capitulo liberado para você logo nessa manhã de segunda feira, espero que gostem.

Capítulo 2 - Capitulo 2


Após o esclarecimento de ambas as partes na delegacia os garotos foram advertidos e liberados, Eric, Sunwoo, Chan Hee e Chang Min decidiram que o ideal era que cada um fosse para sua casa já que a noite havia sido arruinada graças aos briguentos que o fizeram parar ali, Sunwoo e Chan Hee moravam próximos um do outro enquanto Eric e Chang Min costumavam pegar o mesma linha de metro,  mas moravam em bairros diferentes, após se despedirem cada um dos amigos seguiu seu caminho.

Já se passavam das 02:00 AM e por sorte os metros ainda estavam funcionando e devido o pouco fluxo de pessoas naquele horário não foi difícil achar um vagão vazio para sentarem, a princípio nenhum dos dois disse nada permanecendo em silêncio até boa parte do percurso. 

 — Está doendo muito. — Chang Min decidiu quebrar finalmente o silêncio

— Um pouco, mas amanhã já vou estar melhor, não se preocupe. — Eric tentou tranquilizar o amigo, mas sem sucesso. 

— Sabe que o Kevin vai brigar com você  por aparecer com a cara toda machucada no trabalho. — Aquela não era a primeira vez que o loiro se metia em brigas e em todas as que havia se envolvido não era ele quem  as havia provocado mesmo que  fosse sangue quente e impulsivo.

— Eu sei, mas o que queria que eu fizesse? Deixasse aquele brutamontes bater em você e no Chan Hee? — Bufou irritado, apertando com força a mochila que estava contra seu peito. — De qualquer forma eu me resolvo com o Kevin amanhã, e nada de uma boa maquiagem não esconda.

— Às vezes você nem parece mais novo. — Os dois acabaram rindo baixo. — Mesmo assim obrigado, Eric. 

— Aceito uma cerveja como recompensa da próxima vez que sairmos, Minnie! — Mesmo que seus lábio estivesse inchado e dolorido Eric sorriu abertamente ao mais velho fazendo-o rir baixo com a imagem engraçada do sorriso do outro.

Os dois amigos continuaram conversando sobre assuntos aleatórios até que a estação onde Ji precisava descer chegasse, enquanto Eric continuou seguindo sozinho até a própria estação, demorando cerca de 15 minutos até finalmente chegar em sua casa. 

Desde que se mudará para a Coreia de Sul o rapaz vinha morando sozinho, seus pais ficaram em Los Angeles e por uma decisão de seu pai decidiu cursar faculdade no país natal de seus progenitores que diziam ser o melhor ensino do mundo; conseguir uma casa perto da faculdade também não foi problema e depois de poucos meses veio o trabalho de meio periodo em um Cyber café no bairro de Itaewon que auxiliava nas despesas da casa, dando certa liberdade e precisando assim depender tanto do dinheiro enviado por seus pais.

Porém morar em um país estrangeiro e tão tradicional era algo que ainda causava certo conflito dentro do Sohn, em partes sentia muita falta de Los Angeles e de seus amigos que acabou deixando lá, mas também tinha que admitir que a Coreia não era de toda ruim, as pessoas eram mais crias e muitas vezes se sentiu solitário, pelo menos até conhecer Sunwoo, Chan Hee e Chang Min que não eram apenas colegas de trabalho havia com o tempo se transformado em amigos de verdade com quem Eric poderia contar sempre que precisasse, ele preferia ter poucos amigos porém verdadeiros a seu lado, e não podia esquecer de seus dois chefes, Kevin e Jacob que o tratavam quase como um filho desde que o contrataram e por quem o jovem Sohn tinha um enorme carinho. 

Após entrar, Eric jogou sua mochila no sofá e retirou seu casaco que estava fedendo a bebida, olhou no relógio em uma de suas paredes que marcava exatas 03:30 da manhã o que o fez concluir que perderia as aulas de amanhã da faculdade pois se negava a acordar cedo sendo que nem mesmo ia conseguir dormir, seguiu em direção a seu quarto e acendeu as luzes, precisava urgentemente de um banho para relaxar os músculos; após se despir foi ao banheiro e olhou no espelho que se encontrava em cima da pia vendo o que aquele imbecil agressivo havia feito com seu rosto, os lábios estavam cortados e ainda inchados, o roxo em um dos olhos e a região da maçã de seu rosto também possui um corte mas nada fundo, tocou a região sentindo uma dor forte, provavelmente precisaria colocar uma bolsa de gelo ali e tomar alguns remédios para dor.

Kevin com certeza o mataria amanhã.

O banho foi demorado, a pressão do chuveiro contra os músculos de seus ombros e costas era realmente relaxante, a água quente escorrendo por seu corpo parecia limpar toda e qualquer sujeira que se acumulava em sua pele, até mesmo a regiões doloridas pareciam acalmar-se com a calor aconchegante da água e quando achou já ser o suficiente desligou o registro e puxou a toalha que estava disposta próxima ao box, após secar o corpo todo Eric amarrou o tecido em sua cintura e saiu do cômodo sendo acompanhado pela fumaça que havia se formado no ambiente, caminhou em direção a seu guarda roupa procurar um pijama limpo para se vestir sem perceber que havia algo bem atrás de si. 

— Eu sei que você consegue me ver. — A voz veio bem de suas costas fazendo o loiro tomar um enorme susto, virando para ver quem era o dono desta, a sua frente havia um homem de fios loiros escuros, trajado com um terno preto de linha e com uma gravata azul escura perfeitamente arrumada, os olhos escuros eram grande e bonitos ornando perfeitamente com todo o semblante que mesmo pálido ainda era bonito. — Graças a Deus alguém que realmente me enxerga!

— Merda, merda e mais merda… — Aquela não era a primeira vez que via o homem à sua frente e também sabia que não era um bom sinal vê-lo. 

— Você não tem noção de como isso é cansativo! Já faz anos que eu estou procurando alguém que conseguisse me ver, fui atrás de todos os médiuns que eu já tinha ouvido falar e que por sinal são todos um bando de farsantes porque nenhum deles me enxergou e quando eu já tinha perdido minhas esperanças, BOM! você apareceu! — O homem de terno sorria abertamente enquanto jogava as palavras sobre o mais baixo, a confusão era nítida em seu semblante e não passou despercebido ao outro. — Escuta garoto, eu preciso da sua ajuda. 

— Ah não… De novo não… — Eric esbravejou. — Olha senhor… Qual seu nome?

— Lee Jaehyun, mas pode me chamar de Hyunjae, ninguém me chama do meu nome de nascimento, quer dizer não chamavam quando eu estava vivo apesar de que...

— Senhor Hyunjae. — Eric interrompeu. — Eu sinto muito mas eu não posso te ajudar.

— O que? — O mais alto levantou um pouco mais o tom de sua voz. — Mas você nem sabe o que eu vou falar!

— Você provavelmente quer que eu faça alguma coisa para você, resolva alguma pendência ou mande algum recado, correto. — Hyunjae assentiu em positivo. 

— Como sabia disso?

— Todos os espíritos que ficam aqui querem alguma coisa, não conseguem se desvencilhar do plano terreno enquanto não resolverem o que os prende. — O mais baixo suspirou, aquela não era a primeira vez que via um espírito em sua frente, na verdade já havia até perdido as contas de quantos viu em sua vida toda já que desde pequeno Eric tinha contato com os mesmo devido a seu dom ou maldição, isso dependia do ponto de vista de quem via a situação. 

— Eu preciso que você dê um recado a uma pessoa. — O Lee deu um passo à frente, seus olhos carregavam uma súplica que também podia ser ouvida no timbre de sua voz. — Eu não posso ir sem dizer isso a ele.

— Não é tão simples assim. — Eric suspirou pesadamente, levando uma de suas mãos até os fios úmidos empurrando-os para trás. — As pessoas são difíceis, principalmente neste país, ninguém a aberto a ouvir e a grande maioria delas nem mesmo quer ouvir. — Os olhos se desviaram de Hyunjae para o chão. — Eu já passei por situações terríveis tentando ajudar em todas eu fui taxado de louco e coisas piores então eu sinto muito, mas não posso te auxiliar nisso. 

— Eric por favor! — O loiro voltou novamente sua atenção ao homem mais alto. — Você é minha única esperança nessa escuridão toda que eu estou passando, eu só preciso que você dê um recado a uma pessoa, apenas isso. Eu imploro, me ajude…

No fundo Eric não queria ajudar o espírito a sua frente, as lembranças de todas as vezes que tentou vieram como flashes em sua mente e as humilhações sofridas ricocheteava em seus ouvidos, contudo se lembrou de uma frase dita por sua mãe que assim como ele também possuía o mesmo dom. 

“ Nada nós é dado sem um propósito, se nascemos com esse dom devemos usá-los para fazer o bem aos outros, sem olhar a quem”

E uma batalha interna se travou em sua mente, um lado lhe dizia para ajudar Hyunjae a realizar seu pedido para que assim sua alma pudesse seguir ao céu, já o outro gritava que devia apenas ignorar o Lee e seguir sua vida como se nunca o visse antes afinal, não era problema seu o que o outro tinha a resolver, e a decisão estava mesmo difícil de ser tomada já que não queria problemas para seu lado, mas também não se perdoaria caso a alma do espírito se dissipasse sem realizar seu desejo. 

Um último suspiro abandonou seus pulmões antes do Sohn bagunçar os próprios fios em  irritação por não ter ouvido seu outro lado.

— Ok você venceu, eu vou ajudar você. 

 

— X —

 

O dia seguinte correu como o esperado, logo nas primeira horas do expediente uma reunião foi feita e os detetives apontaram tudo que haviam encontrado sobre o caso o qual estavam responsável , durando cerca de três horas até que os quatro saíssem da sala e voltassem às suas mesas com novos pontos a serem investigados, Juyeon voltou a se focar nos relatórios acrescentando agora os novos pontos de vista apontados pelos outros investigadores, mesmo sendo um caso simples ele exigia atenção e cuidado como qualquer outro. 

— Chefe Lee? — A voz de Hakyeon vez o de fios azulados desprender sua atenção do monitor a frente. — Tem um rapaz querendo falar com o senhor. 

— Rapaz? — O Lee olhou confuso. — Que rapaz? 

— Se chama Sohn Eric, disse que o senhor o conheceu ontem. — Ao ouvir aquele nome Juyeon revirou os olhos, deixando um suspiro pesado abandonar seus pulmões, se já não bastasse o trabalho que o mais novo havia lhe dado no dia anterior ele ainda tinha a coragem de aparecer em seu departamento? Se levantou agradecendo ao Ju por avisá-lo e segui até a sala de espera vendo o loiro estava sentado em um dos bancos com os cotovelos apoiados em suas pernas, assim que foi visto, Eric rapidamente se levantou e pôs-se a caminhar em direção do Chefe Lee. 

— Posso saber porque está aqui? — A pergunta saiu ríspida e seca de seus lábios, afinal aos olhos do detetive Eric não passava de um arruaceiro. 

— Eu precisava falar com o senhor, detetive Lee, está livre hoje a noite? — A pergunta fez o mais velho arquear uma de suas sobrancelhas em confusão.

— Estou aqui, pode me falar agora o que precisa. — Claramente Juyeon não queria prolongar a conversa, mas também estava curioso para saber o motivo que havia feito o garoto vir encontrá-lo. 

— Infelizmente não posso dizer isso aqui, detetive Lee, por isso gostaria de saber se estaria livre hoje à noite, podemos ir a um restaurante da sua preferência ou em algum café. 

— Francamente. — Juyeon riu sobrado, não acreditando no que o loiro estava sugerindo a si. — Não acha que é novo demais para chamar um policial para sair? Você gosta de garotos por acaso? — A última frase caiu com tom de zombaria enquanto um sorriso de escárnio se fazia presente. 

— Olha eu não queria estar aqui, ok? — Eric mostrava certa irritação em sua voz. — Isso é urgente então por favor leve a sério o que eu digo! Me encontre no restaurante Bongo Pan às 20:00 horas, tenha uma boa tarde, Detetive Lee. — E sem esperar resposta o loiro se virou caminhando às pressas pelo corredor até finalmente sumir completamente da visão de Juyeon. O mais velho ficou alguns instantes ainda parado ali tentando processar tudo que havia acabado de acontecer, rindo em seguida antes de se virar e seguir caminho a sua mesa, não tinha tempo a perder e uma investigação dependia de si mas, não podia negar, que aquilo havia realmente atiçando sua curiosidade a ponto de realmente decidir ir encontrar com o Sohn no local marcado. 

 

— X —


O nervosismo tomava conta de seu corpo como se pulsasse por todas as suas veias, sentado em uma mesa mais afastada Eric intercalava seus olhares entre as outras mesas ocupadas e a porta de entrada do restaurante, havia chego dez minutos mais cedo com medo de se atrasar e o detetive acabasse desistindo e fosse embora afinal havia esquecido de perguntar seu número de telefone ou qualquer meio de contato para avisar caso acontecesse um imprevisto, suas mãos estavam unidas e sentia suar frio, já fazia tanto tempo que não fazia aquele tipo de coisa que parecia a primeira vez novamente e ele odiava primeiras vezes pois sempre eram as piores não importa qual fosse a situação.

Seu coração estava acelerado e os lábios secos tanto que havia perdido as contas de quantas vezes umedeceu-os com a língua, queria fugir dali o quanto antes e fingir que nada estava acontecendo para retomar sua vida normal, mas quando sentiu o ímpeto de se levantar e ir embora a figura esperada adentrou a porta do restaurante fazendo Eric arfar baixo em frustração, o homem de fios azulados olhou todo o ambiente até finalmente encontrá-lo sentado e sem demora passou a caminhar até sua mesa, o loiro podia sentir que a cada passo dado por Juyeon em sua direção era como um falhar de seus batimentos cardíacos e o nervosismo? Bom estava no pico e aquilo não era nada bom. 

O detetive se sentou frente ao garoto que engoliu seco com o olhar frio e sério que lhe era lançado, Juyeon parecia ser casca grossa,  algo falasse em seu ouvido avisando que dali viria problemas. 

— Estou aqui, o que você queria falar comigo? — O Lee foi direto ao ponto, não gostava de enrolações.

— Você não quer beber alguma coisa, detetive Lee? — Eric sugeriu com o timbre falhado mostrando seu nítido nervosismo, e ele odiava se mostrar nervosos na frente de qualquer pessoa. 

— Eric eu não tenho tempo para perder com você então por favor, diga logo o que quer me falar. — Mesmo com o semblante sério e rígido Juyeon sentia sua curiosidade se intensificar ainda mais na presença do garoto.

— Certo, desculpe eu só queria deixar o clima menos tenso entre nós dois. — Apertou com um pouco mais de força os dedos entrelaçados, deixando um suspiro baixo e temeroso abandonar seus lábios. — Eu tenho um recado para o senhor, Detetive Lee.

— Recado? — Juyeon o encarou confuso. — Que recado?

— Ele me pediu para dizer… — Ao levantar o olhar para o homem à sua frente Eric viu a figura de Hyunjae parado atrás do policial, em seu semblante havia um sorriso encorajador que foi o suficiente para que o mais novo voltasse a retomar seus dizeres. — Que você não deve se culpar pelo que aconteceu, ele apenas quer te ver feliz e sorridente como antes, para se permitir sentir de novo…

— Do que você está falando? — O Lee ainda não havia entendi onde o garoto pretendia chegar com aquilo.

— Desde o acidente você mudou muito… — Juyeon arregalou os olhos ao ouvir aquela frase, como se os pontos em sua mente começassem a se conectar. — Sua felicidade sempre foi prioridade e ele fica muito triste de ver como ficou, que ele nunca quis isso para você.

— Eric que merda você está falando?! — O timbre irritadiço do mais velho fez com que os ombros do Sonh se encolhessem. — Quem te mandou dizer isso?

— Foi o… — Eric estava com medo, seus olhos novamente se voltaram ao espírito que o encarava confiante fazendo um menear positivo o incentivando a dizer de quem era o recado. — Foi o Lee Jaehyun… Hyunjae…

A reação do detetive foi assustadora aos olhos do loiro, Juyeon se levantou da cadeira em um pulo e seu semblante carregava uma raiva sem igual quase palpável, os punhos cerrados como se o Lee fosse avançar em sua direção, Eric sentiu o corpo tremer e seu coração falhar, aquela não era a primeira vez que alguém agia de forma agressiva consigo quando entrava em assuntos delicados como aquele mas por algum motivo o garoto parecia mais temeroso com o detetive. 

— Você andou investigando minha vida seu marginal de merda? — Os dentes cerrados tornavam a expressão do policial ainda mais assustadora, seu sangue fervia como lava quente e seu coração pulsava enraivecido dentro do peito, Eric havia tocado em uma ferida ainda aberta em seu interior e aquilo não havia sido uma boa ideia, as atenções do recinto estavam todas voltadas a mesa dos dois já que Juyeon não parecia se importar com o timbre de sua voz estar alguns tons mais altos do que o normal. 

— E-Eu não… — O loiro tentou se explicar, mas foi interrompido.

— Escuta aqui garoto, eu não sei quem você é ou o que quer de mim, mas eu vou te dar um único aviso: Não mexa comigo, o Bang pode ser bonzinho com você mas eu não vou agir da mesma forma, eu vou te enfiar na cadeia e você vai mofar lá dentro, está me entendendo? — As palavras eram praticamente cuspidas contra o mais novo que não tinha outra reação a não se se encolher cada vez mais contra a cadeira, seu medo estampado no rosto e aquilo apenas parecia alimentar ainda mais a cólera de Juyeon. — Fique longe de mim, seu desgraçado! Ou eu mesmo acabo com a sua vida! 

E sem esperar resposta Juyeon se virou caminhando até a saída do restaurante pisando firme, Eric não teve qualquer reação ainda estar em choque com tamanha agressividade vinda do policial, suas mãos tremiam e seu peito estava tão pesado que tornava difícil o simples fato de respirar, uma lágrima escorreu solitária por seu rosto.

Seus olhos por um momento se voltaram a Hyunjae que o encarava com pena, aquilo havia sido demais para o jovem Sohn e sabia que a culpa era sua, Juyeon havia mudado de uma forma que nem mesmo o outro podia reconhecer… Aquele não era seu Lee Juyeon.

 

— X — 


— Eric… — O Lee mais velho chamou o garoto que caminhava desolado pelas ruas de Seoul, desde que sairá do restaurante o loiro não havia levantado o olhar nenhum momento. — Eric olha para mim.

— Eu já fiz o que você queria, Hyunjae. — Aquela era a primeira vez que o mais velho ouvia a voz do loiro após o ocorrido de horas atrás, a mesma parecia embargada em choro o que fez o Lee entender porque ele mantinha a cabeça baixa. — Eu te disse, não disse? As pessoas não querem acreditar em mim… Eles nunca acreditam.

— Eu sinto muito. — O espírito se aproximou um pouco mais do loiro que finalmente havia parado de andar sem rumo, estava preocupado com ele e imaginava o quanto ouvir aquelas palavras duras de Juyeon havia o machucado. — Juyeon não é assim, pelo menos ele não era quando eu estava vivo… — O Lee suspirou mesmo que não precisasse mais respirar. — Ele raramente levantava a voz para alguém ou mostrava esse lado mesmo sendo um policial, ele mudou muito.

— As pessoas mudam, Hyunjae. — Como se tomasse forças Eric levantou sua cabeça encarando o homem agora a seu lado, as maçãs de seu rosto estavam vermelhas como a ponta de seu nariz, os olhos inchados e sua face molhada pelas lágrimas salgadas, aos olhos do Lee, Eric parecia uma criança desamparada e perdida e sua vontade era abraçá-lo forte e dizer que estava tudo bem, mas não podia, não conseguiria. 

— É minha culpa você estar desse jeito e eu realmente quero me desculpar, o que  quer que eu faça? — O loiro escuro se aproximou um pouco mais do jovem, seus olhos carregavam uma preocupação tão forte que quase podia ser palpável.

— Só me deixe em paz. — Eric enxugou as lágrimas que ainda insistiam em sair com uma das mangas de sua blusa, tentando aos poucos controlar sua respiração que falhava devido ao choro. — Eu cumpri o seu desejo, certo? Esse era o combinado, se quer mesmo se desculpar por favor me deixe em paz.

Se o coração de Hyunjae ainda batesse ele estaria agora apertado em seu peito, mesmo após deixar o plano terreno o loiro escuro ainda sentia algumas sensações e sentimentos de quando estava vivo, não tão intensamente como antes mas sentia, ele apenas assentiu em positivo antes de dar mais alguns passos para trás dando espaço para o garoto, realmente Eric havia cumprido com seu pedido mesmo que ele não tivesse saído como imaginou. 

— Eu sinto muito, mesmo. — Se desculpou por uma última vez. 

— Tudo bem, não é a primeira vez que alguém me trata assim. — O Sohn forçou um sorriso sem humor. — Eu já devia estar acostumado a ser tratado desse jeito.

— Ninguém se acostuma a ser humilhado. — Rebateu.

— Eu sei. — Respondeu em um tom baixo. — De qualquer forma eu desejo a você que encontre a paz e possa finalmente descansar onde quer que você vá. 

— Obrigado, fique bem por favor. — Aqueles foram os últimos ditos de Hyunjae antes de desaparecer diante dos olhos de Eric, mesmo um pouco mais calmo podia ouvir com nitidez as palavras agressivas de Juyeon e entendia que a culpa não era tanto de Hyunjae, afinal ele só queria acalentar o policial que ainda sofria por sua perda, contudo ninguém realmente pensava que aquele que transmitia as recados também tinha sentimentos e senti-los esmagados como naquele momento era doloroso. 

Eric seguiu sozinho até sua casa, em silêncio refletindo e às vezes se questionando do porque ainda escutar seu lado fraterno já que todas as vezes que tentou ajudar nada de bom veio em troca, talvez o dom houvesse vindo para a pessoa errada e o universitário sofreria as consequências por isso, então o melhor a se fazer era apenas ignorar e tentar voltar a seguir sua vida normalmente.

 



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